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Justiça ambiental e infraestruturas autônomas e comunitárias

Faz alguns meses que saiu uma pesquisa do Sursiendo e May First Movement Technology chamada “Accioes por la Justicia Ambiental: Desde infraestructuras tecnológicas autónomas y comunitarias“. A investigação utilizou uma metodologia participativa para documentar práticas sustentáveis ​​já implementadas, principais obstáculos, projeções futuras e ideias especulativas de provedores independentes e comunitários de vários lugares do mundo. Os principais desafios apontados incluem narrativas dominantes sobre “recursos ilimitados”, tempo limitado para experimentação, infraestruturas centralizadas e escassez de hardware reparável. O relatório também destaca a importância da ação colaborativa e da imaginação radical para criar tecnologias mais comprometidas com a proteção da vida. Fala, por exemplo, em como “integrar a sustentabilidade ambiental em projetos autônomos de infraestrutura de comunicações por internet, documentando práticas de provedores comunitários que priorizam sustentabilidade e autonomia tecnológica”.

Algumas práticas já implementadas citadas que vale a pena recuperar aqui:

_ Não coleta de dados; o principal benefício indireto é o menor consumo energético devido à ausência de coleta massiva de dados;
_ Ciclo de vida do hardware: priorizar estender ao máximo a vida útil dos equipamentos de TI, reduzindo o lixo eletrônico, como no caso da coletiva brasileira MariaLab (que incorpora equipamentos doados e de segunda mão), ou da Koumbit, que usa servidores que têm até 15 anos!;
_ Energias renováveis: GreenNet, Riseup e Koumbit utilizam energias renováveis, especialmente hidrelétrica e eólica em regiões como Quebec e Seattle.
_ Apoio a organizações ecológicas: muitos grupos apoiam organizações ambientalistas, fornecendo hospedagem segura e ferramentas digitais;
_ Software livre: Além da questão política e de autonomia, o uso de software livre é visto também como um compromisso com a sustentabilidade, evitando a necessidade de “escrever tudo do zero” e facilitando a colaboração e a construção de comunidade, como no caso do Riseup, May First e Maddix.
_ Sites leves e estáticos: Sutty se concentra na criação de sites estáticos e leves, que “consomem menos energia, menos hardware e, em geral, utilizam menos largura de banda”.

_ Acesso offline: Sutty também explora projetos para acesso offline a sites através de telefones celulares, beneficiando comunidades remotas sem conectividade constante (p. 50-51).

_ Virtualização: GreenNet, Archipiélago Uno, Access Now e MariaLab usam servidores virtuais para “fazer um uso eficiente do hardware, executando múltiplos serviços de forma segura em menos máquinas”.
_ Data Centers autônomos: Colnodo e Código Sur mantêm data centers autônomos, com Colnodo usando energia solar para 30% de seu consumo. Código Sur recicla equipamentos e otimiza a largura de banda.

_ Visão de longo prazo: muitos grupos priorizam o desenvolvimento de tecnologias com uma visão de longo prazo, em vez de soluções pontuais

_ Não uso de IA: Esta é uma opção também, por que não? “Não usar IA” é uma política fundamental para muitos, promovendo o uso “intencional, cuidadoso e não consumindo dados indiscriminadamente” da tecnologia.

 

Vale a leitura completa (PDF, espanhol).

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