podcast – BaixaCultura https://baixacultura.org Cultura livre & (contra) cultura digital Fri, 14 Feb 2025 14:17:31 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.0.9 https://baixacultura.org/wp-content/uploads/2022/09/cropped-adesivo1-32x32.jpeg podcast – BaixaCultura https://baixacultura.org 32 32 A crise é cognitiva – a guerra cultural e os fins da internet https://baixacultura.org/2025/02/14/a-crise-e-cognitiva-a-guerra-cultural-e-os-fins-da-internet/ https://baixacultura.org/2025/02/14/a-crise-e-cognitiva-a-guerra-cultural-e-os-fins-da-internet/#respond Fri, 14 Feb 2025 14:09:45 +0000 https://baixacultura.org/?p=15788 Semana passada participei novamente no Balanço & Fúria para falar sobre as transformações da internet, das raízes rebeldes à ascensão da plataforma aliada (e potencializadora) da extrema direita. Falamos um pouco sobre como essa mudança impactou a cognição, o trabalho e a cultura, levando a uma crise de consenso e à ascensão da desinformação, entre outras coisas. No final destacamos a necessidade urgente de repensar a forma como interagimos com a tecnologia e de buscar alternativas que promovam a descentralização, a transparência e o bem comum. A ascensão do DeepSeek, com seu modelo de código aberto, oferece uma faísca de esperança em meio a um cenário de crescente preocupação com o poder das Big Techs e o impacto da desinformação. 

“Quem teve acesso à internet do fim dos anos 90 e começo dos anos 2000 jamais imaginaria que ela se tornaria um dos principais instrumentos para a elaboração do fascismo de nosso tempo, um impulsionador da crise política e estética, seguido da crise cognitiva que determinaria uma nova subjetividade em seus usuários, assim como uma nova definição de capitalismo ultraprecarizado e ultraliberal, que confundiu ainda mais os limites do trabalho, das liberdades e da democracia liberal.

Da guerra cultural à plataformização, passando pela monopolização das Big Techs e a disputa geopolítica baseada nas tecnologias criadas a partir do que resta da internet, Leonardo Foletto caminha sobre uma breve história das redes de compartilhamento, da pirataria, do hackativismo até o apodrecimento algorítmico fascista em que nos encontramos agora.”

Dá pra ouvir/baixar no site e também aqui abaixo.

[Leonardo Foletto]

 

 

 

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Ética da pirataria e o tráfico de cultura https://baixacultura.org/2024/09/06/etica-da-pirataria-e-trafico-de-cultura/ https://baixacultura.org/2024/09/06/etica-da-pirataria-e-trafico-de-cultura/#respond Fri, 06 Sep 2024 21:38:00 +0000 https://baixacultura.org/?p=15718 Como era a internet antes do Twitter? Ou melhor, como era a internet antes dos monopólios das redes sociais e das plataformas de streaming?

O que um dia pareceu oferecer um horizonte de descentralização na produção e distribuição de informação e arte definhou e se transformou em uma máquina de especulação, vigilância, roubo de dados e um terreno fértil para a extrema-direita.

Já sabemos que a internet como a conhecemos acabou, e torcemos para que o que ela se transformou também acabe – ou mude radicalmente. Mas, enquanto isso não acontece, conversei com Rodrigo Corrêa, do podcast Balanço e Fúria (e editor da SobInfluencia), sobre pirataria e a internet da subversão. Desvio, expropriação, cópia, roubo: são muitas as formas de qualificar a prática da pirataria, que desde muito tempo desempenha uma função fundamental de descentralizar e redistribuir cultura, algo que nunca deixará de ser necessário, com ou sem copyright.

Dos piratas do século XV às práticas de colagem surrealista ou détournement situacionista; das rádios livres na Itália dos anos 70 às rádios piratas do Brasil dos anos 90; do boom da internet e da popularização das práticas de difusão de conteúdo que burlam o direito à propriedade intelectual ao revés centralizador dos monopólios de streaming:
falamos um pouco disso tudo e mais um pouco. Balanço e Fúria, aliás, é um dos podcasts mais interessantes a falar de música e política, do punk reggae party ao jazz afropindorâmico, passando por cumbia, Sistas grrrl’s riot, hip hop hackers, música experimental e atonal, free jazz, blaxploitation, punk chinês, queercore, entre outros muitos temas. Não perca também o projeto paralelo deles de Memória Gráfica da Contracultura

Dá pra ouvir direto aqui, além das plataformas habituais.

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2023: o que esperar do cenário digital? https://baixacultura.org/2023/01/06/2023-o-que-esperar-do-cenario-digital/ https://baixacultura.org/2023/01/06/2023-o-que-esperar-do-cenario-digital/#respond Fri, 06 Jan 2023 16:07:34 +0000 https://baixacultura.org/?p=15109  

No final de 2022 conversei no Podcast Tecnopolítica com Sérgio Amadeu – professor da UFABC, ciberativista histórico e parceiro de várias frentes de batalha – sobre o que esperar no cenário da tecnologia em 2023.

O papo buscou responder a pergunta: o que esperar de 2023 no cenário digital? Listei alguns pontos de atenção, que foram discutidos no programa junto com outros pontos trazidos por Sérgio. Segue abaixo o vídeo completo, no Youtube, mas dá também para escutar direto no site do Podcast.

 

 

À época, fiz um texto sistematizando alguns destes pontos, com diversos trechos que não falei no podcast (como do trecho de “O Capital Está Morto”, de McKenzie Wark), outros que abordei de forma diferente e algumas anotações a partir das falas de Sérgio. Há, claro, como em toda boa conversa, outros temas abordados na 1h do vídeo, como a questão do 5G, as tecnologias para a sustentabilidade socioambiental, as tensões nas disputas geoestratégicas dos semicondutores. Como gosto do bruto, segue abaixo o texto, que, penso, tem vários insights para acompanhar neste 2023.

 

  1. REGULAÇÃO DAS PLATAFORMAS & CAPITALISMO DE VIGILÂNCIA

Há um “Zeitgeist”, espírito do tempo, sobre regulação, que é mundial.

Não basta defender “direitos” nas plataformas. É preciso redefinir sua lógica, buscar transparência para os algoritmos.

A organização das informações em torno da timeline, que prioriza não a ordem cronológica das postagens, padrão das redes até então, mas diversos outros fatores (localização, interesses, interação em outros posts, além de publicidade) embutidos no algoritmo, potencializou erros na comunicação digital. Isso começou ali por 2012, com o Facebook, e depois se espalhou por outras redes. Agora, com tudo que vem acontecendo, é como se agora a gente tivesse isso mais claro e começasse a reagir para reverter isso.

Como muitos de nós ativistas do conhecimento livre, que acreditavam numa tecnoutopia de uma internet totalmente livre e na criação de uma sociedade melhor a partir da internet, eu inicialmente não pensava que seria necessário regular a internet e as redes sociais; acreditava que “daríamos um jeito”, que a possibilidade de ter onde e como falar, a partir da “liberação do pólo emissor da informação”, era muito importante para contrapor as narrativas viciadas das mídias tradicionais.

Escrevi um texto no BaixaCultura, em 2018, que fala de uma ressaca da internet e que pensa bastante sobre isso. Eu conto no texto que lembro bem, no final de 2011, quando escrevi um relato sobre a luta pela defesa dos princípios da internet, como a neutralidade da rede, a partir da fala de Yochai Benkler na abertura do Festival Cultura Digital.br. Já naquela época o questionamento sobre o fim da neutralidade da rede e o crescimento dos grandes monopólios era assunto corrente, embora não com tanta presença quanto hoje. Na época, comecei o texto com a pergunta: “é utopia pensar em uma internet democrática e livre, sem privilégios de acesso e tráfego de dados para nenhum lado, assim como foi definido nos princípios do desenvolvimento da rede?”

Bom, esquecemos todos os poderes do capitalismo se reinventar, talvez de um modo ainda pior, como diz o “O Capital Está Morto”, de McKenzie Wark, recém lançado no Brasil pela Sob Influencia e a Funilaria. Acabei de escrever um texto sobre o livro (logo publicamos aqui), que fala de um novo modo de produção, não mais capitalista, mas pior, que não se baseia mais seu poder na propriedade privada dos meios de produção, mas sim no controle do “vetor de informação”, formado por aquelas tecnologias que coletam grandes quantidades de dados e os ordenam, gerenciam e processam para extrair seu valor. A tese central do livro é de que a ascensão deste modo de produção tem criado uma contradição no centro daqueles que detém o poder: se antes as classes dominantes controlavam algum tipo de bem escasso (a propriedade, os meios de produção), agora essa classe necessita controlar algo que é extremamente abundante: a informação. Esta contradição, hoje sem resolução, encaminharia para um novo meio de produção ainda mais selvagem que o capitalismo, em que o domínio se daria na posse e no controle da informação. O que, por sua vez, não implica que os modos de produção anteriores tenham sido apagados: eles coexistem e se sobrepõem, mas agora há uma classe emergente que, dominando a informação, controla também o trabalho e o capital – pelo menos do jeito que tradicionalmente o entendemos.

O modelo de negócio das plataformas é tão nocivo como o do tabaco. Para deter a desinformação, talvez a gente devesse responsabilizar o produtor em escala industrial, no atacado, não no varejo; não o cara que vende baseado na esquina, mas quem produz em larga escala, o grande traficante, se quisermos seguir na metáfora.

Anatel, agência reguladora que é refém do regulado;

Como disse o Rafael Evangelista recentemente, num texto publicado no Outras Palavras, o poder das plataformas precisa ser combatido tendo em vista o modelo de negócios que operam e o gigantismo que adquiriram. Não dá para uma poucas empresas internacionais serem proprietárias ocultas de tudo e fazerem todas as funções, de hospedagem de dados e conteúdos a recomendações de consumo; de publicidade programática a financiamento da produção cultural; de intermediação de serviços de transporte a gerenciamento urbano.

Dito isso, hoje eu não tenho dúvida que a regulação é um caminho. Sobram muitas questões sobre isso que muita gente está pensando hoje em dia, inclusive o Governo Lula: de que forma fazer a regulação com transparência, participação da sociedade civil, com soberania digital, tendo em conta a questão do comum, do que precisa ser comum. O problema é de natureza transversal e creio que hoje tem muita gente se preocupando com isso. E o “inimigo” aqui é difícil, poderoso, compra tudo e todos, então é um problema gigante.

Mas é um “espírito do tempo” da regulação. Os limites das plataformas talvez vão ser dados nos próximos anos.


2. COOPERATIVISMO DE PLATAFORMA

Eu gosto de falar, se me permite, também em alternativas. Uma delas é o cooperativismo de plataforma, uma ideia que tenho acompanhado faz tempo, desde 2017 no Brasil, quando da publicação do livro “Cooperativismo de Plataforma”, do Trebor Scholz, pela Elefante com apoio da Fundação Rosa Luxemburgo.

Recentemente, participei de um documento que faz sugestões a partir de uma preocupação sobre como as grandes plataformas têm se colocado como intermediárias do trabalho, digital ou não, gerenciando e extraindo valor das atividades. Foi produzido a partir de um seminário sobre cooperativismo de plataforma e políticas públicas, em Porto Alegre, organizado pelo Digilabour, do parceiro Rafael Grohmann. O foco aqui é a apropriação dessas estruturas de intermediação pelos trabalhadores organizados.

Linhas para Políticas Públicas

_ Estado como catalisador de relações de trabalho mais dignas e inclusivas a partir do cooperativismo de plataforma no marco da economia solidária, fomentando iniciativas “de baixo para cima”;

_ Desenvolvimento de uma política nacional para o cooperativismo de plataforma, incluindo fomento a projetos locais, regionais e nacionais em diversos setores;
_ Políticas para o desenvolvimento de plataformas cooperativas baseadas em tecnologias livres de modo a favorecer a auto-organização de trabalhadoras e trabalhadores;

É um caminho que dialoga com o movimento do software livre, da qual você é parte importante Sérgio, e com a cultura e o conhecimento livre, que fala em mais acesso, mas também autonomia sobre as tecnologias, pautando por por uma perspectiva de desalienação, de revolta das pessoas contra processos de apropriação de meios de produção e extração de valor.

De modo geral, tudo é menos tecnológico do que se imagina. É mais organização dos trabalhadores do que uma tecnologia que vai resolver.

 

3. COPYRIGHT TROLLS

Em paralelo a isso, para seguir no ponto da cultura livre, continua ocorrendo a criminalização de quem baixa arquivos, tão comum nos anos 2000. Em 2021 e 2022 a gente teve diversas ações dos Copyright Trolls,  pessoas ou organizações que realizam ameaças de processo judicial, ou outras atitudes particularmente agressivas, para obter remuneração a partir de questões ligadas à proteção dos direitos autorais. Atuam a despeito de um real embasamento jurídico para sua reivindicação nesses casos, e a notificação se presta a causar terror psicológico pela ameaça de ação judicial que dificilmente resultaria em vitória para quem a ajuizasse.

Continuam intimidando pessoas que baixaram determinados filmes com avisos ameaçadores por email, como títulos como “Notificação extrajudicial pela infração a direitos autorais” ou “Alerta sobre infração a direitos autorais”, como mostra a nota publicada no Partido Pirata.

Eles explicam como obtiveram os dados cadastrais, via provedor (Claro), a conexão estava ligada a uma rede wifi, registrada em nome da pessoa que recebeu a carta. Agora eis a questão: como eles podem afirmar que a pessoa, que fez o suposto download, estava conectada a uma rede wifi, e não usando uma conexão por cabo de rede? Com base nas “provas” apresentadas, não há como. É puro achismo e especulação por parte deles.

Ainda há esse entendimento hoje, da equiparação do arquivo digital ao arquivo físico, do bem material ao bem imaterial, da criminalização do download. A indústria cultural não parou e vai continuar se a gente não propor novas legislações e, principalmente, entendimentos sobre o que é um bem comum, que não é necessariamente rival de um bem material, etc. Até mesmo editoras de esquerda criminalizam pessoas que baixaram seus livros! No Brasil precisamos pensar com cuidado a questão de acesso antes de sair criminalizando ou incitando o ódio a quem baixa arquivos de bens culturais como livros. Precisamos pensar também no paradigma da abundância, não da escassez. Maximização social cultural pode tornar sustentável a maximização econômica. A produção social vem antes da maximização dos lucros.

 

4. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL 

Padronização e classificação de dados. Aplicativos como Lensa, GPT-3, etc.

A velocidade com que esses sistemas generativos estão se complexificando é assustadora. E não há sinais claros de que estamos perto do limite.

Já é plenamente possível gerar textos e imagens críveis de maneira automatizada. Vozes, Vídeos e Modelos 3D estão logo ali. Já tem alguns resultados e provas de conceito. Em todos os casos, o custo maior – tanto de processamento quanto de coleta e organização de informação – é treinar o ‘modelo’.

Tem todo um debate sobre privacidade, propriedade intelectual e direitos autorais que se reacende nesse novo mundo. De quem é a “propriedade” de um desenho gerado por IA? De quem a treinou? É plágio? Como vamos lidar com obras de arte feitas inteiramente em IA ganhando concursos artísticos?

O designer Jason M. Allen recorreu ao Midjourney, programa que usa algoritmos treinados com fotos da web para gerar novas imagens, para fazer uma imagem que ganhou um concurso de arte doméstico no Colorado, Estados Unidos (logo abaixo). Ele precisou apenas descrever que tipo de obra de arte desejava para que o software realizasse o trabalho, em segundos.

 

5. MODELOS DE NEGÓCIO / MONETIZAÇÃO DOS DADOS PESSOAIS

Meus dados, minhas regras. Tem gente que diz que a monetização de dados pessoais diminuirá a desigualdade social. Defendem que será possível ampliar a renda das pessoas se elas tiverem autonomia sobre as próprias informações, como financeiras, de saúde, de comportamento e outras. O mundo estaria próximo de passar por uma revolução na economia, baseada na propriedade dos dados até 2025. Será?

 

 

 

 

Théâtre d’Opéra Spatial, Jason M. Allen (e Midjourney?)

 

 

[Leonardo Foletto]

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A Cultura é Livre no Guilhotina, do Le Monde Diplomatique https://baixacultura.org/2022/03/18/a-cultura-e-livre-no-guilhotina-do-le-monde-diplomatique/ https://baixacultura.org/2022/03/18/a-cultura-e-livre-no-guilhotina-do-le-monde-diplomatique/#respond Fri, 18 Mar 2022 13:11:39 +0000 https://baixacultura.org/?p=13944

Em 2021, nestes mesmos dias de março, estava lançando o “A Cultura é livre”, fruto de uns bons anos de pesquisa sobre o tema no BaixaCultura , como já comentei. Foi junto a Flipei – Festa Literária Pirata das Editoras Independentes , organizada pela Autonomia Literária , co-editora do livro ao lado da Fundação Rosa Luxemburgo, com o prefácio do imortal (agora “oficial”, pela ABL) Gilberto Gil. Online, como (quase) tudo que ocorria em março do ano passado – agora que se vislumbra uma saída pós pandemia quero muito poder encontrar as pessoas; quem sabe um lançamento presencial “atrasado”?

Ontem foi ao ar a última edição do Guilhotina, podcast do Le Monde Diplomatique Brasil , comandado por Bianca Pyl e Luis Brasilino. Das entrevistas, lives e podcasts que participei nesse ano, este talvez seja o que mais tenha falado, sobre e a partir do “A Cultura é Livre”. Não sei se isso é bom, mas os livros são vivos, o distanciamento nos dá perspectivas diferentes sobre uma obra, ativa sentimentos diversos – porque não falei mais daquele tema ou citei aquele outro trabalho, etc; não se termina um livro, mas se livra dele – literalmente. As falas acompanham esse zigue-zague de perspectivas.

Sigo gostando e achando o livro uma boa introdução ao vasto e complexo tema da cultura livre, que mesmo não sendo um tema de moda hoje na internet (como já foi no início dos 2000), será importante enquanto houver ser humano (ou robô) criando. Sigo também mergulhando mais no último capítulo, onde falo das perspectivas do extremo-oriente e ameríndias sobre propriedade intelectual, enquanto espero a edição em espanhol ser finalizada.

O podcast dá pra escutar no site do Le Monde, no Spotify e em outras plataformas. O livro, além de poder ser baixado aqui no site, pode ser comprado no site da Autonomia e de algumas livrarias como:
_ Baleia (Porto Alegre)
_ Livraria Travessa (RJ, SP, Brasília, Portugal)
_ Livraria Martins Fontes Paulista (SP)
_ Livraria Taverna (Porto Alegre)
_ Simples (São Paulo)
_ MegaFauna (São Paulo)
_ Amazon  
_ FNAC
_ Estante Virtual
_ Livraria Cultura (e-book)
_ Magazine Luiza

 

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Fagulha com autonomismo & hackativismo https://baixacultura.org/2019/11/20/fagulha-com-autonomismo-hackativismo/ https://baixacultura.org/2019/11/20/fagulha-com-autonomismo-hackativismo/#respond Wed, 20 Nov 2019 10:34:00 +0000 https://baixacultura.org/?p=13083

Em 20 de novembro de 2019, no aniversário de 10 anos da morte do Daniel Pádua*, o Fagulha Podcast conversou com Leonardo Foletto e Desobediente (respectivamente, editor do BaixaCultura e agitador cultural e autonomista, a dupla que mantém o curso “Tecnopolítica e ContraCultura“) sobre autonomismo, Luther Blissett, hacktivismo, composição de classe, Bifo, as influências do autonomismo italiano no anarquismo contemporâneo, no hacktivismo, e nas formas de luta libertárias de hoje.

Dá para escutar e baixar em MP3 neste link.

O podcast traz uma tentativa, também, de aproximar o autonomismo do pensamento anarquista – mais precisamente, do que se convencionou chamar de pós-anarquismo, uma série de mudanças na forma de pensar e agir do anarquismo que se deu a partir do evento conhecido como “Batalha de Seattle” em 1999, quando da ocasião da reunião da OMC (do qual já falamos por aqui). Aliás: a edição seguinte do Fagulha podcast trata justamente desse momento histórico e traz como convidados Acácio Augusto e Camila Jourdan.

Sobre o pós-anarquismo, cabe aqui algumas indicações dos nossos parceiros da editora Monstro dos Mares. A primeira é “Como o novo anarquismo mudou o mundo depois de Seattle e deu origem ao pós-anarquismo“, texto de Süreyyya Evren que detalha esses caminhos novos do anarquismo, principalmente sob a influência do pós-estruturalismo e do pós-modernismo; e o outro é “Políticas do Pós-Anarquismo“, de Saul Newman, que aprofunda a discussão sobre novos anarquismo a partir do pós-estruturalismo e também da Análise de Discurso e fala do momento e da problemática pós-anarquista. Ambos textos são parte do livro “Post-Anarchism, A Reader“, organizado por Süreyyya Evren e Duane Rousselle, publicado em 2011 e referências importantes para entender como se move o anarquismo hoje (e que você pode baixar aqui, de grátis). A seguir, dois trechos, do primeiro e do segundo, respectivamente:

“O anarquismo é amplamente aceito como “o” movimento por trás dos princípios organizacionais fundamentais dos movimentos sociais radicais no século XXI. A ascensão do movimento “antiglobalização” esteve ligada a um ressurgimento geral do anarquismo. Esse movimento foi colorido, enérgico, criativo, eficaz e “novo”. E o crédito pela maior parte dessa energia criativa foi para o anarquismo. O anarquismo parecia estar tomando de volta seu nome como movimento e filosofia política das conotações e metáforas de caos e violência. A estratégia da mídia corporativa de se concentrar exclusivamente na tática dos black blocs, infelizmente, não apenas reproduziu essas conotações, mas também ajudou a atrair mais atenção para os pensadores políticos e ativistas que entendiam o motivo de todo esse alarido. Por sua vez, surgiram trabalhos mais eruditos e políticos sobre o anarquismo e o novo “movimento”(EVREN, 2011)

O que torna esse movimento radical é sua imprevisibilidade e indeterminância – a forma como ligações e alianças inesperadas são formadas entre diferentes identidades e grupos que, de outra forma, teriam pouco em comum. Ao mesmo tempo em que esse movimento é universal, no sentido de invocar um horizonte emancipativo comum que constitui as identidades dos participantes, ele rejeita a falsa universalidade das lutas marxistas, que negam a diferença e subordinam as outras lutas ao papel central do proletariado – ou, mais precisamente, ao papel vanguardista do Partido. (NEWMAN, 2011).

Como falamos (Leonardo’s) no podcast, o autonomismo tem bastante referência no anarquismo, tanto que nos primeiros anos da década de 1960, mesmo reivindicando o marxismo nas primeiras revistas, os autonomistas foram chamados de anarcosociólogos, já que bebiam muito dos anarquismos italianos.

Fonte: Wikipedia

* Pra quem não conhece, saiba: Daniel Pádua foi um importante hacker e ativista brasileiro. Seu blog continua no ar e é um rico acervo do que se passava na internet brasileira entre 2001 e 2009. dpadua, como era conhecido, foi um dos idealizadores e articuladores da rede MetaReciclagem, trabalhou nos primeiros anos do MinC comandado por Gilberto Gil, na EBC e fomentou a articulação de muitos projetos de uma internet livre.

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