economia solidária – BaixaCultura https://baixacultura.org Cultura livre & (contra) cultura digital Thu, 03 Nov 2022 00:31:54 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.0.9 https://baixacultura.org/wp-content/uploads/2022/09/cropped-adesivo1-32x32.jpeg economia solidária – BaixaCultura https://baixacultura.org 32 32 O Futuro é Cooperativo https://baixacultura.org/2022/11/02/o-futuro-e-cooperativo/ https://baixacultura.org/2022/11/02/o-futuro-e-cooperativo/#respond Thu, 03 Nov 2022 00:28:25 +0000 https://baixacultura.org/?p=14953 Dois eventos na próxima semana pretendem discutir uma das mais promissoras “saídas” para um futuro digital menos distópico. O primeiro é a Conferência Internacional de Cooperativismo de Plataforma – Rio 2022, que reúne uma série de ativistas, pesquisadores, trabalhadores brasileiros e internacionais no Museu do Amanhã entre os dias 4, 5 e 6 de novembro. E o segundo é o ciclo de eventos “O Futuro é Cooperativo“, organizado pelo Sesc Avenida Paulista, com uma programação ampla de debates, oficinas, cursos – e também lançamento do “A Cultura é Livre” presencial, dia 10/11, 19h30, em que eu estarei na mesa relacionando a cultura livre com o cooperativismo de plataforma e outras discussões tecnopolíticas junto de Giselle Beiguelman e a cantora e compositora Letty.

 


Como podemos construir uma economia digital cooperativa engenhosa e assertiva no Sul Global – uma economia que foi super explorada e extraída pelo colonialismo de dados e trabalho do Norte Global? O que significa para as cooperativas escalar enquanto aderem aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU? Organizações Autônomas Descentralizadas (DAOs), blockchains e outras tecnologias distribuídas tão em voga ajudarão essas aspirações de crescimento e abordarão questões de governança? Organizado pelo Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro – ITS , ITS Rio, e o Platform Cooperativism Consortium, sediado na The New School, em Nova York, a conferência vai ter a participação de Trebor Scholz, diretor do Institute for the Cooperative Digital Economy Platform Cooperativism Consortium, principal divulgador do conceito de cooperativismo de plataforma pelo mundo, a partir do livro de mesmo nome, lançado no Brasil pela Editora Elefante – e tema de BaixaCharla #4, em 2019; James Muldoon, professor de ciência política na Universidade de Exeter e coordenador de pesquisa digital no think tank Autonomy, autor de “Platform Socialism: How to Reclaim our Digital Future from Big Tech“, entrevistado pelo DigiLabour aqui; Anita Gurumurthy, fundadora e diretora executiva da ‘IT for Change’, onde lidera pesquisas sobre economia de plataforma, governança de dados e IA, democracia na era digital e estruturas feministas sobre justiça digital; Rosana Pinheiro-Machado, antropóloga e cientista social, professora da Escola de Geografia da University College Dublin e pesquisadora principal do projeto “Flexible Work, Rigid Politics in Brazil, India, and the Philippines” do European Research Council; os já conhecidos por aqui Rafael Grohmann, líder e criador do DigiLabour, hoje Professor Assistente de Estudos de Mídia com foco em Estudos Críticos de Plataformas e Dados na University of Toronto Scarborough (UTSC); e Rafael Zanatta, Diretor da Associação Data Privacy Brasil de Pesquisa, e que já nos ajudou na entrevista com Nathan Schneider sobre o tema em “O Futuro da Economia Será Compartilhado?“; entre muitos outras pessoas – veja aqui a programação completa.

Participo de uma mesa no segundo dia do evento, sábado 5/11 às 14h, chamada “The Brazilian Artists Who Are Helping Themselves“, onde vamos discutir, por diferentes perspectivas, como as abordagens baseadas em bens comuns têm sido adotadas por cooperativas e outras organizações culturais. George Oates, diretora executiva e uma das fundadoras do Flickr, fala sobre “Como você pode ajudar a preservar bilhões de fotos“; Victor Barcellos, do ITS e também um dos articuladores do evento, investiga como as cooperativas de plataforma podem melhorar as condições de trabalho dos artistas no país em “Equity for Brazilian Artists: A Critical Study of Platform Coops“; Miguel Said Vieira argumenta que as cooperativas podem se tornar mais impactantes e inclusivas ao compreender e empregar estratégias baseadas no comum, na fala chamada “The Power of Commons-Based Strategies for Cooperatives in the Global South“; e eu falarei a partir de uma aproximação da cultura livre com o cooperativismp, tentando buscar inspirações e lições da cultura livre (e também do Creative Commons) para formação de cooperativas de plataforma no setor cultural: “Can Free Culture Save the Day for Platform Coops in the Cultural Sector?“.

 

 

O cooperativismo é o nome que damos para a produção e administração de negócios em que o poder de decisão é distribuído entre os trabalhadores e trabalhadoras, que fazem parte de uma cooperativa. Enquanto conjunto de ideias e práticas organizadas, tem sua origem no século XVIII e XIX, na Europa, como uma alternativa política e econômica ao capitalismo que eliminasse o patrão e o intermediário e concedesse ao trabalhador a propriedade de seus instrumentos de trabalho e a participação nos resultados de seu próprio desempenho. Socialistas utópicos como Robert Owen e Charles Fourier, por exemplo, criaram cooperativas de produção no século XIX. No século XX, o cooperativismo se complexificou; ganhou força dentro do capitalismo, com a formação de cooperativas gigantescas, passou a ter diferentes categorias (de trabalho, consumo, de crédito, agropecuária) e diferentes práticas. No Brasil, se aproximou com a economia solidária, prática econômica que visa a criação de estruturas de gestão que não estejam baseadas na desigualdade e exploração dos trabalhadores e onde os que produzem são considerados os proprietários do empreendimento em questão, não havendo distinção entre patrões e empregados, com a distribuição igualitária dos ganhos entre todos os membros da empresa. Aqui encontrou a contribuição de Paul Singer, que defendia, como professor, intelectual e membro do governo brasileiro (foi o criador e durante muitos anos o itular da Secretaria Nacional de Economia Solidária – Senaes), que a economia solidária poderia aproveitar a mudança nas relações de produção provocada pelo grande capital para lançar os alicerces de novas formas de organização da produção, à base de uma lógica oposta àquela que rege o mercado capitalista.

Unindo esses princípios com o mundo digital, o conceito de cooperativismo de plataforma tem se colocado como uma alternativa à chamada economia de compartilhamento que se compromete com princípios democráticos e transparentes para os trabalhadores e seus clientes. Assim como o cooperativismo tradicional, o de plataforma não propõe soluções rápidas para problemas complexos, mas mostra que é possível reproduzir tecnologias como as de plataformas de entretenimento e mobilidade urbana de modo realmente colaborativo, na contramão da uberização do trabalho. Em resumo: é uma ideia/prática que busca unir importantes reivindicações de trabalho digno (cooperativismo) com novas (ou nem tanto) discussões sobre tecnologias livres e autonomia e cria uma oportunidade rara de fazer um futuro tecnopolítico menos capitalista e distópico, como já comentamos em “Cooperativismo de plataforma & tecnologias livres: alimentando a (now) topia”; Falamos também de sua importância para o trabalho via aplicativos em “Breque dos Apps e as alternativas para o trabalho digitalizado“, quando do principal breque dos Apps até aqui, em 2020; e também do Plano de ação para Cooperativismo de Plataforma no Brasil, carta criada a partir do seminário sobre cooperativismo de plataforma e políticas públicas realizado em junho em Porto Alegre, em junho de 2022.

A programação do “O Futuro é Cooperativo”, organizado pelo Sesc Avenida Paulista, teve uma série de cursos, oficinas e discussões importantes para o tema, “Como Construir uma Plataforma de Trabalho Coletiva?”, “Cooperativismo na América Latina: Uma história de resistência”, “Trabalho Cooperativo nos Dias de Hoje”. Ainda teremos dia 17/10, às 19h30, a exibição do documentário “Paul Singer: Uma Utopia Militante“, de Ugo Giorgetti, que versa sobre a vida e obra de Paul Singer, grande articulador teórico e prático da chamada economia solidária, que no Brasil se aproxima e por vezes se confunde com o cooperativismo.

Também teremos, por fim, na quinta feira 10/11 19h30 um lançamento (presencial) do “A Cultura É Livre”, onde vamos distribuir o livro (gratuitamente, cortesia da co-editora Fundação Rosa Luxemburgo) e debater sobre direito à cultura e o compartilhamento de conhecimentos, a importância dos softwares livres e sua relação com a cidadania e a democracia, além de uma reflexão sobre o atual cenário da produção cultural atual frente grandes plataformas de entretenimento. A querida Giselle Beiguelman, autora do texto da contracapa do livro, estará conversando comigo e Letty, cantora e compositora, sob a mediação de Fernando Mekaru, sobre todos esses temas e muitos outros correlatos que sempre surgem.

 

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Plano de ação para Cooperativismo de Plataforma no Brasil https://baixacultura.org/2022/08/29/plano-de-acao-para-cooperativismo-de-plataforma-no-brasil/ https://baixacultura.org/2022/08/29/plano-de-acao-para-cooperativismo-de-plataforma-no-brasil/#comments Mon, 29 Aug 2022 17:27:52 +0000 https://baixacultura.org/?p=14893  

Período de eleições é também momento de lançamento de manifestos & cartas com ideias futuras – agora, sobre o futuro do trabalho e a plataformização

A partir do seminário sobre cooperativismo de plataforma e políticas públicas realizado em junho em Porto Alegre, movimentos sociais, cooperativas e pesquisadores construíram coletivamente uma carta com um plano de ação para o cooperativismo de plataforma no Brasil, com a previsão da construção de um ecossistema articulado de trabalho, tecnologias e desenvolvimento local.

A carta [abaixo] está sendo enviada a candidatos ao Executivo e ao Legislativo e soma-se a outros esforços, como o já citado programa de emergência para a soberania digital. O DigiLabour está puxando a carta e também novas assinaturas. O cooperativismo de plataforma une importantes reivindicações de trabalho digno (cooperativismo) com novas (ou nem tanto) discussões sobre tecnologias livres e autonomia. Uma oportunidade rara de fazer um futuro tecnopolítico menos capitalista e distópico, como já comentamos em “Cooperativismo de plataforma & tecnologias livres: alimentando a (now) topia” – e falamos de sua importância para o trabalho via aplicativos em “Breque dos Apps e as alternativas para o trabalho digitalizado“, quando do principal breque dos Apps até aqui, em 2020.

PLANO DE AÇÃO PARA COOPERATIVISMO DE PLATAFORMA NO BRASIL

No Brasil, atualmente, há cerca de 1,5 milhão de entregadores e motoristas (dados do IPEA) atuando por plataformas. Além deles, outros setores — do trabalho doméstico ao design — têm sido afetados recentemente pelo fenômeno do trabalho por plataformas. Pesquisas realizadas no Brasil indicam que as principais plataformas não cumprem parâmetros mínimos para a oferta de trabalho decente (dados do relatório Fairwork), tornando fundamental a elaboração de políticas públicas que garantam dignidade a trabalhadoras e trabalhadores. Para isso, são necessárias ações efetivas para este cenário.

A necessária regulação do trabalho por plataformas, acompanhada de proteções trabalhistas, é um desafio urgente, e precisa estar articulada a políticas públicas de fomento ao cooperativismo de plataforma. Em linhas gerais, o cooperativismo de plataforma articula a potencialidade de tecnologias digitais a favor de lógicas cooperativistas, comunitárias e de economia solidária.

Este manifesto nasceu do seminário Cooperativismo de Plataforma e Políticas Públicas, realizado em Porto Alegre em junho de 2022, foi ampliado para mais instituições interessadas, e delineia princípios e políticas públicas para o cooperativismo de plataforma no Brasil.

Princípios do Cooperativismo de Plataforma

  • Situado no marco e nas experiências de economia solidária;
  • Autogestão e democracia no ambiente de trabalho;
  • Articulação com movimentos mais amplos por soberania digital e autonomia tecnológica;
  • Aproveitamento de redes pré-existentes;
  • Promoção de trabalho decente;
  • Garantia de direitos, com o combate a falsas cooperativas;
  • Utilização de tecnologias livres e articulação com movimentos deste setor;
  • Promoção de dados para o bem comum;
  • Propriedade de dados e infraestruturas – e não somente de softwares dos aplicativos;
  • Articulação de diferentes setores – por exemplo, transporte, alimentação, educação e tecnologias – incentivando a intercooperação como vetor da escala na economia de plataformas;
  • Combates a desigualdades – gênero, raça, sexualidade, entre outros – na organização do trabalho e na construção das tecnologias;
  • Articulação com organizações de trabalhadores;
  • Incentivo a circuitos locais de produção e consumo e da economia circular.

Estes princípios são centrais para a construção de políticas públicas para o cooperativismo de plataforma situado nos marcos da economia solidária e das políticas por soberania digital, entendendo estratégica e politicamente o papel das tecnologias para o desenvolvimento nacional.

Políticas Públicas para o Cooperativismo de Plataforma

Situadas como parte de políticas de:

  • Trabalho por plataformas e sua regulação;
  • Soberania digital e autonomia tecnológica;
  • Desenvolvimento regional;
  • Ciência, tecnologia e inovação;
  • Cidades;
  • Economia solidária;
  • Inclusão digital.

Estas políticas devem ser articuladas entre os entes federativos (governos federal, estaduais e municipais).

Linhas para Políticas Públicas

  • Estado como catalisador de relações de trabalho mais dignas e inclusivas a partir do cooperativismo de plataforma no marco da economia solidária, fomentando iniciativas “de baixo para cima”;
  • Desenvolvimento de uma política nacional para o cooperativismo de plataforma, incluindo fomento a projetos locais, regionais e nacionais em diversos setores;
  • Promoção de uma nova regulamentação do cooperativismo, que fomente a construção de um forte ecossistema de cooperativismo de plataforma no país, com subsídios para aquelas iniciativas que promovam impacto ambiental e social positivo ;
  • Identificação de redes preexistentes e necessidades antes de definir soluções;
  • Promoção de linhas de fomento ao cooperativismo de plataforma, incentivando parcerias entre universidades e trabalhadores a partir de chamadas públicas – com incubação e aceleração de plataformas cooperativas, com ênfase em soluções tecnológicas livres direcionadas a esses projetos.
  • Articulação de políticas entre desenvolvimento regional, políticas digitais, trabalho e economia solidária para o desenvolvimento do cooperativismo de plataforma;
  • Programas de formação em relação ao cooperativismo de plataforma nas diversas regiões do país, com compartilhamento de recursos e ferramentas;
  • Políticas para o desenvolvimento de plataformas cooperativas baseadas em tecnologias livres de modo a favorecer a auto-organização de trabalhadoras e trabalhadores;
  • Políticas de articulação entre redes comunitárias e plataformas cooperativas;

Políticas para a regulação do trabalho por plataformas tendo por premissas a garantia ampla de direitos trabalhistas e o fomento a plataformas cooperativas.

Assinam (até 27/8):
Rafael Grohmann – DigiLabour
Aline Os – Coletivo Señoritas Courier
Leonardo Pinho – Presidente da Central de Cooperativas Unisol Brasil e Diretor Financeiro da Unicopas Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores Sem-Teto (MTST Brasil)
Ismael José Cesar – Secretário de Políticas Sociais e Direitos Humanos da CUT
Ricardo Neder – ITCP TECSOL UnB
Juliane Furno – Doutora em Economia pela Unicamp
Clemente Ganz Lúcio – Assessor das Centrais Sindicais
Gregorio Duvivier – Ator, humorista, roteirista e escritor
Daniel Santini – Fundação Rosa Luxemburgo
Jonas Valente – Oxford Internet Institute/ Fairwork
Ruy Braga – USP
Abimael Angoleri – Giro Sustentável
Vanderley Ziger – Presidente da União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária – UNICAFES
Marilia Veronese – EcoSol/ Unisinos
Leonardo Foletto – FGV ECMI / BaixaCultura
Sylvia Urquieta – COOPRODADOS – Cooperativa de Trabalho dos Profissionais de Privacidade e Proteção de Dados
Rafael Zanatta, Associação Data Privacy Brasil de Pesquisa
Renato Roseno – Deputado Estadual PSOL Ceará – Presidente da Comissão de Direitos Humanos da ALECE
Julice Salvagni – UFRGS
Adriana Micheletto Brandão – Ministério do Desenvolvimento Regional
Sergio Amadeu – UFABC
Alexandre Costa Barbosa – CGI.br
Roseli Figaro – USP
Ramiro Castro – Advogado trabalhista
Helena Martins – UFC
Miguel Said Vieira – UFABC
Eduardo Brasileiro – Secretariado Geral – Articulação Brasileira pela Economia de Francisco e Clara
Cesar Coelho – Núcleo de Tecnologia do MTST
Ricardo Festi – UnB
Dayvid Souza Santos – UFBA
Edemilson Paraná – UFC
Valmor Schiochet – Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares/Universidade Regional de Blumenau (ITCP/FURB)
Rafael Evangelista – Unicamp/ CGI
Cesar Bolaño – UFS
Vitoria Cruz – Núcleo de Tecnologia do MTST
Daniel Silva – Núcleo de Tecnologia do MTST
Marcelo Alvim – Núcleo de Tecnologia do MTST
Victor Antunes – Núcleo de Tecnologia do MTST
Diego Magdaleno – Núcleo de Tecnologia do MTST
Renato Ramos – Núcleo de Tecnologia do MTST
Gabriel Simeone – Núcleo de Tecnologia do MTST
Alexandre Boava – Núcleo de Tecnologia do MTST
Felipe Magalhães Bonel – Núcleo de Tecnologia do MTST
Leonardo Sierra Monteiro – Núcleo de Tecnologia do MTST
Paulo Marcelo Nogueira – Núcleo de Tecnologia do MTST
Willian Pacheco – Núcleo de Tecnologia do MTST
Kaio Duarte Costa – Núcleo de Tecnologia do MTST
Bruno Stephan – Núcleo de Tecnologia do MTST
Nelly Jaqueline Fuentes Illanes – Núcleo de Tecnologia do MTST
João Vitor Troyano – Núcleo de Tecnologia do MTST
Rafael Leonel Braga – Núcleo de Tecnologia do MTST
André Santos – Núcleo de Tecnologia do MTST
Fabio dos Santos Neves – Núcleo de Tecnologia do MTST
Rodrigo Moreno Marques – UFMG
Robson de Souza Raimundo – Cooperativa de Trabalho dos Motofretistas do Estado de São Paulo Cooper Hood
André Lemos – UFBA
Natxo Devicente – Fundação MUNDUKIDE
Fabio Malini – UFES
Afonso de Albuquerque – UFF
Vanessa Costa – Doutoranda em Políticas Públicas e Formação Humana – PPFH/UERJ Pesquisadora Instituto Lula (Dez/21 à Jun/22) – Cooperativismo de Plataforma
Centro de Pesquisa em Comunicação e Trabalho – USP
Raquel Recuero – UFPel/ UFRGS
Lorena Vilarins – UnB
Claudia Nociolini Rebechi – UTFPR
João Cassino – Setorial de Ciência e Tecnologia / TI do PT-SP
Jess Reia – University of Virginia
Mariana Valente – University of Saint Gallen
Reinaldo Pacheco da Costa-Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da USP ( ITCP-USP)
Julian Posada – Yale University
Cibele Camachi – SESC-SP
UNICAFES-RS (União das cooperativas da agricultura familiar e economia solidária do Rio Grande do Sul)
Nelsa Fabian Nespolo ,- diretora presidente da Unisol RS e secretaria geral da Unisol Brasil
Rodrigo Fellipe dos Santos – Associação União Maior Motoboys (AUMM) – Blumenau/SC
Inessa Salomão – Incubadora Tecnológica de Empreendimentos Solidários Sustentáveis – ITESS/CEFET-RJ

 

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III Encontro SUL da Rede de Produtoras Culturais Colaborativas https://baixacultura.org/2017/10/02/iii-encontro-sul-da-rede-de-produtoras-culturais-colaborativas/ https://baixacultura.org/2017/10/02/iii-encontro-sul-da-rede-de-produtoras-culturais-colaborativas/#comments Mon, 02 Oct 2017 13:31:04 +0000 https://baixacultura.org/?p=12029

Pelo terceiro ano consecutivo, as produtoras culturais colaborativas da região sul vão realizar seu encontro anual em Porto Alegre e região metropolitana. O III Encontro Regional SUL da Rede das Produtoras Culturais Colaborativas contará com debates, oficinas, install fest de software livre, roteiro pelos espaços coletivos de produção cultural de Porto Alegre e atrações culturais, com a participação das produtoras colaborativas da região Sul, representantes das produtoras das regiões Norte e Nordeste do Brasil e parceiros locais que trabalham com produção cultural, software livre e economia solidária. O evento vai de 4 a 7 de outubro (quarta-feira à sábado) em Porto Alegre, no Espaço Cultural 512 (Rua João Alfredo, 512, Cidade Baixa) e na Unisinos Campus Porto Alegre (Av. Dr. Nilo Peçanha, 1640, sala 307) e em Novo Hamburgo, no Espaço Sideral e na Casa Aberta Clube da Esquina (Rua Casimiro de Abreu, 272/251)

A edição deste ano do encontro tem o reconhecimento e apoio da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural do MinC, através do edital Cultura e Redes, realizado em 2015, cujos recursos foram liberados somente este ano. As inscrições para todas as atividades são gratuitas e podem ser realizadas aqui.

A programação completa está abaixo. Todes estão convidados a cdiscutir/praticar/conhecer a tecnologia social das produtoras colaborativas, economia solidária, gestão de espaços coletivos de produção, tecnologias livres, criptomoedas, redes livres, comunicação alternativa e outros temas que vão ser debatidos nos dias de evento.

Programação completa
Evento Facebook

PROGRAMAÇÃO

1º DIA – 4 de outubro (quarta)
LOCAL: Recepção/ almoço/atividades – Espaço Cultural 512 (Rua João Alfredo, 512, Cidade Baixa, Porto Alegre – RS)

14h – Abertura
RODAS DE CONVERSA
15h – Como a web 3.0 pode ser um mutirão para fazer a inteligência coletiva emergir? Daniel Muller (ASL)
16h – Permacultura digital: intertextualizando a cultura da permanência. Fabianne Balvedi (PR), Pedro Jatobá (BA) e Leandro Atlas (RS)
17h – O Corais 20 tá chegando!: apresentação da nova versão da plataforma de gestão da Rede das Produtoras Culturais Colaborativas, Cooperativa EITA
19h – Install Fest – Oscar Luz e Associação do Software Livre (ASL)
19h – CINELIVRE: exibição de filmes produzidos em software livre e/ou distribuído em licenças livres. (Curadoria: Cláudia Archer)
20h30 – O Futuro do Software Livre no Brasil (Associação do Software Livre – ASL)
21h – Quarta Livre no 512
Shows: Mosaico Fluido, Áurea Vênus, Andrei Côrrea (vocalista/guitarrista da banda Trem Imperial) e convidado surpresa. Nos intervalos do show, DJ Virgulinux vai tocar suas seletas musicais nordestinas montadas só com músicas livres para baixar e de domínio público disponíveis na internet.

2º DIA – 5 de outubro (quinta-feira)
LOCAL: Unisinos Porto Alegre (Av. Dr. Nilo Peçanha, 1640, sala 307)

Seminário do III Encontro SUL das Produtoras Colaborativas
10h – Abertura. Mesa 1: As produtoras colaborativas e os arranjos locais de produção econômica
Tempos de “crise” são tempos de união e de criar novas (ou recriar velhas) formas de produção. Também são períodos para se buscar bons exemplos e soluções de viabilidade financeira que sejam, de fato, colaborativas. Como a tecnologia social das Produtoras Culturais Colaborativas pode contribuir para este cenário? Como a economia solidária pode dialogar com a economia colaborativa na produção de alternativas viáveis financeiramente e socialmente justas? Quais os principais desafios para quem quer sobreviver produzindo uma cultura livre, colaborativa e economicamente sustentável? Como, nas brechas da crise, detectar e potencializar arranjos locais de produção cultural livre? Estas e outras questões serão discutidas nessa mesa de abertura do Seminário do III Encontro SUL de Produtoras Culturais Colaborativas.
_ Pedro Jatobá (Iteia/Rede das Produtoras Colaborativas)
_ Aline Bueno (mestranda em design estratégico na Unisinos, integrante do SeedingLab e do Vila Flores);
_ Ana Mercedez Sarria Icasa (Núcleo de Estudos de Gestão Alternativa- NEGA, UFRGS);
_ Joel Grigolo (Matehackers/MachinariumLAB);
_ Leandro Anton (fotógrafo, Geógrafo e Educador Popular, integrante da Coordenação do Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo);

14h – Crise capitalista atual e possibilidade de um pós-capitalismo: o papel da democratização da cultura via militantes digitais
Gláucia Campregher (Professora do Departamento de Economia e Relações Internacionais da UFRGS) e Rodrigo Brites (discente de Relacões Internacionais da UFRGS e pesquisador da internet como ferramenta de poder). A proposta da discussão é alertar para o alcance da cultura digital, principalmente aquela voltada para o desenvolvimento de práticas colaborativas, na proposição de alternativas à crise atual que aponta para maior concentração de riqueza, poder, e controle das produções materiais e imateriais, mesmo que ao mesmo tempo estas novas tecnologias permitam também alguma democratização na sua produção e consumo.

16h – Mesa 3: Comunicação e cultura livre em tempos bicudos
Virou consenso dizer que o jornalismo brasileiro vive um “apagão” nos últimos anos, a partir do acirramento político que se deu em torno das Jornadas de Junho de 2013 e das eleições presidenciais de 2014. Ao mesmo tempo que o dito jornalismo tradicional está em crise,  é visível a expansão de coletivos de comunicação e jornalismo “contra-hegêmonico” pelo Brasil, que buscam construir narrativas sobre os acontecimentos de pontos de vista que não os tradicionalmente mostrados na mídia tradicional. De que formas estes coletivos conversam com o software e a cultura livre? Como produzir comunicação e jornalismo em tempos bicudos, de acirramento de lados que não dialogam? Como fugir da polarização e produzir informação qualificada sobre os acontecimentos hoje no Brasil? Essas e outras questões vão pontuar o debate com diversos integrantes de coletivos de comunicação do RS e SC.
_ Agência Ganesha (Florianópolis, SC)
_ Nonada Jornalismo Travessia (POA-RS)
_ Coletivo Catarse (Porto Alegre – RS)
_ Coletivo Maruim – Florianópolis, SC

Mediação: Leonardo Foletto (https://baixacultura.org/, doutor em comunicação e informação pela UFRGS)

3º DIA – 6 de outubro (sexta)

10h – Oficina Laboratório Fotodoc online com ferramentas livres (Sheila Uberti – http://fotolivre.org)
Atividade de apresentação e prática guiada sobre as possibilidades de publicar online a documentação fotográfica de projetos culturais. Falaremos sobre licenças, softwares, integração de ferramentas, atualização e manutenção dos conteúdos. Não é necessário conhecimento de nenhuma linguagem de programação ou de edição de imagens avançada.

LOCAL: Espaço Cultural 512 (Rua João Alfredo, 512, Cidade Baixa, Porto Alegre – RS)

14h – Passeio pelos Espaços coletivos de produção cultural em Porto Alegre (conhecidas também como “Casas Colaborativas”).
A proposta da atividade é conhecer os espaços e compartilhar informações sobre as atividades realizadas, as formas de gestão e de troca de informação entre os participantes.
Quilombo do Sopapo
Marquise51
Galpão Makers
Vila Flores – encerramento com roda de conversa sobre a reconfiguração das Casas Colaborativas

4º DIA – 7 de outubro (sábado)

15h -A tecnologia blockchain (Bitcoin¢) e seus impactos socioeconômicos (Lucas Alberto – ASL e convidados)
16h – Internet(s) possíveis para a cultura livre. Roda de conversa (Casa de Cultura Digital Porto Alegre)
17h – Redes Livres e/ou Provedores Comunitários no Brasil e mundo (Rodrigo Troian, Coolab – laboratório cooperativo de redes livres)

Local: Espaço Cultural 512 (Rua João Alfredo, 512, Cidade Baixa – Porto Alegre).

Festa de Encerramento

19h – Festa da Cultura Livre: Junção Primavera Cultural Novo Hamburgo  – Lúpulo Jah e Outro Mundo Acontece: Kalunga Quilombola (POA) e Expo Arte,

Local: Espaço Sideral (Rua Casemiro de Abreu, 272, Novo Hamburgo) e Casa Aberta Clube da Esquina (Rua Casemiro de Abreu, 251), uma na frente da outra.

SOBRE AS PRODUTORAS CULTURAIS COLABORATIVAS

As Produtoras Culturais Colaborativas (http://www.corais.org/colabor ativas) são uma tecnologia social que integra práticas formativas em software livre, metodologias de inclusão digital e produção cultural comunitária orientadas pelos princípios da economia solidária. São iniciativas de desenvolvimento local realizadas em telecentros onde jovens, produtores e gestores culturais, empreendedores e artistas, participam da gestão do espaço e do processo formativo, criando e comercializando produtos e serviços da economia criativa em software e licenças livres e de forma autogestionária. A tecnologia social qualifica espaços de inclusão digital em laboratórios de educação em cultura livre, contribuindo para o registro de suas comunidades. Existem pontos da rede em Recife e Olinda (PE), Belém e Santarém (PA), Porto Alegre e Novo Hamburgo (RS), Florianópolis (SC), Curitiba (PR), Salvador e Chapada Diamantina (BA).

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