América Latina – BaixaCultura https://baixacultura.org Cultura livre & (contra) cultura digital Fri, 13 Oct 2023 21:49:24 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.0.9 https://baixacultura.org/wp-content/uploads/2022/09/cropped-adesivo1-32x32.jpeg América Latina – BaixaCultura https://baixacultura.org 32 32 A cultura é livre em espanhol (e esperanto) https://baixacultura.org/2023/10/12/a-cultura-e-livre-em-espanhol-e-esperanto/ https://baixacultura.org/2023/10/12/a-cultura-e-livre-em-espanhol-e-esperanto/#respond Thu, 12 Oct 2023 19:31:33 +0000 https://baixacultura.org/?p=15419 Era novembro de 2021 quando recebemos um e-mail: “estou a traduzir o ‘A Cultura é Livre’ para o espanhol, seguido de um link para um git onde havia, passo a passo, o que estava sendo feito para a tradução. Vinha de Jorge Maldonado Ferreira, um espanhol ativo na comunidade software livre, editor do Freakspot.net. Surpresos com o email, pensamos: “ótimo!” – afinal, isso é cultura livre, a permissão para tradução e a adaptação já estava dada com a licença CC BY SA.
Algum tempo depois, a versão e espanhol foi disponibilizada. Não apenas o texto em HTML, mas também a adaptação na diagramação em PDF e EPUB, inclusive com uma página de erros pequenos erros e modificações realizadas. Um ano depois, também foi lançada por Jorge e outros integrantes da comunidade de software livre a versão para o Esperanto: La kulturo estas libera: historio de la kontraŭproprieta rezisto, que pode ser baixada aqui nos três formatos – PDF, EPUB e HTML.

A ideia inicial era lançar esta versão em espanhol, adaptada e revisada, impressa via uma editora da Argentina, e daí para América Latina. Por uma série de percalços, isso não aconteceu até aqui. Resolvemos então lançar esta versão online (por enquanto) para que circule (já está faz algum tempo!) pelos países hispano-hablantes, sobretudo da América Latina.

BAIXE AQUI – PDF
BAIXE AQUI – EPUB

VERSÃO HTML

 

 
Corría noviembre de 2021 cuando recibimos un correo electrónico: “Estoy traduciendo ‘A Cultura é Livre’ al español”, seguido de un enlace a un git donde había una descripción paso a paso de lo que se estaba haciendo para la traducción. Era de Jorge Maldonado Ferreira, un español activo en la comunidad del software libre y editor de Freakspot.net. Sorprendidos por el correo, pensamos: “¡Genial!”. – al fin y al cabo, esto es cultura libre, el permiso para traducir y adaptar ya estaba concedido bajo la licencia CC BY SA.

Algún tiempo después, la versión en español estaba disponible. No sólo el texto HTML, sino también la adaptación en PDF y EPUB, incluyendo una página de errores y cambios realizados. Un año después, Jorge y otros miembros de la comunidad del software libre publicaron también la versión en esperanto: La kulturo estas libera: historio de la kontraŭproprieta rezisto, que puede descargarse aquí en los tres formatos: PDF, EPUB y HTML.

La idea inicial era lanzar esta versión en español, adaptada y ampliada, impresa a través de una editorial en Argentina, y luego a Latinoamérica. Debido a una serie de contratiempos, eso no ha sucedido hasta ahora. Así que hemos decidido lanzar esta versión en línea (por ahora) para que pueda circular (¡ya lo hace desde hace tiempo!) por todos los países de habla hispana, especialmente en América Latina.

DESCÁRGALO AQUÍ – PDF
DESCÁRGALO AQUÍ – EPUB

VERSIÓN HTML

]]>
https://baixacultura.org/2023/10/12/a-cultura-e-livre-em-espanhol-e-esperanto/feed/ 0
“Morozovpalooza”: cibernética, imaginário e soberania digital no Brasil https://baixacultura.org/2023/09/04/morozovpalooza-cibernetica-imaginario-e-soberania-digital-no-brasil/ https://baixacultura.org/2023/09/04/morozovpalooza-cibernetica-imaginario-e-soberania-digital-no-brasil/#comments Tue, 05 Sep 2023 01:21:31 +0000 https://baixacultura.org/?p=15327  

O bielorusso Evgeny Morozov, um dos principais pensadores de tecnologia da atualidade, visitou o Brasil nos últimos dias de agosto e nos primeiros de setembro. Para quem acompanha a discussão tecnopolítica no Brasil, isso não é uma novidade – é inclusive provável que, sendo morador de São Paulo, Rio de Janeiro ou Brasília, você que lê este texto também tenha estado com ele e/ou tenha visto suas falas. Entre encontros fechados e abertos, só em São Paulo ele se reuniu com organizações da sociedade civil (articulado pela Coalizão Direitos na Rede), pesquisadores acadêmicos (USP, UFABC, PUCSP, FGV) da área de tecnopolítica, IA e soberania digital; movimentos sociais [Núcleo de Tecnologia do MTST e a equipe de comunicação do MST]; além de uma palestra pública [Desafiando o poder das Big Techs: soberania tecnológica e futuros digitais alternativos] a convite do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) no auditório da FECAP. Em Brasília, se encontrou com some of the coolest” deputados brasileiros, com o Ministro do STF Luís Roberto Barroso, a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, e sua equipe; com membros da Anatel, a Agência Nacional de Telecomunicações [veja neste vídeo disponível no YouTube]; além de dar outra palestra [Contestando o poder das Big Techs: soberania tecnológica e futuros digitais alternativo], agora na Faculdade de Comunicação da UNB. Sua tour ainda segue com (pelo menos) uma atividade no Rio [“How does any work get done in a city like this? And this is supposed to be winter!postou ele no Twitter junto de uma foto da Praia de Botafogo com Pão de Açúcar ao fundo]: uma entrevista e um seminário a partir do “The Santiago Boys” – seu último trabalho, um podcast de 9 episódios de 1h sobre a experiência do Cybersin, uma espécie de internet pré-internet criada sob o governo socialista de Salvador Allende no Chile nos anos 1970. A atividade foi realizada na sede da FGV e, além da entrevista, contou com um colóquio muito interessante com diversos participantes, entre eles Sarita Albagli (IBICT-UFRJ), Luca Belli (FGV CTS, organizador do evento), Marcos Dantas (UFRJ), Estela Aranha (Secretária especial de políticas digitais do Governo Lula) e Tatiana Roque (professora da UFRJ, hoje Secretaria de Ciência e Tecnologia do Rio).

Depois, “Morozovpalooza” vai ao Chile e a Argentina. No primeiro, vai debater seu podcast no país onde a história se passa – sua conferência por lá se chama “Utopia Cibernética en el Chile de La Unidad Popular” e vai coincidir com a abertura de uma exposição chamada “Cómo diseñar una revolución: La vía chilena al diseño”, organizada por, entre outros, Eden Medina, professora associada de STS (Science, Technoloy and Society) no MIT e autora de “Cybernetic Revolutionaries: Technology and Politics in Allende’s Chile”, lançado em 2011, talvez o primeiro livro a recuperar toda a história do Cybersin – e referência fundamental para o podcast de Morozov.

Estivemos com ele em  três ocasiões de São Paulo, com os três chapéus que o editor deste espaço carrega na vida. Inevitável pensar como às vezes precisamos (e até quando?) de alguém de fora, que circula por diversos países do mundo (e fala 8 línguas, inclusive o português), para potencializar encontros onde nos encontramos, nos escutamos e pensamos em formas de agir juntos, em prol de soberania digital, outros imaginários tecnológicos (e de mundo) e de uma inovação que de fato melhore a vida de muito mais pessoas. Sobre este último ponto, vale lembrar que movimentos sociais e coletivos (como o MST e o MTST) também fazem inovação, como fez a Tatiana Dias em seu relato sobre o encontro com os movimentos no The Intercept Brasil, citando Morozov: “As pessoas inovam, instituições inovam, acadêmicos inovam sem ter que depender de startups do Vale do Silício. Eu acho que normalmente não enxergamos a quantidade de inovação que realmente acontece ao nosso redor todos os dias. (..) “A inovação não é apenas competição capitalista. Ela pode ser guiada pela solidariedade, por problemas reais que as pessoas vivenciam”. E, nesse contexto, os movimentos sociais podem propor um contraprojeto para o modelo padrão neoliberal”.

 

SOBERANIA DIGITAL POPULAR

Encontro de Morozov com Núcleo de Tecnologia do MTST, integrantes do MST e ativistas em São Paulo

A vinda de Morozov proporcionou também uma janela para discutir, novamente, a soberania digital, agora na mídia tradicional e também no governo. Digo novamente porque quem acompanha este espaço e a discussão em torno da tecnopolítica e o software livre no Brasil sabe que essa é uma discussão antiga no país – e que foi atualizada, no contexto de hoje de desinformação e plataformização geral, também a partir Carta de emergência para a soberania digital, lançada na violenta campanha eleitoral de 2022. Os três primeiros pontos já dão uma mostra de como a carta aponta para o que Morozov anda dizendo em sua passagem pelo Brasil:

1- Criar uma infraestrutura federada para a hospedagem dos dados das universidades e centros de pesquisa brasileiros conforme nossa LGPD.

2- Formar, nessa infraestrutura federada, frameworks para soluções de Inteligência Artificial, seja para o setor público ou privado.

3- Incentivar e financiar a criação de datacenters que envolvam governos estaduais, municípios, universidades públicas e organizações não-governamentais, que permitam manter dados em nosso território e aplicar soluções IA que estimulem e beneficiem a inteligência coletiva local e regional.

A entrevista da Folha de S. Paulo aponta, já pelo seu título, exatamente pra isso: criação de infraestrutura pública. Um trecho: 

“Voltamos ao debate clássico sobre dependência e desenvolvimento que vem acontecendo nesta região desde a década de 1960. Mas, agora, a dependência pode se tornar cada vez mais aguda. Antes, quando você tinha que construir uma fábrica de carros, podia escolher entre empresas de vários países, Peugeot, Fiat, Volkswagen, General Motors e outras. Agora, as opções são bem mais limitadas —Amazon, Microsoft e Google, todas dos EUA. E se os EUA decidem que, por algum motivo, um país não é mais um aliado e passa a cobrar o dobro, triplo ou quádruplo do preço? Por isso fiquei muito encorajado quando reverteram a decisão tomada sob [Jair] Bolsonaro de fechar a fábrica de semicondutores Ceitec.

Quando se trata, por exemplo, de grandes modelos de linguagem, por que Sam Altman e a OpenAI fariam um trabalho melhor com IA generativa em português do que vocês? Se não houver um projeto que crie uma IA generativa de propriedade pública e que esteja no Brasil, tudo o que for de acesso aberto, criado com a ideia de beneficiar a humanidade, acabará beneficiando em grande parte a OpenAI. 

Uma organização brasileira tem se destacado nas discussões e práticas sobre o tema: o MTST, a partir do excelente trabalho realizado pelo seu Núcleo de Tecnologia. Segundo seus integrantes em texto publicado na Jacobin Brasil, “o coletivo reúne trabalhadores como engenheiros de software, designers e analistas de sistemas para bater de frente com a hegemonia ideológica do Vale do Silício no mundo da Tecnologia da Informação”. Atualmente, trabalha em três frentes: 1) desenvolvimento de softwares populares; 2) formação, especialmente a partir de cursos de programação a partir de métodos de educação popular com base em Paulo Freire; 3) discussões de políticas públicas em relação à tecnologia. Detalhes sobre o funcionamento do Núcleo de Tecnologia podem ser encontrados em uma cartilha sobre soberania digital produzida pelo movimento.

Encontro do curso de educadores populares em tecnologia do MTST, realizado em setembro de 2023 em São Paulo

Rafael Grohmann, que tem pesquisado o coletivo há algum tempo, escreveu no Outras Palavras que “o que o MTST tem feito é uma combinação de reapropriação de tecnologias em prol da classe trabalhadora, oportunidades de renda, organização de trabalhadores de diferentes setores e luta por soberania popular – tudo isso construído desde um forte movimento social. Um exemplo de como essas dimensões se encontram é o projeto Contrate Quem Luta. Um assistente virtual para WhatsApp conecta trabalhadores sem-teto a pessoas que precisam de serviços de trabalhadoras domésticas, caminhoneiros, pedreiros, pintores, e outras atividades da construção civil. Mais do que um GetNinjas do MTST, o Contrate Quem Luta é a concretização de uma tecnologia de propriedade de trabalhadores”. Há, claro, muito o que aprimorar nesse processo, a começar pelo uso do WhatsApp pra isso, uma empresa da Meta – que infelizmente está presente na maioria dos celulares do país e não raro é a única opção de comunicação, dado uma série de políticas erradas que culminam no Zero Rating praticado pelas operadoras que fornecem “zap grátis”. Mas o MTST sabe que o WhatsApp ser o primeiro passo para a organização não significa fechar tudo nele mesmo – inclusive para não intensificar dependências infraestruturais com as grandes empresas de tecnologia. O foco – e a força – reside na organização.

 

CYBERSIN E OS IMAGINÁRIOS POLÍTICOS

Escrevi nesse texto, com Daniel Santini e Joyce Souza, que Morozov nos lembrou que precisamos pensar para além da regulação das tecnologias digitais. Não que este debate não seja importante; é, mas sua chamada é para construir também alternativas para um mundo tecnológico, onde seja possível avançar com imaginários que criam uma mentalidade da relação do homem com a tecnologia para além das mediações neoliberais. “A regulamentação é importante, mas não podemos apenas discutir o que fazer com relação ao WhatsApp ou ao Facebook. Precisamos pensar o que fazer a respeito dessas enormes infraestruturas digitais que empresas privadas estão vendendo de volta às instituições públicas e aos cidadãos”, disse em entrevista à Folha de S.Paulo. Fala reiterada também em suas conversas entre uma caminhada pela Barra Funda (“não conheço nada dessa região, ele é pobre?’, perguntou, no que respondemos que ela está mais para “popular”) e um almoço pesado com Baião de Dois num boteco nordestino simples e gostoso da região.

Sala retrofuturista projetada para a Cybersin no Chile de Salvador Allende nos anos 1970. Fonte: Wikipedia

Por conta de lembrar dos novos imaginários para a internet é que ele recupera a história do Cybersin no Chile de Allende. O projeto, que nunca chegou a funcionar de fato, era ambicioso e revelador da forma como o executivo de Allende encarava o potencial tecnológico. A ideia passava por criar um sistema que permitisse ligar as dezenas de fábricas do estado chileno a um sistema central de controle — na sala retrofuturista da imagem logo acima— permitindo a coleta e o tratamento de dados em tempo real e tomadas de decisão apoiadas por um sofisticado software. Mas as questões que o podcast nos apresenta vão muito para além desta dimensão:

“Como sistema excêntrico de gestão cibernética, é louvável e interessante. Mas como uma forma de potenciar uma abordagem completamente diferente ao desenvolvimento industrial — feita de forma socialista, mas com a democracia presente — poderia ter-nos dado um equivalente à Coreia do Sul ou a Taiwan, ou a qualquer um destes países do Sudeste Asiático, que celebramos nos anos 70 e 80 como os centros de desenvolvimento tecnológico, só que com um modelo muito diferente, sem o autoritarismo militar de direita que o acompanhou”, comenta Morozov em entrevista à publicação portuguesa Shifter.

Morozov acredita que é necessário propor outras narrativas e mitos para se opor aqueles já bem conhecidos ligados ao empreendedorismo startupeiro do Vale do Silício. Daí também a escolha do podcast como produto final de sua investigação, mais palatável a audiências maiores do que um livro ou artigos em publicações jornalísticas, e também as negociações para transformar The Santiago Boys em filme.

Magaly Prado, jornalista e pesquisadora do Instituto de Estudos Avançados da USP, presente no encontro com acadêmicos já citado, recuperou um pouco de sua fala neste tema: “Eles [neoliberais startupeiros do Vale do Silício] também conseguiram produzir uma mitologia muito poderosa. Existe uma mitologia de que os ‘Chicago Boys’ fazem milagres econômicos e as pessoas continuam acreditando que isso é realmente um milagre de algum tipo”. Para Morozov, é uma questão de exercitar uma contramitologia de forma que as pessoas comuns possam se identificar, motivadas pela lógica do drama, com personagens envolventes. Desse modo, as pessoas podem “se identificar com o drama e a tragédia de uma forma com que você não consegue se relacionar com alvos abstratos”.

Em The Santiago Boys, ele quis contar a história de forma diferente. “Fui movido, enquanto intelectual público, por um conjunto de preocupações com o futuro e não apenas com o passado. E isso, claro, influencia a forma como leio o passado, porque leio o passado com a visão do presente e do futuro”, disse. O mapeamento deste universo durou mais de 2 anos, o primeiro dos quais numa investigação livre, muito antes de surgir o título que une todas as pontas. Morozov descreveu este processo ao Shifter como uma espécie de malabarismo, e nomeia alguns dos objetos principais deste truque: “Queria juntar a cibernética, a teoria da dependência, e a Guerra Fria, e daí fazer emergir uma história, sem perder de vista o Fernando Flores e o Stafford Beer como dois protagonistas principais deste tema coletivo.”

 

Stafford Beer em Santiago, Chile, em 1972. Crédito : Gui Bonsiepe, 2006

 

A CIBERNÉTICA E A COMPLEXIDADE DE STAFFORD BEER

Stafford Beer e a cibernética merecem um destaque a parte. Nas palavras do bielorusso, “na cultura popular a cibernética tornou-se I.A. Houve um esforço deliberado de pessoas como Marvin Minsky, e outros, para pegar na herança da cibernética e criar um paradigma completamente diferente em torno desta. E o que Minsky estava fazendo era uma continuação do trabalho de McCulloch, um neurofisiologista muito interessado no cérebro e que basicamente foi co-autor de um paper fundacional das redes neuronais”. Mas nessa época, havia também Stafford Beer. Figura excêntrica, de família nobre inglesa, adorador de empanadas e carrões, como lembra Morozov com alguma frequência no podcast, ele também era um grande teórico cibernético na época quando foi convidado por Fernando Flores, o outro dos principais “Santiago Boys” da história, para ir ao Chile. Beer tivera uma longa e ocupada carreira nos anos 1950 e 1960 na teorização e na aplicação dos métodos de gestão oriundos da cibernética. “Ele tinha uma ideia de como gerir uma fábrica de aço perfeita e trouxe-a para o Chile. Ali viu que podiam gerir, com o mesmo modelo, uma fábrica de fruta ou uma fábrica têxtil”, afirma Morozov em entrevista ao Shifter. 

Beer desafiou os limites da cibernética ao ponto de criar a sua própria disciplina, chamada Gestão Cibernética, “uma mistura estranha de investigação operacional, cibernética e controle estatístico de processos”. O nobre inglês via na estatística não só uma forma de olhar para o passado para informar decisões, mas como uma campo de simulação para possíveis futuros: “Não precisamos de reduzir a complexidade, podemos utilizar os computadores para a gerir”, dizia Beer, que deixou suas ideias em muitos livros, entre eles o excelente “Designing Freedom” (1974).

O cientista inglês acreditava que nem a complexidade tinha de ser rejeitada, nem o mercado tinha de ditar as regras e moldar a tecnologia. Em vez disso, a tecnologia poderia ser moldada de forma que a complexidade pudesse gerar para todos os envolvidos— e criar infraestruturas para fazer essa transição devia ser uma das prioridades.

Stafford Beer esquematizou assim, em 1973, algo próximo do que hoje conhecemos como Capitalismo de Vigilância. Fonte: Shifter

A TEORIA DA DEPENDÊNCIA E OS “VILÕES” DA HISTÓRIA

Em sua pesquisa sobre o Cybersin, Morozov voltou seu olhar para os anos 1960 e 1970 da América Latina e reconheceu a importância da Teoria da Dependência. Gestada na América Latina e popular nesse período, a partir de autores como André Gunder Frank, Rui Mauro Marini e Fernando Henrique Cardoso, a teoria entende que a caracterização de países como “atrasados” decorre da relação do capitalismo mundial de dependência entre países “centrais” e países “periféricos – algo que, agora, se dá também a partir das empresas do Vale do Silício, que assumiram um papel-chave em um novo jogo de relações de poder econômico, político e internacional, onde os governos se encontram cada vez mais reféns de suas soluções.

Uma das mensagens principais da teoria da dependência, segundo Morozov, é a de que o progresso tecnológico pode conter elementos reacionários. Que podemos ter tecnologias cada vez mais recentes, mais rápidas e mais brilhantes, mas que, no entanto, atrasarão o desenvolvimento económico de um determinado país e resultarão em problemas políticos e econômicos maiores – pelo menos para algumas regiões do mundo.

Trecho da reportagem do Shifter: 

“Os teóricos da dependência diziam que a industrialização, se for feita nos termos do norte global, acaba por criar dependências. Por criar a necessidade de comprar patentes, de pagar por direitos de autor e marcas registadas para que as fábricas funcionem” continua a sua reflexão, ilustrando como hoje os termos podem ser diferentes. “Se não construirmos a nossa própria tecnologia, vamos ter sempre tecnologia estrangeira. E isso foi essencialmente o que aconteceu antes e está a acontecer agora, com a Inteligência Artificial, a computação em nuvem, o 5G e todas essas infraestruturas dominadas por um punhado de players.”

Em The Santiago Boys, também há um “vilão” na história – ou a original big tech, como chamou Morozov: a ITT (International Telephone & Telegraph). Para além do conluio com as forças de inteligência dos Estados Unidos, Morozov relata as táticas de subversão usadas pela ITT ao apoiar os opositores de Allende. “Houve uma série de ataques terroristas. Por isso, as pessoas que agora pensam que estamos a viver a era do techlash, porque as pessoas estão a escrever tweets furiosos, ainda não viram nada sobre o techlash. O verdadeiro techlash é muito mais forte”, disse ao Shifter.

Durante toda a estada de Morozov pelo Brasil, algo pareceu evidente: não há soluções prontas, ou mágicas, para resolver a soberania digital, a dependência tecnológica e o desafio que às Big Techs trazem para o planeta hoje. Há alguns exemplos do passado, que trazidos ao contexto do presente podem dar alguma luz nos caminhos a seguir. O certo é que a capacidade que o bielorusso demonstrou nestes dias para ouvir e articular diferentes movimentos, pessoas e organizações nos lembra de elementos (soberania, autonomia, liberdade) que são importantes e inspiradores para tentar construir um futuro digital menos injusto e apocalíptico. 

Como nós (e ele) já escrevemos por aqui:uma política “pós-solucionista deveria começar acabando com o binário artificial entre a ágil startup e o ineficiente governo que limita nossos horizontes políticos. Se escolher um modo de vida (?) digital entre a versão neoliberal Made in Syllicon Valley ou a tecno-autoritária do Extremo Oriente são nossos únicos caminhos hoje, taí um sinal urgente de que precisamos ampliar nossos horizontes”.

**

PARA CONHECER MAIS SOBRE O CYBERSIN, vale ler também este texto na Jacobin escrita por Eden Medina, além do livro já citado “Cybernetic Revolutionaries: Technology and Politics in Allende’s Chile” (vai no link lá em cima para baixar o livro, mas não espalha).

 

Encontro de pesquisadores acadêmicos com Morozov, 30/8/23, na USP. Crédito: Agência de Comunicação, ECA-USP.

 

Morozov em reunião organizada pela Coalizão Direitos na Rede, com mediação de Ana Mielke, do Intervozes, e Leonardo Foletto. Crédito: Daniel Santini

]]>
https://baixacultura.org/2023/09/04/morozovpalooza-cibernetica-imaginario-e-soberania-digital-no-brasil/feed/ 1
Formas distribuídas de propriedade e autoria culturais na América Latina https://baixacultura.org/2022/09/26/formas-distribuidas-de-propriedade-e-autoria-culturais-na-america-latina/ https://baixacultura.org/2022/09/26/formas-distribuidas-de-propriedade-e-autoria-culturais-na-america-latina/#respond Mon, 26 Sep 2022 13:38:56 +0000 https://baixacultura.org/?p=14941 Na última semana, de quinta a sábado (22 a 24/9) aconteceu o “Digitalizar en común: formas distribuidas de propiedad y autoría culturales“, seminário organizado por Creative Commons Mexico, Wikimedia Mexico e Red en Defensa de los Derechos Digitales (R3D), a partir do Centro Cultural de Espanha do México. A programação teve a participação de vários ativistas e pesquisadores da cultura livre no continente e tratou de temas como copyleft, gestão dos direitos digitais e de bens culturais, acesso aberto e diversidade em perspectiva crítica, reformas de leis de direito autor no continente, entre outros.

Participei da mesa “Formas distribuidas de propiedad y autoría: los esfuerzos y particularidades en Latinoamérica”, com Jorge Gemetto (Artica Online, Uruguay), Viviana Rangel (Fundación Karisma, Colômbia), Franco Giandana (Fundación Vía Libre, Argentina) e moderação de Salvador Alcántar (México), Universidad de Guadalajara. Todos nós algo veteranos no tema, com pelo menos 5 (no meu caso, 14) anos participando do debate em torno da cultura livre na América Latina. Tentamos responder às (muitas) questões trazidas a partir desta ementa e destas questões:

En tiempos de privatización del conocimiento los países de Latinoamérica se ven particularmente afectados. Fenómenos como el colonialismo de datos, las leyes maximalistas de derechos de autor, el desentendimiento de los Estados hacia el fenómeno de la privatización de los bienes generados en las universidades públicas, las prácticas leoninas de editoriales académicas y un largo etcétera; parecen debilitar otros modelos de distribución más justos y equitativos. ¿Cuáles son los esfuerzos que se han hecho desde los países del Sur Global?; y, ¿cuál es el futuro de los bienes comunes digitales en este contexto? ¿Cuáles son las particularidades del contexto de los países del sur en cuanto a la compartición del conocimiento y qué estrategias podríamos seguir frente a otros esfuerzos de otras latitudes y geopolíticas?

_ ¿Qué papel juega la piratería digital dentro del contexto latinoamericano?

_ ¿Cuál es el rol de las bibliotecas (en cualquier formato) en el futuro de la accesibilidad del conocimiento en LA?

_ ¿Cuál es su prospección para los siguientes años sobre la propiedad intelectual en la región?

_ ¿Cuáles son las propuestas de la sociedad civil sobre propiedad intelectual y autoría en la región?

O vídeo onde a gente tenta (e nem sempre consegue) responder a estas questões pode ser visto na íntegra (até 1h40) aqui. E a íntegra do evento, com todas as outras mesas, podem ser vistas aqui (primeiro dia; segundo dia).

]]>
https://baixacultura.org/2022/09/26/formas-distribuidas-de-propriedade-e-autoria-culturais-na-america-latina/feed/ 0
Cultivando o território digital livre com Milpa https://baixacultura.org/2020/02/09/cultivando-o-territorio-digital-livre-com-milpa/ https://baixacultura.org/2020/02/09/cultivando-o-territorio-digital-livre-com-milpa/#respond Sun, 09 Feb 2020 14:54:58 +0000 https://baixacultura.org/?p=13116 Milpa Digital é uma iniciativa da Código Sur para que brotem outros projetos de tecnologias livres na América Latina. Partiram do estilo gráfico de “La Página de Maíz“, publicação semanal sobre tudo elaborada por el Equipo Maíz de El Salvador, para trabalhar com temas ligados às tecnologias livres e à segurança digital em uma única folha ilustrada. A ideia é que seja distribuída impressa em comunidades América Latina e Caribe adentro e, com isso, facilite a popularização deste conhecimento e sirva de material de apoio para quem já ensina nestas temáticas.

Resolvemos republicar aqui alguns dos materiais gráficos porque eles explicam, de maneira detalhada e simples, diversas questões fundamentais para a produção da cultura e do conhecimento livre na rede. Eles estão sendo lançados toda semana no site do projeto também. Disfrutem e obrigado a todos de Código Sur por este belo trabalho.


]]>
https://baixacultura.org/2020/02/09/cultivando-o-territorio-digital-livre-com-milpa/feed/ 0
Um pacote semanal de arquivos offline https://baixacultura.org/2018/03/15/um-pacote-semanal-de-arquivos-offline/ https://baixacultura.org/2018/03/15/um-pacote-semanal-de-arquivos-offline/#respond Thu, 15 Mar 2018 19:08:06 +0000 https://baixacultura.org/?p=12171

Quatro anos atrás hospedei em minha casa por alguns dias um programador cubano, que veio à Porto Alegre para um evento internacional de software livre, o FISL. Ele aproveitou a ocasião também para acompanhar alguns jogos da Copa do Mundo de 2014, então depois de Porto Alegre andou por várias outras cidades do Brasil, inclusive esteve no Rio de Janeiro quando ocorreu a final, aquele Alemanha X Argentina vencido pela primeira com um gol na prorrogação. Por conta das viagens, ele veio com uma mala grande, carregada com roupas para uma estadia longa e também com algumas lembranças de seu país, entre elas algumas garrafas de Rum para presentear seus anfitriões. Festeiro e alegre como boa parte dos cubanos que conheci, adorava sair pra dançar à noite; nos “aquecimentos” em nossa casa, ensinava a fazer mojitos com o rum que trouxe, completados com açúcar, água com gás e muita “hierbabuena” – como é chamado o hortelã em espanhol.

Além da bagagem física, ele também trouxe uma bagagem considerável de arquivos em seu HD. Compartilhava com quem quisesse seu acervo: mais de 10 gigas de música e ouros tantos de filmes cubanos. Ainda que tivessem alguns clássicos de fácil circulação na internet, boa parte era material mais raro de conseguir, músicas e filmes que não estão no YouTube ou em outro serviço de streaming, e que talvez só seja encontrado na internet em clubes de download, ainda os melhores espaços para se baixar qualquer coisa na rede. O fato da velocidade de conexão em Cuba ser muito lenta torna bem mais difícil o compartilhamento de arquivos online e na “nuvem”, um dos motivos pelos quais nosso amigo programador usou constantemente nossa (meia boca) internet de 15 megas para baixar os mais diversos arquivos enquanto esteve em casa.

Soube depois, conversando com ele, que carregar arquivos digitais em pastas (em pendrives, HDs, etc) para compartilhar é um hábito comum em Cuba, onde a rede é acessado por uma minoria do país: algumas estimativas internacionais falam em 5% de pessoas com acesso na ilha em casa, enquanto que a “Oficina Nacional de Estadística de Cuba” disse que, em 2014, eram 27%, embora essa estatística reflita os conectados à intranet local. Mesmo estes 5%, o acesso ainda é lento e caro: na maioria das casas, a velocidade é 56 kbits, como nos velhos modens dos anos 1990, e há restrições de horas (a de meu amigo cubano é de 30h por mês). Há zonas de wifi públicas presentes em algumas das principais cidades cubanas e cybercafés públicos, mas ambos são caros: dados de 2016 dizem que a primeira saía em torno de US$2 dólares por hora e o segundo entre US$6 e 10 por hora – sendo que o salário médio no país gira em torno de U$$20 mensais. As torres de dados para telefonia móvil estão sendo implantadas e, por enquanto, o acesso ocorre apenas para algumas pessoas do governo ou de (poucas) instituições privadas, segundo me contou o programador da ilha.

Esta realidade de conexão ajudou a manter por lá o hábito do compartilhamento físico, offline, de arquivos dos mais variados. Um dos principais arquivos digitais compartilhados da ilha é o chamado “El Paquete Semanal“, um pacote de arquivos de quase 1 TB (contendo entre 15 e 18 mil) distribuídos toda semana ao redor do país com softwares, esportes, telenovelas, desenhos animados, mangás, películas, videogames, músicas, revistas e muito outros conteúdos que a internet traz. “É a melhor maneira de estar atualizado offline” me disse, meses depois, o amigo cubano.

São dois modos os mais comuns de receber o material de “El Paquete”. O primeiro é pagar entre U$1 e U$2 (ou CUC, o peso convertible cubano, usado mais por turistas; diferente do CUP, o peso cubano usado no dia a dia) e receber em sua casa, toda semana (segunda ou terça, dependendo da cidade), alguma pessoa com os arquivos em HDs portáteis ou em memórias flashs (cartões de memórias de máquinas fotográficas, por exemplo), que copia para o seu computador o que você escolher. A outra é comprar nas mais diversas lojas pelo país, especialmente a de aparelhos para smartphones, que revendem para outros clientes. Daí ele se espalha de mão em mão, tal qual um arquivo na internet.

No site de “El Paquete” é possível ver uma lista detalhada dos arquivos de cada semana, divididos por pastas e sub-pastas; na da segunda semana de março de 2018, por exemplo, havia 5 gigas de documentários, curtas, novelas e longas cubanos em “Cinemateca Cubana”; quase 4 GB de aplicações para Android e Iphone em “Aplicaciones para Móviles”; 20 GB em “Música MP3 2018”, com sub-pastas como “Top UK 40 Singles”, “Unreleased Puerto Rico”, “Temas de Estreno Internacionales”, “Top de Febrero”, entre outras; 30 GB de séries de países de língua inglesa em “Series en Transmision”, de “Outlander” a “Grey’s Anatomy”, de Law & Order” a “Arquivo X”; 4GB de revistas em inglês e espanhol, atualizadas semanalmente; entre muitos outros arquivos – lembrando que é quase 1 TB, a capacidade média de boa parte dos HDs que vem nos computadores portáteis hoje vendidos.

Além destes arquivos, “El Paquete” contém também os arquivos de um mercado digital chamado Revolico, que funciona de modo semelhante ao Craigslist: as pessoas compram e vendem todo tipo de coisas, de bicicletas à aulas de matemática, incluindo o próprio acesso à Internet a um preço com desconto. É considerado o principal mercado negro de Cuba, mas tem uma particularidade: é oficialmente bloqueado na ilha desde 2007, quando foi começado por expatriados cubanos na Espanha. Ainda assim, alguns conseguem acessar porque os fundadores do site criaram uma série de servidores proxy, soluções de DNS, endereços web privados e espelhos que mantém o site no ar em Cuba – há, inclusive, seções inteiras sobre o como acessar o site no próprio Revolico.

Os que não conseguem, que são a maioria dos usuários, baixam os arquivos de “El Paquete” e depois usam offline. Uma vez baixado do pacote, Revolico pode ser navegado normalmente em um navegador da Web, de modo que você poderá entrar em contato com os vendedores com um telefonema, assim como você faria se você encontrou o anúncio em um jornal. Em uma reportagem da Vice de 2015, um artista cubano que vive em Havana e consome o “El Paquete” diz que o Revolico é conhecido por todos no país, e é essencial para muita gente.

*

A realidade de uma internet lenta e de pouca penetração não explica sozinha, claro, a escala e o alcance de “El Paquete”. No início dos 1970, cerca de dez anos após a revolução cubana e a nacionalização dos meios de comunicação social, uma economia baseada no aluguel de material de entretenimento começou a florescer em escala na ilhaCom o desenvolvimento de novas mídias, o comércio se adaptou: passou de revistas para as fitas de vídeo VHS e Betacam, depois CDs, VCDs e DVDs e hoje os HDs e pendrives. O Pacote Semanal é o resultado do desenvolvimento gradual dessas redes por mais de quatro décadas.

Não há informação precisa de quantos pacotes são distribuídos semanalmente. Até pouco tempo atrás, não se conhecia publicamente os distribuidores dos pacote. Muitos perguntam como, semanalmente, é possível baixar 1 TB de arquivos com a conexão lenta que existe em Cuba; alguns já especulam que ele vem diretamente dos Estados Unidos. No vídeo abaixo, produzido em 2015 pela CiberCubaTV, “El Transportador”, conhecido como criador de “El Paquete” dá mais detalhes de como funciona o esquema.

*

Fotos: 1 e 3 print vídeo, 2 BBC.

 

]]>
https://baixacultura.org/2018/03/15/um-pacote-semanal-de-arquivos-offline/feed/ 0
Iniciativas feministas na cultura livre & ciberativismo #8M https://baixacultura.org/2018/03/09/iniciativas-feministas-na-cultura-livre-ciberativismo-8m/ https://baixacultura.org/2018/03/09/iniciativas-feministas-na-cultura-livre-ciberativismo-8m/#comments Fri, 09 Mar 2018 17:46:08 +0000 https://baixacultura.org/?p=12217 Compilamos aqui neste post uma pequena série de projetos & textos feministas e/ou com uma perspectiva feminina sobre cultura livre, direitos digitais, cultura hacker, tecnologia e ciberativismo que publicamos em nossas redes sociais neste último dia 8 de março, dia da mulher.

PROJETOS

_ Cyborgfeministas “es un recurso para quienes quieran entender y explorar el punto donde se cruzan el género y las tecnologías”. É uma iniciativa de TEDIC, uma organização que defende os direitos digitais e promove o uso de tecnologias livres.


_ Economía Femini(s)ta (EF) “es una organización que nació en mayo de 2015 con el objetivo de visibilizar la desigualdad de género a través de la difusión de datos, estadísticas, contenidos académicos y producción original orientadas a todo público”;

_ GenderIT.org é um projeto internacional que pretende ser um think tank DE e PARA direitos da mulher, direitos sexuais e ativistas de direitos da internet, acadêmicos, jornalistas e defensores de uma variedade de disciplinas e contextos. A organização oferece um espaço de reflexão, influência e advocacia na política e cultura da internet, para ajudar a atender às necessidades das mulheres e não infringir seus direitos:

_ “Somos feministas interessadas em cultura hacker e os conhecimentos que unem política, gênero e suas tecnologias. Pautamos a interseccionalidade nas nossas ações, não toleramos machismo, homofobia, transfobia, misoginia, lesbofobia, xenofobia e racismo. Nosso objetivo é semear conhecimento, autonomia com corresponsabilidade e caminhos de mudanças sociais. Somos uma coletiva hackerfeminista”. Conheça a MariaLab.

_ Vedetas é uma servidora feminista produzida a partir de algumas integrantes do MariaLab. Ela existe para ajudar grupos feministas nas suas atividades online e aumentar a segurança e autonomia de mulheres na internet. Também há bastante material sobre cultura hacker, segurança da informação e feminismo.

 

_ Guia Prática de Estratégias e Táticas para a Segurança Digital Feminista foi construída pela Universidade Livre Feminista, o CFEMEA (Centro Feminista de Estudos e Assessoria), Marialab e Blogueiras Negras e SOS Corpo (Instituto Feminista para a Democracia). A proposta é provocar o debate sobre mudança de comportamento no espaço virtual e no uso de ferramentas e dispositivos que acessam a internet visando a proteger mulheres das violências sofridas na rede.

_ Mulheres na Tecnologia (MNT) é uma organização sem fins lucrativos cuja missão é contribuir para o protagonismo feminino na construção de um mundo sustentável na era digital. Habilitam organizações para a jornada de promoção da equidade de gênero, conectam comunidades de mulheres em TI e organizam eventos, encontros e apoiam iniciativas de protagonismo feminino na tecnologia.

_ A PyLadies  é um grupo de mentoria com foco em ajudar mais mulheres a se tornar participantes ativas e líderes na comunidade open source Python. Sua missão é promover, educar e promover uma comunidade Python diversificada através de divulgação, educação, conferências, eventos e encontros sociais. No Brasil organiza diversas atividades e tem núcleos em cidades como São Paulo, Porto Alegre, Campinas e Fortaleza, entre outras cidades.

_ A Django Girls é uma organização sem fins lucrativos e uma comunidade que capacita e ajuda as mulheres a organizar oficinas de programação gratuitas, de um dia, fornecendo ferramentas, recursos e suporte. “Somos uma organização de voluntariado com centenas de pessoas contribuindo para levar mulheres mais incríveis ao mundo da tecnologia. Estamos tornando a tecnologia mais acessível criando recursos projetados com empatia.” Durante cada um dos eventos, entre 30 e 60 mulheres criam sua primeira aplicação web usando HTML, CSS, Python e Django.

_GenderHacker é um “un estado de eterna transición y negación del binarismo extremo por el que el cuerpo indeciso debe transitar de una de las dos identidades permitidas a la otra y nunca quedarse en medio”. Site com diversos projetos, obras e trabalhos da artista e ativista trans Diego Marchante.

_ Fembot Collective é um coletivo fundado em 2009 na Universidade de Oregon, nos EUA, que edita a publicação aberta ADA sobre gênero, novas mídias e tecnologias. Produziram também a “Zen and the art of making tech work for you”, uma publicação de 2015 que trabalha com segurança da informação, privacidade e técnicas anti-vigilância para mulheres.

_ I am the Code é um movimento fundamental para mobilizar governos, empresas e investidores para apoiar mulheres jovens em STEAMD (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes, Matemática e Design), aprendendo a codificar, aprender criativos e problemas de cracking.

TEXTOS & ENTREVISTAS & RELATÓRIOS

_ Relatório produzido pela organização Derecho Digitales sobre gênero, internet e feminismo na América Latina. Detalha vários projetos na área, alguns que já listados aqui, outros não. Vale acessar o texto completo, de 30 páginas.

 

_ A Revista Pillku, focada em cultura livre e procomún, trouxe como tema de sua edição de dez 2017 o ciberfeminismo. A edição fala desde “la resistencia, las identidades disidentes, la interseccionalidad, disputamos el acceso universal a internet, con deseos de inundar la red con contenidos feministas y descolonizar los medios digitales”.

_ Menstruapps é uma reportagem especial criado pela Coding Rights que documenta os aplicativos que monitoram a menstruação (e ganham dinheiro com isso). Reportagem, design e infográfico feito por mulheres, a partir de uma organização também com ênfase no ciberfeminismo.

_ “Ciberfeminismo“, livro sobre o empoderamento feminino através da tecnologia, produzido pela editora Monstro dos Mares e organizado por Cláudia Mayer com textos de várias autoras.

_ “Que se calem as musas: por que o feminismo deve se opôr ao copyright” é um texto da ciberativista argentina Evelin Heidel (Scann) que foi traduzido para o ptbr por Sheila Uberti e publicado no site da Casa da Cultura Digital Porto Alegre.

__ A Radios Libres é um projeto latino-americano que pretende ser um “espaço de formação e debate em torno das tecnologias livres e da cultura livre”. Nessa semana, entrevistaram a Loreto (Maka) Bravo de la Red de Radios Comunitarias y Software Libre y Palabra Radio, que explicou como o feminismo e as tecnologias livres são ferramentas que permitem lutar contra o patriarcado;

_ “Ciencia, Cyborgs y Mujeres: La Reinvención de la Naturaleza” é um livro de ensaios da antropóloga Donna Haraway. “O trabalho de Donna Haraway é uma verdadeira encruzilhada. Reúne diferentes disciplinas acadêmicas (Biologia, Antropologia, História), várias tecnologias (Fotografia, Manipulação Genética, Agricultura) e várias formas de construção de experiência (Turismo, Partidos Políticos). Seus ensaios são simultaneamente história da ciência, análise cultural, pesquisa feminista e posição política. Eles são escritos com a intenção de que aqueles que os abordem a partir de uma dessas perspectivas se encontrem caminhando pelos outros, já que nenhum deles é suficiente para capturar as nuances de textos polifônicos.”

Gracias a Sheila Uberti, Janaína Spode e outras várias mulheres que contribuírem para a lista, ainda em processo. Sabe de mais projetos? Nos escreva: info@baixacultura.org

 

 

]]>
https://baixacultura.org/2018/03/09/iniciativas-feministas-na-cultura-livre-ciberativismo-8m/feed/ 3
Pillku e a cultura livre latino-americana https://baixacultura.org/2018/02/14/pillku-e-a-cultura-livre-latinoamericana/ https://baixacultura.org/2018/02/14/pillku-e-a-cultura-livre-latinoamericana/#respond Wed, 14 Feb 2018 19:11:59 +0000 https://baixacultura.org/?p=12094

A cultura livre latino-americana é muitas vezes tão desconhecida pelos brasileiros quanto a música, os costumes e a literatura dos nossos vizinhos hispano-hablantes. Um dos elos de ligação mais importantes dessa cultura é a Pillku, uma revista digital com edições trimestrais publicada desde 2011, sempre com assuntos caros (ou tangenciando) à temática principal, cultura livre e o (pro) comúm.

Quem produz a revista é o coletivo Código Sur, grupo de pessoas, de diversos países da América Latina, que trabalham para fornecer serviços com tecnologias livres seguras para movimentos sociais, outros coletivos e pessoas que trabalhem em prol de causas como os direitos humanos, liberdades individuais, ecologia e outros tipos de processos sociais de emancipação. São uma organização da sociedade civil, com sede jurídica em San Juan, na Costa Rica, e integrantes espalhados por Argentina, Guatemala, México, Uruguay, que oferecem serviços variados que vão desde hospedagens de sites, em infraestruturas baseadas em software livre, até envio de newsletters, streaming, VPN e e-mail criptografados. Veja os serviços oferecidos e a política de associação (“membresía”) para coletivos, ongs, organizações e cooperativas ligadas às causas citadas acima.

Destacamos aqui abaixo algumas edições para você conhecer melhor Pillku, mas saiba que existe muita coisa interessante a consultar nas até agora 18 edições publicadas. Se tiver interesse também em publicar, fique atento também com o guia editorial e as chamadas de publicação de artigos da Pillku.

Nº7, LOS COMUNES.
A primeira edição de 2013 centra num tema que, hoje, cada vez mais se alia a discussão da cultura livre: o comum. Ainda que não seja nenhuma novidade na economia, a discussão sobre o comum relacionada aos meios digitais está sendo feita com maior intensidade de uns três anos pra cá, e esta edição se faz uma pergunta comum de se escutar hoje na discussão dos comuns: seriam os comuns uma ideia política para transformar o mundo? Aqui são sete entrevistas com conhecedores do assunto, seja de forma prática ou conceitual; o canadense Alain Ambrosi fala brevemente de Remix, the Commons, plataforma multimídia que documenta ideias e práticas em volta do Comum; Gustavo Castro habla desde Chiapas, no México, sobre os bens comuns na terra, também a partir da plataforma Otros Mundos Chiapas, capítulo local da organização internacional Amigos da Terra; a brasileira Carolina Moreno trata de seus 15 anos de experiência no trabalho com os bens comuns, boa parte como coordenadora da área de ecologia política na Fundação Heinrich Böll; entre mais outras 4 entrevistas que vale ler. Destaque também para o texto que discute feminismo e bem comum, a partir dos saberes e cuidados das mulheres, escrito por Angélica Schenerock, da organização mexicana Água y Vida.

 Nº8, CULTURA LIVRE.

Publicada em abril de 2013, esta edição traz textos e entrevistas que referenciam a cultura livre como um movimento social e cultural. Nessa linha está principalmente os artigos “Cultura Libre: redistribución del poder y trabajo entre pares“, por San Hoerth Moura y Angie Schenerock, que conceitualiza e aponta caminhos na discussão conceitual da cultura livre em nosso sofrido continente; e “Cultura libre: génesis y experiencias de un movimiento creciente“, escrito pelo coletivo que edita a revista, que aponta a origem do termo cultura livre (no software livre e nas quatro liberdades propostas por Stallman nos anos 1980), da ideia do código aberto e do Creative Commons, além de fazer um interessante mapeamento de iniciativas que trabalham sob esta perspectiva: rádios, editoras, cinema, redes e até mesmo coisas inusitadas como a interessante “Hacking My Vagina“.

Nº11, MÚSICA LIVRE.
Esta edição, de outubro de 2013, traz experiências de artistas que fazem música copyleft, principalmente liberando suas músicas em licenças livres. Nela, há um “Breve guía para iniciarse en la música libre“, com um explicativo de como funcionam as licenças livres, qual seu contexto histórico, sites referenciais que usam estas licenças e um pequeno passo a passo de como funciona a burocracia de registro convencional de músicas – baseado no contexto argentino, no brasileiro há algumas alterações pontuais. Na linha mais propositiva e conceitual, há um artigo tratando da gestão coletiva dos direitos de autor a partir do paradigma da liberdade, enquanto que na de experiẽncias há outro texto que fala da RedPanal, primeira plataforma livre e colaborativa de gestão musical da Argentina, quiçá uma das primeiras da Latino-América também – confere aqui a plataforma.

Nº18, CIBERFEMINISNO PARA HACKEAR EL PATRIARCADO
A penúltima edição da revista digital foi lançada em setembro de 2017 e fala desde “la resistencia, las identidades disidentes, la interseccionalidad, disputamos el acceso universal a internet, con deseos de inundar la red con contenidos feministas y descolonizar los medios digitales”. Há discussões desde a ainda pouca participação feminina na área de desenvolvimento do software livre, proposta por Cecília Ortemann, até a discussão sobre o ciber-eco feminismo, passando pelo debate sobre uma governança da internet feminista, sobre os trolls e tecnologia e feminismos anti-coloniais, esta última uma entrevista com a coletiva lésbica feminista autônoma Les Brujas. Uma edição-dossiê muito completa e com várias perspectivas sobre a temática.

A Pillku, é claro, também trabalha muito com questões consideradas “técnicas”, mas que também são políticas. Nesta postagem há um mapeamento de iniciativas que fornecem serviços digitais ativistas/livres e que protegem a privacidade de seus usuários, material fundamental para todes de nuestra América latina saberem a quem recorrer quando necessiterem destes tipos de serviços.

Todas as imagens usadas aqui são das edições de Pillku.

]]>
https://baixacultura.org/2018/02/14/pillku-e-a-cultura-livre-latinoamericana/feed/ 0
Congresso #GCultural2016: trabalhos selecionados https://baixacultura.org/2016/07/19/congresso-gcultural2016-trabalhos-selecionados/ https://baixacultura.org/2016/07/19/congresso-gcultural2016-trabalhos-selecionados/#respond Tue, 19 Jul 2016 14:24:42 +0000 https://baixacultura.org/?p=10815 ponencias-seleccionadas-768x589

Depois de vários dias de trabalho, a equipe das mesas do Congresso Online de Gestión Cultural selecionou os trabalhos a serem apresentados em cada uma das seis mesas temáticas. Cada mesa teve autonomia na seleção, mas acordamos previamente alguns critérios comuns e trocamos bastante ideias durante o processo seletivo. Trocamos também alguns resumos que achávamos melhor direcionar para outras mesas que não a inicialmente apresentada pelo autor. Foi então que chegamos a uma seleção que consideramos duplamente interessante e que motive muitas pessoas a participar do congresso para trocar experiências.

Os critérios principais em que baseamos a seleção foi:

_ Afinidade com o tema e o enfoque específico de cada mesa;
_ Que tivesse por base práticas e experiências concretas de interesse para o tema;
_ Na medida do possível, representar diferentes países;
_ Que no conjunto dos trabalhos se apresenta uma diversidade de experiências sobre o tema;

Trabalhamos com estes critérios mais “curatoriais” do que acadêmicos, o que significa que não importa somente a qualidade dos trabalhos mas também o conjunto que queremos mostrar. A nossa ideia (particularmente, do BaixaCultura) era trabalhar com a maior quantidade possível de trabalhos, num processo semelhante ao de “cuidadoria” realizado no BaixoCentro: não selecionar, mas fazer de tudo para que todas pudessem participar do congresso. Mas não conseguimos; não por uma questão de espaço (já que na internet o espaço é quase ilimitado), mas por uma questão de tempo – nosso, da equipe coordenadora de cada mesa; e do tempo de apresentação dos trabalhos durante o congresso. Ainda assim, salientamos que há outras modalidades de participação (apresentadas nas próximas semanas) que podem contemplar aqueles que não foram selecionados no trabalho final. Dá pra ver também que algumas mesas incluem trabalhos de temáticas similares que tanto poderiam se encaixar numa ou em outra mesa. Entendemos que há certas transversalidades em todo o congresso, por isso buscamos a melhor maneira de ter em conta estas cruzas temáticas entre as mesas.

Nos próximos dias vamos comunicar os autor@s das propostas informando dos próximos passos para a apresentação dos trabalhos completos.

1.EXPERIÊNCIAS Y PROYECTOS DE CULTURA Y ACTIVISMO DIGITAL
Relatos de experiencias de procesos / proyectos colectivos o individuales de ciberactivismo, hacktivismo, activismo digital artístico – “artivismo”; hackerspaces, makespaces, fablabs y otros tipos de centros de tecnología comunitaria; producción de cultura digital, arte y tecnologia; mapeos / cartografías digitales; performances y exposiciones artisticas; labs de experimentación digital. Coordina: @baixacultura

1.1. Daniel Daza-Prado (Buenos Aires, Argentina)

Este ponencia plantea anticipar algunas primeras reflexiones sobre una etnografía de dos comunidades de redes inalámbricas libres, una en la ciudad de Buenos Aires y otra en el Delta del Tigre, provincia de Buenos Aires. La etnografía pretende describir, problematizar y analizar comparativamente los cruces entre las experiencias de vida cotidiana, la tecnología y el activismo digital de estos dos grupos. Las redes inalámbricas libres están formadas por personas que conectan sus computadoras para compartir datos y servicios utilizando tecnología WiFi. Estas redes no siempre brindan acceso a internet porque buscan generar alternativas más reflexivas de conexión, comunicación y colaboración en la red de redes.

1.2. Marta Alvarez (Valladollid, España) – bit:LA – www.bitlav.org

En los últimos años han proliferado en España los laboratorios del procomún, espacios en los que se ha ido articulando de forma específica toda una investigación colectiva en torno a este concepto y sus diferentes aplicaciones en el campo de la cultura y el conocimiento en relación con las posibilidades de la Red. Tomando como ejemplo espacios como Medialab Prado (Madrid) y como referencia centros dedicados al arte digital tales como Etopia (Zaragoza), Hangar (Barcelona) o Laboral (Gijón); nos propusimos tratar de desarrollar un espacio de creación e investigación en torno a la cultura digital y especialmente el arte en la ciudad de Valladolid que nos permitiera elevar de forma colectiva una visión crítica desde el arte con respecto al uso de las nuevas tecnologías. La ciudad vive una cierta efervescencia creativa que quisimos focalizar en este espacio colectivo que llamamos bit:LAV y que desarrolló su primera edición en el Laboratorio de las Artes de Valladolid (LAVA): bit:LAV cuenta con una programación de talleres de programación creativa para adolescentes, talleres de especialistas para adultos y un cineforum sobre herramientas libres, además de mantener un blog de crítica y difusión de cultura digital y cultura libre. Si bien su punto fuerte fue la creación de un laboratorio de creación en el que se dan cita creadores de diversos ámbitos como la música, la pintura, los audiovisuales, la filosofía o la educación. Se propone como un espacio abierto de work in progress, de reunión, discusión, colaboración, cocreación y experimentación interdisciplinar para el desarrollo de trabajos desde la óptica de la cultura libre. Se centró en la primera edición en una relectura crítica de la ciudad, su urbanismo y distribución, acompañada de una revisión del imaginario histórico local. Todos los materiales utilizados y el propio proceso se hacen públicos y se licencian con Creative Commons, permitiendo así abrir las puertas del laboratorio mucho más allá de la ciudad y compartiendo la filosofía open access. Este tipo de trabajo exige una nueva apertura institucional que permita, no sólo un trabajo autónomo al colectivo de experimentadores, sino una flexibilidad temática y formal a la hora de llevar a cabo los proyectos. Entiende también la necesidad de comprender la cultura como un continuum desvinculado -al menos en ocasiones- de la cultura espectacular y gestionado como una educación expandida que vaya más allá del mero ocio. La primera edición logró no sólo reunir a una cierta comunidad interesada en las posibilidades del arte digitala pesar de las dificultades ofecidas por el contexto, sino conectar con especialistas en la materia que llevan décadas trabajando; además de con otros agentes como programadores o ingenieros, que pudieron conocer nuevas aplicaciones para sus desarrollos y una expansión para el software libre. El reto está en mantener el cambio institucional y seguir trabajando en la hibridación y cohesión de la comunidad local.

1.3. Lucas Pretti (São Paulo, Brasil) – Preto Café – pretocafe.com.br

Este relato contará a história de criação do Preto Café, o primeiro café pague-quanto-quiser da cidade de São Paulo, sob a perspectiva da cultura livre. Aberta em 2015 como um espaço de promoção da liberdade e da cultura de rede, a iniciativa vem gerando bastante impacto na sociedade paulistana como um todo ao propor a retirada do único elemento que aprisiona na sociedade capitalista: o preço. Procurarei compartilhar a experiência desde a busca por disrupção no modelo jurídico-administrativo e a intenção colaborativa nem sempre alcançada em todos os passos (o que leva à defesa do modelo de gestão “semi-aberto”) até o status de obra artística relacional, que o empreendimento de fato alcança, se analisado sob a perspectiva do teórico Nicolas Bourriaud. De fato este relato, se aprovado, cumprirá uma função pública importante no sentido de promover a cultura livre.

1.4. Caballero Gómez (Asunción, Paraguay) – Música Okapé – www.musicaokape.com

MÚSICA OKÁPE es un proyecto del Centro Cultural de España Juan de Salazar que tiene como objetivo favorecer la proyección nacional e internacional de la música independiente de Paraguay. Es una plataforma que pretende ser una red entre músicos paraguayos/as y la región donde participaron más de 70 proyectos, solistas, bandas y dj de diferentes tendencias y estilos. Fomentando la escena independiente con ciclos de conciertos, talleres, festivales, encuentros colaborativos, cibermedios, videos y programas de radio.

1.5. Bruno Marcelino (Foz do Iguaçú, Brasil) – As Organizações da Sociedade Civil na Promoção das Políticas Culturais: Jaguarão/RS e Arroio Grande/RS

Este trabalho é uma apresentação dos resultados obtidos junto ao projeto de pesquisa Cartografia da Cultura Fronteiriça, financiado via Fundo de Apoio à Cultura do Estado do Rio Grande do Sul – Brasil. O projeto teve como objetivo mapear e identificar as entidades e grupos culturais sediados nos municípios de Jaguarão e Arroio Grande/RS cidades que integram a fronteira sul do estado, a metodologia se deu em três partes, na primeira ocorreu o levantamento e coleta de dados, a segunda foi a realização da pesquisa de campo e visita aos grupos e associações mapeadas inicialmente e a terceira e última consistiu no tratamento dos dados e das informações coletadas. Identificamos um total de dezessete grupos e entidades culturais, no qual por meio dos resultados dos questionários e das visitas à campo, pode-se compreender de forma aprofundada como se dá a promoção das políticas culturais entre os grupos identificados.

1.6. Carine Miola (Foz do Iguaçú, Brasil) – Multigraphias – multigraphias.wordpress.com

A proposta pretende demonstrar o funcionamento de Multigraphias – projeto de residências artísticas virtuais baseado em plataforma digital. Multigraphias reuniu mais de 100 colaboradores, que produziram materiais artísticos em diferentes formatos digitais de forma colaborativa, colocando mais de 10 países em diálogo.

1.7. Janaína Capeletti (Porto Alegre, Brasil) – Arte Digital e Ciberativismo: Intersecções com a Ética Hacker no Cenário Brasileiro

O artigo é o resultado de uma pesquisa que tem como objeto analisar a arte digital ativista no Brasil e as aproximações com os princípios da ética hacker. O ponto de partida para a pesquisa exploratória se situa em fazer um resgate histórico através de revisão bibliográfica da arte digital, dando destaque para a produção brasileira. A partir daí é abordada a net art, suas características e a conexão estabelecida com o ativismoprodução brasileira. O segundo momento do trabalho trata das definições de ciberativismo, hacktivismo e ativismo cultural como tópico introdutório para discutir a cultura e os princípios da ética hacker. Utilizando a técnica de entrevista semi-estruturada, foi possível perceber as peculiaridades da arte digital no Brasil e do ciberativismo, através da visão de cinco entrevistados diretamente envolvidos nas áreas abordadas. Por fim propõe-se uma reflexão sobre as especificidades do cenário da arte e tecnologia no País.

1.8. Lucy Tatiana Galvis Peñuela (Colombia) – Experiencia en Canal 13

Es un relato de la experiencia como artista plástica y productora de televisión con especialización en Gerencia y Gestión Cultural y en Televisión en el uso de nuevas tecnologías para el desarrollo de proyectos en Cultura-Comunicación y Educación.

2. GESTIÓN CULTURAL PARA LA PRODUCCIÓN DE CULTURA LIBRE
Experiencias y reflexiones sobre cómo se produce cultura libre en cualquier disciplina cultural. Proyectos que utilizan y promueven el dominio público, las licencias Creative Commons, licencias de software libre y otras formas de licenciamiento libre. Modalidades de trabajo de código abierto que invitan a copiar, replicar y remezclar. Coordina: @articaonline

2.1. Vanessa Tatiana Azeñas Mallea (La Paz, Bolivia) – Cultura Viva Comunitaria

Este artículo se propone, analizar los aportes y perspectivas generadas a partir del dispositivo Cultura Viva Comunitaria (CVC) en el Estado Plurinacional da Bolivia, desde la perspectiva de los derechos humanos y el reconociendo de los derechos culturales. Inspirado en el Programa Nacional de Cultura Viva (PNVC) del Ministerio de Culturas del Brasil (MinC), CVC es adoptado como dispositivo aglutinador de narrativas por la demanda de políticas culturales más democráticas en América Latina, constituyéndose en una red articuladora que fortalece las diversas demandas nacionales y busca establecer un tejido cultural comunitario cuyo objetivo es impulsar transformaciones de largo plazo en el continente. En este sentido, se hace una aproximación al contexto en el que se desarrolla la historia de CVC y a las circunstancias en las cuales se la adopta como narrativa continental, para poder entender en qué escenario llega al contexto boliviano. Asimismo, se propone entender cuál es la importancia del tejido continental en torno al dispositivo de CVC y cuáles son los factores coadyuvantes que lo convocan. Por último, se acompaña el desarrollo de CVC en el contexto boliviano determinando los aportes de esta narrativa en lo que respecta a las demandas de políticas públicas culturales y las características particulares que, CVC desarrolla en Bolivia.

2.2. Bárbara Couto (Córdoba, Argentina) – Ediciones de la Terraza – edicioneslaterraza.com.ar

Somos un sello de Córdoba (Argentina) nacido en abril de 2012. Publicamos libros ilustrados y libros-objeto. Nos caracterizamos por explorar nuevos modos de publicación que apunten a una democratización en el acceso a la cultura y a una articulación más importante con el público lector. Creemos que estas alternativas forman parte de un nuevo paradigma de producción cultural, más solidario y colectivo, que entiende el acceso a la cultura como un derecho humano, y que podemos fortalecer desde nuestra labor editorial cotidiana de promoción de la lectura. Nuestras características principales son:
_Publicamos libros ilustrados y libros objeto. Creemos que la ilustración es un lenguaje en sí mismo que merece atención y cuidado. Los libro-objeto ofrecen una posibilidad lúdica de disfrute de la lectura y la manipulación del libro. Por este motivo exploramos formatos, tamaños y tipos de encuadernación que aporten al concepto gráfico de los títulos que publicamos.
_ Aprovechamos las posibilidades técnicas de internet y las redes sociales para la difusión de las ediciones digitales, que se distribuyen de manera gratuita, quedando al alcance de todos. Desde nuestra web brindamos un enlace al sitio issuu.com donde están disponibles nuestros títulos completos para lectura gratuita, un par de meses después de la presentación de los ejemplares impresos. Por ahora, y hasta que mejoremos las posibilidades técnicas de nuestra web, los libros en pdf los enviamos a quienes nos lo soliciten por mail.
_ Licenciamos los libros con Licencias Creative Commons. Como editores estamos comprometidos con la idea de reforzar el derecho humano de acceso a la cultura que promueven diversas declaraciones internacionales, entendiendo que la legislación vigente de propiedad intelectual antepone el derecho de autor por sobre el derecho de acceso a la cultura. Desde Ediciones de la Terraza trabajamos a partir de la concepción de que el acervo cultural humano es un bien que debe ser accesible a todos. Esto, sin desconocer la autoría de quien realiza la obra, implica que las producciones que editamos aporten a una cultura más libre. Las nuevas tecnologías vienen poniendo estos debates sobre el tapete y los modelos más tradicionales ya no dan respuesta a la situación actual del acceso al conocimiento y la cultura. De esta manera, trabajamos codo a codo con los autores que encaran proyectos junto a nosotros liberando algunos derechos reservados, de manera de potenciar ese acceso a la cultura. Lo hacemos licenciando nuestros libros con las licencias Creative Commons y fomentando su uso en todas las actividades en las que participamos.
_ Utilizamos el financiamiento colectivo como herramienta de producción para algunas ediciones. Creemos que el financiamiento colectivo junto a las licencias libres son dos elementos de un nuevo paradigma que convierte a la comunidad en un protagonista privilegiado de la producción cultural, puesto que potenciales lectores pueden interactuar con los libros, hacer obras derivadas, compartir y copiar e incluso sumarse en un momento previo a la publicación para colaborar y hacer el libro posible, decidiendo de ese modo qué títulos y propuestas pueden ingresar al mercado editorial.

2.3. Mariano Martino / Ingrid Quiroga, Colectivo Enjambre (General Roca, Argentina) – desbordes  enjambre.cc

“desbordes” busca visibilizar y vincular a las diversas iniciativas culturales que están practicando nuevas formas de crear, distribuir y difundir la producción cultural en la región del Alto Valle de Río Negro y Neuquén, Argentina. Se busca detectar y mapear a iniciativas culturales o ciudadanas que pongan en cuestión el modo de concebir, crear, producir y distribuir conocimiento. El radar está puesto sobre aquéllas prácticas culturales y artísticas con una búsqueda común: aquella del encuentro, de la proximidad, del empoderamiento, donde quede explícita una vinculación y un retorno hacia la comunidad, y con base en la horizontalidad, el intercambio y el coaprendizaje. desbordes intenta ser un aporte a la generación de otros espacios y circuitos de distribución y difusión cultural. Además del mapeo regional, la intención del proyecto es definir de forma colectiva cuáles son esas nuevas prácticas culturales en red. Para eso se han generado varias actividades abiertas en diferentes ciudades del Alto Valle (Neuquén, General Roca, Cipolletti y Villa Regina), encuentros/mapeos de las iniciativas culturales que tienen el virus de la colaboración en su ADN. Estos encuentros y el mapeo de desbordes se complementan con una serie de entrevistas a diferentes actores sociales/culturales de la zona para conocer así más sobre las metodologías o dinámicas de organización y de vinculación que ponen en práctica. Además del mapeo y las entrevistas, se busca que desbordes actúe como una correa de transmisión entre las diferentes iniciativas. Específicamente, se busca intercambiar cuáles son las prácticas de gestión cultural con las que experimentan estas iniciativas: conocimientos y prácticas específicas y contextualizadas.

2.4. Rodrigo Savazoni (Santos, Brasil) – Instituto Procomum – LABxS (Lab Santista) – labirinto.procomum.com.br/tag/lab-santista

Nos últimos anos temos visto emergir um grande número de iniciativas culturais e cidadãs que se assumem como laboratórios. Na Europa e nos Estados Unidos, temos experiências estruturantes e referenciais, como é o caso do Ars Electronica na Áustria, o ZKM na Alemanha, o MediaLab-Prado, em Madri, ou o MIT, em Boston. Mas também temos outras abordagens, independentes e autônomas. No Brasil e na América Latina não temos modelos referencias de grandes proporções que possam ser citados nesta compilação, mas, por outro lado, temos inúmeros casos de projetos e programas, públicos e privados, que dialogam com essa perspectiva, como foi o caso dos Pontos de Cultura no Brasil e depois em vários países latino-americanos. Desde 2015, venho investigando mais aprofundadamente esses formatos, inicialmente por meio do projeto Tecnologias e Alternativas e mais recentemente com a realização do LAB.IRINTO – Encontro Internacional de Cultura Livre e Inovação Cidadã, previsto para ocorrer em Santos, São Paulo, Brasil, entre os dias 22-24 de junho de 2016. Nessa atividade, estamos reunindo 25 experiências brasileiras e outras 10 internacionais, além de agentes da região da Baixada Santista, para refletir sobre a relação entre os laboratórios, a cultura livre e a inovação cidadã. Nos interessa pensar a questão dos city-fab-maker-hack-media-labs em alguns eixos estruturantes, como sustentabilidade, programação, formação de rede e engajamento local e territorial. Minha proposta é apresentar durante este primeiro congresso um paper produzido a partir das colaborações reunidas durante o LAB.IRINTO, apontando perspectivas e possibilidades para a criação de laboratórios em nossas cidades como parte da expansão de uma rede de produção contemporânea que seja de fato promotora da cultura livre, disputando assim as soluções para a vida em comum que hoje passam pelos projetos e imposições da aliança entre governos e corporações. Sabemos que nos últimos anos, grandes empresas têm trabalhando com o desenvolvimento de tecnologias que pretendem levar internet aos artefatos e equipamentos que organizam nossas vidas, desde geladeiras até semáforos. Isso deu origem a uma perspectiva que tem ganhando muito espaço no debate política, sobre as cidades inteligentes e/ou conectadas. No nosso entender, laboratórios de cultura livre e inovação cidadã podem ser um instrumento para que a cidadania e os criadores independentes possam apresentar perspectivas de baixo para cima para seus territórios, tornando-se assim uma alternativa ao modelo centralizado e top-down que começa a se tornar hegemônico nas nossas cidades. Importante lembrar que a América Latina é a região planetária com maior proporção de habitantes vivendo em zonas urbanas, e que também possui inúmeras megacidades que se constituem como um enorme desafio para o desenvolvimento de políticas públicas e soluções cidadãs.

2.5. Sergio Zapata (La Paz, Bolivia) – Escuela Popular de Cine libre

Como una experiencia autogestionada como escuelas libres para la distribución de lo sensible se constituyen un mecanismos de resistencia eficaz frente al mercado, la homogenización de los bienes culturales y la política de gestión cultural de entidades publicas como del tercer sector, por tanto consideramos que debe articularse desde los espacios de educación popular y comunicación popular para la constitución de sujetos sensibles y políticos para enfrentarnos a la producción, reproducción, circulación y distribución de bienes sensibles de manera libre, autónoma y autogestionada. La ponencia como producto de una reflexió colectiva busca abordar los limites y las posibilidades de las escuelas populares libres y a su vez pretende abrir el debate con sectores estrictamente artístico culturales. todo esto desde la experiencia de la Escuela Popular de Cine libre, sus aliados y el Festival de Cine Radical.

2.6. Andreu Meixide, Panorama180 (Barcelona) – Festival de Cine y Cultura libre BccN – www.bccn.cc

Como Asociación Panorama180 proponemos hacer una ponencia sobre el desarrollo en los últimos 7 años del festival de Cine y Cultura libre BccN y su papel en la dinamización de la red Internacional de Festivales CCWorld en la que más de 30 certámenes en todo el mundo (especialmente países hispanohablantes) que comparten y difunden material audiovisual realizado bajo parámetros de cultura libre y licencias abiertas. En dicha ponencia nos gustaría exponer tanto las certezas y fortalezas como las contradicciones y dificultades de trabajar en una Red Global de incidencia Local. Creemos que compartir nuestro aprendizaje de gestión cultural en parámetros de cultura libre y audiovisual puede resultar interesante para el congreso a la par que una buena oportunidad para establecer nuevos lazos de colaboración como ya sucede con el festival de cine CC de Uruguay (http://festival.creativecommons.uy/).

2.7.Thaís Rigolon, Instituto TIM  (São Paulo, Brasil) – Mapas Culturais

Mapas Culturais é um software livre para mapeamento colaborativo e gestão da cultura que contribui tanto para qualificar a gestão pública, ao promover mais eficiência, quanto para a sua atualização frente às novas Tecnologias da Informação e Comunicação. O sistema é alimentado de duas formas: pelo poder público, que insere na plataforma informações sobre os equipamentos culturais, programações oficiais, editais, etc.; e pela população em geral, que se cadastra como agente de cultura (individual ou coletivo) e pode divulgar suas próprias programações. A ferramenta incorpora nos processos públicos as lógicas do software livre, da colaboração, da descentralização, do uso de dados abertos e da transparência. Além disso, fortalece o Plano Nacional de Cultura. Mapas Culturais foi criado em parceria com a Secretaria de Cultura do Município de São Paulo, o primeiro a adotar a plataforma (SP Cultura). Atualmente, o sistema também está em operação nos estados do Ceará (Mapa Cultural do Ceará), Rio Grande do Sul (Cultura RS), Tocantins (Mapa Cultural do Tocantins), Mato Grosso (Cultura MT) e São Paulo (SP Estado da Cultura), e nos municípios de Sobral-CE (Sobral Cultura), Blumenau-SC (Blumenau Mais Cultura), São José dos Campos-SP (Lugares da Cultura), João Pessoa (JP Cultura), Santo André (CulturAZ) e Belo Horizonte (Mapa Cultural BH). O sistema possibilita um melhor planejamento das ações dos gestores públicos culturais, o monitoramento e avaliação mais precisos das políticas públicas e o fortalecimento de processos de articulação local e territorialização das ações. A reunião de dados sobre produção cultural possibilita gerar indicadores capazes de balizar políticas públicas eficientes e de qualidade. Como a coleta de dados é colaborativa, as informações passam por um processo de constante atualização. Mapas Culturais fortalece o acesso à informação pública, como ferramenta que agrega dados de agentes, espaços, eventos e projetos culturais; divulga ao cidadão informações sobre a agenda cultural da cidade (tanto em relação a eventos oficiais quanto a não oficiais); e amplia a possibilidade de troca de informações e comunicação com os agentes culturais – afinal, abre-se uma via entre eles e os gestores. É uma forma de criar um canal constante de construção coletiva de políticas, consultando e interagindo o tempo todo com os agentes, e facilitar a comunicação entre agentes culturais e público. Os estados e municípios que adotam Mapas Culturais formam uma rede de gestores públicos na qual a tecnologia e a política dialogam. Eles são capacitados para o uso da tecnologia e têm à disposição manuais de procedimento da plataforma. As prefeituras e estados da rede trocam experiências, conversam sobre melhorias e novos usos e se apoiam mutuamente. Dentro de cada governo, as secretarias envolvidas dialogam, em um processo intersetorial e transversal.

3. LA GESTIÓN CULTURAL EN LAS BASES
Experiencias recorridas de colectivos y emprendedores culturales que trabajan desde espacios o proyectos íntimamente vinculados con el territorio y las comunidades. El foco temático de esta mesa nos lleva a considerar, además, la articulación de éstos con otros actores como colectivos, organizaciones, programas del Estado, empresas, etc. Dichas experiencias pueden provenir tanto del sector privado como público. Coordina: @gestioncuy

3.1. Andrés Alba (Montevideo, Uruguay) – Urban –  facebook.com/UrbanoEspacioCultural

Un Centro Cultural que integra el Área Ciudadanía y Territorio de la Dirección Nacional de Cultura de Uruguay. Tiene como objetivo fundamental asegurar el ejercicio de los derechos culturales de la ciudadanía, haciendo un énfasis especial en el trabajo con personas en situación de calle y refugio. La ponencia se inscribe en la mesa buscando dar cuenta del proceso transdisciplinario de gestión cultural a nivel territorial, interinstitucional y diseñado desde los participantes, mayoritariamente personas en situación de calle y refugio, como espacio legítimo de visibilización de su realidad cotidiana.

3.2. Ateri Miawatl (Acatlán, Guerrero, México) – TETL laboratorio de artes – laboratoriodeartes-tetl.com

Busca la descentralización (ideológica y territorial) de la práctica artística y la práctica creativa como medio para reforzar el náhuatl, el Ñam Cuee Ñom Daa y el Na Savi; tres de las 69 lenguas que se hablan en México. Transitan entre la plástica, la gráfica, el libro-arte y el teatro. Su ponencia pretende debatir los vínculos-fronteras político-profesionales de quienes realizamos gestión cultural y de cómo entendemos la gestión cultural, partiendo de exponer y compartir los modos de creación-gestión de TETL laboratorio de arte.

3.3. Manuel Rivoir (Montevideo, Uruguay) – Idem intervenciones – facebook.com/idem.intervenciones

Es una organización conformada por un equipo interdisciplinario que trabaja desde el 2009 realizando proyectos culturales y educativos, mayoritariamente fuera de la capital uruguaya. Quieren presentar su metodología de trabajo: de la cogestión a la autogestión, que supone el acompañamiento de un grupo u organización en pequeñas comunidades del interior del país, brindando herramientas de gestión para la mejor administración de sus recursos –humanos, materiales, intelectuales, económicos- y para que puedan llevar a la acción sus ideas y proyectos. Apuntan a la sostenibilidad y la autogestión del grupo a mediano y largo plazo. Además acompañan procesos, potenciando habilidades individuales y grupales para lograr mayor nivel de autonomía y fortalecimiento grupal.

3.4. Soledad Guerrero, Camila Vezzaro, Lucía Caldes (Montevideo, Uruguay) – Centros MEC – centrosmec.org.uy

Es una red de casas del Ministerio de Educación y Cultura de Uruguay -en sociedad con gobiernos locales y ANTEL-, que funciona como puntos de encuentro entre los recursos del Ministerio, las intendencias departamentales, los municipios, y las organizaciones sociales y de vecinos de cada localidad. El objetivo de esta red es contribuir a la integración social y a la formación de ciudadanía a partir de la generación de espacios de animación, intercambio y elaboración de propuestas sociales, culturales y educativas. Centros MEC desarrolla una importante labor de articulación a nivel local con diversos actores, de los sectores público y privado así como de la sociedad civil, lo cual se reconoce como una característica central de su modelo de gestión. Resulta interesante indagar y reflexionar no sólo acerca del modo de trabajo de la organización sino también sobre experiencias desarrolladas en distintos puntos del país que ilustran las características de los procesos que se impulsan así como sus implicancias en términos de gestión cultural desde el territorio.

3.5. Marco Antonio Martín García (Cochabamba, Bolivia) – TELARTES – telartes.org.bo

Es una plataforma de articulación del sector cultural boliviano. Nacida en 2012 bajo el propósito de fortalecer el disperso escenario a partir del desarrollo de capacidades de articulación, colaboración, intercambio y, fundamentalmente, de incidencia en política pública, TELARTES es una iniciativa ciudadana cultural que, en 4 años, se ha convertido en el referente organizado de la sociedad civil más importante de Bolivia. Actualmente conecta a más de 300 espacios, colectivos, instituciones, gestores culturales, artistas y activistas de todo el país. Tiene como cobertura los 9 departamentos de Bolivia, con un mayor desarrollo hasta el momento en las principales ciudades del país, sin embargo, paulatinamente, su capacidad de convocatoria alcanza también a provincias y sectores rurales.

3.6. Rogger Romero (Chimbote, Perú) – ITAC

Es un proyecto que nace dentro del eje de identidad del programa RIEE, el cual busca revalorizar la identidad, promover el turismo e incentivar el arte y la cultura en la ciudad de Chimbote, Perú. Durante el tiempo que se viene desarrollando el proyecto se han realizado diversas actividades con las que buscan integrar a la comunidad con los agentes culturales de nuestra ciudad. Desde la realización del proyecto ITAC han logrado que más de 300 beneficiarios sigan participando de manera permanente en sus actividades y han generado una red de contactos de artistas y organizciones que se suman a su labor que continúa incrementándose.

3.7. Martín Espósito (Montevideo, Uruguay) – Una escuela sustentable

La primera escuela pública autosustentable de Latinoamérica. Más de 200 personas de 30 países diferentes construyeron en 45 días un edificio que tiene el potencial de convertirse en una plataforma donde presentar nuevos desarrollos entorno a la educación pública. Una forma de acercar a su comunidad herramientas que fomenten la autogestión. Una muestra del potencial que existe a través de la colaboración entre las diferentes partes de esta sociedad. Una Escuela Sustentable es un proyecto de casi 5 años de gestión voluntaria y que a través de esta experiencia histórica en Uruguay, comienza una nueva etapa en su desarrollo.

3.8. Belén Acosta (Buenos Aires, Argentina) – Festival Efimero de Teatro Independiente – elfeti.org/fest

Festival de teatro que promueve la creación de relaciones entre diversas compañías teatrales del ámbito independiente, tanto nacionales como internacionales, posibilitando el encuentro entre quienes trabajan de forma autogestiva y autónoma entre sí y sobre todo con el público. La razón de ser del proyecto es generar un intercambio donde los participantes construyan una opinión crítica sobre la propuesta que se les presenta, o que simplemente opinen y puedan reflexionar sobre la misma. Su ponencia buscará intercambiar experiencias con otros colectivos acerca de la organización horizontal, la autogestion y estrategias de convocatoria barrial.

3.9. Ana Melazzi (Montevideo, Uruguay) – Fiesta de las Migraciones

Una fiesta de intercambio cultural y gastronómico en la que bailan y cantan más de 30 colectividades de distintos orígenes y se puede degustar comida de diferentes regiones, apreciar distintas artesanías y objetos típicos. Su ponencia presenta el crecimiento de la Fiesta, los cuidados que siempre se han tenido y la apropiación por parte del público y las colectividades que la realizan, haciendo de cada edición algo único. Contarán cómo se apoyan unas colectividades a otras y cómo han generado experiencias más allá de la Fiesta en sí; la articulación de los distintos actores y el énfasis que damos en la equidad cultural para que esta buena convivencia se logre. El enfoque está en cuidar y ayudar tanto a las colectividades como al público que los visita, para que la experiencia de ambas partes sea plena.

3.10. Israel Paredes (Mérida, México) – Intervención social del colectivo Habitación 42.1

Trabajan proyectos de intervención social desde una postura contracultural, que van desde la creación de laboratorios comunitarios, hasta una toma de conciencia ante una problemáticas sociales específicas, en ellos se proponen intercambios de conocimiento con la comunidad, en donde a partir del aprendizaje colectivo y mutuo se creen alternativas económicas y culturales sustentables. Los fenómenos emergentes, cuya naturaleza creativa va mas allá de la inventiva que supone el orden social, pueden generar condiciones nuevas, que confronten la cultura dominante, como pasos evolutivos en el desarrollo social y sociocultural. En esta ocasión buscan reflexionar sobre el arte social en búsqueda de la individualización de la cultura y los mecanismos de gestión que, para llevar a cabo esto, se requieren.

4. COMUNICACIÓN EN RED Y HERRAMIENTAS TIC PARA LA GESTIÓN CULTURAL
La gestión cultural contemporánea se encuentra de lleno en el paradigma de la hiperconexión, el diálogo y el potenciamiento de la retroalimentación a través de las herramientas TIC para la comunicación en red. El trabajo colaborativo, si bien es una posibilidad, debe ser potenciado más allá de discursos coyunturales. Conocer y entender la tecnopolítca de la red nos ayudará sin duda a plantear una mirada contextual, crítica e histórica a los modos en que queremos trabajar en red. No es sólo conectarnos, sino crear espacios colaborativos válidos a nivel cultural, social, económico y político para que el impulso de posibilidades abiertas, una de las finalidades de la gestión cultural, sea creado desde la inteligencia colectiva. La Cultura Libre, el Software Libre, resilencia, ética hacker, inteligencia colectiva, redes libres comunitarias, distribución y modos de hacer, serán palabras que escucharemos mucho en esta mesa temática. Coordina: @danicotillas

4.1. Pilar DM (Barcelona) – El Dado del Arte – eldadodelarte.com

Una experiencia de 10 años en el Social Media desde y para el arte. La ponente es una bloguera con amplia experiencia y mirada hacia el patrimonio cultural.

4.2. Natalia Ferreira (Asunción, Paraguay) – Centro de Comunicación Popular “La Cigarra – cigarrapy.wordpress.com

La idea es poder debatir sobre las tensiones de la comunicación popular y sus procesos de generación y difusión, entendiendo todo este movimiento como hacedor de sentidos. Proponemos revisar la participación en colectivos que sostienen plataformas y canales organizativos virtuales, y formas y tradiciones de participación presenciales, desde la experiencia de Cigarra Centro de Comunicación Popular de Paraguay, espacio que buscar hacer comunicación contra hegemónica, y posicionar las voces de las organizaciones sociales progresistas de Asunción y otras ciudades de Paraguay, formando “periodistas” comunitarios que aprenden y comunican sus propias realidades.

4.3. Martí Perramon Llavina (Vic, Cataluña) – Bravo Manager – bravomanager.com

Perspectiva del gestor cultural de Bravo Manager, solución integral para gestionar todos los procesos de gestión de un teatro, extensible a cualquier tipo de organización cultural. Todo está integrado en una solución, que sirve para todos los teatros de hoy, grandes y pequeño. Hemos tomado como fuente el Marketing Relacional – Cultural – y lo hemos extendido en una plataforma online, totalmente amigable y que ofrece un rendimiento espectacular en la gestión de comunicación, venta de entradas y gestión de públicos, posibilitando una mayor venta de entradas online y un ahorro muy considerable en gastos y comisiones, al no depender de terceros.

4.4. Colectivo Coworking Cultural Virtual de les Illes Balears (Islas Baleares, España) – ArtXipelag – www.artxipelag.com

Art-Xipèlag viene a cubrir la necesidad de un territorio común a la cultura en las cuatro islas de la Comunidad Autónoma de Baleares. Nace como un proyecto independiente con vocación de convertirse en una de las herramientas digitales de referencia de la cultura en las Islas. Albergando información y contenidos sobre la cultura que se hace, se expone o transita por nuestro Archipiélago así como necesaria e importante para el desarrollo del sector. En una primera fase Art-Xipèlag está compuesta por un Observatorio de la Cultura , un espacio de creación de contenidos y prestación de servicios de difusión y apoyo a las manifestaciones , agentes y actores culturales isleños. El proyecto de Art-Xipèlag está formado por un equipo de profesionales de la gestión cultural de las Islas , provenientes de diferentes campos de la cultura y especializados en diversas disciplinas. Un equipo pluridisciplinar , trabajando bajo la filosofía y metodología del coworking , formado por personas residentes en diferentes islas que construyen la plataforma desde la óptica de los diferentes hechos insulares.

4.5. Juan Jesús Gómez de Lara Sosa, La Matraka Gestión Cultural SLL (Sevilla, España) – Myplayz – www.myplayz.com

Myplayz es una comunidad que pone en contacto Anfitriones, personas que quieren abrir su casa, con artistas que quieren actuar en espacios únicos y singulares. Una comunidad que disfruta de experiencias culturales exclusivas en espacios privados y secretos. Queremos animar a los ciudadanos a participar de la comunidad Myplayz y que sean ellos los protagonistas culturales, democratizar el hecho cultural. Que sea la comunidad la que decide cómo, cuándo y qué cultura quiere consumir y disfrutar. Para ello hemos creado una herramienta que facilita poner en contacto anfitriones con artistas, la creación del evento, su publicación, control de invitados, gestión económica, valoraciones, para que crear un evento sea sencillo y divertido. El movimiento del consumo colaborativo está en auge y ha llegado a transportes, alojamientos y turismo. Compartir, colaborar, intercambiar donde el ciudadano es el protagonista. Creemos que la cultura necesita cubrir esa necesidad de empoderamiento. Acercar y animar a los anfitriones a convertir su salón en un escenario, invitar a los artistas a actuar en espacios únicos y gestionarse sus propias actuaciones; y a unos invitados a disfrutar de una experiencia cultural diferente. Hay muchos ciudadanos que se animan a abrir sus casas, pero hay detrás una productora que organiza el evento. Queremos adentrarnos en el consumo colaborativo y otorgarle el poder al ciudadano, que sea quien gestione, cree y valore sus propias experiencias culturales. Un mercado potencial en auge y escalable, para que cualquier persona en el mundo pueda crear un evento cultural cómo, dónde y cuando sea.

4.6. Lucas Pretti, Instituto de Artes UNESP (Sao Paulo, Brasil)

Este ponencia introduce el concepto de multitud, creado por Michael Hardt y Antonio Negri, en la discusión sobre la producción de obras de arte público por artistas y colectivos artísticos en la ciudad de Sao Paulo (Brasil) entre los años 2012 y 2014. Las obras seleccionadas como objeto de estudo tienen en común el hecho de que fueron posibles gracias a las plataformas de crowdfunding (financiación colectiva), que las vincula a la hipótesis de que el proceso creativo debría responder a la demanda “comunal” de la multitud en red. Partimos del intento de correlacionar las nociones de multitud e “inteligencia de enjambre” de Hardt/Negri a la estética relacional de Nicolas Bourriaud para entonces investigar algunas características de las iniciativas Pimp My Carroça (Mundano) y BaixoCentro (del autor).

4.7. Gabriela Giurlani (Beccar, Argentina) – Taller arte y letras de artistas y escritores con discapacidad – tallerarteyletras.blogspot.com

Taller arte y letras de artistas y escritores con discapacidad es una iniciativa de gestión cultural independiente, internacional, autogestiva, empoderada, innovadora, sin fines de lucro, donde el uso de las redes e internet por parte de sus integrantes juega un papel fundamental, generador, vinculante e inclusivo. Creado y dirigido por la artista, escritora, curadora y gestora cultural con discapacidad Gabriela Giurlani, en base a sus propias experiencias y las de sus pares, quien decidió cambiar el rol pasivo que habitualmente la sociedad asigna a las personas con discapacidad, por un rol definitivamente activo. Con la problemática de la diversidad y vulnerabilidad social de las personas con discapacidad de fondo, revaloriza y extiende la visión de la vida de este colectivo social y sus capacidades en estos campos de la cultura, y en otros también por extensión, para concretar un cambio cultural y derribar prejuicios sociales a través de la creatividad. La discapacidad, como internet, no tiene fronteras, y este grupo tampoco. Está integrado por personas de varias latitudes de Argentina y del extranjero, vinculadas en forma real y virtual en tarea conjunta, con la tecnología a favor y manejada por las mismas personas con discapacidad. A partir de la masificación de Internet, la comunicación en red, las TIC y las nuevas tecnologías, el grupo, superando sus diversas discapacidades, se ha apropiado de ellas. Como herramientas útiles para expresarse e insertarse en el mundo, con mayor libertad, en procesos transformadores a nivel individual, colectivo y social. En un desarrollo cultural pleno, descubriendo y aprovechando las potencialidades abiertas por las nuevas tecnologías, que abren caminos igualadores también para la discapacidad. Generando con estas experiencias un cambio cultural en ellos mismos y en sus públicos. Tarea que realiza como una comunidad en red desde el ámbito de Internet y las redes distribuidas, en tiempos y espacios flexibles. Que como cultura híbrida entre lo físico y lo digital, genera actividades en un nuevo proceso de democratización de la cultura, el arte y la creatividad, en circulación, saliendo de los “ghetos” en los que habitualmente la sociedad coloca a las personas con discapacidad. De este modo, esta experiencia aborda conceptualmente su proyecto en íntima vinculación con su comunidad como una particular gestión cultural contemporánea en las bases, articulando sus acciones con otros actores públicos y/o privados en diferentes iniciativas. Opera bajo los lineamientos disciplinares de la gestión cultural contemporánea, los paradigmas de la sociedad de la información y del conocimiento, el trabajo colaborativo y la inteligencia colectiva, las perspectivas teóricas y conceptuales del Modelo Social de la Discapacidad, y de la Convención Internacional sobre los Derechos de las Personas con Discapacidad de la ONU. Con un trabajo sociocultural, mediante estrategias educativas, de concientización y difusión, realiza intervenciones de impacto desde la perspectiva y en los ámbitos de las artes, las letras, la educación y la gestión cultural. Esta propuesta nunca hubiese sido posible, si no existiese internet y la tecnología actual, que permite de este modo una superación social y cultural de la discapacidad.

5. ESPACIOS CULTURALES Y COMUNIDAD EN RED
La cesión de espacios por parte instituciones públicas y privadas, hace que se esté viviendo un momento de cambio en el que la cultura parece cobrar un protagonismo singular en las ciudades. Por ejemplo, el Ayuntamiento de Madrid ha lanzado un marco común de cesión de espacios que estarán disponibles para el tejido asociativo de la ciudad. Estas experiencias, incentivan el intercambio, la colaboración y la innovación ciudadana y cultural. En esas circunstancias la capa digital juega un papel imprescindible en la construcción de una red de intercambio que conecte las diferentes propuestas locales creando una red global. Desde un punto de vista teórico, pero sobre todo práctico, el objetivo de las ponencias será indagar en las posibles vías de implementación de la construcción de esta red. Coordina: @ComandanteTom_

5.1. Laura Gómez Cáceres (Asunción, Paraguay) – Terraza Rapé y La Comuna

La idea de la ponencia es hablar sobre dos experiencias de gestión cultural que implicaron resignificar el espacio y generar otra construcción del sentido colectivo a partir de provocaciones performáticas, musicales, conversatorios entre otras cosas. El objetivo principal además de explicar el “cómo llevamos a cabo” los distintos proyectos es más bien exponer lo que descubrimos de poderoso a partir del trabajo con proyectos relacionados al espacio, territorio y lugares. Una de las iniciativas es Terraza Rapé, que se trata de una adaptación local del proyecto Redetejas, con licencia de Creative Commons. Redetejas, es la primera red ciudadana de micro espacios culturales en azoteas privadas. Redetejas es un proyecto sin ánimo de lucro que pretende abrir las azoteas como espacios de desarrollo cultural. Todo el proyecto se estructura a través de ‘Encuentros de azoteas’, que son rutas de micro actividades culturales que se desarrollan en azoteas particulares de diferentes ciudades. El proyecto está licenciado en Creative Commons, por lo que puedes copiar, modificar y mejorar Redetejas siempre respetando los derechos de autor del proyecto. Otra de las iniciativas se trata de las Casas Causa, una red de casas que promueve la convivencia colectiva y cultural. Esta red de casas abre sus puertas al barrio, como espacios de construcción de propuestas culturales, políticas y comunitarias. En La Comuna se realizan diversas actividades sobre temas como la opresión de la mujer, la diversidad sexual, la ciudad y conflictos internacionales. Este proyecto pretende resolver un problema habitacional y a la vez construir un modelo alternativo de convivencia. El hilo principal que une ambos proyectos es el de utilizar el espacio no solo como “contenedor” de la actividad sino más bien como estructurador de la misma. Trabajar con la intención de que ese espacio, se transforme en lugar, reconstruya modelos de economía, de colaboración y de disfrute cultural, priorice el proceso de la experiencia de construcción colectiva más que el de producto final.

5.2. Ângela Sowa, Universidade Federal de Santa Maria (Santa Maria, Brasil)

As políticas públicas voltadas ao estimulo de Projetos Culturais tem potencial para valorizar e ou regatar culturas regionais, bem como proporcionar a visibilidade e o diálogo intercultural. Segundo a Resolução n° 7 PDDE/FNDE de 12/04/2012 estipula que as escolas públicas, estaduais e do Distrito Federal possam desenvolver atividades culturais por intermédio do Mais Cultura nas Escolas para uma educação de Ensino Integral aproximando práticas culturais do fazer pedagógico da escola, sendo um Programa complementar ao Ensino Médio Inovador e o Mais Educação. A partir da resolução, o Ministério da Educação e o Ministério da Cultura abriram um chamado para planos de atividades a partir da Plataforma SIMEC, para que escolas de todo país pudessem participar do Programa Mais Cultura nas Escolas. Como critérios de seleção, o MEC/MinC priorizou algumas características pré-estabelecidas como a presença da bolsa família nas comunidades atendidas pela escola ; a preocupação em distribuir de forma proporcional as aprovações de Planos de Atividade, sendo que as regiões com maior número de inscrições receberam mais projetos selecionados; a distribuição com equidade nas temáticas em uma perspectiva que alinhasse mais diversidade nos territórios, alinhamento do projeto político pedagógico com a experiência da Iniciativa Cultural parceira e a realidade do território em questão, entendendo as particularidades e as potencialidades culturais. Inserido neste âmbito, o trabalho tem como objetivo central analisar e mapear o processo de implantação e desenvolvimento da política pública Mais Cultura nas escolas públicas de Santa Maria – RS. Quanto a metodologia, optamos inicialmente pela pesquisa bibliográfica, com base em estudos relacionados à cultura na perspectiva de Eagleton (2005), Canclini (1997, 2004), Muylaert (1995); educação intercultural com Candau (2003) e Banks (1999), políticas públicas culturais e educacionais com Demo (1994), cidadania cultural com Chauí (2006), educomunicação com Soares (2000, 2006, 2011) e Comunicação e Educação com Sodré (2012). Na sequencia, fizemos análise documental que é composta pelas cartilhas fornecidas pelo MEC/MINC do Programa Mais Cultura, para entender suas especificações e macrocampos, bem como a análise dos projetos das cinco escolas pesquisadas, e documentos institucionais das respectivas Escolas. Além disso, aplicamos entrevistas estruturadas aos gestores dos Projetos desenvolvidos nas Escolas. Constatou-se a relevância dos trabalhos desenvolvidos como forma de democratização da cultura, bem como dispositivo de intervenção na cultura singular da escola provocando-a para uma abertura intercultural e desmistificação das diásporas culturais. Identificou-se também o potencial dos projetos para a promoção e o exercício da cidadania cultural, bem como para formação de identidades culturais hibridas. Além disso, os projetos incentivam o desenvolvimento de individualidades e da produção colaborativa de crianças e adolescentes, contribuindo para que os mesmos compreendam a diversidade cultural presente na sociedade e na comunidade e o quanto à cultura está atrelada ao descobrimento do “eu” e do “outro”.

5.3. Santiago Selma, Anima Cult (Fortaleza, Brasil)

Nossa apresentação trata de uma proposta de conceito para territórios urbanos de produtividade local denominados Pólos Criativos, considerando os princípios da Economia Criativa Brasileira. Tratamos da questão contemporânea que aplica a criatividade como eixo de desenvolvimento, dos territórios urbanos, seus espaços e relacionamentos com a cultura e apresentamos uma proposta metodológica para a identificação destes pólos criativos, através do ponto de convergência existente entre desenvolvimento, localidade e criatividade. Nosso estudo tem como base a extensão continental do Brasil e as distâncias que envolvem os diversos territórios com relação às questões sociais, econômicas, regionais, organizativas e culturais, que nos revelam políticas públicas com um enorme desafio de executar, mesmo segundo critérios predominantemente setoriais, ações que promovam o desenvolvimento nacional em busca de uma dimensão global. Tamanho desafio é responsabilidade dos governos em suas três instâncias – nacional, estadual e municipal. Consideramos ainda estas dimensões compostas pelos campos socio-econômico, físico-territorial, político-organizativo e simbólico-cultural. E ao delimitarmos estes espaços, observamos que as políticas devem considerar especialmente as cidades, que são na realidade os locais onde as relações cotidianas tornam-se laboratórios de tramas em um terreno fértil para a criatividade. Nas cidades, podemos identificar Pólos Criativos, que consideramos serem espaços de convivência urbana que possuem uma dinamização funcional de atividades de dimensão econômica e simbólica que unem em sua geografia diversos grupos e pessoas com uma identidade cultural própria. Neste sentido apresentamos a proposta de caracterizarmos os Pólos Criativos com os seguintes campos e pontos que devem ser considerados para sua identificação:
_ CAMPO DA ECONOMIA E DA GESTÃO
Desenvolvimento da atividade econômica local, com movimentação econômica e condições para a dinamização de bens simbólicos ou materiais que mantenham a sustentabilidade econômica das iniciativas.
Convergências de atuação, através de uma organização institucionalizada ou não, de articulações e conexões intra e extra pólos; da formação de cadeias e redes de produção, circulação, fruição e troca de experiências e a cooperação entre as iniciativas. Concentração setorial de iniciativas, através da vocação setorial para as atividades produtivas se relacionarem colaborativamente. Adensamento de iniciativas, com o empreendedorismo cada vez mais consolidado seja pelo profissional autônomo; pequenos negócios; oferta de postos de trabalho ou número de produtos/serviços gerados e comercializados.
_ CAMPO DA CULTURA E DA IDENTIDADE
Construção de imagem coletiva, através da construção de uma imagem própria e que identifica o lócus e o insere no desenho cartográfico da cidade. Valor agregado intangível, com seus produtos e serviços detentores de uma identidade cultural própria, que torna-se um valor agregado intangível de grande reconhecimento social.
_ CAMPO DAS RELAÇÕES SOCIAIS
Formas de governança próprias, com a implantação de instâncias e instrumentos de participação cidadã que sejam capazes de agir não somente entre si, mas também com os poderes públicos e outras instâncias de poder ou econômicas. Desenvolvimento de tecnologias, sejam no campo da informação e da comunicação, como no campo das relações comerciais ou ainda nas esferas da administração. Sustentabilidade ambiental e social – Sustentabilidade é um conceito sistêmico, relacionado com a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da humanidade.

5.4. Salvador García, Vía Láctea Ediciones (Montevideo, Uruguay) – Autogestión: organicidad y supervivencia

Esta intervención pretende reflexionar sobre la autogestión como una forma orgánica de producir cultura en red. La cultura en red, con el auge de las TICs en la era digital emerge y se hace visiible como una nueva forma efectiva y legítima de trabajar en colectivo. Al analizar estos temas actualmente se abordan desde un perspectiva anti-hegemónica y hasta política. La idea es poner el eje en las diferentes formas de gestionarse que hemos encontrado en las experiencias locales de espacios culturales autogestionados y colectivos organizados cooperativa y horizontalmente, no como consecuencia de un posicionamiento ideológico frente a las formas de consumo y producción cultural, sino como alianzas de supervivencia en donde naturalmente las personas se juntan a intercambiar proyectos y aprender entre sí.

5.5. Addy Elizabeth Cauich Pasos, Fundación Cultural Macay, A.C. (Mérica, México) – Apuntes para un modelo de comunicación y gestión cultural para la (In)formación, discusión e intercambio

Una gran parte de la difusión del arte y la cultura en México (y en el mundo) se basa en modelos deficitarios y asistencialistas. Dichas propuestas giran en torno a una figura de autoridad (un curador, un crítico de arte, un investigador o algo tan intangible como una institución cultural) que “educa a una sociedad en desventaja”. En el otro extremo del panorama se encuentran los mal llamados “circos mediáticos” que aunque para muchos responsables de las instituciones culturales resulten una solución a sus problemas de visibilidad solo consiguen acarrear una masificación de visitantes que continúa alimentando sus parámetros de éxito autoimpuestos. ¿Es esta la evolución a la que responden a partir de la sociedad permeaba por las hipermediaciones? Si bien es cierto que las redes sociales se han convertido en un canal multiplicador de sus acciones adaptarse a los cambios sociales y tecnológicos los gestores culturales necesitan también tomar como base el estudio de sus públicos, intereses y puntos de conexión. Encontrar un punto de equilibrio entre el objetivo clásico de la conservación de la memoria y la creatividad necesaria en la renovación y en la promoción del desarrollo cultural del público es sin lugar a dudas un reto por resolver. Todavía más difícil resulta dibujar el escenario alrededor del arte moderno y contemporáneo ya que se encuentran diversos estereotipos que fomentan una distancia con el espectador. En este caso la percepción social de la producción artística reciente resulta poco favorecedora y aunada a ella los esquemas institucionales que consideran que “a la mayoría” le gusta lo familiar, lo pedestre y lo fácil solo promueven un distanciamiento cada vez mayor. ¿Cómo romper el estereotipo de que el arte contemporáneo (de ruptura, abstracto, neofigurativo, experimental) es disfrutable/entendible? Es una de las interrogantes que se pretende responder mediante un análisis de modelos de comunicación y gestión cultural para promover el diálogo entre especialistas de la materia, quienes se inician en el campo o consumidores culturales.

5.6. Ana María Barbero Franco (Salamanca, España) – Casa48

El arte es una herramienta poderosa para empoderar a las poblaciones. Casa 48 es un proyecto artístico que nace de la intervención en las casa abandonadas de un barrio social de la ciudad de Viseu. Este barrio, testimonio de la época de Salazar, iba a ser destruido, pero gracias al surgimiento de un movimiento ciudadano nacido para defender su valor social y patrimonial, ha pasado a ser un foco de atención para la ciudad y para la comunicación social. De Barrio olvidado, ha pasado a ser un proyecto de bandera para el nuevo grupo que dirige la ciudad dado que el proyecto de rehabilitación de sus casas, ganó el primer presupuesto participativo que se llevó a cabo en la ciudad. Ahora, forma parte del circuito Street Art, existe una asociación llamada el Barrio cuyo objetivo es dinamizar acciones diversas que integren a la comunidad en su definición, y el propio ayuntamiento está empeñado en su rehabilitación. Casa48 es un proyecto expositivo que trae a la ciudad la reflexión sobre el barrio y sobre la selección e inventario de algunos objetos encontrados en las casas abandonadas o deshabitadas del barrio, de modo a: por un lado, dar a conocer el proyecto del barrio; por otro, reflexionar sobre los conceptos de memoria, espacio y el habitar. Tal y como Bachelar afirma, “evocando los recuerdos de la casa, sumamos valores de sueño; no somos nunca verdaderos historiadores, somos siempre un poco poetas y nuestra emoción tal vez sólo traduzca la poesía perdida” (p. 27) porque “Todo espacio realmente habitado lleva como esencia la noción de casa. La imaginación trabaja en ese sentido cuando el hombre ha encontrado el mejor albergue. En suma, viviendo la casa en su realidad y su virtualidad, con los pensamientos y los sueños”(p.28).

5.7. Fernando Ariel López (Buenos Aires, Argentina) – Aprender 3C – www.aprender3c.org

Aprender 3C es un proyecto dirigido a estudiantes, docentes y profesionales latinoamericanos vinculados al mundo de las ciencias de la información que busca colaborar en la formación de competencias transversales e innovadoras que apoyen su desarrollo académico y profesional, al mismo tiempo que genera un espacio alternativo de encuentro e intercambio de experiencias entre colegas de toda la región.

6. PROFESIONALIZACIÓN EN GESTIÓN CULTURAL
Experiencias y reflexiones sobre los procesos de formación en gestión cultural. Trayectorias profesionales, desarrollo de emprendimientos independientes. Diseño de proyectos y herramientas de planificación. Coordina: @AforoMX

6.1. Florencia Gauna (Córdoba, Argentina) – El gestor cultural diseñando “lo que es necesario que pase”

El gestor cultural de título o quien así se llame a sí mismo, tiene una tarea que subyace a cualquier acción, idea innovadora o propuesta rupturista que tenga o lleve adelante, y es la de responder al contexto en el que su trabajo se inserta. Esta aseveración puede parecer simple u obvia pero podría asegurar que es un aspecto ignorado o poco tenido en cuenta por muchos de los que dicen desarrollar esta profesión aún poco profesionalizada (o por lo menos, profesionalizada en esfuerzos y direcciones múltiples). En esta oportunidad me gustaría abordar y someter a debate ese momento primigenio de cualquier proyecto, acción o programa ligado a la cultura y que como responsabilidad (sí, responsabilidad) del gestor en cuestión, debe encararse con pericia, dedicación y seriedad pero también intuición y creatividad. Es el momento del diagnóstico. Ese momento en que como los más curiosos observadores nos paramos frente (por detrás y a los costados también) de nuestro escenario para escudriñarlo en todas sus aristas, todos sus detalles, cada uno de sus pormenores. Todos conocemos que cuando hablamos de gestor cultural podemos estar refiriéndonos a un funcionario público, un creador independiente, un artista auto gestionado, un programador, un miembro del área de RSE de una empresa, y muchos etcéteras más; pero hay algo que me reconforta pensar como una característica común a ellos y es que el gestor cultural es un “no egoísta”. El gestor no presenta una tendencia hacia él mismo si no hacia los otros, hacia el afuera, hacia la comunidad en la que se inserta, y no como un simple altruismo si no como una característica inherente a su trabajo. El gestor realiza un gesto. Con lo que sea que diseñe, está señalando algo que él mismo tuvo que ver antes y que consideró digno y/o necesario de su intromisión. El gestor perteneciente a la estructura que fuere, seguro representará otros intereses que por momentos parecerán estar por encima: los intereses propios de subsistencia, los del intendente, los del dueño de una empresa, los del artista que representa, etc; pero por debajo de ello reside lo que la comunidad en la que se encuentra necesita. Si ello no se considera no sólo dejará de tener respuesta lo que la comunidad necesita (a pesar de que muchas veces ella misma no sabe que lo es), si no que cualquier acción derivará en el fracaso: un centro cultural que no estudie a fondo las características del barrio en el que se inserta, pasará desapercibido para los vecinos, nunca será un espacio del se adueñen para compartir momentos con sus familias si lo sienten ajeno a sus vidas. En fin se convertirá en un gran analista, un preguntador empedernido que “unirá los puntos” mirando hacia atrás y los costados para el diseño de lo que viene en frente.

6.2. Lucía Criado (Montevideo, Uruguay) – Preincubadora Trampolín de la Facultad de la Cultura, CLAEH

En el marco del proyecto de egreso de la Licenciatura en Gestión Cultural de la Facultad de la Cultura del Claeh, surge una inquietud por transformar una realidad que pude visualizar en los cuatro años de carrera a través de diferentes experiencias de mis compañeros y las que pude transitar. Se trata de la dificultad que atraviesan los proyectos culturales para alcanzar no sólo la viabilidad, sino también la sostenibilidad. Esto tiene una relación directa con el aspecto económico-financiero de los proyectos pero también con el equipo que lo lleva adelante y cómo este se construye o destruye en el proceso. La reflexión sobre hasta qué punto debemos depender de los fondos públicos y de cómo se puede encontrar un camino para que los proyectos no deban requerir eternamente a esta forma de financiamiento impulsó la creación de Trampolín. Trampolín es una preincubadora para emprendimientos culturales que brinda orientación y herramientas específicas para que personas con ideas que tengan un componente innovador o un valor diferencial puedan transitar la etapa de validación. El fin es contribuir a la generación de emprendimientos que puedan sostenerse en el tiempo. Pretende ser un puente entre la idea y el proyecto, contemplando al equipo y las intencionalidades que lo impulsan, adaptando el proceso de preincubación a las características propias del sector cultural, que convive con lógicas muy distintas a otros sectores que están tradicionalmente más insertos en el ecosistema emprendedor. La investigación desarrollada en el proceso de elaboración de este proyecto de gestión se realizó para validar la pertinencia de la preincubadora como una alternativa para solucionar el problema planteado. Palabras clave: preincubación de proyectos culturales, ecosistema emprendedor, cultura emprendedora.

6.3. Paola Castillo, Universidad de Guadalajara (Chihuahua, México) – Gestión cultural: la luz de una necesidad

Acercarnos a la reflexión en torno al proceso de sistematización de la gestión cultural como parte de su creciente profesionalización, preguntarnos qué es un gestor cultural y de donde nace la necesidad de su actividad, cómo se han ido conformando los programas de estudio así como las disciplinas que han aportado temáticas que sirven para la gestión cultural, es algo de lo que se pretende con esta breve ponencia.

6.4. Román Eduardo Mayorá (Paraná, Argentina) – La experiencia de la Tecnicatura Universitaria en Gestión Cultural Facultad de Ciencias de la Educación, Universidad Nacional de Entre Ríos

En este trabajo narramos la experiencia de la Tecnicatura Universitaria en Gestión Cultural (FCE – UNER). Se trata de una carrera que se dicta desde el año 2016 en Paraná (Entre Ríos, Argentina) en la Facultad de Ciencias de la Educación de la Universidad Nacional de Entre Ríos. Es un proyecto académico pero también de vinculación con el campo cultural local y regional, que en su primera cohorte ha convocado a más de 70 estudiantes provenientes de diversos campos del arte y la cultura (gestión pública, organizaciones civiles, artes plásticas, música, danza, letras, circo, entre otros). En este sentido, la propuesta responde a una demanda concreta de formación universitaria en gestión cultural a nivel regional. La vacancia en cuanto a experiencias previas de formación en la región fundamenta el objetivo de profesionalizar el trabajo de los gestores, que de este modo podrán intervenir activamente en las comunidades de la región con más y mejores herramientas. Al mismo tiempo, la carrera presenta innovaciones pedagógicas en el ámbito institucional en el que se desarrolla, ya que es la primera oferta de formación con cursado bimodal, con clases presenciales y virtuales (a través del campus virtual de la Facultad) en todas las materias. La historia de la institución aporta además su trayectoria en las áreas de conocimiento tradicionales de estudio (en la misma Facultad se dictan las carreras de Educación y Comunicación Social), a lo cual se suman espacios específicos de Gestión Cultural, a cargo de docentes con trayectoria y experiencia en el ámbito local. El trabajo que presentamos en este Congreso, realizado en video por un equipo de docentes que están trabajando en vinculación con la carrera, se desarrolla en tres partes. En primer lugar, el Lic. Juan Manuel Giménez (Secretario de Extensión y uno de los autores del proyecto de la carrera) y el Lic. Román Mayorá (Coordinador Académico de la Tecnicatura) narran el proceso de gestación y los fundamentos políticos y epistemológicos de esta oferta de formación. En un segundo momento, el equipo de Educación Virtual comenta los desafíos y las potencialidades implicadas en la propuesta pedagógica de cursado bimodal (presencial/virtual). Por último, presentamos un relevamiento sobre los perfiles de los estudiantes. Como cierre, docentes y estudiantes de las materias de primer año de la carrera comparten sus impresiones y expectativas respecto a esta propuesta de formación. El objetivo central de este trabajo es compartir la práctica de formación que estamos desarrollando, abriendo el debate para reflexiones y aportes del resto de los participantes del Congreso, lo cual consideramos sumamente enriquecedor para nuestra experiencia.

6.5. Berta Tubillejas Andrés (Valencia, España) – Universidad de Valencia

Desde que, hace más de 10 años, encaminé mis pasos profesionales en la gestión cultural en el sector de la música clásica, he considerado fundamental desarrollarme en cuatro facetas simultáneamente para poder entender mejor el sector en el que me muevo: gestión, arte, investigación y docencia. Mi experiencia me ha enseñado la importancia del método científico de la investigación aplicado en la gestión cultural. Desde un enfoque de marketing, mi especialidad de investigación, la asistencia a actividades culturales se concibe como una actividad, no sólo compuesta por la actividad artística principal, sino también por una serie de servicios complementarios. Todo el conjunto es evaluado por el asistente. Los especialistas defienden una aplicación específica del marketing para la cultura dadas sus especificidades técnicas. Desde que el pionero Kotler (1967), expuso que el marketing es extrapolable a cualquier organización, surgieron otras voces que defendían la necesidad de aplicar un marketing apropiado para el sector de la cultura y las artes escénicas (Fillis 2011). Si bien se realizaron propuestas varias, no es hasta entrada la década de 1980 cuando se propone la idoneidad de los siguientes principios de marketing como principios para desarrollar un marketing especializado en cultura (Searles, 1980): relevancia de la calidad del producto, especialización de la misión del gestor cultural, importancia de las características del consumidor, total compromiso de fondos y personas, dirección de los esfuerzos de marketing a los segmentos de población conocidos y búsqueda de los clientes adecuados al producto cultural. Aplicando la definición de marketing de la AMA (2007) a la gestión cultural, el marketing, como actividad, conjunto de instituciones y procesos para crear, comunicar, distribuir e intercambiar, contribuye en tanto en cuanto genera valor en el servicio para los consumidores, clientes, socios y sociedad en general. El objetivo del marketing cultural es mejorar el valor del intercambio entre la organización y su público generando valor recíproco (Leal y Quero, 2011). Los investigadores en gestión cultural observan la realidad del sector y sus problemas. Aplicando técnicas cuantitativas y cualitativas de análisis de datos, extraen conclusiones fiables a los problemas concretos que se plantean en la gestión, de modo que contribuyen a mejorar el proceso de toma de decisiones. Desde mi caso particular, como conocedora de primera mano del sector y como especialista investigadora, la ponencia que se presenta bajo este título pone de manifiesto la utilidad que la investigación social, desarrollada desde el ámbito científico y académico universitario, proporciona al ámbito profesional de la gestión cultural y mi objetivo es mostrar de un modo sencillo dichas posibilidades.

6.6. Patricia Almeida, Pista>34 Asociación Cultural (Madrid, España) – intransit – www.intransit.es

intransit es una plataforma experimental de apoyo a la creación contemporánea, que ofrece la oportunidad de participar en un programa de formación no reglada a egresados de todas las universidades públicas o privadas españolas. Está dirigida tanto a personas como a colectivos relacionados con los diferentes ámbitos de la creación contemporánea actual (artes visuales, escénicas, musicales, literarias, arquitectura y cultura digital), la investigación, la producción y la mediación. Entre los objetivos principales de intransit se encuentra el generar una comunidad en torno a la creación contemporánea, en la que tomen parte activa tanto creadores como otros agentes culturales (espacios de creación, centros de recursos, residencias artísticas, fab-labs, empresas de innovación artística y social, productores independientes, etc.). El programa formativo que se desarrolla desde intransit, se plantea desde un enfoque post-académico, buscando la activación, la inserción laboral de los egresados universitarios y su profesionalización. Desde el equipo de coordinación de intransit se entiende la cultura como un bien común y, por tanto, se pone el foco en el retorno social de los proyectos seleccionados, así como en la generación de dinámicas de colaboración y co-creación entre los participantes, alejando el programa formativo de valores como la competitividad o el individualismo, que sin ser intrínsecamente negativos, han sido pervertidos por el marco ideológico neoliberal. Después de cuatro ediciones, han pasado por intransit un total de 80 proyectos de creadores y colectivos residentes en el Estado español. Entre el 4 y el 8 de julio de 2016, tendrá lugar #intransit16, que acogerá a 20 nuevos proyectos de creadores emergentes. El programa formativo se materializa a modo de laboratorio y se basa en unos ejes temáticos que articulan las diferentes actividades y están orientados a fomentar la transversalidad entre las distintas disciplinas y prácticas a las que se dirige la convocatoria. Dichos ejes son: trabajo en red, prácticas colaborativas, procesos creativos, movilidad profesional, innovación social y mediación cultural. El laboratorio se plantea como un encuentro en el cual los participantes viven una experiencia intensiva e inversiva de cinco días de duración y se articula a través de un programa de mediación con agentes y actores del ámbito de la creación cultural, facilitando, por medio de actividades dinámicas y performativas y de estrategias de trabajo grupal, un contexto que fomenta la participación y el intercambio de conocimiento. Por otra parte, el proyecto genera un archivo digital concebido como herramienta de registro y difusión de los proyectos intransit, que permite dar visibilidad y permanencia al trabajo de los agentes individuales y colectivos participantes en cada edición y que puede consultarse en www.intransit.es. La plataforma, impulsada por la Universidad Complutense de Madrid y coordinada por la asociación cultural pista>34, se desarrolla en colaboración con entidades públicas y privadas como el Ministerio de Educación, Cultura y Deporte, el Museo del Traje, Injuve, Casa de Velázquez y Mustang Art Gallery.

6.7. Romina Pantoja, Instituto de Estética, Facultad de Filosofía Pontificia Universidad Católica de Chile (Santiago, Chile)

Desde siempre el hombre se ha visto en la necesitad de relacionar gestión y cultura. Este quehacer ha ido evolucionando con los años y se ve en la necesidad de entrar en una discusión, menos intuitiva y más profesionalizante. Hoy un gestor de la cultura debe ser un profesional que domine las herramientas que le permitan ser el medio que une el bien cultural con los consumidores, logrando, en palabras de Toni Puig (2003), “construir sentidos que transformen, dignifiquen, mejoren y humanicen la vida de las personas”. Bajo este concepto es que se basa el trabajo que se propone presentar. El crecimiento del sector cultural, la falta de conocimientos para poder financiar, comunicar evaluar y llevar a cabo proyectos; junto a la falta de comprensión de la cultura en el medio y la importancia que esta tiene en el desarrollo de las naciones, hacen que la profesionalización de la gestión cultural sea cada vez más necesaria. Para trabajar con cultura se debe conocer el contexto en el que ésta se desarrolla, junto con conocer y manejar las tecnologías de gestión. Como no se trata de una simple suma de conceptos, se buscará demostrar que no es a través de una fórmula, sino de un complemento de dichas competencias, que la reflexión puede lograrse a través de una gestión competente, que logre impactar a las comunidades en las que la gestión cultural interviene. La profesionalización en gestión cultural, ha ido en evolución desde una gestión intuitiva hacia la gestión que conocemos hoy, a cargo de profesionales que dominan áreas del conocimiento que permitirán concebir una idea a partir de la observación del medio en el que se mueven, y llevarla a cabo logrando los objetivos que esta idea propone. Se revisará asimismo perfil de un gestor y su trayectoria, a través de ejemplos de casos particulares; y las competencias que debe manejar según sus áreas de especialización, demostrando así la importancia de la formación que han adquirido.

6.8. Ellen de Sant’Ana Meireles, Mário Jarbas de Lima Junior, Secretaria de Cultura de Pernambuco (Recife-Pernambuco, Brasil) – Avaliação da política estadual para formação artística em Pernambuco

É notório o desenvolvimento das políticas culturais no Estado de Pernambuco nos últimos anos, especialmente a partir de 2011, com a criação de uma secretaria independente para a pasta da cultura. Desde então, pôde-se observar uma maior atenção e investimento em áreas que até o momento não eram suficientemente contempladas pelas políticas instituídas, com explícito direcionamento a ações voltadas para a cultura popular, os povos tradicionais e originários. Além disso, foram realizados amplos investimentos em eventos multilinguagens com a reformulação do Festival Pernambuco Nação Cultural. Até 2013 a situação econômica do estado propiciou gastos volumosos em eventos culturais e certo fortalecimento do fundo estadual de cultura, o FUNCULTURA. No entanto, as políticas de formação cultural, especialmente para as artes, não observou o mesmo desenvolvimento. A atual diminuição da arrecadação estadual e o consequente contingenciamento dos recursos orçamentário explicitam a deficiência de uma política focada em eventos em detrimento de ações estruturantes. As ações de formação desenvolvidas pela Secretaria de Cultura de Pernambuco (Secult-PE) e pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (FUNDARPE) – órgão da administração indireta estadual, vinculado à Secult-PE – são pontuais e limitadas aos festivais e alguns ciclos festivos apoiados pela gestão Estadual (Carnaval, Paixões, São João e Natal), à exceção do ciclo formativo para inscrição e prestação de contas para o edital FUNCULTURA, que é anual e itinerante. Atualmente, a política cultural do estado passa por mais um processo de estruturação, com, por exemplo: a reformulação do Conselho Estadual de Política Cultural, através de mudanças em sua legislação que prevê composição paritária a eleição dos conselheiros representantes da sociedade civil; o processo de discussão com a classe artística a respeito da reformulação e ampliação do Sistema de Incentivo à Cultura (SIC) do estado; a composição de um grupo de trabalho interno para elaboração de um diagnóstico da cultura estadual e posterior elaboração do Plano Estadual de Cultura. Entretanto, a despeito de todo o esforço de estruturação da política estadual de cultura, o debate a respeito das políticas de formação para as artes não tem tomado fôlego no âmbito do órgão gestor. As ações de formação, com poucas exceções, não fazem parte de um programa continuado, seus conteúdos não estão articulados à política de cultura estadual, tampouco há avaliação de impacto social dessas ações. A desvinculação do papel da gestão cultural enquanto promotora de educação para a cultura pode, em último caso, comprometer o sucesso das políticas que vem sendo desenvolvidas pela Secretaria. A formação para as artes tem importância não apenas para desenvolvimento de repertório cultural e apreciação artística, mas também é fundamental para o desenvolvimento social e econômico do estado. Neste sentido, o presente trabalho visa avaliar a política de formação da Secult-PE/FUNDARPE sob a perspectiva orçamentária e de conteúdo com o objetivo de propor ações de aperfeiçoamento para o setor a partir das reflexões relativas a estruturação das políticas públicas para a cultura.

6.9. Alberto Araújo Fernandes, Instituto Politécnico de Viana do Castelo (Miranda do Douro, Portugal)

O património cultural (material e imaterial) constitui-se atualmente como um veículo de promoção territorial de inegável valor. A sua preservação, promoção e rentabilização estão presentes na generalidade das estratégias de desenvolvimento regional. Esta importância, além do valor cultural que lhe está implícito, resulta também num valor económico derivado principalmente da rentabilização turística de que é alvo. O património cultural mirandês é composto por uma diversidade de bens incorporando caraterísticas como a singularidade, autenticidade e unicidade que o definem enquanto referente da identidade cultural mirandesa e que o diferenciam e valorizam enquanto produto cultural. A economia da cultura, fortemente impulsionada pelas indústrias culturais e criativas, é uma área disciplinar cada vez mais presente em artigos e estudos que justificam e conduzem a definição de políticas culturais. Não existindo nenhum estudo relacionando a economia da cultura e o património cultural mirandês, este trabalho visa discorrer sobre a sua valoração e impactos que este provoca na economia local. Neste trabalho faz-se um levantamento dos métodos de valoração, nomeadamente a técnica das preferências declaradas (disponibilidade a pagar para a qual foram realizados questionários a residentes no município de Miranda do Douro) e a técnica das preferências reveladas (método do custo de viagem para a qual foram realizados questionários a visitantes de 6 bens integrantes do património cultural mirandês: o Museu da Terra de Miranda, a Concatedral de Miranda do Douro, o Cruzeiro Ambiental do Douro Internacional, a gastronomia local, o Festival L Burro i l Gueiteiro e o Festival Intercéltico de Sendim). Com esta investigação preliminar pretende-se abrir o caminho para um tema cada vez mais atual bem como para a necessidade de trabalhos mais exaustivos relativos a esta matéria, permitindo com os dados obtidos uma maior consciencialização na definição, planeamento, implementação e monitorização de políticas culturais por parte dos seus representantes nacionais, e principalmente locais. No entanto, é também necessário um debate mais alargado sobre a construção de indicadores que possam suportar de forma harmonizada todo esse volume de informação estatística a nível europeu. Este é um trabalho desenvolvido num âmbito local funcionando como caso de estudo a ter em atenção!

]]>
https://baixacultura.org/2016/07/19/congresso-gcultural2016-trabalhos-selecionados/feed/ 0
Construindo o 1º congresso online de gestão cultural https://baixacultura.org/2016/04/06/construindo-o-primeiro-congresso-online-de-gestao-cultural/ https://baixacultura.org/2016/04/06/construindo-o-primeiro-congresso-online-de-gestao-cultural/#respond Wed, 06 Apr 2016 20:30:17 +0000 https://baixacultura.org/?p=10722 logo congreso 2016

O Congresso de Cultura Livre em Quito no Equador (2013) nos colocou em contato com muita gente na América Latina que trabalha na construção do conhecimento livre, seja em hardware, software, cultura, produção ou gestão cultural. São coletivos, centros culturais, pessoas e projetos que defendem a ideia de que a informação tem que circular, para que contagie e inspire outros. E que, assim como nós, estão convencidos de que o conhecimento não cresce por acumulação, mas por multiplicação: se eu tenho uma ideia e compartilho esta ideia, a ideia se multiplica e todos saem ganhando.

É com isso em mente que, nos últimos tempos, estivemos construindo com alguns destes coletivos uma nova proposta: a de realizar este ano um congresso online de gestão cultural. Em parceria com Artica Centro Cultural 2.0, Gestión Cultural (Uruguay), Comunicación Abierta (Bolívia), Aforo Gestión Cultural (México), Comandante Tom (Espanha), lançamos o 1º CONGRESSO ONLINE DE GESTÃO CULTURAL.

MAS COMO ASSIM UM CONGRESSO ONLINE?

A partir da experiência destes coletivos, e em especial do Ártica, que organiza cursos online abertos desde 2012, o congresso vai ser 100% online. Para entender melhor, dividimos a ideia em duas partes:

_ A parte “tradicional” de um congresso: o #GCultural16 vai funcionar como um evento acadêmico “normal”, em que as pessoas enviam um resumo a uma mesa temática, e o trabalho, caso selecionado, é apresentado para um grupo de pessoas que pode comentar, perguntar, opinar. Há espaço para conversas paralelas e também para conhecer gente nova.

_ O novo (e não tão novo): o #GCultural16 será 100% online. Em vez de alugar salas, usaremos fóruns, chats e videoconferências. Os artigos estarão disponíveis desde sua aprovação em páginas web. As mesas de trabalho não vão funcionar em sedes físicas, mas nas redes digitais, e serão distribuídas. Iremos visitar os endereços web dos coletivos que estarão co-organizando as atividades (listados acima) e faremos as discussões nas redes online.

llamado a ponencias hasta 10-6 port

A primeira fase do congresso é a convocatória para apresentação de resumos, que foi lançada nesta semana e vai até 1 de junho. Dia 18 de julho divulgaremos as selecionadas; 31 de agosto é o prazo para receber os trabalhos completos; e de 12 de setembro a 10 de outubro acontece o #GCultural16, na web.

Convidamos a todos que enviem seus resumos de até 500 palavras (em português ou castelhano) para as mesas abaixo. Selecionaremos um conjunto de trabalhos para serem apresentados durante o evento, em setembro.  Também teremos outras atividades paralelas durante o evento que contaremos por aqui.

* Experiencias y proyectos de cultura y activismo digital
Relatos de experiencias de procesos / proyectos colectivos o individuales de ciberactivismo, hacktivismo, activismo digital artístico – “artivismo”; hackerspaces, makespaces, fablabs y otros tipos de centros de tecnología comunitaria; producción de cultura digital, arte y tecnologia; mapeos / cartografías digitales; performances y exposiciones artisticas; labs de experimentación digital. Coordenação: @baixacultura

* Gestión cultural para la producción de cultura libre
Experiencias y reflexiones sobre cómo se produce cultura libre en cualquier disciplina cultural. Proyectos que utilizan y promueven el dominio público, las licencias Creative Commons, licencias de software libre y otras formas de licenciamiento libre. Modalidades de trabajo de código abierto que invitan a copiar, replicar y remezclar. Coordenação: @articaonline

* La gestión cultural en las bases
Experiencias recorridas de colectivos y emprendedores culturales que trabajan desde espacios o proyectos íntimamente vinculados con el territorio y las comunidades. El foco temático de esta mesa nos lleva a considerar, además, la articulación de éstos con otros actores como colectivos, organizaciones, programas del Estado, empresas, etc. Dichas experiencias pueden provenir tanto del sector privado como público. Coordenação: @gestioncuy

* Comunicación en red y herramientas TIC para la gestión cultural
Experiencias y reflexiones sobre el uso de las TIC en el sector cultural. Comunicación, Infoactivismo, Código Abierto, Redes, Políticas, Herramientas. Coordenação: @danicotillas

*Espacios culturales y comunidad en red
La cesión de espacios por parte instituciones públicas y privadas, hace que se esté viviendo un momento de cambio en el que la cultura parece cobrar un protagonismo singular en las ciudades. Por ejemplo, el Ayuntamiento de Madrid  ha lanzado un marco común de cesión de espacios que estarán disponibles para el tejido asociativo de la ciudad. Estas experiencias, incentivan el intercambio, la colaboración y la innovación ciudadana y cultural. En esas circunstancias la capa digital juega un papel imprescindible en la construcción de una red de intercambio que conecte las diferentes propuestas locales creando una red global. Desde un punto de vista teórico, pero sobre todo práctico, el objetivo de las ponencias será indagar en las posibles vías de implementación de la construcción de esta red. Coordenação: @ComandanteTom_

* Profesionalización en gestión cultural
Experiencias y reflexiones sobre los procesos de formación en gestión cultural. Trayectorias profesionales, desarrollo de emprendimientos independientes. Diseño de proyectos y herramientas de planificación. Coordenação: @AforoMX

photo284962726834448801

Mais informações sobre neste sítio de Ártica. E qualquer dúvida, nos escrevam que prontamente responderemos.

]]>
https://baixacultura.org/2016/04/06/construindo-o-primeiro-congresso-online-de-gestao-cultural/feed/ 0
Pirataria de março: sul da terra https://baixacultura.org/2015/03/09/pirataria-de-marco-sul-da-terra/ https://baixacultura.org/2015/03/09/pirataria-de-marco-sul-da-terra/#comments Mon, 09 Mar 2015 12:24:07 +0000 https://baixacultura.org/?p=10111 1202375-joaquin_torres_garcia-south_america

Criamos mais uma seção sem compromisso de continuidade. Chama-se “Pirataria do Mês” e vai disponibilizar alguns discos, filmes e livros para baixar, coisas que estamos escutando/lendo/vendo durante o mês. É um recorte bem aleatório, mas que prioriza raridades e material não tão fácil assim de se achar na rede. Nasceu dessa vontade de compartilhar cultura e, principalmente, de disponibilizar coisas que gostamos e que não está tão fácil assim de encontrar. Curadoria de conteúdo, editar a web, alguém irá dizer. Pode ser.

Vamos fazer uma seleção de links já disponíveis na rede e deixar por um mês, até a pirataria do mês seguinte entrar no ar. Alguns são links pra download, catados nesta vastidão da internet, outros são links pro Youtube, que você pode baixar facilmente a partir do Offliberty ou outra ferramenta a sua escolha. Se alguém se sentir incomodado em ter seu material disponível na rede, favor discar para baixacultura@gmail.com que a gente conversa. Não estamos hospedando nada e também não temos nenhuma intenção (óbvio!) de ganhar dinheiro com isso. Nosso objetivo aqui é semear conhecimento, não discórdia.

A primeira edição, deste março, será de música do Rio Grande do Sul, Uruguai, Argentina, Chile e Cuba Chamaremos carinhosamente de “Seleção do sul da terra“, em homenagem a um baita programa de rádio intitulado “Cantos do Sul da Terra“, que vai ao ar na FM Cultura, de Porto Alegre, de segunda à sexta das 13h às 14h, apresentado e produzido por Demétrio Xavier, músico, intérprete e profundo conhecedor desta tradição musical.

Vale dizer que esta ideia do “sul da terra” está longe da música “tradicionalista”, aquela visão conservadora propagada e vendida em CTGs (Centro de Tradições Gaúchas) mundo afora. Longe porque, ao contrário desta, aqui se busca juntar a música dita “tradicional” com experimentações e transgressões dessa mesma tradição. Porque se acredita que uma tradição cultural (e musical), pra se manter viva e fazer sentido no mundo contemporâneo, não pode ficar presa em regras ditadas por pessoas ou entidades. Deve, sim, estar arejada a recriações e desafios. Respeita-se muito mais uma tradição ao tirar ela pra dançar do que deixar ela parada, sentada num museu, intocada e imexível.

Começamos com dois discos de personagens fundamentais da música sul-americana, figuras centrais da milonga: Alfredo Zitarrosa (Uruguai) e Atahualpa Yupanqui (Argentina). Não é fácil conseguir álbum destes na rede, por isso a escolha de um de cada; foi o que conseguimos (por hora). Desta mesma lavra de fundamentais cantautores latino-americanos disponibilizamos também um disco de Daniel Viglietti, grande nome da canção uruguaia; um de Silvio Rodríguez, dos músicos cubanos mais conhecidos no planeta; dois de Victor Jara, multi-artista importantíssimo da cultura chilena; o primeiro de Leon Gieco, cantautor argentino que aproximou o folclore da crítica social e do rock como poucos no continente; e dois de Mercedes Sosa, figura feminina das mais importantes da história cultural recente latino-americana.

Numa outra linha, temos alguns discos de músicos do RS. Duas coletâneas históricas: “Um século de Música no RS” são 3 discos com clássicos (em gravações originais) dos 1940 aos 1980 da música do RS, de Lupicínio Rodrigues a Hermes Aquino, passando por Barbosa Lessa, Túlio Piva, Paulo Ruschell e mais de uma dezenas de músicos conhecidos no estado. Organizado por Arthur de Faria para a CEEE (Companhia Estadual de Energia Elétrica), é um das cerejas do bolo dessa seleção. A outra coletânea é “Música Popular do Sul“, vol. 1 e 2, lançado em 1975 pelo selo Marcus Pereira, um grande desbravador da música de todos os rincões do Brasil (que em breve destacamos mais aqui). Tem gravações históricas, como Elis Regina registrando, pela primeira vez em disco, “Boi Barroso“; Noel Guarany em “Potro sem Dono“, além de várias cantos recolhidos da tradição negra do RS.

Os_Tapes

Os Tapes

Seguimos com “Cantos de Pampa e de Rio”, melhor disco do grupo “Os Angueras“, criado em 1962 em São Borja, na fronteira norte com a Argentina, e liderado por Aparício Silva Rillo, conhecido folclorista gaúcho. “Os Tápes” vem do outro lado do estado, da diminuta cidade de mesmo nome situada às margens da Lagoa dos Patos, com dois discos. É um grupo que mistura a música gaúcha dita mais “tradicional” com o folclore latino, em especial no primeiro e melhor disco, “Canto da Gente” (1975), com a forte presença das flautas e da percussão de influência dos povos originários (ou “indígenas”).

Partimos pro que se convencionou chamar de “música popular gaúcha” (MPG), a mescla de fato da música tradicional do RS com o rock, pop e esta tradição latina. Tem a discografia completa de inéditas dos Almôndegas, referência na mistura do regional gaúcho com o rock e o pop e um dos grandes nomes da música do RS de sempre; “Saracura“, único disco da banda (de 1982) que teve em Nico Nicolaievswky – o maestro Pletskaya de “Tangos e Tragédias“, falecido em 2013 – sua maior figura; e três de Vitor Ramil, referência quando se fala em música popular gaúcha: “A paixão de V segundo ele próprio“, o 2º (e esgotado) disco, de 1984; “Ramilonga” (1997) e “Delibáb” (2010), dois discos em que Vitor reinventa a milonga à seu modo. De brinde vem o PDF de “A Estética de Frio“, o livro que dá os caminhos da aproximação da cultura gaúcha à cultura da região do Prata, dos vizinhos Uruguai e Argentina, e que hoje é uma das principais referências estéticas dessa proximidade: “Não estamos fora do centro, mas no centro de outra história”, diz Vitor, em relação ao centro brasileiro (o 1º) e o platino-sul americano (o 2º).

No meio de todas essas tradições e recriações, ainda estão Bebeto Alves & José Carlos Machado em “Milongueando uns troços” (1993), dos melhores discos de Bebeto Alves. Junto de Vitor Ramil, Bebeto é um dos que mais experimentam e atualizam a música tradicional desta região da terra, em especial a milonga. “Pampa Esquema Novo” traz Richard Serraria em seu trabalho sobre a música e a cultura negra presente no pampa, sobretudo no RS e no Uruguai. Vale conferir também o trabalho recente (ainda não gravado) do Alabê Oni, grupo de Serraria, Kako Xavier, Pingo Borel e Mimmo Ferreira que resgatam os tambores e a impressionante musicalidade negra (às vezes não tão comentada) do RS e do Uruguai.

tambo

Tambo do Bando

Ingênuos Malditos“, do Tambo do Bando, é um disco histórico de um grupo que, a começar pelo nome, ousou desafiar a tradição conservadora gaúcha dos 1980/90 e fazer letras mais urbanas, de denúncias sociais, num cenário até então dominado por letras de louvação às coisas da terra, do gaúcho, cavalo, chimarrão, etc. , além de musicalmente aproximar a a gaita e o violão da guitarra elétrica, dos teclados e do rock. É também de dois dos integrantes do Tambo o próximo álbum da seleção, “Assim na Terra” (2012); Vinícius Brum, voz e violão do grupo, musica alguns trechos do livro de mesmo nome de Luis Sério Metz, conhecido como Jacaré e principal letrista do Tambo, falecido em 1996. Abrimos uma frase pra falar do livro, “Assim na Terra”, que foi relançado em 2013 pela Cosac & Naify e é, com sua linguagem magmática e sua jornada do sul ao mesmo tempo universal e experimental, provavelmente uma das maiores obras de ficção já escrita no Brasil de sempre – infelizmente, pouco reconhecida ainda. “O Pago Revisitado” traz Santiago Neto revisitando também algumas poesias de Jacaré, entre outros temas da música gaúcha (como “Rio da minha infância“), num clima blues/rock/folk, com pitadas de jazz (principalmente em “Há mais sul em meu rosto“, a melhor do disco).

Para finalizar, há Renato Borghetti e Yamandu Costa, ambos instrumentistas consagrados, que já rodaram o mundo com sua musicalidade sulista em mistura com outras várias. O primeiro com sua gaita ponto, que dá nome ao disco aqui buscado, de 1984, um dos mais vendidos da história da música instrumental nacional; e o segundo com seu violão milongueiro em fusão com samba, chorinho, jazz, música erudita e o que mais o talento de Yamandu conseguir misturar.

Pra facilitar o trabalho, segue aqui a lista completa dos discos. Disfrute!

*

Lista dos links por ordem de citação no texto (clique no nome do disco pra baixar, a não ser quando especificado o site; no Youtube, lembre de usar o Offliberty pra baixar);

Alfredo Zitarrosa – Coleccion Histórica (2009)
Atahualpa Yupanqui – Vidala del Silencio (1969)
Daniel Viglietti – Canciones para el hombre nuevo (1968)
Silvio Rodriguez – Cuando Digo Futuro (1977) – Youtube
Victor Jara – Victor Jara (1967) – Internet ArchiveTorrent
Víctor Jara + Quilapayún Canciones folklóricas de América (1968) – Internet ArchiveYoutube –  Torrent
Leon Gieco – Leon Gieco (1973) – Youtube
Mercedes Sosa – Homenaje A Violeta Parra (1971) – Youtube –   Torrent
Mercedes Sosa – Sera Posible el Sur (1984)

Coletânea Um Século de Música no RS (vol.1, 2 e 3)
Música Popular do Sul – vol. 1vol 2
Os Angüeras – Cantos de Pampa e de Rio (1977)
Os Tápes – Canto da Gente (1975) – Youtube
Os Tápes – Não tá morto quem peleia (1980)
Almôndegas – Almôndegas (1975) – Youtube
Almôndegas – Aqui (1975) – Youtube
Almôndegas – Alhos com Bugalhos (1977) – Youtube
Almôndegas – Circo de Marionetes (1978) – Youtube
Saracura –  Saracura (1982) – Youtube
Vitor Ramil – A paixão de V segundo ele próprio (1984) – Youtube
Vitor Ramil – Ramilonga ou A Estética do Frio (1997)  – Youtube
Vitor Ramil – Delibáb (2010) – Youtube
Bebeto Alves & José Carlos Machado – Milongueando uns Troços (1993) – Youtube
Richard Serraria – Pampa Esquema Novo (2011)
Tambo do Bando – Ingênuos Malditos (1990) – Youtube
Vinícius Brum – Assim na Terra (2012)
Santiago Neto & Seus Dois Tordilhos – O Pago Revisitado (1997)

Renato Borghetti – Gaita-Ponto (1984)
Yamandú Costa – Yamandú Costa (2001)
Yamandú Costa – El Negro Del Blanco (2004)

Fotos: 1 (Joaquín Torres-García, “o sul é o nosso norte” ), Os Tapes, Tambo do Bando.
P.s: A seleção de abril, que já estamos preparando, vai trazer muitos discos de uma tradição musical negra e made in USA.

 

]]> https://baixacultura.org/2015/03/09/pirataria-de-marco-sul-da-terra/feed/ 1