Resultados da pesquisa por “cryptorave” – BaixaCultura https://baixacultura.org Cultura livre & (contra) cultura digital Mon, 12 May 2025 12:30:23 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.0.9 https://baixacultura.org/wp-content/uploads/2022/09/cropped-adesivo1-32x32.jpeg Resultados da pesquisa por “cryptorave” – BaixaCultura https://baixacultura.org 32 32 Tecnopolíticas de retomada: bifurcar para resistir https://baixacultura.org/2025/05/09/tecnopoliticas-de-retomada-bifurcar-para-resistir/ https://baixacultura.org/2025/05/09/tecnopoliticas-de-retomada-bifurcar-para-resistir/#respond Fri, 09 May 2025 19:48:26 +0000 https://baixacultura.org/?p=15809 Republicamos aqui o ensaio-manifesto criado a partir do GT Experimentações Tecnopolíticas, da Coalizão Direitos na Rede. O texto, produzido no âmbito das atuações do GT (que ocorrem desde 2023 e podem ser vistas aqui), foi escrito por Alana Moraes, Henrique Parra, Leonardo Foletto e Pedro Ekman. Ele sintetiza alguns dos debates e seminários realizados nas discussões do grupo e de encontros como o Laboratório de Experimentações Tecnopolítica, em dezembro de 2023, o “Tecnopolíticas de Retomada“, na CryptoRave de 2024, e o práticas de imaginar & fazer mundos, em novembro de 2024. O GT segue em atividade e neste 2025/1 terá uma mesa na CrypoRave, 10h do dia 17/5, com o mesmo nome deste texto e a propsota de discutir e levantar ações e ideias provocadas também a partir desse ensaio-manifesto.

 

a máquina está em nós

Nosso laboratório de experimentação tecnopolítica parte de um diagnóstico aterrador ao mesmo tempo que procura encontrar caminhos contra a atual paralisia: reconhecer os bloqueios e capturas que governam nosso tempo e imaginação sem nos render, mapear os inimigos sem abrir mão daquilo que nos torna capazes de agir e do que nos vincula. E o que nos vincula? Quais as formas de vida estamos dispostos a criar e defender? Mckenzie Wark chama de “baixa teoria” (low theory) a prática de fazer teoria junto de um movimento, um coletivo, um estudo compartilhado, uma pequena conspiração. É a baixa teoria que nos move aqui.

Há 25 anos atrás, os debates sobre tecnologias digitais (ao menos aqueles que a maioria de nós estavamos engajados) pareciam apontar, enfim, para uma possibilidade de liberação da vida dos circuitos de produção e circulação de valor do capital; liberação do conhecimento e das tecnologias em relação aos regimes proprietários; liberação da ação política para além das fronteiras nacionais e das instituições de representação.

Hoje, a situação dificilmente escapa de uma análise catrastrofista. Não só nosso sonho de liberação foi abatido, mas a reorganização dos regimes de poder e do capital se alimentaram da nossa vitalidade, transformando as noções de “liberdade”, “conhecimento aberto”, “livre circulação da informação”, “democratização da comunicação”, “inteligência coletiva”, “participação política” em ativos para a expansão e o fortalecimento dos sistemas de dominação.

O pior: o êxito do tecnoautoritarismo e do capitalismo tecnoinformacional nos faz suspeitar de nós mesmos. Fomos ingênuos demais? Entregamos mais do que deveríamos na aposta de uma internet como território livre? Subestimamos os inimigos e suas armas de captura? Diante disso, como retomar um horizonte de transformação radical agora que a expansão da digitalização da vida e das tecnologias informacionais se impõem como mediação ubíqua entre nossas práticas e discursos, nossas relações e nossos pensamentos, nosso desejo, sensibilidade e imaginação, nossa memória e a produção de futuros? E qual é a memória ou a experiência compartilhada que nos vincula quando a vida é convertida em excesso informacional?

Um dos aforismos de “Um Manifesto Hacker”, de Mckenzie Wark, dizia: “os hackers usam seu conhecimento e sua perspicácia para manter sua autonomia”. Essa ainda nos parece uma formulação provocadora. Ao invés de nos mover na direção de uma “soberania digital” pensada nos termos da geopolitica dos estados-nação e seus projetos de poder e controle, preferimos nos perguntar: quais os arranjos sociotécnicos que podem sustentar autonomias ? Aliás: o que é autonomia? Entre outras coisas, pensamos em formas de vida que emergem nos intertícios dos circuitos de valor e espoliação do tecnocapital, territórios de interdependência multiespécie cujas formas técnicas estão voltadas à vida, à diversidade, ao tempo do cultivo lento, à reciprocidade e aos modos ativos de dispersar o poder e às formas de controle. Um território não precisa ser um espaço fisíco com fronteiras bem delimitadas, ele pode ser instituído a partir de relações que vinculam práticas e pertencimentos, cumplicidades e dissidências. 

A gramática do extrativismo constitui a economia tecnopolítica civilizatória no presente global e faz convergir modos permanentes de espoliação e gestão autoritária para converter e administrar territórios vivos em zonas passíveis de serem sacrificadas. As ditas inovações  tecnocientíficas recentes, ligadas  à  expansão  das  tecnologias  digitais  como os modelos de inteligência  artificial, por exemplo, apresentam  um  novo  ciclo  de  demanda  crescente  por energia elétrica e extração dos chamados metais raros. Ainda que possamos defender tecnologia de “baixo impacto”, nos parece importante voltar às perguntas mais fundamentais como, por exemplo, que tipo de produção de conhecimento nos interessa? O que entendemos por eficiência? O que é o Comum que estamos dispostos a cultivar e defender? Nos parece que em nome da “transição energética” ou dos novos conflitos militaristas se renova o espírito da ideologia tecnopolítica da Guerra Fria na qual a ideia de “avanço tecnológico”, escalabilidade, automação e eficiência passam a dar as cartas, de forma mais decisiva, na geopolítica global e na legitimidade das formas políticas coloniais de domínio.

Diante deste cenário, os esforços de regulação do capitalismo tecnoinformacional parecem mais pavimentar o caminho por onde circula a espoliação e o controle civilizatório do que produzir formas de resistência e garantia de direitos. 

Por um lado, a exponencial capacidade de vigilância, encarceramento e extermínio permitiu aos Estados e suas estruturas militares incrementarem  genocídios ao mesmo tempo que os convertem em eventos cotidianos narrados em nossas barras de rolagem.  Por outro lado, a digitalização da nossa vida e as dinâmicas de vigilância e controle se espalham no tecido social em uma epidemia praticada não só pelo Estado, mas nas famílias, amigos-seguidores, vizinhos ou empresas. 

Como nossas imaginações e práticas coletivas de transformação podem retomar os vínculos com o desejo insurgente? Se o que constitui uma máquina é, sobretudo, suas ações de concatenação – talvez nossa potência não esteja na adoção de uma forma técnica supostamente libertadora ou mais justa, mas na força que conecta nosso desejo de liberação com nossas capacidades de experimentar, já no presente, outras formas de vida.

Escapemos do regime de visibilidade e da economia política narcísica; recusemos o espaço dos monopólios coorporativos como sendo a nova esfera pública, desertemos da máquina de captura e extração para criar e alimentar uma economia própria de suporte mútuo e de defesa do Comum. Criar e sustentar mundos sob outras racionalidades, normatividades e cosmovisões, ao mesmo tempo que se sabota as engrenagens do rolo compressor colonial para reduzir a eficiência do sistema dominante, desinvestindo e fragilizando suas infraestruturas técnicas, econômicas e jurídicas. Romper com os critérios da eficiência técnica capitalista e viver sob os critérios de suficiência Terrana. A luta coletiva no campo tecnopolítico digital pode ser aqui e agora uma luta cosmopolítica, anticapitalista e contra-colonial.

Alana Moraes, Henrique Parra, Leonardo Foletto, Pedro Ekman

 

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Um Manifesto Hacker e Extinção da Internet na Cryptorave https://baixacultura.org/2024/05/02/um-manifesto-hacker-e-extincao-da-internet-na-cryptorave/ https://baixacultura.org/2024/05/02/um-manifesto-hacker-e-extincao-da-internet-na-cryptorave/#respond Thu, 02 May 2024 14:15:36 +0000 https://baixacultura.org/?p=15643

 

Se uma outra internet – mais próxima à que acreditávamos nos anos 2000, descentralizada, menos vigilante, mais das pessoas do que de empresas e robôs – não é mais possível, como ela será? Viveremos numa distopia com pessoas trabalhando precariamente para inteligências artificiais criarem conteúdo para entupir os dutos das redes sociais? Como Geert Lovink se pergunta no livro: o que pode consistir a vida depois que nossas mentes frágeis não forem mais atacadas pelos efeitos entorpecentes e deprimentes de descer a barra de rolagem do apocalipse (doomscrolling)? Ou como Mckenzie Wark também questiona: podemos nos esconder e encontrar uma relação com a técnica em que podemos pelo menos minimizar a captura de nossas energias hacker e obter algum prazer em formas de trabalho inútil?

A partir dos recém-publicados (2023) livros “Um Manifesto Hacker“, de Mckenzie Wark, e “Extinção da Internet“, de Geert Lovink, a mesa vai debater as transformações ocorridas na cultura da internet nos últimos anos e as consequências tanto para a disputa tecnopolítica quanto para as pesquisas relacionadas à internet hoje. A proposta é também resgatar uma parte da história da cultura da internet até aqui para propor exercícios de futurologia, tanto do ponto de vista do que devemos ficar atentos nos próximos tempos como o que devemos pesquisar para que a distopia não traga paralisia. Será às 10h, no terraço da Biblioteca Mário de Andrade, centro de São Paulo, SP.

Com:
_ Leonardo Foletto: Professor e pesquisador (FGV ECMI), editor do BaixaCultura e cartógrafo dos fins da internet;
_ Rafael Grohmann: Professor de estudos críticos de plataformas da Universidade de Toronto, diretor do Digilabour e trabalhador internacional de karaokê;
_ Adriana Amaral: Professora e pesquisadora do programa de pós-graduação em comunicação da UNIP-SP, coordenadora do CULTPOP (Laboratório de Pesquisa em Cultura Pop, Comunicação e Tecnologias);_ Moderação:
_ Tatiana Dias, jornalista e editora-executiva do The Intercept Brasil;

A programação completa está excelente e pode ser vista no site. Como nos últimos 6 anos, estaremos lá também para acompanhar o evento e produzir um relato depois.

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Os 30 anos de um clássico: Manifesto Cypherpunk na CryptoRave https://baixacultura.org/2023/05/01/os-30-anos-de-um-classico-manifesto-cypherpunk-na-cryptorave/ https://baixacultura.org/2023/05/01/os-30-anos-de-um-classico-manifesto-cypherpunk-na-cryptorave/#respond Mon, 01 May 2023 23:23:32 +0000 https://baixacultura.org/?p=15237 Depois dos anos pandêmicos sem evento, a CryptoRave está de volta, 5 e 6/6, no Centro Cultural São Paulo (Rua Vergueiro, 1000, metrô Vergueiro). em São Paulo. Pra quem não lembra, é um dos grandes encontros nacionais da tecnopolítica no Brasil e uma das principais criptofestas do mundo. Já estivemos em algumas edições e escrevemos sobre a última realizada, em 2019, a enorme (talvez a maior edição) sediada na Cinemateca Brasileira em 2018; e a de 2017, na Casa do Povo. Nesta edição, o BaixaCultura organiza uma mesa chamada “Os 30 anos de um clássico: “Manifesto Cypherpunk”, 1993, no espaço Aaron Swartz, 0h de sexta 5 (meia-noite). Inscrições gratuitas aqui. A programação completa está aqui.

Manifesto original, em inglês

Aqui abaixo está a sinopse da mesa. Depois, faremos um relato da discussão.

“Manifesto Cypherpunk” (1993), de Eric Hughes, foi um dos primeiros e principais textos do que se convencionou chamar de “Cypherpunks”. Originários de uma vertente da cultura hacker mais afeita a ação política, em contraponto a outra mais ligada ao liberalismo empreendedor das startups do Vale do Silício, os cypherpunks surgem nos final dos anos 1980 dizendo que a única maneira de manter a privacidade na era da informação é com criptografia forte. Mais de trinta anos depois de sua gênese, o ideal dos cypherpunks ainda é presente nas gerações de criptógrafos, programadores e ativistas, que se reúnem em criptofestas em diversos lugares do mundo como a CryptoRave, principal evento da área no Brasil.

A proposta da mesa é debater a importância do texto, do legado cypherpunk em tempos de Capitalismo de Vigilância, e sua atualidade para pensar uma cultura de segurança e de cuidados digitais necessários em 2023.

A mesa também irá discutir a edição “Manifestos Cypherpunks” (2021), editada pelo BaixaCultura e pela editora Monstro dos Mares, tradução do Coletivo Cypherpunks, financiada coletivamente por 247 pessoas em 2021. A edição reúne, além do “Manifesto Cypherpunk” de Eric Hughes, alguns dos primeiros alertas contra a vigilância massiva na era da internet, como “Por que eu escrevi o PGP”, de Philip R. Zimmermann (1991) e “Manifesto Criptoanarquista”, de Timothy C. May (1993), além do “Cripto-Glossário”, escrito por Timothy C. May e Eric Hughes em 1992, documento histórico sobre os termos utilizados nos estudos e na prática cypherpunk, e o posfácio “Retrospectiva e expectativa Cypherpunk”, escrito pelo pesquisador em criptografia e um dos fundadores do IP.Rec, André Ramiro, que recupera o histórico e a importância da discussão da criptografia para 2021. Fizemos uma live de lançamento com Ramiro, que está disponível na íntegra aqui.

Participantes da mesa:

Leonardo Foletto: Doutor em Comunicação (UFRGS), professor e pesquisador (FGV ECMI), integrante do Creative Commons Brasil, editor do BaixaCultura e organizador da edição “Manifestos Cypherpunks” (2021, BaixaCultura/Monstros dos Mares)

Rafaela Romano: Mestre em antropologia pela USP, fundadora do Cypherpunks Brasil e da Simbiotica Finance. Atua há 7 anos no setor cripto e é ex-editora chefe do Cointelegraph no Brasil, o maior portal de notícias sobre criptomoedas do mundo.

Violeta Assunção: Mestranda em Sociologia pela Unicamp, ativista e pesquisadora na área de tecnoativismo, feminismo e cuidado, integrante da Rede Transfeminista de Cuidados Digitais e coordenadora do projeto de transformação digital na FETAPE.

: Estatístico interessado em software livre, permacultura e descentralização. Voluntário na organização da CryptoRave, integrante do coletivo Encripta e infoproletário na área de cuidados digitais.

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Cypherpunks https://baixacultura.org/portfolio-item/cypherpunks/ https://baixacultura.org/portfolio-item/cypherpunks/#respond Tue, 29 Nov 2022 15:26:58 +0000 https://baixacultura.org/?post_type=portfolio-item&p=15017

O uso de senhas e sistemas criptografados de ponta-a-ponta é essencial para garantir que a privacidade do usuário seja mantida e quaisquer informações pessoais não sejam apropriadas para fins comerciais ou políticos indesejados. Os Cypherpunks surgiram como grupo entre os anos 80 e 90 nos EUA, e ganharam notoriedade por responderem a uma ameaça  – no caso, feita por mecanismos regulatórios da criptografia nos Estados Unidos. A união para problematizar legislações (e também atos vigilantes de governos e empresas) foi uma feliz ocasião para reunir grupos de pessoas que discutiam as implicações políticas das técnicas, especialmente aquelas relacionadas com a proteção da privacidade – naquela época já era possível prever muitas (senão todas) as implicações vigilantes de uma rede mundial de computadores como a internet.

“Originários de uma vertente da cultura hacker mais afeita a ação política, em contraponto a outra mais ligada ao liberalismo empreendedor das startups do Vale do Silício, os cypherpunks surgem nos anos 1990 dizendo que a única maneira de manter a privacidade na era da informação é com uma criptografia forte. Mais de trinta anos depois de sua gênese, o ideal dos cypherpunks ainda é presente sobre gerações de criptógrafos, programadores e ativistas, entre eles os reunidos em tornos das criptofestas em diversos lugares do mundo, entre elas a CryptoRave, principal evento da área no Brasil.“

Assistir sem Youtube: https://invidious.osi.kr/watch?v=TvFRJz0LS28

 

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Newsletter https://baixacultura.org/newsletter/ Thu, 15 Sep 2022 00:14:07 +0000 https://baixacultura.org/novo/?page_id=14660

Em 2018, nos reunimos com a CCD POA para organizar, embasar e ir mais fundo nas informações que todos os dias postamos aqui e nas redes sociais. Daí nasceu a nossa Newsletter em conjunto, que desde 2019 é só do BaixaCultura, para debater temas como tecnopolítica, direitos digitais, privacidade, cultura livre, remix e (contra) cultura digital – e também informar o que fazemos, lemos e escrevemos por aí.

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Veja as anteriores:

2024

11/24 – Newsletter BaixaCultura #65: Clássicos (envelhecidos?) da cibertultura e a movida editoras X IA
11/24 – Newsletter BaixaCultura #64: Direitos dos escritores, Open Washing e energia nuclear na era da IA
10/24 – Newsletter BaixaCultura #63: Tudo é cópia nas IAs da Ideologia Californiana
10/24 –  Newsletter BaixaCultura #62: A cópia na era de sua proliferação técnica
9/24 – Newsletter BaixaCultura #61: Aniversário por trás dos algoritmos alternativos
9/24 – Newsletter BaixaCultura #60: Ética da pirataria e o tráfico da cultura
8/24 – Newsletter BaixaCultura #59: Cultura livre como liberdade positiva
8/24 – Newsletter BaixaCultura #58: Redes livres, infraestruturas comunitárias
8/24 -Newsletter BaixaCultura #57: Reflorestar a Internet 
8/24 – Newsletter BaixaCultura #56: Napster aos 25
8/2024 – Newsletter BaixaCultura #55: É O fim da internet como a conhecemos, e tudo bem 3/2024 – Newsletter BaixaCultura #54:O olho do mestre não deixa hackers sossegados  1/2024: Newsletter BaixaCultura #53: Começo, meio, começo ou a Extinção da Internet? 

2023

10/2023: Newsletter BaixaCultura #52: 15 anos de BaixaCultura em Morozovpalooza de dados en español
5/2023 Newsletter BaixaCultura #51: A disputa das IAs pelo conhecimento comum em Terra Arrasada
3/2023: Newsletter BaixaCultura #50: O Capital Está Morto, Mas as IAs…
1/2023: Newsletter BaixaCultura #49: Dez anos sem Aaron Swartz; A cultura é livre e cooperativa

2022

4/2022: Newsletter BaixaCultura #48: Enxugando Gelo Na Caixa De Pandora & Um Ano De A Cultura É Livre
2/2022: Newsletter BaixaCultura #47:De quem é a cultura em tempos de guerra?
1/2022: Newsletter BaixaCultura #46: Pequeno Compêndio da Independência Digital (para além das Big Techs)

2021

8/2021: Newsletter BaixaCultura #45: Manifestos Cypherpunks, Racismo Algorítmico e uma Biblioteca do Comum
6/2021: Newsletter BaixaCultura #44: Ciberfeminismo, capitalismo de vacinação, tecnodiversidade
3/2021: Newsletter BaixaCultura #43: A cultura é livre e as tecnologias radicalmente abertas
1/2021: Newsletter BaixaCultura #42: Quebrar as patentes e liberar o conhecimento

2020


12/2020: Newsletter BaixaCultura #41: O que vem depois do futuro? O fim da internet e da política em 2020
10/2020: Newsletter BaixaCultura #40: O dilema das redes & O Fim da Internet
9/2020: Newsletter BaixaCultura & CCD POA #39: Fazendo a internet das pessoas & 12 anos de BaixaCultura
5/2020: Newsletter BaixaCultura & CCD POA #38
5/2020: Newsletter BaixaCultura & CCD POA #37
4/2020: Newsletter BaixaCultura & CCD POA #36

2019


10/2019: Newsletter_BaixaCultura & CCDPoa_#34
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Manifestos Cypherpunks (2021) https://baixacultura.org/manifestos-cypherpunks/ Wed, 14 Sep 2022 05:15:00 +0000 https://baixacultura.org/novo/?page_id=14598  

 

 

Os “Manifestos Cypherpunks” é a segunda publicação da coleção “Tecnopolítica”, coordenada pelo BaixaCultura e a Editora Monstro dos Mares. Depois do lançamento de “A ideologia Californiana”, texto seminal da crítica ao neoliberalismo tecnocrático do Vale do Silício feito em 1995 por Richard Barbrook e Andy Cameron, o segundo volume da coleção reúne alguns dos primeiros alertas contra a vigilância massiva na era da internet. São textos escritos na época que a rede mundial dos computadores ainda engatinhava, entre o final dos anos 1980 até meados dos 1990, por pessoas que conheciam a fundo alguns aspectos dos aparatos técnicos que faziam funcionar a rede e queriam nos fazer ficar atentos a eles.

Originários de uma vertente da cultura hacker mais afeita a ação política, em contraponto a outra mais ligada ao liberalismo empreendedor das startups do Vale do Silício, os cypherpunks surgem nos anos 1990 dizendo que a única maneira de manter a privacidade na era da informação é com uma criptografia forte. Mais de trinta anos depois de sua gênese, o ideal dos cypherpunks ainda é presente sobre gerações de criptógrafos, programadores e ativistas, entre eles os reunidos em tornos das criptofestas em diversos lugares do mundo, entre elas a CryptoRave, principal evento da área no Brasil.

A publicação reúne:
_ Introdução “Criptografia em Defesa da privacidade”, que contextualiza a produção dos textos, escrito por Leonardo Foletto, organizador da publicação, editor do BaixaCultura, jornalista e pesquisador ;
_ “Por que eu escrevi o PGP”, de Philip R. Zimmermann (1991);
_ “Manifesto Criptoanarquista”, de Timothy C. May (1993);
_ “Manifesto Cypherpunk”, de Erick Hughes (1993),
Todos traduzidos do inglês pelo coletivo Cypherpunks e revisado por Victor Wolfenbüttel;
_ Posfácio “Retrospectiva e expectativa Cypherpunk”, escrito pelo pesquisador em criptografia e um dos fundadores do IP.Rec, André Ramiro, que recupera o histórico e a importância da discussão da criptografia para 2021;
_ Anexo, chamado “Cripto-Glossário”, escrito por Timothy C. May e Eric Hughes em 1992, documento histórico sobre os termos utilizados nos estudos e na prática da criptografia.

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]]> Coleção Tecnopolítica (2): Manifestos Cypherpunks https://baixacultura.org/2021/08/02/manifestos-cypherpunks-criptografia-em-defesa-da-privacidade/ https://baixacultura.org/2021/08/02/manifestos-cypherpunks-criptografia-em-defesa-da-privacidade/#comments Mon, 02 Aug 2021 14:16:38 +0000 https://baixacultura.org/?p=13704

Os “Manifestos Cypherpunks” é a segunda publicação da coleção “Tecnopolítica”, coordenada pelo BaixaCultura e a Editora Monstro dos Mares. Depois do lançamento de “A ideologia Californiana”, texto seminal da crítica ao neoliberalismo tecnocrático do Vale do Silício feito em 1995 por Richard Barbrook e Andy Cameron, o segundo volume da coleção reúne alguns dos primeiros alertas contra a vigilância massiva na era da internet. São textos escritos na época que a rede mundial dos computadores ainda engatinhava, entre o final dos anos 1980 até meados dos 1990, por pessoas que conheciam a fundo alguns aspectos dos aparatos técnicos que faziam funcionar a rede e queriam nos fazer ficar atentos a eles.

Originários de uma vertente da cultura hacker mais afeita a ação política, em contraponto a outra mais ligada ao liberalismo empreendedor das startups do Vale do Silício, os cypherpunks surgem nos anos 1990 dizendo que a única maneira de manter a privacidade na era da informação é com uma criptografia forte. Mais de trinta anos depois de sua gênese, o ideal dos cypherpunks ainda é presente sobre gerações de criptógrafos, programadores e ativistas, entre eles os reunidos em tornos das criptofestas em diversos lugares do mundo, entre elas a CryptoRave, principal evento da área no Brasil. 

A publicação reúne:
_ Introdução “Criptografia em Defesa da privacidade”, que contextualiza a produção dos textos, escrito por Leonardo Foletto, organizador da publicação, editor do BaixaCultura, jornalista e pesquisador ;
_ “Por que eu escrevi o PGP”, de Philip R. Zimmermann (1991);
_ “Manifesto Criptoanarquista”, de Timothy C. May (1993);
_ “Manifesto Cypherpunk”, de Erick Hughes (1993),
Todos traduzidos do inglês pelo coletivo Cypherpunks e revisado por Victor Wolfenbüttel;
_ Posfácio “Retrospectiva e expectativa Cypherpunk”, escrito pelo pesquisador em criptografia e um dos fundadores do IP.Rec, André Ramiro, que recupera o histórico e a importância da discussão da criptografia para 2021;
_ Anexo, chamado “Cripto-Glossário”, escrito por Timothy C. May e Eric Hughes em 1992, documento histórico sobre os termos utilizados nos estudos e na prática da criptografia.

Como outros textos desse período de nascimento da internet, alguns trechos desses manifestos podem soar premonitórios do que viria a ocorrer. A perseguição da criptografia pelo Estado, o que de fato ocorre neste 2021 no Brasil e em outros países, é um exemplo que já consta no segundo texto desta coletânea, “O Manifesto Criptoanarquista” (1993), de Timothy C. May, engenheiro elétrico que se tornou um dos mais reconhecidos cypherpunks assim que saiu da Intel, em 1986. “O estado tentará, é claro, desacelerar ou deter a disseminação dessas tecnologias, citando preocupações com a segurança nacional, o uso da tecnologia por traficantes de drogas e sonegadores de impostos, e temores de desintegração social. Muitas dessas preocupações serão válidas; a criptoanarquia permitirá que segredos nacionais sejam vendidos livremente e permitirá que materiais ilícitos e roubados sejam comercializados. Vários elementos criminosos e estrangeiros serão usuários ativos da CriptoNet. Mas isso não vai parar a propagação da criptoanarquia.”

Como em May, também no terceiro texto desta publicação, “Manifesto Cypherpunk” (1993), de Eric Hughes, está presente um pensamento libertário, de desconfiança em relação ao Estado: “Não podemos esperar que governos, corporações ou outras organizações grandes e sem rosto nos concedam privacidade por benevolência. É para benefício próprio que falam de nós, e devemos esperar que eles vão falar. Tentar impedir a sua fala é lutar contra as realidades da informação. A informação não apenas quer liberdade, ela deseja ser livre”, ecoando nesta última frase o primeiro princípio da ética hacker. Matemático e programador, Hughes, assim como os outros dois autores dos textos aqui, são filhos da cultura hacker dos Estados Unidos que ajudou a originar a internet, desenvolveu e potencializou o software livre e buscou tornar mais aberto o processo de produção das tecnologias para ajudar a deixá-las mais livres e autônomas. Com isso, mesmo que não fosse explícita a intenção, acabaram por politizar as tecnologias – ainda que não a partir de um viés interseccional de gênero e raça, mas a partir de um ponto de vista branco e masculino, o que nos últimos anos tem trazido diversas discussões dentro do movimento hacker e do software livre e aberto.

A resposta à vigilância destes Manifestos Cypherpunks pode parecer até ingênua em 2021, segundo ano de pandemia do Novo Coronavírus, onde todos estamos mais necessitados de conexão e troca de dados para sobrevivermos ao isolamento necessário para não contrair a covid19. Mas, como você poderá ler no livro, as ideias presentes nos Manifestos Cypherpunks são, além de um alerta, um enfrentamento ao conformismo, que rejeita o “é melhor você se acostumar com o fim da privacidade” e acredita que o espalhamento da informação e do conhecimento sobre como funcionam os sistemas técnicos como a criptografia é ainda necessário para a transformação social. Também abordam a criptografia não apenas trazendo o uso de softwares como a grande solução para a defesa da privacidade, mas com uma discussão que envolve questões filosóficas sobre como podemos agir, o que queremos preservar no mundo e o que temos direito a esconder. Como diz Hughes no último manifesto dessa coletânea, “devemos defender nossa própria privacidade se esperamos ter qualquer uma”.

Em parceria com a editora Monstro dos Mares, lançamos o financiamento coletivo do “Manifesto Cypherpunks” no Catarse”. Batemos nossa primeira meta em menos de 24h e nossas duas metas estendidas em 4 dias, com mais de 100 apoiadores diferentes. Percebemos que há mais gente interessada no tema e nesses textos do que imaginávamos, então nosso próximo passo é atingir a terceira meta estendida, para conseguirmos aumentar nossa primeira tiragem para 400 exemplares, garantir recursos iniciais para a próxima publicação da coleção Tecnopolítica, “Declaração de Independência do Ciberespaço & outros textos”, de John Perry Barlow, a ser lançada em janeiro de 2022, remunerar os envolvidos na publicação e fortalecer os financiamentos coletivos do BaixaCultura e da Monstro dos Mares.

Quem apoiar, além do livro, pode ganhar recompensas como um pendrive com Tails, sistema operacional livre usado por Snowden no caso da NSA; o “A Ideologia Californiana“, de Richard Barbrook e Andy Cameron, 1º da nossa coleção Tecnopolítica, texto seminal (1995) e muito atual de crítica ao Neoliberalismo tecnocrático nascido no Vale do Silício; “A cultura é livre: uma história da resistência antipropriedade“, que recupera e amplia a discussão em torno da propriedade intelectual através dos tempos, com foco na cultura livre potencializada a partir do compartilhamento na internet e em perspectivas não ocidentais sobre a ideia de propriedade intelectual; “Segurança Holística: um manual de estratégias para defensores de Direitos Humanos” publicado originalmente pelo coletivo Tactical Technology, traduzido em 2018 pelo coletivo anarcotecnológico Mar1sc0tron.

No dia 26/8, ocorre também a “Retrospectiva e expectativa Cypherpunk”. Leonardo Foletto, organizador de “Manifestos Cypherpunks”, conversa com André Ramiro, pesquisador em criptografia e um dos fundadores do IP.Rec, autor do posfácio da edição. A proposta é conversar um pouco sobre os três manifestos presentes no livro, seu contexto de produção e sua atualidade para 2021. A conversa ocorre no canal do Youtube do BaixaCultura, às 19h,  dentro do #criptoagosto, uma série de eventos, debates e atividades para falar da importância da criptografia, organizado pela Coalizão Direitos na Rede.

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Publicações

Livro: A Cultura é Livre

“A Cultura é Livre: Uma história da resistência antipropriedade” é um livro de Leonardo Foletto, editor do BaixaCultura, publicado pela Autonomia Literária em co-edição com a Fundação Rosa Luxemburgo em 2021. Tem prefácio de Gilberto Gil, um dos maiores artistas da cultura brasileira, também ex-ministro da Cultura no Brasil entre 2003-2008, período em que ele e sua equipe, no governo do então presidente Lula, impulsionaram uma série de políticas a favor da cultura livre; texto da contracapa de Giselle Beiguelman, artista e curadora incentivadora e afim ao remix nas artes digitais, professora da FAU-USP; e orelha de Mariana Valente, doutora em direito pela USP, diretora do InternetLab e professora da Universidade Saint Gallen (Suiça), uma das maiores especialistas em direito autoral na internet no país.

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BaixaCharla ao vivo #1: A Ideologia Californiana https://baixacultura.org/2019/07/26/baixacharla-ao-vivo-1-a-ideologia-californiana/ https://baixacultura.org/2019/07/26/baixacharla-ao-vivo-1-a-ideologia-californiana/#respond Fri, 26 Jul 2019 12:14:51 +0000 https://baixacultura.org/?p=12875

Depois de um tempo organizando, planejando e refletindo. voltamos com as BaixaCharlas, nosso “programa” de conversas sobre tecnopolítica, contracultura e cultura livre. Dessa vez, diferente das outras até aqui seis já realizadas (chega mais em nosso canal no Youtube), fizemos ao vivo, via YouTube e nosso perfil no Instagram. e no Youtube.

A primeira dessa nova fase foi realizada na quarta-feira, 24/7 e tratou de encerrar um ciclo sobre o “A Ideologia Californiana“, obra seminal da crítica à um pensamento (hoje dominante) sobre a internet, de Richard Barbrook e Andy Cameron, primeira publicação da nossa coleção Tecnopolítica junto com a Monstro dos Mares. Tivemos Leonardo Foletto, editor do BaixaCultura, sistematizando alguns apontamentos sobre o texto colhido nos recentes lançamentos e debates sobre a obra em São Paulo, durante a CryptoRave 2019, em Salvador, no simpósio da Lavits, e em Recife, junto à grupos, pessoas e coletivos locais. A ideia foi destrinchar alguns aspectos do texto, detalhando os 10 tópicos com que os autores dividiram o texto, e a partir daí falamos sobre o que ele ainda tem de relevante nesse distópico mundo internético de hoje para refletir sobre o futuro da rede.

Aqui está o roteiro completo que nos baseamos para fazer a transmissão, com trechos do texto. E aqui abaixo o vídeo, no Youtube.

 

 

 

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Compartilhando processos: sobre como fazemos e nos sustentamos https://baixacultura.org/2019/05/22/compartilhando-processos-sobre-como-fazemos-e-nos-sustentamos/ https://baixacultura.org/2019/05/22/compartilhando-processos-sobre-como-fazemos-e-nos-sustentamos/#respond Wed, 22 May 2019 15:58:04 +0000 https://baixacultura.org/?p=12832

Vocês talvez já devam ter ouvido falar do termo “Curadoria de informação“, ou “curadoria de conteúdo”? Trata-se de selecionar, entre os 30 milhões de terabytes (e contando…) de dados na internet, aqueles que são mais importantes para diversos fins. O termo “curar” vem mais das artes, onde o curador é alguém que, por exemplo, organiza uma exposição e seleciona as obras de determinado artista (ou de várias) para alguma mostra.

Aqui no BaixaCultura nós fazemos diariamente curadoria de informação (humana) voltada à tecnopolítica, contracultura digital e cultura livre. Isso significa que, por trás das postagens que vocês acompanham todo dia nas redes sociais (em especial, no canal do Telegram, Facebook, Twitter e Instagram), há algumas horas semanais de leituras de notícias, ensaios, artigos, livros, escuta de podcasts e visualização de vídeos da internet para trazer para vocês aquilo que acreditamos ser o mais importante nas áreas que trabalhamos.

Toda segunda-feira, dedicamos algumas horas, geralmente pela manhã, para fazer o que chamamos de “ronda”: ler o que foi publicado nos veículos, perfis em redes sociais e selecionar notícias/ensaios/vídeos e artigos para trazer em nossas redes. Agendamos, então, em nossos canais, algumas publicações para toda semana com informações que chamamos, no jargão jornalístico, de “frias”, ou seja, que não dizem respeito a um fato que acabou de acontecer; indicações de textos mais cabeças para ler, sites com acervos livres incríveis, indicação de filme/vídeo a assistir, uma entrevista com alguma pessoa que tem o que dizer na área, entre outros tipos de conteúdos.

No decorrer da semana, todos os dias, geralmente pela manhã, depois do café/desayuno/pequeno almoço, atualizamos nossa “ronda” com informações recém publicadas e que são “quentes”, ou seja, que acabaram de sair e que tem relevância para ontem. Essas informações – geralmente matérias jornalísticas, artigos de opinião, anúncios de governos/empresas, etc – são lidas e preparadas para a a publicação: selecionamos um trecho que julgamos resumir a informação, ou uma declaração potente, editamos, pegamos o link e, então, publicamos em nossas redes. Nosso noticiário tecnopolítico global ultimamente tem sido tenso e pesado, por isso, para aliviar um pouco, costumamos lançar algumas informações mais “leves” – dicas de site, vídeos, entrevistas, livros, etc – entre as notícias “quentes”, geralmente mais nas sextas e nos finais de semana.

Nem sempre conseguimos publicar as informações no “calor da hora”, porque nosso mundo é vasto, as informações circulam muito rapidamente e não conseguimos estar em condições de acompanhar e publicar na hora. Mas, sinceramente, tudo bem; nosso objetivo não é ser o primeiro a noticiar, mas trazer uma informação mais confiável, apurada, de uma fonte comprovada, que vai dar um panorama mais amplo da situação. Raramente publicamos um tweet, por exemplo; mais provável que escolheremos a notícia que repercutiu esse tweet e deu mais outras informações de contexto.

“Tecnopolítica e Contracultura”, curso em fev de 2019

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Esse é o trabalho de Curadoria de informação que fazemos no BaixaCultura. Ele leva tempo: pelo menos 10h por semana ficamos lendo e selecionando informação para publicar em nossas redes. E esse é apenas um dos trabalhos que fazemos: há ainda, pelo menos, outras quatro frentes.

1) a produção de texos inéditos, geralmente análises (como “Ressaca da Internet, espírito do tempo“), relatos sobre eventos que partiticipamos (CryptoRave 2019) e oficinas e cursos que realizamos (Tecnopolítica e ContraCultura, Como documentar um projeto cultural), além da eventual edição e revisão de textos de colaboradores (como o “RSS para fugir dos algoritmos das redes sociais“, do Victor Wolffenbüttel). Escrever um texto inédito, pra nós, é um trabalho de pelo menos 5h: há a escrita propriamente dita, feita a partir de alguma ideia a guiar o texto (no caso das análises) ou de uma série de informações a ser relatadas (no caso dos eventos); a pesquisa de sites, links e outras referências que dêem base ou mostrem aquilo que estamos escrevendo; a finalização e revisão, onde, depois de algum tempo a deixar sem mexer o texto, relemos e cortamos ou acrescentamos alguma parte, além de pesquisar e inserir fotos e vídeos que dialoguem com a postagem. O trabalho de edição de textos de colaboradores geralmente inclui as duas últimas partes somente.

Organizando zines e recompensas, maio de 2019

2) A produção de eventos dentro da nossa temática, como os encontros da rede de cultura livre do sul global, que resultou em 2018 no Encontro de Cultura Livre do Sul, e cursos, oficinas, palestras, como os citados acima e outros que ocorrem por demanda. No caso dos eventos da rede, há o trabalho de organização e articulação, que inclui o envio de muitos e-mails, algumas videoconferências, outras horas pesquisando as iniciativas, tecnologias e projetos envolvidos; conversas diversas e assíncronas nos chats (geralmente usamos o Telegram e o Signal), aprovação e produção de artes gráficas, textos para convidar as iniciativas e organizar as metodologias de trabalho, revisão e publicação em páginas diversas. No caso das oficinas, cursos e palestras, há uma parte de tempo envolvida que é de difícil quantificação: a leitura de livros, sites, conversas com pessoas, on ou offline, que trazem informações novas ou ideias que podem agregar às temáticas que pesquisamos, por exemplo, não são dados quantificáveis porque aleatórios e ocasionais. Mas a sistematização dessas ideias, referências, práticas e fazeres em uma metodologia de ensino sim: são mais pelo menos 10 horas (de acordo com a oficina/palestra/curso) de escrita, pesquisa, conversas (com pessoas próximas, ou oficineirxs parceirxs) e organização de um material de apresentação que sirva de apoio e guia da oficina/curso/palestra.

3) a produção de zines e outros eventuais produtos no que chamamos de “Loja” aqui no site. Para a produção de nossas publicações artesanais (geralmente zines), costumamos selecionar os textos a partir das pesquisas já comentadas para a publicação das postagens, realização dos cursos ou da curadoria de informação. Há, então, a fase de edição, que consiste de pensar a publicação como um todo: se for mais de um texto (caso de La Remezcla, por exemplo), quais vão entrar na edição, ajustes nos artigos (se algum se referir a um fato já ocorrido, por exemplo, hay que atualizar), revisão e encomenda ou escrita de algum texto extra, como uma apresentação, introdução ou posfácio. Há, então, a definição do projeto gráfico, que é realizada a partir do diálogo constante entre editores de texto e de arte (geralmente aqui são duas pessoas envolvidas): envio de um esboço, aprovação, correção, revisão, diagramação final, revisão. Por fim, há a parte de produção gráfica: há que escolher os tipos de papéis usados, qual vai ser a tiragem, negociar preços e entregas se a opção for escolher alguma gráfica a fazer o serviço; organizar a impressão caseira por algumas horas se for produção caseira, como nossas parcerias com a Monstro dos Mares, o que inclui também compra de papel, manutenção da impressora, grampos, cola, tesoura, acabamentos diversos, trabalho feito por pessoas.

Depois desses processos vem o gargalo mais difícil: a distribuição. Que no nosso caso se dá: 1) recompensas de nossas campanhas e venda direta online, onde a entrega é pelos Correios; 2) livrarias parceiras, que vendem publicações alternativas mediante alguma porcentagem para elas nas vendas, caso da Livraria Taverna, em Porto Alegre, e no Ônibus Rizoma, em São Paulo; 3) feiras gráficas e de livros, onde já participamos com banca própria, mas ultimamente deixamos nosso material com alguma livraria/iniciativa parceira, caso da Monstro dos Mares ou da Chupa Manga, por aboluta falta de tempo e condições; 4) Há também a distribuição e venda quando realizamos alguma atividade, como cursos, oficinas e palestras, onde quase sempre levamos algumas publicações;

4) Por fim, e não menos importante, há o trabalho de produção de nossa Newsletter em parceria com a Casa da Cultura Digital Porto Alegre, quase sempre quinzenal, que se aproveita dos trabalhos anteriores de curadoria de informação e pesquisa, mas também requer um tempo de pelo menos 4h antes de seu envio para edição e escrita dos textos, além de uma pesquisa extra para buscar informação nova e a diagramação; e outras tarefas ocasionais, como ajustes técnicos em nossa página, resposta de e-mails (toda semana há alguns para responder, via info@baixacultura.org) e de comentários nas redes sociais; produção da campanha de financiamento no Apoia.se, o que inclui um diálogo constante (pelo menos semanal) com xs apoiadorxs; impressão de adesivos; participação em eventos na área; manutenção do servidor do site e e-mail, organização de backup de textos e fotos; e, ufa, outras tarefas eventuais que agora não lembramos mas que certamente existem!

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Por quê estamos comentando isso, aqui e agora?

Primeiro, para explicar, em detalhes, o que fazemos. É um trabalho diário e árduo manter uma mídia alternativa e um laboratório de cultura livre online em tempos de desinformação constante e grandes monopólios fechados de informação na rede. Fazemos porque amamos e porque consideramos importante – muita gente considera também. Mas requer tempo e esforço.

Segundo, porque estamos com 14 meses da campanha de financiamento contínuo. É lá que estamos buscando recursos para manter nosso trabalho e remunerar as horas dedicadas ao BaixaCultura realizando todas as tarefas já citadas. A partir de R$5 mensais, menos que uma cerveja, você já apoia a continuidade do nosso trabalho.

Terceiro, para dizer que, passado esse período, estamos nos reorganizando para alcançar novos públicos. Fizemos algumas pequenas alterações nas metas e recompensas de nossa campanha que convidamos vocês a olharem.

Quarto, e por fim, para avisar que estamos preparando novidades. Usar mais vídeos (alguém falou de youtuber?) grupos de apoio em redes sociais, novos zines. Queremos saber também de vocês: o que vocês tem achado de nossa campanha, do site, das redes sociais, dos cursos? Alguma sugestão de como ampliar nossa campanha de financiamento e/ou alcance de nossos conteúdos? Nos escreva!

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