PRIVACIDADE – >

O cerceamento da internet por um pequeno apanhado de empresas privadas – Google, Facebook, Amazon e Apple – tem tornado fácil a vigilância de nossas comunicações digitais na rede. Em troca de acesso “grátis” a serviços e sites da internet, oferecemos dados valiosos sobre nossa vida: o que comemos, onde moramos, que lugares frequentamos, quem são nossas amigas, quais nossas artistas favoritas, por onde nos deslocamos pelo mundo, em quem votamos, que causas somos a favor ou contra, entre outras milhares de informações que fornecemos nas redes sociais, nos aplicativos de nossos smartphones e em nossas navegações diárias na internet. 

Há um vasto material sendo produzido nos últimos anos que fala de privacidade na rede; indicamos alguns ao final desse parágrafo. Nosso compêndio mescla algumas iniciativas, como navegadores, buscadores, mas também ideias, que de alguma forma expressam a máxima popularizada pelo Wikileaks, “Privacidade para os Fracos, Transparência para os fortes”, ao buscar defender a nossa privacidade das grandes empresas que controlam a internet e também de governos.

Alguns sites: https://www.internetsegura.br/
https://autodefesa.org/
https://datadetoxkit.org/pt/home

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Tem alguma sugestão de projeto e ideia para esse tema? nos escreva em info@baixacultura.org

Cypherpunks

O uso de senhas e sistemas criptografados de ponta-a-ponta é essencial para garantir que a privacidade do usuário seja mantida e quaisquer informações pessoais não sejam apropriadas para fins comerciais ou políticos indesejados. Os Cypherpunks surgiram como grupo entre os anos 80 e 90 nos EUA, e ganharam notoriedade por responderem a uma ameaça  – no caso, feita por mecanismos regulatórios da criptografia nos Estados Unidos. A união para problematizar legislações (e também atos vigilantes de governos e empresas) foi uma feliz ocasião para reunir grupos de pessoas que discutiam as implicações políticas das técnicas, especialmente aquelas relacionadas com a proteção da privacidade – naquela época já era possível prever muitas (senão todas) as implicações vigilantes de uma rede mundial de computadores como a internet.

“Originários de uma vertente da cultura hacker mais afeita a ação política, em contraponto a outra mais ligada ao liberalismo empreendedor das startups do Vale do Silício, os cypherpunks surgem nos anos 1990 dizendo que a única maneira de manter a privacidade na era da informação é com uma criptografia forte. Mais de trinta anos depois de sua gênese, o ideal dos cypherpunks ainda é presente sobre gerações de criptógrafos, programadores e ativistas, entre eles os reunidos em tornos das criptofestas em diversos lugares do mundo, entre elas a CryptoRave, principal evento da área no Brasil.“

Assistir sem Youtube: https://invidious.osi.kr/watch?v=TvFRJz0LS28

 

Tails. Lineage.

Tails é um sistema operacional baseado na distribuição Debian Linux com objetivo de fornecer privacidade total ao usuário. O sistema roda dentro de um pendrive conectado ao computador, para evitar deixar rastros no HD e na memória da máquina. A navegação dentro do Tails é feita utilizando o protocolo Tor, que torna o usuário irrastreável dentro da internet. Ao desligar o computador e desconectar o pendrive, a sessão é completamente apagada e não é possível acessar qualquer histórico pelo computador. O software se tornou famoso depois de ser indicado por Edward Snowden. 

LineageOS é uma distribuição do sistema operacional Android alternativa ao sistema que as empresas fabricantes de smartphones e o próprio Google disponibilizam em seus aparelhos. É uma boa alternativa para não se manter obrigatoriamente logado na sua conta Google à todo momento, e também continuar usando seu celular caso ele pare de receber atualizações do fabricante.