oficinas – BaixaCultura https://baixacultura.org Cultura livre & (contra) cultura digital Wed, 14 Sep 2022 04:26:17 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.0.9 https://baixacultura.org/wp-content/uploads/2022/09/cropped-adesivo1-32x32.jpeg oficinas – BaixaCultura https://baixacultura.org 32 32 Compartilhando processos: sobre como fazemos e nos sustentamos https://baixacultura.org/2019/05/22/compartilhando-processos-sobre-como-fazemos-e-nos-sustentamos/ https://baixacultura.org/2019/05/22/compartilhando-processos-sobre-como-fazemos-e-nos-sustentamos/#respond Wed, 22 May 2019 15:58:04 +0000 https://baixacultura.org/?p=12832

Vocês talvez já devam ter ouvido falar do termo “Curadoria de informação“, ou “curadoria de conteúdo”? Trata-se de selecionar, entre os 30 milhões de terabytes (e contando…) de dados na internet, aqueles que são mais importantes para diversos fins. O termo “curar” vem mais das artes, onde o curador é alguém que, por exemplo, organiza uma exposição e seleciona as obras de determinado artista (ou de várias) para alguma mostra.

Aqui no BaixaCultura nós fazemos diariamente curadoria de informação (humana) voltada à tecnopolítica, contracultura digital e cultura livre. Isso significa que, por trás das postagens que vocês acompanham todo dia nas redes sociais (em especial, no canal do Telegram, Facebook, Twitter e Instagram), há algumas horas semanais de leituras de notícias, ensaios, artigos, livros, escuta de podcasts e visualização de vídeos da internet para trazer para vocês aquilo que acreditamos ser o mais importante nas áreas que trabalhamos.

Toda segunda-feira, dedicamos algumas horas, geralmente pela manhã, para fazer o que chamamos de “ronda”: ler o que foi publicado nos veículos, perfis em redes sociais e selecionar notícias/ensaios/vídeos e artigos para trazer em nossas redes. Agendamos, então, em nossos canais, algumas publicações para toda semana com informações que chamamos, no jargão jornalístico, de “frias”, ou seja, que não dizem respeito a um fato que acabou de acontecer; indicações de textos mais cabeças para ler, sites com acervos livres incríveis, indicação de filme/vídeo a assistir, uma entrevista com alguma pessoa que tem o que dizer na área, entre outros tipos de conteúdos.

No decorrer da semana, todos os dias, geralmente pela manhã, depois do café/desayuno/pequeno almoço, atualizamos nossa “ronda” com informações recém publicadas e que são “quentes”, ou seja, que acabaram de sair e que tem relevância para ontem. Essas informações – geralmente matérias jornalísticas, artigos de opinião, anúncios de governos/empresas, etc – são lidas e preparadas para a a publicação: selecionamos um trecho que julgamos resumir a informação, ou uma declaração potente, editamos, pegamos o link e, então, publicamos em nossas redes. Nosso noticiário tecnopolítico global ultimamente tem sido tenso e pesado, por isso, para aliviar um pouco, costumamos lançar algumas informações mais “leves” – dicas de site, vídeos, entrevistas, livros, etc – entre as notícias “quentes”, geralmente mais nas sextas e nos finais de semana.

Nem sempre conseguimos publicar as informações no “calor da hora”, porque nosso mundo é vasto, as informações circulam muito rapidamente e não conseguimos estar em condições de acompanhar e publicar na hora. Mas, sinceramente, tudo bem; nosso objetivo não é ser o primeiro a noticiar, mas trazer uma informação mais confiável, apurada, de uma fonte comprovada, que vai dar um panorama mais amplo da situação. Raramente publicamos um tweet, por exemplo; mais provável que escolheremos a notícia que repercutiu esse tweet e deu mais outras informações de contexto.

“Tecnopolítica e Contracultura”, curso em fev de 2019

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Esse é o trabalho de Curadoria de informação que fazemos no BaixaCultura. Ele leva tempo: pelo menos 10h por semana ficamos lendo e selecionando informação para publicar em nossas redes. E esse é apenas um dos trabalhos que fazemos: há ainda, pelo menos, outras quatro frentes.

1) a produção de texos inéditos, geralmente análises (como “Ressaca da Internet, espírito do tempo“), relatos sobre eventos que partiticipamos (CryptoRave 2019) e oficinas e cursos que realizamos (Tecnopolítica e ContraCultura, Como documentar um projeto cultural), além da eventual edição e revisão de textos de colaboradores (como o “RSS para fugir dos algoritmos das redes sociais“, do Victor Wolffenbüttel). Escrever um texto inédito, pra nós, é um trabalho de pelo menos 5h: há a escrita propriamente dita, feita a partir de alguma ideia a guiar o texto (no caso das análises) ou de uma série de informações a ser relatadas (no caso dos eventos); a pesquisa de sites, links e outras referências que dêem base ou mostrem aquilo que estamos escrevendo; a finalização e revisão, onde, depois de algum tempo a deixar sem mexer o texto, relemos e cortamos ou acrescentamos alguma parte, além de pesquisar e inserir fotos e vídeos que dialoguem com a postagem. O trabalho de edição de textos de colaboradores geralmente inclui as duas últimas partes somente.

Organizando zines e recompensas, maio de 2019

2) A produção de eventos dentro da nossa temática, como os encontros da rede de cultura livre do sul global, que resultou em 2018 no Encontro de Cultura Livre do Sul, e cursos, oficinas, palestras, como os citados acima e outros que ocorrem por demanda. No caso dos eventos da rede, há o trabalho de organização e articulação, que inclui o envio de muitos e-mails, algumas videoconferências, outras horas pesquisando as iniciativas, tecnologias e projetos envolvidos; conversas diversas e assíncronas nos chats (geralmente usamos o Telegram e o Signal), aprovação e produção de artes gráficas, textos para convidar as iniciativas e organizar as metodologias de trabalho, revisão e publicação em páginas diversas. No caso das oficinas, cursos e palestras, há uma parte de tempo envolvida que é de difícil quantificação: a leitura de livros, sites, conversas com pessoas, on ou offline, que trazem informações novas ou ideias que podem agregar às temáticas que pesquisamos, por exemplo, não são dados quantificáveis porque aleatórios e ocasionais. Mas a sistematização dessas ideias, referências, práticas e fazeres em uma metodologia de ensino sim: são mais pelo menos 10 horas (de acordo com a oficina/palestra/curso) de escrita, pesquisa, conversas (com pessoas próximas, ou oficineirxs parceirxs) e organização de um material de apresentação que sirva de apoio e guia da oficina/curso/palestra.

3) a produção de zines e outros eventuais produtos no que chamamos de “Loja” aqui no site. Para a produção de nossas publicações artesanais (geralmente zines), costumamos selecionar os textos a partir das pesquisas já comentadas para a publicação das postagens, realização dos cursos ou da curadoria de informação. Há, então, a fase de edição, que consiste de pensar a publicação como um todo: se for mais de um texto (caso de La Remezcla, por exemplo), quais vão entrar na edição, ajustes nos artigos (se algum se referir a um fato já ocorrido, por exemplo, hay que atualizar), revisão e encomenda ou escrita de algum texto extra, como uma apresentação, introdução ou posfácio. Há, então, a definição do projeto gráfico, que é realizada a partir do diálogo constante entre editores de texto e de arte (geralmente aqui são duas pessoas envolvidas): envio de um esboço, aprovação, correção, revisão, diagramação final, revisão. Por fim, há a parte de produção gráfica: há que escolher os tipos de papéis usados, qual vai ser a tiragem, negociar preços e entregas se a opção for escolher alguma gráfica a fazer o serviço; organizar a impressão caseira por algumas horas se for produção caseira, como nossas parcerias com a Monstro dos Mares, o que inclui também compra de papel, manutenção da impressora, grampos, cola, tesoura, acabamentos diversos, trabalho feito por pessoas.

Depois desses processos vem o gargalo mais difícil: a distribuição. Que no nosso caso se dá: 1) recompensas de nossas campanhas e venda direta online, onde a entrega é pelos Correios; 2) livrarias parceiras, que vendem publicações alternativas mediante alguma porcentagem para elas nas vendas, caso da Livraria Taverna, em Porto Alegre, e no Ônibus Rizoma, em São Paulo; 3) feiras gráficas e de livros, onde já participamos com banca própria, mas ultimamente deixamos nosso material com alguma livraria/iniciativa parceira, caso da Monstro dos Mares ou da Chupa Manga, por aboluta falta de tempo e condições; 4) Há também a distribuição e venda quando realizamos alguma atividade, como cursos, oficinas e palestras, onde quase sempre levamos algumas publicações;

4) Por fim, e não menos importante, há o trabalho de produção de nossa Newsletter em parceria com a Casa da Cultura Digital Porto Alegre, quase sempre quinzenal, que se aproveita dos trabalhos anteriores de curadoria de informação e pesquisa, mas também requer um tempo de pelo menos 4h antes de seu envio para edição e escrita dos textos, além de uma pesquisa extra para buscar informação nova e a diagramação; e outras tarefas ocasionais, como ajustes técnicos em nossa página, resposta de e-mails (toda semana há alguns para responder, via info@baixacultura.org) e de comentários nas redes sociais; produção da campanha de financiamento no Apoia.se, o que inclui um diálogo constante (pelo menos semanal) com xs apoiadorxs; impressão de adesivos; participação em eventos na área; manutenção do servidor do site e e-mail, organização de backup de textos e fotos; e, ufa, outras tarefas eventuais que agora não lembramos mas que certamente existem!

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Por quê estamos comentando isso, aqui e agora?

Primeiro, para explicar, em detalhes, o que fazemos. É um trabalho diário e árduo manter uma mídia alternativa e um laboratório de cultura livre online em tempos de desinformação constante e grandes monopólios fechados de informação na rede. Fazemos porque amamos e porque consideramos importante – muita gente considera também. Mas requer tempo e esforço.

Segundo, porque estamos com 14 meses da campanha de financiamento contínuo. É lá que estamos buscando recursos para manter nosso trabalho e remunerar as horas dedicadas ao BaixaCultura realizando todas as tarefas já citadas. A partir de R$5 mensais, menos que uma cerveja, você já apoia a continuidade do nosso trabalho.

Terceiro, para dizer que, passado esse período, estamos nos reorganizando para alcançar novos públicos. Fizemos algumas pequenas alterações nas metas e recompensas de nossa campanha que convidamos vocês a olharem.

Quarto, e por fim, para avisar que estamos preparando novidades. Usar mais vídeos (alguém falou de youtuber?) grupos de apoio em redes sociais, novos zines. Queremos saber também de vocês: o que vocês tem achado de nossa campanha, do site, das redes sociais, dos cursos? Alguma sugestão de como ampliar nossa campanha de financiamento e/ou alcance de nossos conteúdos? Nos escreva!

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Cultura livre e acesso aberto ao conhecimento em Portugal https://baixacultura.org/2017/01/06/10-mitos-sobre-cultura-livre-e-acesso-aberto-ao-conhecimento-em-portugal/ https://baixacultura.org/2017/01/06/10-mitos-sobre-cultura-livre-e-acesso-aberto-ao-conhecimento-em-portugal/#respond Fri, 06 Jan 2017 21:31:38 +0000 https://baixacultura.org/?p=11401 postip1

(post reproduzido do Fotolivre.org)

A convite do grupo Post-ip, do INET-MD Departamento de Comunicação e Arte/Universidade de Aveiro (Portugal), junto do Fotolivre.org, estivemos no DeCA para uma conversa que abordou os 10 mitos mais famosos sobre Cultura Livre e acesso aberto ao conhecimento.

Durante pouco mais de 2 horas debatemos os desafios e as alternativas para distribuição de produtos e abertura de processos relacionados à difusão cultural, acesso ao conhecimento e à produção artística.

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Os slides usados para a apresentação podem ser encontrados [aqui em .odp] e [aqui em .pdf]. Para fazer o download dos arquivos, clique com o botão direito do mouse e clique em “salvar link/arquivo como”.

Os vídeos apresentados foram: Tudo é remix parte 4 e Tudo é Remix Kill Bill.

Agradecemos novamente o convite, foi fixe 😀

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A ideia da oficina é a de apresentar teoria e prática de táticas de comunicação de guerrilha, dos nomes fake à produção de notícias falsas, passando pelo subvertising (propagandas anti­consumo com símbolos do capitalismo), cut­-up, happenings, eventos falsos e outras práticas agrupadas na ideia de artivismo.

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Realizamos uma primeira versão da oficina no Festival #Hashtag, em Ribeirão Preto – SP, em julho deste ano. Tratamos de apresentar ideias, exemplos e causos utilizados por coletivos que já falamos bastante por aqui, como osAdbusters, Wu Ming, Luther Blisset, Provos, BaixoCentro, e táticas como as de distanciamento, sobreidentificação, happenings, snipers (os franco-atiradores semióticos), nomes coletivos, fakes, entre outras. A partir de um fato da época na cidade, fizemos um happening chamado “Partida De Futebol Mais Rápida do Mundo”, registrado em imagens aqui e neste vídeo, editado pelos participantes da oficina.

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Fizemos (assim como na primeira, em parceira com o Fotolivre.org) uma segunda versão da oficina em novembro, junto ao Centro de Mídias Populares, com a equipe do núcleo de produção multimídia e para internet do Brasil de Fato. De menor tempo de duração, desta vez fizemos um apanhado das táticas apresentadas anteriormente e trouxemos mais exemplos, de situações mais cotidianas e fáceis (como os memes) à casos históricos do hackativismo, como o caso Dow Ethics, do Yes Men, e o Eletronic Disturbance Theater, ação do Critical Art Ensemble em apoio aos zapatistas.

Ao final, dividimos em grupo os cerca de 30 participantes dos mais variados países da américa latina (contamos gente de Cuba, Venezuela, Argentina, Uruguai, Colômbia, Bolívia e Chile) para propor ações guerrilheiras em suas realidades. A agilidade dos memes foi uma das táticas escolhidas e consta que alguns deles já estão circulando pelas redes… Confira abaixo fotos das oficinas e, por fim, o pdf (mais de 40 páginas!) com a apresentação utilizada na oficina.

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Apresentação Guerrilha SP

Referências teóricas da oficina:
BLISSET, Luther. Guerrilha Psíquica. Sao Paulo, Conrad, 2001.
BLISSET, Luther. BRÜNZELS, Sonja. Como acabar con el mal: manual de guerrila de la comunicación. Vírus Editorial; Barcelona, 2000.

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Imagens: Nike Boy (Adbusters), Subertising, Florian Riviere. 

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Um giro pela cultura livre https://baixacultura.org/2012/10/01/um-giro-pela-cultura-livre/ https://baixacultura.org/2012/10/01/um-giro-pela-cultura-livre/#respond Mon, 01 Oct 2012 20:59:50 +0000 https://baixacultura.org/?p=9349

[Com licença, plural.]

As últimas semanas foram de algumas oficinas e debates sobre cultura livre, pirataria, copyleft, e outros termos assemelhados por São Paulo. De início, duas falas/aulas numa escola (particular) de ensino médio localizado na zona sul de São Paulo chamada Escola Viva, durante a “Semana de Empreendedorismo e Tecnologia“. Nesta mesma semana, rolou ainda um debate no Centro Cultural São Paulo, em uma invasão do Ônibus Hacker e conexão via rede com o pessoal do LibreBus, de Córdoba.

Na semana passada, também em parceria com o Ônibus Hacker, rolou duas oficinas de cultura livre no Memorial da América Latina, durante o Encontro Estadual do Acessa SP, programa de inclusão digital do governo do estado de São Paulo com mais de 700 pontos espalhados pelo estado. E, por fim, um debate/conversa de bar transmitido na Pós-TV – a princípio sobre “cidades digitais”, mas que acabou descambando até pra regulação da mídia e pro jornalismo.

E daí, alguém poderá dizer? Daí que conversas desse tipo, em contextos diferentes, algumas fora do nicho identificado com a cultura digital, trazem muitas dúvidas. A primeira, que permeou todos esses debates: como fazer a discussão da cultura livre/digital e do copyright encontrar os movimentos sociais? Ou, de outro modo, como ampliar a atuação de movimentos como o do software livre, ou mesmo de posições como a “caduquez” das leis de direito autoral frente a realidade de hoje, para além dos “hard-user” da internet?

[Alguns dados pra contextualizar: 62% das residências brasileiras não estão conectadas à internet. Para quem ganha até 1 salário mínimo a exclusão é de 94%. Para mais dados sobre o assunto, vale acessar o site da campanha “Para expressar a liberdade.]

“Oficina” de cultura livre no Encontro Estadual do Acessa SP, no Memorial da América Latina.

Não estou aqui querendo me colocar como um hard-user a “catequizar” alguém, longe disso. A ideia das oficinas foi apenas a de debater questões que estão na pauta do dia na internet hoje – liberdade na rede, compartilhamento, direitos autorais, pirataria, entre outros. E, nisso, não deixa de ser surpreendente que, nas falas aí acima, poucas pessoas conhecessem o crowdfunding, menos ainda o Creative Commons e raríssimos o copyleft – termos que, as vezes, parece “dado”.

Ninguém “deve” saber nada nessa vida, é certo, mas ficou a sensação de que, talvez, estamos falhando em fazer com que ideias com um potencial gigantesco de transformação cheguem a uma realidade que poderia ser mudada para melhor. Fica outra pergunta: como mudar essa situação? Pela educação, talvez. Não aquela chata e convencional que estamos infelizmente acostumados, mas uma mais próxima a de que falamos aqui, focada no processo e não na avaliação final, na contextualização da complexidade do mundo e não na sua simplificação extrema (e eterna).

Circular pelos mais diferentes ambientes, longe do espectro de pessoas “da cultura digital”, pode ser um caminho. O Ônibus Hacker faz isso em suas invasões hacker – e talvez por conta disso seja sempre bem recebido por todos. Mas nem sempre dá pra se ter um ônibus com gente a fim de fazer isso. E não vivemos a época das receitas prontas; pegue qualquer ingrediente e remixe a sua.

Abaixo, coloquei a apresentação que fiz para guiar a fala na Escola Viva e no encontro do Acessa SP. Traz conceitos bem básicos, e foi apresentada junto com dois vídeos (o “Tudo é Remix” parte 4 entre eles).

[Leonardo Foletto]

 
Créditos fotos: Ônibus hacker, Prodesp.
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De Paraty a Porto Alegre, de Santa Maria ao Ônibus Hacker https://baixacultura.org/2012/05/16/de-paraty-a-porto-alegre-de-santa-maria-ao-onibus-hacker/ https://baixacultura.org/2012/05/16/de-paraty-a-porto-alegre-de-santa-maria-ao-onibus-hacker/#comments Wed, 16 May 2012 13:20:06 +0000 https://baixacultura.org/?p=6615

Já faz dois dias que o Ônibus Hacker voltou da participação na Virada Digital em Paraty. Foi uma jornada incrível, apesar (ou por causa?) dos percalços técnicos.

Vejamos: o busão estava programado para sair as 10h de sexta, da Casa da Cultura Digital, em São Paulo; saiu às 19h. Duas horas depois e quase 200 Km rodados, a embreagem recém comprada estourou, e fomos conseguir parar perto de um posto de pedágio próximo a São José dos Campos. Relato da Lívia Ascava, uma das figuras centrais da organização do Busão: “estávamos trocando ideia com o Reinaldo [motorista] quando escutamos um ‘putaqueopariu, o pedal da embreagem caiu’.

Ela continua: “Imagina o pedal colado no chão, tinha que bombear ele para que o ar saísse e assim a pressão voltasse. Começamos com a mão, depois fizemos uma gambiarra com uma corda. Um apertarva o pedal pra baixo, com as pernas. Outro puxava o pedal pra cima, com uma cordinha. Não deu certo; chamamos o guincho e 12 pizzas”. O guincho chegou antes, e as pizzas (calabresa eterna e mussarela a là escassez de gosto) foram consumidas com fome.

Algum tempo depois, com direito a roda de violão em pleno asfalto da rodovia Ayrton Senna, o ônibus foi guinchado a um posto próximo. É de lá que saiu a foto acima, porque foi assim: enquanto as duas vans que nos levariam a Paraty não chegavam, o busão foi estacionado num descampado, luzes coloridas foram montadas e playlists (rock clássico, de Led a Secos & Molhados, predominou) tentaram animar a noite algo fria do interior paulista.

Por volta das 7h da manhã chegamos a Paraty. Uma turma ficou no posto esperando o mecânico consertar o busão, que só foi chegar na cidade às 15h de sábado, se instalando diretamente nas “tendas” da Virada. Foi a deixa para começarem as oficinas do busão: de como fazer uma lei popular à TV Pirata, passando por Como Montar uma Rádio Livre até Narrativas e Conteúdos para Rádio Digital.

“Acampamento Hacker” na Virada Digital

Enquanto as grandes figuras da cultura digital/política conversavam questões macros na tenda, nós falávamos para as bases, uma gurizada animada e interessada que nem precisou da nossa deixa para criticar o Jornal Nacional e toda a “grande mídia” e taxá-las de manipuladoras [Mas, por favor, sem essa de PiGs, ok?]. Eles é que vão terminar de transformar (não acabar, atenção) o jornalismo em algo mais conectado com a verdade e a transparência e menos com interesses lucrativos e obscuros.

A oficina que participei, de Narrativas e Conteúdos para Rádio Digital, foi “conversada” dentro do busão, no espaço ao fundo que costumamos chamar de “sala” por ser o das “junções” de gente (ajuda essa parte ter uns bancos a menos). O grande parceiro Gilberto Vieira fez uma decoração com luzinhas coloridas que deu um charme cabaré a coisa toda, o que certamente contribuiu para que umas 15 pessoas passassem por ali (não achei foto dessa oficina; quando achar, posto aqui).

Liane Lira e Patrícia Cornilis na oficina de Lei de Iniciativa Popular

Falamos de cultura livre, rádio livre, jornalismo, o velho binômio hacker X cracker e até do Wikileaks – tive que explicar, pela primeira vez na vida, por que Assange foi “acusado” de estupro por ter feito sexo sem camisinha com duas mulheres suecas. Para ficar algo didático, propomos 3 eixos de trabalhos para produzir conteúdo pra rádio que instalaríamos na Virada: jornalismo, jingles/publicidade e literatura/arte.

A gurizada embarcou na ideia: entrevistaram a mesma Lívia, sentados no chão de brita do local, para entender mais do Busão Hacker; gravaram, com o porto-alegrense Rodrigo Isoppo ao violão e direção musical, um embrião de jingle a partir da música “Vira-Vira”, dos Mamonas Assassinas, e as palavras “virada digital”. E teve até tempo para leitura de poema de um dos garotos, de 16 anos, para sua namorada – ou seria um poema da namorada para ele?

Não conseguimos instalar a rádio na virada, mas o conteúdo da gurizada foi gravado e, se der, editamos e publicamos em outro momento da Rádio Hacker – que, aliás, está sendo instalada numa sala secreta da Casa da Cultura Digital e em breve posto aqui novidades sobre isso e o que ela terá a ver com o BaixaCultura.

[Quer saber mais sobre a Virada? o site do busão Hacker tem mais esse relato, a fanpage no Facebook tem muitas fotos, assim como o Flickr. E o Estadão fez uma matéria sobre o evento todo.]

Fabrício Zuardi e Taipan, filho de Alex Antunes, que pirou na escaleta

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 A jornada da semana passada terminou com a volta a São Paulo no domingo à tarde/noite, pós Virada Digital. Mas começou com Santa Maria, na quarta feira, num bate-papo que fiz com André Galarça na Feira do Livro de Santa Maria. O tema era o “Efêmero Revisitado” e suas conversas sobre teatro e cultura digital, mas, como é de costume em eventos que ocorrem na praça central da cidade, o assunto foi para outros lados, de “futuro do jornalismo” a “o que mudou na sua vida depois de escrever um livro”.

Tentei responder a todas as questões; fiquei feliz só delas existirem em mais de 10, algo raro quando se trata de assuntos desconhecidos de muita gente (como ainda é o teatro digital). Pelas minhas contagens, devem ter visto a conversa umas 60 pessoas, entre os talvez 40 sentados e outros tantos que passavam pela praça, sentavam um pouco, e seguiam seu rumo. Um salve a Feira do Livro de Santa Maria e a produtora OPSs! pelo convite e recepção. [Dei uma entrevista rápida a Rádio Itapema local, comandada pelo camarada Márcio Grings; assim que descolar o áudio reproduzo aqui].

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Transmissão da Pós-TV/Lançamento do Efêmero em Porto Alegre

Na quinta feira, rolou o lançamento/transmissão da Pós-TV sobre teatro digital em Porto Alegre, na Palavraria, com o apoio essencial da Casa Fora do Eixo. Apesar de alguns problemas técnicos (os dois skypes marcados para o momento deram pau diversas vezes, o que é normal nestes casos), a conversa foi bem produtiva; podemos fazer uma ponte legal com Márcio Meirelles, lá de Salvador, e com Leonardo Roat, de Florianópolis, além de Cláudia Schulz, que mediou a conversa.

Os vídeos do programa (Tubo de Ensaio) podem ser assistidos aqui. Agradeço ao pessoal da Casa Fora do Eixo POA que ajudou a produzir todo o evento – inclusive o coquetel que rolou após a conversa – e aos amigos e interessados que apareceram na noite agradável de quinta 10/5 em Porto Alegre.

[Leonardo Foletto] 

Créditos fotos: Flickr Ônibus Hacker (2 a 13), Facebook VJ Varga (1), Casa Fora do Eixo POA (14)
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“Pirataria” Digital na Universidade https://baixacultura.org/2009/12/01/pirataria-digital-na-universidade/ https://baixacultura.org/2009/12/01/pirataria-digital-na-universidade/#comments Tue, 01 Dec 2009 11:16:46 +0000 https://baixacultura.org/?p=2407 .

Já havia comentado via twitter, mas por aqui não: ontem participei da aula de Comunicação Digital da Universidade Federal de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, com uma apresentação sobre “Pirataria” digital. O convite me foi feito pela professora Luciana Mielniczuk, minha orientadora na graduação na UFSM e desde então parceria de sempre, a quem eu agradeço pela oportunidade.

A apresentação foi centrada na questão da mudança de paradigma na Indústria Cultural a partir do advento da internet, e de como o direito autoral hoje precisa ser urgentemente revisto a fim de poder acompanhar o desenvolvimento tecnológico (e o consequente cultural) da sociedade. Fiz uma pequena revisão sobre a questão da autoria através dos tempos, e também comentei algo sobre o Copyleft e o Creative Commons. Foi uma ótima experiência, em todos os sentidos. Agradeço aos alunos e a Luciana pela receptividade.

Aqui abaixo está o ppt da apresentação, estruturado de forma bem simplificada e didática. Críticas e sugestões de melhoria para uma próxima apresentação são mais que bem-vindos.

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[Leonardo Foletto.]

Crédito foto: 1.

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