Resultados da pesquisa por “copy, right?” – BaixaCultura https://baixacultura.org Cultura livre & (contra) cultura digital Mon, 18 Sep 2023 02:01:00 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.0.9 https://baixacultura.org/wp-content/uploads/2022/09/cropped-adesivo1-32x32.jpeg Resultados da pesquisa por “copy, right?” – BaixaCultura https://baixacultura.org 32 32 Cursos https://baixacultura.org/cursos/ Fri, 12 Jun 2020 16:14:15 +0000 https://breton.qodeinteractive.com/?page_id=1074

No ano seguinte à nossa criação, começamos a trabalhar com formação nas áreas relacionadas à cultura livre, ciberativismo, guerrilha da comunicação, comunicação digital e tecnopolítica. Surgiram então oficinas, palestras, cursos, cineclubes e outros formatos diversos que fomos fazendo ao longo do tempo. [Se você tiver interesse em fazer algum deles, escreva para info@baixacultura.org]

Algumas oficinas e cursos realizados abaixo.

Algumas outras formações que conduzimos nos últimos anos:

Visões de Cultura Livre no Brasil (oficina/curso curto, Recife, julho de 2017):

Cultura Livre e acesso aberto ao conhecimento (oficina, Universidade de Aveiro, Portugal, 2017);

Congresso #GCultural 2016 – online, em parceria com os coletivos Artica Centro Cultural 2.0Gestión Cultural (Uruguay), Comunicación Abierta (Bolívia), Aforo Gestión Cultural (México), Comandante Tom (Espanha)


10 mitos sobre a cultura livre e o acesso aberto ao conhecimento (palestra, FISL17, 2016);


Guerrilha da Comunicação (oficinas), em parceria com FotoLivre.org (São Paulo/Ribeirão Preto, 2015-2016);

Detournament: cultura livre, copyleft e desvio criativo (Joinville, 2015)

_ Cultura Livre/Pirataria (Congresso de Cultura Livre, Equador; Encontro de monitores do Acessa SP; algumas em parceria com o Ônibus Hacker), 2010-2015;
Cineclube CCD, em parceria com a Casa de Cultura Digital Porto Alegre (2013);
_ Cineclube copy, right? (2º edições Santa Maria, 1 em São Paulo, 2009 a 2012);

]]>
Sobre https://baixacultura.org/sobre/ Wed, 10 Jun 2020 16:32:41 +0000 https://breton.qodeinteractive.com/?page_id=801

Baixa Cultura

Somos
um LABORATÓRIO
ONLINE
queque trabalha com documentação, pesquisa, formação e experimentação em cultura livre. O que isso quer dizer?

Siga-nos nas redes

SOBRE

Somos um LABORATÓRIOLABORATÓRIO
ONLINEONLINE que trabalha com documentação, pesquisa, formação e experimentação em cultura livre. O que isso quer dizer?

LABORATÓRIO

porque um espaço de pesquisa e experimentação.

ONLINE

porque nossa casa é aqui, a internet.

CULTURA LIVRE

é um modo de produzir cultura a favor do compartilhamento, em busca da autonomia e em prol do conhecimento livre.

Fizemos parte da Casa da Cultura Digital em São Paulo, somos um ponto da Rede de Produtoras Colaborativas, que atua nas regiões Norte, Nordeste e Sul do país, e colaboramos com os grupos/redes hackerspace MatehackersCCD POAÔnibus HackerCafé ReparoTransformatórios Cultura Libre Facción.

Acreditamos:
Na democratização do conhecimento.
No software livre.
Na cultura livre e em licenças que permitam mais autonomia dos criadores.
Na colaboração em vez da competição.
No remix, porque nunca criamos do nada, sempre a partir de outros.
Em abrir as caixas-pretas das técnicas, das práticas, dos produtos e do ensino.
Na internet (livre) como direito humano fundamental e na neutralidade da rede.
Em transparência para os fortes (governos, empresas) e privacidade para os fracos.
Na criptografia, na documentação dos processos e dos produtos.
Na justiça social, na economia solidária e, sobre

COLABORADORES

Editor

Leonardo Foletto

Editor

Leonardo Feltrin Foletto nasceu em Taquari (1985), no interior do Rio Grande do Sul. É jornalista formado pela UFSM, mestre em jornalismo (UFSC) e doutor em Comunicação e Informação (UFRGS). Trabalhou como jornalista nos jornais A Razão, em Santa Maria-RS, e na Folha de S. Paulo, participou da Casa da Cultura Digital e do coletivo BaixoCentro em São Paulo. É integrante das redes das Produtoras Colaborativas, do coletivo ciberativista CCD POA, do Creative Commons Brasil e colaborador do hackerspace Matehackers. Deu aulas de comunicação, narrativas e tecnologia na PUCRS, PUCSP e UCS (Caxias do Sul) e desde março de 2017 é doutor em Comunicação e Informação pela UFRGS, onde pesquisou comunicação, tecnologia e jornalismo. Foi um dos idealizadores do BaixaCultura e edita a página desde sua criação, em setembro de 2008. Publicou em 2021 “A Cultura é Livre: Uma história de resistência antipropriedade“, livro co-editado pela Autonomia Literária e Fundação Rosa Luxemburgo, com préfacio de Gilberto Gil. Site pessoal em leofoletto.info

Calixto Bento Calixto Bento é mineiro de BH, morou em Manaus (AM) e atualmente vive em Santa Maria (RS). Capitaneou a reforma gráfica da página em janeiro de 2011, e desde então é o editor de arte, o cara para assuntos gráficos & arte-tecnologias. Mestre e doutorando em arte e tecnologia pela UFSM, trabalha com a influência de dados no audiovisual.

Sheila Uberti é comunicadora. Foi permacultora de experiência e comunidade no APOIA.se e realizou os encontros do Café Reparo na região Sul do país. Foi a idealizadora do Fotolivre.org (projeto de experimentação virtual e presencial sobre fotografia hacker e livre) e produziu o Fauna Festival. Participou do coletivo ciberativista Casa da Cultura Digital Porto Alegre, do Hackerspace Matehackers e de outras iniciativas às quais não consegue resistir. Por aqui, participou junto das oficinas de Cultura Livre, Guerrilha da Comunicação, Como Documentar um Projeto Cultural e no registro documental (em foto e vídeo) de alguns projetos e publicações.

Reuben da Cunha Rocha nasceu em São Luis (MA). Poeta e tradutor, foi um dos fundadores do BaixaCultura. Cessou sua participação rotineira em 2009, quando começou sua colaboração esporádica. Sua obra pode ser vista em cavalo DADA. Vive em São Paulo.

Marina de Freitas é engenheira física e mestre em ensino de física pela UFRGS. É natural de Santo Ângelo, na região das missões, noroeste do RS, e tem aproximado da ciência cidadã e do hardware aberto a partir de sua colaboração no CTA-UFRGS. Escreve sobre ciência aberta, hardware livre e biohacking a partir de 2018.

Victor Wolffenbüttel é estudante de administração de Novo Hamburgo/RS. Escrevee sobre tecnologia e cultura, criador e editor da newsletter literária Quasar, e aqui faz um trabalho, a partir de 2018, de arqueólogo da web resgatando e detalhando ferramentas como o RSS.

Luis Eduardo Tavares é cientista social, pesquisador em tecnologia, comunicação e cultura. Colaborador do Instituto Intersaber e parceiro nosso de muitos projetos, entre eles a Biblioteca do Comum, criada em 2017. Escreveu sobre propriedade intelectual e o CopyLove espanhol, entre 2011 e 2012.

Tereza Bettinardi é designer. Formada pela Universidade Federal de Santa Maria, trabalhou na Editora Abril e fez trabalhos pra Cosac Naify, Cia das Letras e diversas outras editoras brasileiras e internacionais. Hoje é uma das responsáveis pela A Escola Livre, espaço de discussão sobre novas formas de fazer e ensinar design. Fez o design do zine nº2, “La Remezcla”. Seu trabalho está em terezabettinardi.com

André Solnik é paulista, mas não é tucano. É formado em jornalismo, mas tá desempregado. É palmeirense, mas isso vamos deixar pra lá. Abandonou o Windows há quase uma década, mas sente falta daquele joguinho de ski. Toca a Ratão, que auxilia “usuários comuns” na transição do Windows para o GNU/Linux e divulga a filosofia do software livre por aí. E por aqui, fez algumas entrevistas e escreveu alguns posts que você achar colocando seu nome nas buscas.

Lucas Pretti é jornalista, ator e produtor cultural, mestre em artes pela UNESP (2017). Como jornalista, foi repórter do caderno Link (O Estado de S. Paulo), daí chefe de reportagem do Divirta-se e então editor de cultura do portal Estadão.com.br. Deixou o jornal para integrar a Casa da Cultura Digital. Também estuda arte e teatro. Formou-se ator no Centro de Pesquisa Teatral (CPT) do SESC-SP, com o diretor Antunes Filho, e pesquisa a relação teatro e internet no projeto Teatro Para Alguém, finalista do Prêmio Shell de Teatro em 2009. Foi um dos realizadores do projeto Produção Cultural no Brasil e do BaixoCentro. É diretor na Change.org Brasil.

Marcelo De Franceschi dos Santos nasceu em São Sepé (RS). É jornalista (Universidade Federal de Santa Maria, 2011). Escreveu na página de setembro de 2009 até fevereiro de 2012.

Edson Andrade de Alencar nasceu em São Luis (MA), e vive na ilha maranhense até hoje, onde é advogado de carteirinha da OAB. Escreveu os textos mais provocativos do BaixaCultura até meados de 2009.

2008

Nascimento

Nascemos em 2008, por uma iniciativa de dois jornalistas que na época se encontravam em Florianópolis e queriam produzir relatos focado em produtos culturais que pudessem ser consumidos (apreciados, fruídos, curtidos mesmo) na rede. Aos poucos, a vasta discussão em torno das possíveis e impossíveis mudanças na forma de se praticar (fazer, distribuir, consumir) cultura após a popularização das mídias digitais se tornou o foco. Nos anos seguintes, download, pirataria, copyleft, contracultura, produção Independente, contra-Indústria, software livre, remix, cultura hacker e ciberativismo foram sendo nossas tags principais.

2009

Produzimos 4 ciclos de filmes (nomeado “copy, right?“em São Paulo, Santa Maria-RS e Porto Alegre) entre 2009 e 2013, relacionados à cultura livre, a favor do compartilhamento, do copyleft e da democratização da comunicação e do conhecimento.

2010

Em 2010, já em São Paulo, entramos para a Casa de Cultura Digital, hub de ideias (pessoas, produtoras, ongs, agências, hackerspace) que marcou a cultura (então) digital brasileira. Ali, participamos da comunicação do II Fórum de Cultura Digital (2010) e do Festival CulturaDigital.br

2011

Ajudamos a fazer acontecer o Festival BaixoCentro, que reuniu diversas atividades colaborativas para "hackear" as ruas de uma região da cidade

2012

Viajamos pela primeira vez com o Ônibus Hacker, um hackerspace sobre rodas que viajou por vários lugares do Brasil e da América Latina (depois tiveram várias outras viagens)

2013

lançamos nosso Selo Editorial com a publicação do primeiro livro, “Efêmero Revisitado: Conversas sobre teatro e cultura digital”, produzido a partir de uma bolsa de pesquisa em mídias e artes digitais da Funarte.

2013

Voltamos ao sul, agora Porto Alegre, em 2013, e dali passamos a fazer parte de redes e projetos com a América Latina, como o II Congresso de Cultura Livre no Equador, em 2013.

2016

Uma rede que se formou no I Congresso Online de Gestão Cultural #Gcultural, que coproduzimos com mais 5 coletivos de Uruguai, Bolívia, Espanha e México em 2016

2016-2017

Em março de 2016, fomos contemplados no programa de intercâmbio do Ibercultura Viva. Em conjunto com o ZEMOS98, coletivo baseado em Sevilla parceiro nesse processo, o projeto mapeou e documentou o trabalho de coletivos de artivismo y cultura livre da Espanha

2017

Em 2011, ganhamos também nosso primeiro financiamento externo para a manutenção do site, do ProAC do governo do Estado de São Paulo, e daí nasceu nossa Biblioteca (que em março de 2017 se juntou a Biblioteca do Comum) e nossa BaixaTV, um acervo de informação único sobre cultura livre no país.

2018

“A Ideologia Californiana”, de Richard Barbook e Andy Cameron, foi o nosso próximo lançamento da coleção de zines "Tecnopolítica". Com introdução do editor do BaixaCultura, Leonardo Foletto, e tradução de Marcelo Träsel, é uma parceria com a Editora Monstro dos Mares

2018

Resultado da rede de Cultura Livre formada anos antes, o Encontro de Cultura Livre do Sul Global, em 2018, reuniu diversos coletivos do continente para conversar sobre o status quo da cultura livre

2020

Em 2020 nosso editor, Leonardo Foletto, trabalhou num livro que é uma espécie de legado do BaixaCultura: “A Cultura é Livre: Uma história de resistência antipropriedade”, co-editado pela Autonomia Literária e a Fundação Rosa Luxemburgo, com prefácio de Gilberto Gil.

2021

Os “Manifestos Cypherpunks” é a segunda publicação da coleção “Tecnopolítica”, coordenada pelo BaixaCultura e a Editora Monstro dos Mares. O livro reúne alguns dos primeiros alertas contra a vigilância massiva na era da internet, manifestos escritos no final dos anos 1980 e no início dos 1990. Financiado via Crowdfunding, numa campanha que chegou a 732% do valor inicial pedido, com o apoio de 247 pessoas e coletivos e mais de 500 exemplares impressos.

]]>
Baixa TV https://baixacultura.org/baixa-tv/ Wed, 10 Jun 2020 10:41:07 +0000 https://breton.qodeinteractive.com/?page_id=660

Baixa TVTV

Selo Baixa Cultura

A BaixaTV é nosso canal
de vídeos no Youtube
 
(e também no Vimeo).

Tem uma seleção de documentários, curtas, longas, programas de TV e vídeos variados sobre cultura livre, (contra) cultura digital e diversos temas ao redor disso, tanto produzidos por nós quando por outros e rearrajandos por nós. Acreditamos que organizar a informação de modo a facilitar o acesso permitirá que ela siga circulando. Livre circulação como princípio de liberdade de informação. Confira abaixo algumas playlists:

BaixaCharla, nosso programa de conversas com diversas pessoas sobre temas como cultura livre, tecnopolítica, autonomia, ciberativismo, redes livres, arte digital, pós fotografia, entre outros. Desde 2017

Efêmero Remix / O Fim da Internet, projeto experimental de teatro digital & audiovisual realizado durante a pandemia de coronavírus, em 2020. Direção Leonardo Roat e Leonardo Foletto

Vídeos das mesas online do primeiro Encontro de Cultura Livre do Sul, organizado por cinco coletivos ibero-americanos (de Argentina, Brasil, Uruguai e Espanha) em 2018

Diálogos Abertos, conversas sobre diversos temas tecnopolíticos (redes sociais, antivigilância, internet livre, segurança digital, fake news/desinformação, ciberativismo, cuidados digitais) com parceir@s. Realizado em parceria com a Casa de Cultura Digital Porto Alegre ao longo de 2018

!Enfrenta! foi um projeto de mapeamento e investigação de coletivos espanhóis que buscam formas alternativas de atuação e gestão. Foram mapeados 50 grupos, visitados em 6 cidades (Madrid, Barcelona, Sevilla, Valencia, Bilbao e Donostia) em 2017. Parceria com Zemos98 (Espanha), apoio do IberCulturaViva

Ciclo Copy, Right?: filmes exibidos nas três edições do ciclo de filmes e debate produzido pelo BaixaCultura, em Santa Maria (2009 e 2010) e São Paulo (2011). Filmes sobre cultura livre, propriedade intelectual e direito autoral, cultura digital, criação artística, pirataria e remix, entre outros temas correlatos

Tudo Vigiado por Máquinas de Adorável Graça (2012)

Documentário produzido pela BBC, dirigido por Adam Curtis (3 partes, veja aqui). Seu título faz referência a um poema publicado em 1967 sob o mesmo nome, cujo o autor, Richard Brautigan, falava de uma sociedade onde os homens estavam livres de trabalho e a natureza tinha alcançado seu estado de equilíbrio, tudo graças ao avanço da cibernética.

]]>
Como usar torrent e baixar conteúdo compartilhado grátis https://baixacultura.org/2019/09/18/como-usar-torrent-e-baixar-conteudo-compartilhado-gratis/ https://baixacultura.org/2019/09/18/como-usar-torrent-e-baixar-conteudo-compartilhado-gratis/#comments Wed, 18 Sep 2019 12:26:24 +0000 https://baixacultura.org/?p=12988  

Em setembro de 2019, o CGI liberou novos dados sobre o uso da internet no Brasil. Já chegamos a 70% da população com acesso à internet, e 97% desse grupo faz isso via celular. O número disparou desde os últimos levantamentos, considerando que o acesso via celular e rede móvel propaga-se com muito mais facilidade que a distribuição via estrutura de telefonia fixa e máquinas de mesa. Em alguns lugares do país, é muito provável que se tenha internet via smartphone e 3G mas não saneamento básico. A maioria das pessoas utiliza a rede pra solicitar carros, comida, ou consumir música e vídeo por streaming, conforme dados da mesma pesquisa, que pela primeira vez reportou também como é utilizada a internet.

Mas a rede nem sempre teve essa configuração de acesso e uso.

Depois do surgimento da banda larga, quando os usuários ainda eram equipados por computadores e notebooks, a rede viveu um período de explosão de compartilhamento gratuito entre usuários, e que muitas vezes configurava pirataria de músicas, filmes, séries, livros, software e jogos de videogame.

Durante anos, a indústria sangrou, sofrendo com a pirataria, lutando judicialmente em busca da derrubada de sites, retirada de links piratas dos buscadores, e até denunciando usuários, que infelizmente eram feitos de exemplo para o resto da rede e podiam acabar presos ou recebendo multas estratosféricas por consumir conteúdo protegido pelo tão injusto direito autoral.

Demorou, mas apoiados pelo aumento da capacidade de servidores e da velocidade de conexão, os estúdios cinematográficos e gravadoras aprenderam que o usuário pirata estava disposto a pagar se tivesse acesso a essa possibilidade e apresentaram os serviços de streaming, usados hoje nos mais diferentes produtos (inclusive piratas, como o conhecido Popcorn Time), provavelmente por resolverem a questão com a solução mais fácil de todas: clicar e consumir instantaneamente.

Com a popularização desses serviços de streaming, no entanto, os membros do seleto oligopólio do entretenimento começam agora a bater cabeça. Artistas passam a assinar contratos exclusivos com serviços de streaming (como Beyoncé no Tidal), os grandes estúdios de filme passam a criar seus próprios streamings e barrar seus filmes dos outros (como é o caso da Disney, prestes a lançar o Disney+), e o usuário é obrigado a escolher entre Amazon Prime, HBO, Globoplay, Netflix ou Disney+, pra ficar apenas no audiovisual recente.

Nesse cenário, por motivos diferentes dos quais originalmente fizeram o compartilhamento livre tão popular, uma velha tecnologia reaparece com importância: o torrent, capaz de nos entregar, pelas mãos de outros amigos usuários, o conteúdo que a indústria quer que sejamos obrigados a escolher dentro de seus muros pagos.

Como o boom de acesso à internet veio depois dessa nova era, equipada por redes e aparelhos móveis, uma geração inteira de usuários não aprendeu a usar o torrent, e nunca teve interesse pelo compartilhamento gratuito e acesso indiscriminado de conteúdo protegido por direito autoral, uma discussão que já deu muito pano pra manga, e está passando por um novo período no Brasil, com uma consulta pública aberta recentemente, afim de reformular a Lei do Direito Autoral do país, uma das mais restritivas do mundo.

Pois então, está na hora de aprender a usar o torrent.

O que é exatamente Torrent

“Torrent” acabou virando verbo e sinônimo, o nome da tecnologia, do arquivo, do programa, do site e do processo de baixar arquivos. Tudo é torrent na cabeça de quem usa a tecnologia, e talvez por isso ela pareça tão misteriosa para quem nunca aprendeu como funciona.

Em termos técnicos, torrent é um protocolo de comunicação para compartilhamento peer-to-peer (P2P), utilizado para transmitir arquivos eletrônicos (definição via tradução livre da Wikipédia em inglês). Mas o que importa desse conceito é saber que torrent é o meio pelo qual usuários compartilham arquivos uns com os outros, através de suas máquinas.

O grande diferencial desse meio é o fato dele ser descentralizado, e não depender da conexão com um servidor que hospede toda a informação que se deseja acessar. Através do P2P, a máquina que quer receber o arquivo se conecta com diversas outras que já possuem o arquivo, e recebe pequenas partes dele vindas de cada um até ter o arquivo inteiro.

Digamos assim: em vez de pedir pra um amigo trazer o fardo de cerveja para o churrasco, solicito uma lata pra doze amigos, dividindo o fardo entre todos. O churrasco recebe a mesma quantidade de cerveja, mas o risco do amigo não trazer a dúzia e deixar todo mundo na mão é pulverizado nos doze participantes, que além de dividirem os custos do fardo, dividem a responsabilidade de fornecimento, numa parcela reduzida.

Como funciona o P2P (peer-to-peer)

Comparativo: rede P2P vs rede com servidor centralizado

É diferente de como utilizamos a internet normalmente. Em vez de entrarmos no navegador ou aplicativo, digitarmos um endereço e solicitarmos uma conexão com o servidor do site que buscamos, o qual entrega essa conexão baseado na velocidade do servidor único, acontece mais ou menos o seguinte:

  1. Entramos em um site que hospeda torrents (aqui estou usando o termo genericamente);
  2. Procuramos por um link magnético daquele arquivo que queremos baixar;
  3. Esse link magnético contém um arquivo .torrent com um código (chamado hash) que é aberto em um programa (chamado cliente);
  4. O cliente abre o link magnético e solicita que se escolha onde se deseja salvar o arquivo e quais partes dele queremos baixar;
  5. O cliente, que está servido dos rastreadores (chamados trackers), usa o hash para buscar todos os usuários que possuem uma cópia do mesmo hash em seu computador e estão com seu próprio cliente de torrent aberto, podendo copiá-lo;
  6. O cliente de torrent faz a cópia do arquivo para a sua máquina no local onde escolheu salvar.

Essa cópia de arquivo é feita simultaneamente em diversas máquinas, até centenas, caso seja algo que muitas pessoas estão compartilhando (digamos, o último episódio lançado de Game of Thrones).

Percebe-se que diversas partes desse fluxo que relatei acima não são realizadas pelo usuário, apenas fazem parte da tecnologia. O que o usuário precisa fazer mesmo é baixar um cliente de torrent, entrar num site de torrent, escolher o arquivo pra baixar, e selecionar onde salvar ele na máquina. Só isso basta pra começar a utilizar torrent, e são essas etapas que vou descrever abaixo.

Como usar: Passo 1 – Baixar um cliente de torrent

O cliente de torrent é o programa que tem que estar instalado no seu computador para abrir os links magnéticos de torrent. Como descrevi antes, é ele que consegue pesquisar o hash na rede e descobrir outros usuários que tem o arquivo que será copiado pra sua máquina.

Existem diversos clientes de torrent internet afora, sendo o mais famoso o uTorrent, o qual eu não recomendaria porque nos últimos anos teve alguns problemas de ramsonware em anúncios com Flash que rodavam dentro do programa, e por minerar criptomoedas no computador de usuários.

Utilizo o qBitTorrent, que é muito satisfatório, possui todas as funcionalidades necessárias, e não tem anúncios. Nessa lista temos ainda outras opções de clientes, o que pode ser útil para ajudar a escolher.

Como usar: Passo 2 – Entrar num site de torrents

Sites de torrents são como uma mato fechado que volta a se fechar muito rapidamente depois de aberta uma trilha. É preciso entrar a facão toda vez que se deseja utilizar, mas depois de certo tempo começamos a conhecer a rotina e fica fácil. O usuário de torrent acaba se acostumando com o fato de que sites são derrubados e reativados todos os dias, e aprende como pesquisar de forma a sempre achar o melhor arquivo.

Recomendo pesquisar sempre pelo site torrentz2.eu. Esse nome engraçado é porque é uma reanimação do finado site torrentz, que foi fechado por questões ainda desconhecidas.

O torrentz2.eu é um buscador de torrents. Pesquise por ali o arquivo desejado, e receba numa lista todos os sites que hospedam aquele arquivo. Eu recomendo sempre escolher aquele site que oferece o arquivo com mais seeds, que pode ser facilmente entendido olhando no número indicado ao lado direito do nome do arquivo.

A homepage do torrentz2. Podemos ver que ele contabiliza quantos arquivos .torrent estão sendo buscados por ele

Uma página de buscas do torrentz2. Nessa lista estão todos os arquivos torrent que tem algo a ver com o que você pesquisou. Após clicar, você é redirecionado para uma página que contém os sites que hospedam aquele arquivo. Aí é só escolher uma página e aguardar ser redirecionado.

 

Depois de selecionar um arquivo, ele abre esta página, onde aparecem todos os sites que hospedam o arquivo. Clique em um dos sites para ser redirecionado ao arquivo.

Confesso que depois que o torrentz renasceu com esse novo nome, me tornei meio dependente dele.  Durante alguns meses do ano passado, ele ficou desativado (também por razões desconhecidas até hoje), e passei algum apuro pra encontrar arquivos. Vida longa ao torrentz2.eu, portanto. Para evitar isso, aqui tem uma lista de sites variados de torrent.

É isso: você entrou no site, achou o arquivo desejado, clicou no link magnético, e escolheu o lugar pra salvar o arquivo. Agora deve-se aguardar o arquivo ser copiado pra máquina, conforme a velocidade de download que o cliente informa em tempo real.

Como usar: Passo 3 – Navegar em um site de torrents

Sites de torrent estão um tanto defasados, eu diria. É claro que como os mantenedores estão preocupados em manter o pescoço sobre a água, tentando manter no ar um site que serve de abrigo para muita pirataria, não sobra muito tempo pra pensar em user experience e layouts intuitivos. Provavelmente a vida de um mantenedor desses sites deve ser infernal – e tudo costuma ser feito por motivação pessoal e esforço próprio.

Aqui abro um parênteses: a perseguição contra os sites de torrent deve ser sempre combatida pelo usuário. Fundadores do Pirate Bay já foram até mesmo presos com acusações muito duvidosas de infringir o direito autoral, sendo que o site de torrent não é responsável por pirataria de forma alguma. Perceba que nenhum arquivo pirateado é mantido dentro dos servidores do Pirate Bay, por exemplo. Os arquivos estão nas máquinas dos usuários. O trabalho deles é fornecer a chave que conecta um usuário interessado em copiar de outro interessado em repassar o arquivo copiável. Depois de uma das derrubadas do Pirate Bay, que viriam a se tornar frequentes, surgiu o doc”Steal This Film”, onde fica clara a luta da indústria contra o torrent. Exibimos certa vez ambos os filmes no ciclo copy, right?, lá em 2009, em Santa Maria-RS.

Além do mais, o torrent não é pirata por natureza. Se o conteúdo for compartilhado com licença Creative Commons ou for de domínio público, ele também pode ser dividido por torrent. Nem todo torrent é arquivo pirata, e nem todo arquivo pirata é torrent. Aqui um adendo: com receio de ser rastreado, muita gente tem o costume de usar VPN ao baixar um arquivo de torrent. O VPN (em inglês, Virtual Private Network) cria uma conexão segura e criptografada, como um túnel, entre o seu computador e um servidor operado pelo serviço VPN

Uma explicação sobre o compartilhamento aberto está nesse outro documentário, “Good Copy Bad Copy”, que também exibimos no ciclo copy, right? em 2009.

https://www.youtube.com/watch?v=rJCBY_JerRk

Pois bem, voltando aos sites de torrent: é recomendável baixar uma extensão bloqueadora de anúncios no navegador para evitar de clicar em um lugar errado dentro do site. Também é sempre bom passar o mouse por cima dos links e observar no navegador pra qual lugar eles direcionam antes de clicar.

O link correto pro arquivo magnético normalmente tem o desenho de um imã ou escrito “Download Magnet”, e quando se passa o mouse por cima do link vai aparece o endereço no canto inferior esquerdo do navegador como “magnet:[código aleatório]”

Como usar: Passo 4 – Achar o link magnético, abrir o arquivo no cliente de torrent e escolher onde salvar

Quando clicar no link, o navegador vai pedir para abrir no seu cliente de torrent. Aí é só aceitar e aguardar o seu cliente achar o arquivo na rede. Depois selecionar a pasta onde deseja baixar e clicar ok.

Depois de clicar no link, seu navegador pede pra abrir o tipo de arquivo com o programa de torrent do seu computador

Várias informações no cliente de torrent, mas destaco: qual arquivo virá dentro do torrent (só tem um, que é o episódio da série) e onde ele vai ser salvo.

É isso: você entrou no site, achou o arquivo desejado, clicou no link magnético, e escolheu o lugar pra salvar o arquivo. Agora deve-se aguardar o arquivo ser copiado pra máquina, conforme a velocidade de download que o cliente informa em tempo real.

Essa velocidade de download depende da quantidade de usuários online que estão te deixando copiar o arquivo naquele momento. E aí entra o conceito importante da utilização do torrent: seeds.

Como usar torrent corretamente (entendendo seeders e leechers)

Nesse ponto, consegui explicar como começar a copiar arquivos por torrent. O que foi explicado basta para o processo funcionar, mas para ele dar certo de verdade, é importante entender o próximo conceito.

Seeders e leechers (semeadores e sanguessugas) são como são referidos os usuários (peers) de torrent. Ao entrar no site de torrents e procurar o arquivo desejado, nota-se a quantidade de um e de outro que aquele arquivo possui.

SEEDERS são os usuários que possuem o arquivo completo e mantém o cliente de torrent aberto para que outros usuários possam copiá-lo.

LEECHERS, os sanguessugas, são os usuários que não tem o arquivo completo e não conseguem copiá-lo, e ao mesmo tempo também são aqueles usuários que não compartilham seus arquivos normalmente, seja porque diminuem a velocidade de upload ou porque não deixam o cliente de torrent aberto.

Ser um semeador ou sanguessuga depende de quanto tempo seu cliente de torrent fica aberto, e quantos arquivos você deixa outros usuários copiarem do seu computador. Ser um seeder faz com que você tenha prioridade nas filas de download, e ao baixar um arquivo ao mesmo tempo que diversas pessoas estão fazendo isso, você recebe o arquivo antes.

Ao deixar seu torrent aberto, você permite que outros usuários copiem arquivos do seu computador, e quando você precisar copiar, vai ter prioridade na fila.

Mas perceba que ter prioridade para baixar é apenas um bônus de ser um seeder. A verdade é que o torrent simplesmente não funcionaria se os usuários não deixassem o cliente de torrent aberto para outros poderem copiar.

Muitas vezes só encontramos aquele filme italiano dos anos 70 online porque algum usuário da Dinamarca deixou ele em seu cliente de torrent e manteve o programa aberto tempo o suficiente para que você possa copiar. E se você deixar aberto no seu computador também, já são dois usuários para que o terceiro possa copiar ainda mais rápido, e assim sucessivamente.

É por isso que baixamos arquivos quentes, como o episódio mais recente da série mais famosa, em até dois minutos. Muitas pessoas estão semeando esse arquivo ao mesmo tempo. Filmes e séries mais raros podem demorar mais, mas mesmo assim o torrent pode ser o único jeito de ter acesso aquela conteúdo que nos interessa. Eu mesmo só consegui terminar de assistir a série Friday Night Lights, uma série americana de 2004 que passava na televisão aberta, pela benevolência de algum usuário que até hoje mantém aquele arquivo semeado em seu computador.

Ou seja, para o sistema funcionar bem, é importante deixar o cliente de torrent aberto no computador. É claro que para não degradar a qualidade da sua navegação, é possível limitar a velocidade de upload, para digamos 100 kB/s. Dessa forma, você deixa a pessoa copiar o arquivo da sua máquina com no máximo essa velocidade, e a sua navegação não é prejudicada.

Retomar a independência online é importante

Usar serviços de streaming, como Netflix ou Spotify, se tornou um conforto incontornável. São milhares de músicas e filmes disponíveis para o usuário a um clique de distância. E muitas vezes não é preciso nem procurar: ele te sugere o que ver ou ouvir. E é no momento em que abdicamos de escolher ativamente o que queremos que perdemos a independência.

Mas apesar de oferecer milhares de filmes, é muito difícil sair da centena que o Netflix apresenta na primeira página. Alguns artigos na internet já surgiram distribuindo códigos para pesquisar mais profundamente nos anais do acervo, mas fazendo isso, perdemos toda a lógica de conforto que o serviço propõe (apesar de já ser melhor do que ficar olhando as mesmas séries banais recomendadas).

Mudando de mídia, imagine como era antigamente: ao adquirir um vinil, investíamos nosso dinheiro no valor que aquele álbum nos traria, e ele era nosso. O esforço se transformava em valor quando ouvíamos o disco, e podíamos escolher entre todos aqueles que estavam na nossa coleção, comprados por nós.

Agora, ao nos depararmos com a página inicial do Spotify, temos centenas de playlists indicando o que é mais ouvido, o que parece mais com nós, o que foi feito recentemente. Nosso gosto interessa levemente pra ele, o máximo suficiente para que paguemos pela sua atenção. Não é mais pela música que estamos pagando, e sim pelo serviço de nos dizer o que ouvir.

Mas como sabemos que o interesse de nos dizer o que ver ou ouvir é voltado pra nós?

Através do torrent, temos a liberdade de consumirmos o que quisermos, ao tempo que quisermos (sem a frustração do Netflix tirar a série que estávamos olhando) e podemos compartilhar o que quisermos, como retribuição.

Victor Wolffenbüttel

]]>
https://baixacultura.org/2019/09/18/como-usar-torrent-e-baixar-conteudo-compartilhado-gratis/feed/ 2
BaixaCultura 10 anos – História Aberta https://baixacultura.org/2018/09/24/baixacultura-10-anos-historia-aberta/ https://baixacultura.org/2018/09/24/baixacultura-10-anos-historia-aberta/#comments Mon, 24 Sep 2018 22:40:24 +0000 https://baixacultura.org/?p=12555

“A lógica industrial da cultura [dominante ao longo do século 20] se baseia num esquema feroz de controle autoral (o copyright), mais ou menos feroz a depender do volume de grana envolvido. Quando a tecnologia digital torna impossível esse controle, e aos lucros cada vez menores da indústria se equipara uma produção cultural descentralizada, diversificada e auto-gerenciada; quando a reação da indústria é uma dispendiosa campanha “contra a pirataria” por vezes redundando em leis ignorantes, é aí que é possível perceber: a sociedade é a grande concorrente da indústria.

Na produção cinematográfica nigeriana, ou na contra-indústria tecnobrega de Belém do Pará, ou no trabalho criativo e criminoso [viva!] do dj Danger Mouse, ou em centenas de experiências que o BaixaCultura pretende cobrir, o que está em jogo é um tipo de organização que segundo os critérios de avaliação das velhas leis e dos homens-de-preto da indústria já nasceu pirata, e o incrível apego que esses mesmos homens nutrem por um modelo de indústria que existe há apenas um século, contra um monte de outros séculos de produção artística.”

Assim começávamos o BaixaCultura, em setembro de 2008, então como um blog, tocado por Leonardo e Reuben da Cunha Rocha. 10 anos e muita coisa depois, cá estamos, vivo, como uma laboratório online de cultura livre, ainda com textos, ensaios e reportagens, mas também com oficinas, cursos, zines/livros, ciclos de filmes (copy, right?) e uma tentativa de buscar sustentabilidade através do financiamento recorrente. Dá pra dizer: resistimos.

Na era em que tudo é registrado, onde parece tão fácil documentar, muito tem se perdido. Um paradoxo, ainda mais visível e paradoxal nos projetos, pessoas e instituições de cultura livre, remix, artivismo, hackers, contracultura, software livre, etc. Com alguma dose de sem-noçãozisse e outra de teimosia, cá estamos como um dos poucos projetos vivos que ainda documenta, (in)forma e produz cultura livre (e contra) cultura digital nesse distópico 2018. Celebremos?


Pois sim, vamos celebrar! De um jeito tímido e pequeno, porque é o possível do momento. Para isso vamos fazer dessa semana, a última de setembro de 2018, dias atípicos de resgate da memória e de celebração da existência. A partir da ideia de Sheila Uberti, nossa parceira de muitos projetos, organizamos três frentes:

_ HISTÓRIA ABERTA: ao longo da semana, todos os dias destacaremos em nossas redes alguns dos 480 (!) posts produzidos desde 2008, sob a hashtag #baixacultura10anos. É uma forma de revisitar estes textos, dá-los a conhecer por algumas pessoas que não os conhecem e, também, compartilhar uma memória da cultura livre e (contra) cultura digital ao longo destes últimos 10 anos de intensas transformações no mundo digital.

_ HISTÓRIA COLETIVA: Queremos também convidar vocês – leitor@s, alun@s, apoiador@s, colaborador@s, simpatizantes – a compartilhar algum momento, texto, depoimento, imagem, declaração de amor ou ódio, sobre a cultura livre destes últimos 10 anos, ligados ou não ao baixacultura. Quem usar a hashtag #baixacultura10anos no twitter/facebook/instagram e outra redes vai nos ajudar a agregar depois o conteúdo em uma página e mostrar todas as postagens na…

_ PEQUEÑA JUNÇÃO BAIXACULTURAL: sexta-feira, dia 28/9, às 18h, vamos fazer uma celebraçãozinha desses 10 ano numa videoconferência transmitida no nosso canal do YouTube, mostrando os momentos compartilhados pela tag #baixacultura10anos, tocando músicas livres, falando um pouco da cultura digital brasileira, da ressaca da internet, com alguns convidad@s presenciais em carbono (num lugar de Porto Alegre que logo anunciamos) e em silício (de outros lugares do Brasil e mundo, online). Tod@s estão convidados a participar, seja vindo no local, papear, tomar uma cerveja conosco e participar da transmissão, ou online, perguntando no chat ou entrando ao vivo para dar um salve & comentar algo. Nos próximos dias te passamos as coordenadas. Salve data/hora: 28/9, 18h em diante.

UPDATE: local presencial confirmado: Jardin’s do Chopp, gastrobar da cidade baixa com pizzas (veganas/vegetarianas e com carne) excelentes e as maravilhosas Cervejas Babilônia, uma das melhores artesanais do Estado (a Helles com Butiá e a Oatmeal Stout são imbatíveis), a preço justo. A partir das 18h30.

O vídeo ficará, como sempre, disponível aqui abaixo. Na íntegra, depois vamos editar melhor. Adelante!

]]>
https://baixacultura.org/2018/09/24/baixacultura-10-anos-historia-aberta/feed/ 2
Porto Alegre em Conexões Globais https://baixacultura.org/2013/05/22/porto-alegre-em-conexoes-globais/ https://baixacultura.org/2013/05/22/porto-alegre-em-conexoes-globais/#respond Wed, 22 May 2013 18:46:50 +0000 https://baixacultura.org/?p=9724 conexoes

O Conexões Globais do ano passado foi notícia por aqui, além de ter sido um baita evento para Porto Alegre. Este ano tem de novo e já começa amanhã, a partir das 13h, na Casa de Cultura Mário Quintana, com diversos diálogos, shows, oficinas e ideias livres – veja aqui a programação e escolha o que mais lhe agrada. Se não tiver em Porto Alegre, fique tranquilo que rola streaming no site.

Nós recomendamos fortemente pelo menos três cousas (que na verdade são 7):

_ o debate “Conhecimento livre na rede“, na quinta-feira 23/5, às 18h, com webconferência de Peter Sunde (Flatrr e do Pirate Bay), os habituees de eventos de cultura digital (mas sempre de falas importantes) Ronaldo Lemos e Sergio Amadeu, Gustavo Anitelli, produtor do Teatro Mágico e um dos integrantes do Música para Baixar – MPB, e Jéferson Assumção, secretário adjunto de cultura do RS, escritor, jornalista e grande entusiasta da cultura digital no governo.

_  os shows de Jorge Mautner, o “filho do holocausto“, com Bem Gil, filho de Gilberto, na quinta-feira 23/5 às 19h30,  Frank Jorge sexta 24/5 às 19h30, Pedro Munhoz, um trovador a serviço da música livre, na sexta 24/5 às 17h30, e Tonho Crocco, ex-vocalista do saudoso Ultramen, sábado 25/5 às 17h30.

_ “Comunicação e Poder na Era da Internet“, com os jornalistas Cynara Menezes e Franklin Martins, a secretária de comunicação e inclusão digital do RS Vera Spolidoro, e Natália Viana, da Agência Pública. Como webconferecista o pesquisador português Gustavo Cardoso, parceiro de Manuel Castells e coordenador do Mestrado em Comunicação, Cultura e Tecnologias de Informação do Instituto Universitário de Lisboa.

cineclube conexoes

O BaixaCultura também estará presente no evento em parceria com a Casa da Cultura Digital Porto Alegre para organizar o Cineclube CCD Conexões Globais. Nesta 3º edição do Cineclube, o espaço utilizado vai ser o mezanino do 2º andar da CCMQ, onde será organizado um lounge com a presença de games para os participantes do evento (não só) se divertirem nos intervalos (ou não) das palestras dos três dias do evento.

O formato desta 3º edição do Cineclube se altera em relação as outras vezes: em vez de uma única exibição seguido de uma conversa sobre os temas do filme, serão 3 sessões diárias de exibição de filmes, nos horários das 13h, 16h e 18h, durante os três dias do evento – quinta 23, sexta 24 e sábado 25 de maio.

Serão mostrados filmes (curtas e longas) relacionados a cultura digital e a cultura livre, filmes que discutem software livre, remix, sampling, direitos autorais, produção cultural, games, entre outros temas – boa parte deles já exibimos nas outras edições do ciclo copy, right?

indiemage poster

Pra reforçar/provocar a ideia de que game também é cultura (digital), no sábado 25 de maio, às13h, será realizada uma seção especial sobre games com a exibição de “Indie Game” e a participação de convidados para o debate posterior ao filme.

Vale dizer que os indie games são jogos criados por uma única pessoa ou por equipes pequenas (muitas vezes grupos de amigos), em geral sem o apoio financeiro de empresas. Por não contarem com recursos para a criação de jogos enormes e cheios de recursos, os desenvolvedores indie costumam focar na criatividade e na inovação. Alguns indie games que já alcançaram popularidade são Minecraft, Rock Band, ArmA, Eve Online, RuneScape, Braid e Angry Birds.

O documentário, dirigido em 2012 por Lisanne Pajot e James Swirsky, acompanha o processo de criação de três populares jogos indie: Braid, FEZ e Super Meat Boy. O filme participou da seleção oficial de Sundance em 2012 e foi escolhido o melhor documentário pela crítica.

Veja os horários aqui abaixo e aqui a sinopse de cada filme. Boa parte deles está na nossa BaixaTV, e os que não estão estarão depois do Cineclube.

Quinta – 23 de maio
13h – RIP: A Remix Manifesto (2009, 86 min)
16h – The Pirate Bay: Away from the Keyboard (2013, 82 min)
18h – Sessão Produção Cultural no Brasil  (2012, 15 min)

Sexta – 24 de maio

13h – Copyright Criminals (2009/56 min)
16h – Remixofagia – Alegorias de uma Revolução (2011, 16 min)
18h – Patente Absurdo (2011, 28 minutos) + Arduíno – o documentário (2011, 28 min),


Sábado – 25 de maio
13h – Indie Game (2012, 94 min)
16h – Tudo é remix (2010-2012, aprox. 56 min)
18h – Brega S/A (2009, 56 in.)

]]>
https://baixacultura.org/2013/05/22/porto-alegre-em-conexoes-globais/feed/ 0
Cineclube CCD em Porto Alegre https://baixacultura.org/2013/03/25/cineclube-ccd-em-porto-alegre/ https://baixacultura.org/2013/03/25/cineclube-ccd-em-porto-alegre/#respond Mon, 25 Mar 2013 19:33:56 +0000 https://baixacultura.org/?p=9638 221755_512355825476636_1474214883_n

 

 

Minha aportada por terras gaúchas, desde fevereiro de 2013, traz um primeiro evento aqui para falarmos no Baixa: trata-se do Cineclube Casa da Cultura Digital Porto Alegre.

O cineclube pretende exibir vídeos produzidos com base nos conceitos da cultura digital. São obras que discutem a questão dos direitos autorais, o copyleft, cultura livre, remix, redes sociais, cultura hacker, ciberativismo, software livre, liberdade na rede, compartilhamento, entre outros assuntos que entram no escopo da ideia de cultura digital. O BaixaCultura entra como parceiro da empreitada.

É uma espécie de continuidade do ciclo copy, right?, que foi realizado três vezes nos últimos anos, duas em Santa Maria-RS (primeira, segunda), em dois centros culturais locais, e uma em São Paulo, no Centro Cultural da Espanha. Agora: exibição de filmes (geralmente com menos de 1h30) seguido de comentários de algum convidado e/ou informado sobre o assunto do filme em questão.

A diferença dessa vez é ter uma periodicidade fixa (1x por mês), ser realizado num espaço maior (o teatro Bruno Kiefer, localizado no 6º andar da Casa de Cultura Mário Quintana, este prédio lindão logo abaixo onde a CCD POA está sediada) e ter sempre uma surpresa antes do filme.

A dessa estreia, dia 28 de março às 18h30, é a participação do  grupo Escuta, formado por mais de 30 compositores baseados em Porto Alegre que apostam nas composições autorais e num som baseado no violão e voz. Sediaram um primeiro festival ESCUTA, em dezembro de 2012 no Teatro de Arena, também em porto Alegre, e desde então vem crescendo em popularidade e qualidade em suas composições.

Kledir Ramil, ex-integrante dos grandes Almôndegas – a provável melhor banda de folk rock do país nos 1970 – escreveu recentemente, em sua coluna na Zero Hora, que a essência do grupo “é a mesma dos saraus: novos autores, mostrando suas canções, só de voz e violão. Tudo começou em apartamentos e evoluiu para espaços aberto ao público, não apenas para convidados.

Casa_de_cultura_mario_quintana_de_perto

Na estreia do Cineclube, o filme escolhido é “Tudo é Remix”, documentário em quatro partes (de aproximadamente 10 min. cada uma) dirigido e produzido por Kirby Ferguson, lançado entre 2010 e 2012 na rede. O filme traz para o debate a ideia de que copiar e recombinar é um elemento essencial de criatividade; para isso, discute desde os casos de plágio do Led Zeppelin até as citações constantes ao cinema dos filmes de Quentin Tarantino, passando ainda pela crítica ao sistema de propriedade atual, onde “as idéias são consideradas como propriedade, lotes únicos e originais, com limites distintos”.

Em entrevista ao Baixa, o diretor Kirby Ferguson diz que fez o filme para ”mostrar como copiar é um elemento de criatividade, e de uma forma ou de outra, todos somos cópias”. “Tudo é Remix”, foi financiado por financiamento coletivo (crowdfunding) através do site norte-americano “Kickstarter” e está disponível para exibição na nossa BaixaTV. A exibição no cineclube vai ser em cópia digital com legendas em português.

A segunda data do Cineclube está marcada para o dia 23 de abril, no mesmo local e horário, com a exibição do filme “Arduíno – o documentário”, documentário de 2011 sobre a placa de hardware livre homônima que está revolucionando a produção caseira de objetos e artefatos digitais.

[Leonardo Foletto]

SERVIÇO

Estreia do Cineclube Casa da Cultura Digital Porto Alegre
28 de março – 18h30
(Abertura: Escuta! – O som do compositor, exibição de “Tudo é Remix”, seguido de debate)
Teatro Bruno Kiefer – 6º andar, Casa de Cultura Mário Quintana (Rua dos Andradas, 736 – Centro)

]]> https://baixacultura.org/2013/03/25/cineclube-ccd-em-porto-alegre/feed/ 0 Não é difícil imaginar um mundo sem copyright https://baixacultura.org/2012/09/21/nao-e-dificil-imaginar-um-mundo-sem-copyright/ https://baixacultura.org/2012/09/21/nao-e-dificil-imaginar-um-mundo-sem-copyright/#respond Fri, 21 Sep 2012 18:07:10 +0000 https://baixacultura.org/?p=9318  

Falamos constantemente aqui de como a lei de direitos autorais tem que ser reformulada (no mínimo) para se adequar aos novos tempos e como o copyleft pode ser um provocador dessa mudança. Para alguns, pode parecer uma fala utópica, uma inocência em querer “mudar o mundo”. Que pareça.

Mas saiba que existe uma base profunda de realidade em imaginar um mundo sem copyright. Joost Smiers, autor do excelente “Artes sob Pressão” e professor de Ciências Políticas das Artes na Utrecht School of the Arts, Holanda, imaginou exatamente isso num texto de 2006 chamado “Imagine um Mundo sem copyright”, escrito em parceria com Marieke van Schijndel.

Nesse texto, antes de falar de  alternativa ao copyright, ele elenca várias ideias que permeiam, ou contextualizam, a caduqeuice do copyright hoje. A começar pelo conceito de originalidade: segundo ele, “Em nenhuma outra cultura no mundo, a não ser na ocidental contemporânea, uma pessoa pode se intitular como proprietária de uma melodia, imagem ou palavra”. Existem milhares de trabalhos artísticos – seja uma novela, uma música ou um filme estrelando Arnold Schwarzenegger – que tem a maior parte de seu conteúdo oriundo do trabalho de outros e do domínio público.

Na sequência, se perguntam:  “O que pode substituir o copyright?” Não há uma resposta, mas várias, de acordo com cada um. É um risco pro artista ter que ir ao “mercado” por conta, sem intermediários – mas é de riscos que vivem quem faz arte, não?

Os benefícios, garantem Smiers e Marieke, são grandes. “Os monopolistas culturais querem desesperadamente que nós acreditemos que sem o copyright, nós não teríamos criações artísticas e entretenimento. Isso não faz sentido. Nós teríamos mais, e bem diversificada“. Um mundo sem copyright ofereceria a garantia de boas rendas para muitos artistas, e protegeria o domínio público do conhecimento e da criatividade. Não é?

Copyright will protect you from the pirates and make you a fortune?

*

A dupla lançou, em 2009, um livro que trata justamente do assunto: “Imagine there is no copyright and no cultural conglomorates too“. Só no 1º capítulo da obra são trabalhados diversos argumentos contra o copyright que são tiros certeiros nas indústria cultural que não quer entender o contexto novo com a rede. Alguns dos tiros são contra a “originalidade absoluta”, salientando a perca de tempo em investir contra a pirataria e a questionar o real sentido do copyright em “incentivar” os autores a criarem.

Em português, o livro virou Imagine um Mundo sem direitos de autor nem monopólios“, que está disponível em português, em tradução de Helena Barradas, João Pedro Bénard, Lena Bragança Gil, Manuela Torres,Miguel Castro Caldas (por proposta de Eduarda Dionísio). Abaixo, vamos publicar uma parte da introdução do livro, pra vocês ficarem com ainda mais interesse em ler o livro na íntegra, que pode ser acessado aqui, na nossa Biblioteca e, sim, vale e muito uma leitura atenta – até porque não chega a 100 páginas.

Introdução – Imagine um Mundo sem direitos de autor nem monopólios

Joost Smiers e Marieke van Schijndel

O copyright (direito de autor) dá aos autores o  controlo exclusivo da utilização de um número crescente de formas de expressão artística. Muitas vezes, não são os autores que detêm esses direitos, mas sim empresas culturais gigantescas. Gerem não só a produção, mas também a distribuição e a comercialização de um grande número de filmes, música, peças de teatro livros, telenovelas, artes visuais e design. O que lhes confere imensos poderes para decidir aquilo que vemos, ouvimos ou lemos, em que formato e, sobretudo, aquilo que não vemos, não ouvimos ou não lemos.

Naturalmente as coisas poderiam chegar ao ponto em que a digitalização reorganizaria este panorama altamente controlado e super-financiado. Todavia, não podemos estar assim tão certos disso. A quantidade de dinheiro investido nas indústrias de entretenimento é fenomenal. Elas operam à escala mundial. A cultura é a mais recente e excelente máquina de fazer dinheiro. Neste momento, não há qualquer razão para supor que os gigantes culturais deste mundo irão ceder facilmente a sua dominação do Mercado, quer no que toca ao antigo domínio material, quer ao ambiente digital.

Estamos agora à procura da campainha de alarme, para a podermos tocar. Quando um número limitado de conglomerados controla substancialmente a nossa área comum de comunicação cultural, isso mina a democracia. A liberdade de informação de cada um e o seu direito a participar na vida cultural da sociedade, tal como vem consignado na Declaração Universal dos Direitos do Homem, pode ser reduzido ao direito único de uns quantos directores de companhias e de investidores e aos programas ideológicos e económicos para os quais eles trabalham

Não estamos convencidos de que esta seja a única solução para o futuro. É possível criar uma plataforma equitativa. Quanto a nós, o direito de autor representa um obstáculo. Simultaneamente, constatámos que os best-sellers, os blockbusters e as vedetas das grandes empresas culturais estão a ter um efeito pernicioso. Eles dominam o mercado a tal ponto que pouco espaço fica para o trabalho de muitos outros artistas. Estes últimos são empurrados para a margem, onde é difícil para o público descobrir a sua existência.

No primeiro capítulo iremos analisar todos os inconvenientes do copyright que fazem com que seja ilógico apostar nele. É claro que não somos os únicos a tomar consciência de que ele se tornou um instrumento problemático. Por isso dedicamos o segundo capítulo a alguns movimentos da nossa economia nacional e global – que é o que no fundo são os sectores culturais – em porções menores de propriedade. Isso envolverá uma reestruturação profunda, sem precedentes. A consequência das nossas propostas é que as indústrias culturais e de comunicação, nas quais o volume de negócios atingem os biliões, serão viradas do avesso. Não há memória de mais ninguém se ter proposto construir condições de mercado tão radicalmente novas para a área cultural, ou pelo menos lançar as bases teóricas dessa construção.

Conforta-nos saber que Franklin D. Roosevelt também não sabia o que estava a lançar quando criou o New Deal, isto sem de maneira nenhuma nos querermos comparar a ele. E contudo ele fez isso, foi possível reformar profundamente as condições económicas.que procuram colocar o copyright na boa senda. Embora sejamos sensíveis aos argumentos e esforços para tentar encontrar alternativas, pensamos que uma abordagem mais radical e fundamental nos poderá ajudar mais no século XXI. Analisaremos isso no capítulo 3. Procuramos criar uma plataforma equitativa para muita gente, tanto empresários culturais como artistas. Na nossa perspectiva, já não há espaço nem para copyright nem para empresas que dominam esses mercados culturais 

Isto estimula-nos a colocar em discussão a nossa análise e as nossas propostas, para posterior reformulação. Foi uma agradável surpresa ler (New Yale Times, 6 Junho de 2008) o que Paul Krugman, vencedor do Prémio Nobel de Economia 2008, disse: ‘Pouco a pouco, tudo o que puder ser digitalizado será digitalizado, tornando a propriedade intelectual cada vez mais fácil de ser copiada e mais difícil de ser vendida por mais do que o seu valor nominal. E teremos que encontrar modelos económicos e de negócio que tomem isto em conta.’ Conceber e propor esses novos modelos económicos e de negócio é precisamente aquilo que fazemos neste livro.

Pelo sumário que indica o que trata cada capítulo pode ver-se que não se trata de um livro sobre a história do copyright nem de como ele funciona actualmente. Existem muitas publicações excelentes, com as quais nos sentimos em dívida, que podem ser consultadas sobre esses tópicos (como Bently 2004, Dreier 2006, Goldstein 2001, Nimmer 1988 e 1994, Ricketson 2006 e Sherman 1994). Para uma introdução aos princípios básicos e às controvérsias em torno dos direitos de autor, consultar, por exemplo, http://www. wikipedia.org/wiki/copyright.

Não orientámos o nosso trabalho para categorias inúteis como o pessimismo ou o optimismo cultural. O que nos move é o realismo terra-a-terra; se os direitos de autor e as actuais condições de mercado não podem ser justificadas, então o nosso dever é interrogarmo-nos sobre o que iremos fazer em relação a isso. Distinguir entre as chamadas artes superiores e inferiores e entre a cultura de elite, popular e de massas também não é algo que nos interesse. Um filme é um filme, um livro é um livro, um concerto é um concerto, e por aí fora. O cerne da questão é, pois, quais são as condições para a produção, distribuição ou comercialização e recepção de tudo isso – bom, mau ou feio – e, consequentemente, que tipo de influência essas obras exercem sobre nós individual e colectivamente. Existe uma controvérsia flagrante: que artista deve ser elevado ao estrelato, por quem, porquê e no interesse de quem? E quem irá falhar esse objectivo, ou ser criticado por aquilo que criou? O nosso objective neste estudo é destacar o facto de que a verdadeira diversidade e, consequentemente, a pluralidade de formas de expressão artística pode ter uma razão de ser – e que as condições económicas se podem criar para as facilitar.

Na realidade, usamos o termo direitos de autor (copyright) para cobrir dois conceitos,. O direito de copiar é, em princípio, diferente de um direito criado para defender o interesse de artistas – ou autores, tal como eles são colectivamente referidos (como, por exemplo, na expressão francesa droit d’auteur). Contudo, na legislação e na prática internacional, os dois conceitos fundiram-se no termo inglês copyright. Quaisquer nuances ou diferenças entre os dois conceitos são irrelevantes para este nosso trabalho, uma vez que o que propomos é, em última análise, a abolição do copyright. Quando falamos de obra, nos capítulos seguintes, o termo refere-se a todos os tipos de música, filmes, artes visuais, design, livros, teatro e dança.

As transformações neoliberais das últimas décadas, tais como foram descritas por Naomi Klein em The Shock Doctrine (2007), por exemplo, tiveram também implicações na comunicação cultural. Temos cada vez menos o direito de estruturar e organizar mercados culturais de forma a que a diversidade das formas culturais de expressão possa desempenhar um papel significativo na consciencialização de muitas pessoas. Este é um problema da máxima importância. (continua a partir da p.8)

]]>
https://baixacultura.org/2012/09/21/nao-e-dificil-imaginar-um-mundo-sem-copyright/feed/ 0
Retratos do ciclo copy, right? https://baixacultura.org/2012/07/05/retratos-do-ciclo-copy-right/ https://baixacultura.org/2012/07/05/retratos-do-ciclo-copy-right/#respond Thu, 05 Jul 2012 15:54:35 +0000 https://baixacultura.org/?p=6798

Passaram pouco mais de uma semana do ciclo copy, right? em SP, tempo suficiente para digerir tudo do que aconteceu.

Mas como foram 4 dias de ciclo, 6 filmes exibidos, 7 convidados e muitas outras conversas aleatórias, deixemos as fotos e os vídeos do evento falar por si só. No decorrer dos próximos dias, meses e até anos vamos recuperando algumas das histórias ali ouvidas, conversadas, etc, e relacionando com outros temas factuais, subjetivos, afetivos, etc.

Uma possível constatação depois de tudo isso é: estamos bem informados sobre as batalhas “novo” e “velho mundo” da cultura/industria cultural/direitos autorais. A segunda, mais realista e pessimista, é que somos muito poucos: falamos de termos como copyleft e crowdfunding, para citar dois exemplos, como se fossem coisas que todo mundo sabe o que é – e não, a imensa maioria não faz nem ideia do que seja.

Daí que as duas conclusões se juntam numa só: precisamos ser didáticos para nos fazer ouvir. O mundo da cultura livre/digital é um ovo. E só quando deixar de ser é que vamos conseguir alterar a sociedade tal como a tecnologia (e a cultura) digital tem pedido.

[Leonardo Foletto]

P.s1: Ainda temos algumas imagens e especialmente vídeos para recuperar das palestras. Avisamos aqui.

P.s2: Há possibilidades concretas da próxima edição do ciclo ser em no FISL 2012, em julho deste ano, em porto alegre.

 *

1ºdia – 12/6
Centro Cultural da Espanha

“¡Copiad, Malditos! (2011)
“Produção audiovisual em cultura livre: Brasil X Espanha”
Stéphane M. Grueso (diretor do filme, videoconferência) e Rafael Frazão (Casa da Cultura Digital, Filmes para Bailar)

2ºdia – 16/6
Matilha Cultural

“Patent Absurdity” (2010), “Arduíno: o documentário” (2011).
“ Hardware & software livre: cultura e cidadania P2P
Rodrigo Rodrigues (Garoa Hacker Clube, MetaMáquina) e Bernardo Gutierrez (Future Media, 15M Espanha).
A apresentação de Bernardo foi gravada pela Raquel Diniz, sua esposa, e pode ser vista aqui. A do Rodrigo disponibilizamos aqui em breve.

3ºdia – 23/6
Matilha Cultural

“RIP: A Remix Manifesto” (2009)
Cultura remix, RIP & direito autoral: 2009-2012
Pedro Markun (Casa da Cultura Digital, Esfera e Transparência Hacker).

(Neste dia, estamos sem fotos; em breve vamos pegá-las com o pessoal da Matilha Cultural e colocamos aqui).

4ºdia – 26/6
Centro Cultural da Espanha

Feira do Compartilhamento
“Ctrl-V – Video Control (2011)”,  “Remixofagia – Alegorias de uma Revolução” (2011)
Produção e políticas públicas em cultura digital”.
Rodrigo Savazoni (Casa da Cultura Digital, Festival CulturaDigital.br) e Leonardo Brant (Cultura e Mercado, Empreendedores Criativos).

Créditos fotos: BaixaCultura (1, 2, 3, 5, 6, 7, 8,9, 11, 12); Regina Elias/CCE (4, 10, 13, 14, 15)
]]>
https://baixacultura.org/2012/07/05/retratos-do-ciclo-copy-right/feed/ 0
Remix e políticas de cultura digital encerram o ciclo copy, right? https://baixacultura.org/2012/06/22/remix-e-politicas-de-cultura-digital-encerram-o-ciclo-copy-right/ https://baixacultura.org/2012/06/22/remix-e-politicas-de-cultura-digital-encerram-o-ciclo-copy-right/#comments Fri, 22 Jun 2012 10:55:10 +0000 https://baixacultura.org/?p=6786

Eis que nos encaminhamos para o fim do ciclo copy, right? em São Paulo.

O 3º dia (ou penúltimo dia) do ciclo é amanhã, às 16h30, novamente na Matilha Cultural. Exibiremos “RIP: A Remix Manifesto” (2009, 86 min) na sala de cinema (3º andar) da Matilha Cultural. Já quase um “clássico” da cultura digital, “RIP” é narrado em primeira pessoa pelo diretor, o canadense Brett Gaylor, e trata de discutir as tentativas de controle do arsenal cultural de hoje (e do passado) com a desculpa de proteção dos direitos do autor.

Para tocar no assunto, Brett ilustra seu filme com casos como o do DJ Girl Talk, do copyright do “Parabéns a Você”, dos filmes da Disney e até do funk carioca brasileiro. E traz para a conversa gente como Lawrence Lessig, o “criador” do Creative Commons; Cory Doctorow, um dos mais requisitados defensores da liberdade na rede; e Gilberto Gil, que tem seu trabalho no MinC brasileiro elogiadíssimo no filme – cita-se que a cultura do remix sempre fez parte da cultura brasileira e evoca-se até mesmo o grande Manifesto Antropofágo de Oswald de Andrade.

O filme foi lançado oficialmente em 2008, no Canadá, mas disponibilizou material online muito antes, através do  Open Source Cinema, um projeto criado por Brett Gaylor que busca facilitar a circulação e o remix de vídeos online. A ideia original era que o filme fosse uma produção colaborativa, onde o público pudesse contribuir com material ou mesmo baixar, editar e remixar o filme de acordo com a sua vontade, seguindo a ideia da propagada pela cultura do remix.

Em seguida à exibição, faremos uma conversa com Pedro Markun – sócio da Esfera Hacks Políticos, integrante da comunidade Transparência Hacker e da Casa da Cultura Digital – sobre o que mudou no mundo da propriedade intelectual e da cultura digital desde a produção de RIP (2008) até hoje, dentre outros assuntos a surgir na hora. Infelizmente, tivemos um problema técnico na internet e não teremos mais a participação de Brett via Skype; pedimos desculpa sinceras.

“RIP” está disponível para download, para ver no YouTube (em 9 partes) e no Vimeo – mas te garanto que ver na bela sala de projeção do Matilha é bem melhor…

*

Para encerrar o ciclo, na próxima terça-feira, 26 de junho, às 19h15, no Centro Cultural da Espanha, serão exibidos dois filmes sobre a produção audiovisual/digital recente: “Remixofagia – Alegorias de Uma Revolução” (2011, 16 min), realizado por Rodrigo Savazoni e a produtora Filmes para Bailar, ambos da Casa da Cultura Digital; e “Ctrl-V – Video Control” (2011, 56 min), de Leonardo Brant.

Remixofagia é um remix de trechos de filmes, entrevistas e músicas que faz uma espécie de “arqueologia” da cultura digital brasileira recente, com destaque para a luta pelo conhecimento livre e a presença das práticas de apropriação e reciclagem ao longo de nossa história. É uma realização de Savazoni, Rafael Frazão e Paula Alves, da Filmes para Bailar, e faz parte do projeto 5X Cultura Digital – cinco ensaios sobre a cultura contemporânea realizado por coletivos de audiovisual do Brasil.

Já “Ctrl-V” é um doc, dirigido por Leonardo Brant e produzido por uma extensa equipe, fruto de uma pesquisa sobre convergência audiovisual que explora as relações de poder e efeitos da indústria audiovisual sobre as sociedades contemporâneas. Traz entrevistas com pesquisadores/pensadores da indústria audiovisual internacional, como Edward Jay Epstein, Neil Gabler (EUA), Gilles Lipovetsky, Yvon Thiec (França), Massimo Canevacci (Itália) Octavio Getino (Argentina), Orlando Senna, Ismail Xavier, Newton Cannito (Brasil) e remixes de vários filmes hollywoodianos.

A pesquisa que originou o filme foi financiada pela Aecid (Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento), e o documentário tem o apoio do Sesc e co-produção da TV Cultura. Já fizemos uma espécie de “resenha” dele por aqui, caso queira saber mais do filme/projeto.

Depois da exibição, Rodrigo Savazoni – integrante da Casa da Cultura Digital e da nova CCD Santos, diretor do Festival CulturaDigital.br e mestrando em Ciências Humanas e Sociais pela UFABC – e Leonardo Brant, coordenador da plataforma Empreendedores Criativos e editor do site Cultura e Mercado, vão falar mais sobre seus filmes e também sobre políticas públicas de cultura digital, audiovisual em tempos de convergência, cultura livre, indústrias culturais (ou “criativas”) e outros assuntos decorrentes desses.

**

Feira do Compartilhamento

Nesta terça 26 de junho, a partir das 16h, estaremos promovendo uma “Feira do Compartilhamento” no Centro Cultural da Espanha, a partir das 16h até o encerramento da exibição e dos debates. Uma estrutura montada com um HD externo, um roteador e um HUB com entradas USB facilitarão a troca de arquivos digitais presencialmente: basta levar seu HD, Notebook, pendrive e escolher o arquivo a compartilhar ou copiar. A intenção é poder reproduzir o ambiente de troca de arquivos comum na rede também presencialmente. Vale lembrar que todos os seis filmes exibidos no ciclo estarão disponíveis para compartilhar neste HD.

]]>
https://baixacultura.org/2012/06/22/remix-e-politicas-de-cultura-digital-encerram-o-ciclo-copy-right/feed/ 2