Os 30 anos de um clássico: Manifesto Cypherpunk na CryptoRave
Depois dos anos pandêmicos sem evento, a CryptoRave está de volta, 5 e 6/6, no Centro Cultural São Paulo (Rua Vergueiro, 1000, metrô Vergueiro). em São Paulo. Pra quem não lembra, é um dos grandes encontros nacionais da tecnopolítica no Brasil e uma das principais criptofestas do mundo. Já estivemos em algumas edições e escrevemos sobre a última realizada, em 2019, a enorme (talvez a maior edição) sediada na Cinemateca Brasileira em 2018; e a de 2017, na Casa do Povo. Nesta edição, o BaixaCultura organiza uma mesa chamada “Os 30 anos de um clássico: “Manifesto Cypherpunk”, 1993, no espaço Aaron Swartz, 0h de sexta 5 (meia-noite). Inscrições gratuitas aqui. A programação completa está aqui.
Aqui abaixo está a sinopse da mesa. Depois, faremos um relato da discussão.
“Manifesto Cypherpunk” (1993), de Eric Hughes, foi um dos primeiros e principais textos do que se convencionou chamar de “Cypherpunks”. Originários de uma vertente da cultura hacker mais afeita a ação política, em contraponto a outra mais ligada ao liberalismo empreendedor das startups do Vale do Silício, os cypherpunks surgem nos final dos anos 1980 dizendo que a única maneira de manter a privacidade na era da informação é com criptografia forte. Mais de trinta anos depois de sua gênese, o ideal dos cypherpunks ainda é presente nas gerações de criptógrafos, programadores e ativistas, que se reúnem em criptofestas em diversos lugares do mundo como a CryptoRave, principal evento da área no Brasil.
A proposta da mesa é debater a importância do texto, do legado cypherpunk em tempos de Capitalismo de Vigilância, e sua atualidade para pensar uma cultura de segurança e de cuidados digitais necessários em 2023.
A mesa também irá discutir a edição “Manifestos Cypherpunks” (2021), editada pelo BaixaCultura e pela editora Monstro dos Mares, tradução do Coletivo Cypherpunks, financiada coletivamente por 247 pessoas em 2021. A edição reúne, além do “Manifesto Cypherpunk” de Eric Hughes, alguns dos primeiros alertas contra a vigilância massiva na era da internet, como “Por que eu escrevi o PGP”, de Philip R. Zimmermann (1991) e “Manifesto Criptoanarquista”, de Timothy C. May (1993), além do “Cripto-Glossário”, escrito por Timothy C. May e Eric Hughes em 1992, documento histórico sobre os termos utilizados nos estudos e na prática cypherpunk, e o posfácio “Retrospectiva e expectativa Cypherpunk”, escrito pelo pesquisador em criptografia e um dos fundadores do IP.Rec, André Ramiro, que recupera o histórico e a importância da discussão da criptografia para 2021. Fizemos uma live de lançamento com Ramiro, que está disponível na íntegra aqui.
Participantes da mesa:
Leonardo Foletto: Doutor em Comunicação (UFRGS), professor e pesquisador (FGV ECMI), integrante do Creative Commons Brasil, editor do BaixaCultura e organizador da edição “Manifestos Cypherpunks” (2021, BaixaCultura/Monstros dos Mares)
Rafaela Romano: Mestre em antropologia pela USP, fundadora do Cypherpunks Brasil e da Simbiotica Finance. Atua há 7 anos no setor cripto e é ex-editora chefe do Cointelegraph no Brasil, o maior portal de notícias sobre criptomoedas do mundo.
Violeta Assunção: Mestranda em Sociologia pela Unicamp, ativista e pesquisadora na área de tecnoativismo, feminismo e cuidado, integrante da Rede Transfeminista de Cuidados Digitais e coordenadora do projeto de transformação digital na FETAPE.
zé: Estatístico interessado em software livre, permacultura e descentralização. Voluntário na organização da CryptoRave, integrante do coletivo Encripta e infoproletário na área de cuidados digitais.
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