{"id":9746,"date":"2013-06-12T15:21:11","date_gmt":"2013-06-12T15:21:11","guid":{"rendered":"https:\/\/baixacultura.org\/?p=9746"},"modified":"2013-06-12T15:21:11","modified_gmt":"2013-06-12T15:21:11","slug":"pormenores-da-cultura-livre-latino-americana-1","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2013\/06\/12\/pormenores-da-cultura-livre-latino-americana-1\/","title":{"rendered":"Pormenores da cultura livre latino-americana"},"content":{"rendered":"
Passou mais de uma semana, e o relato do congresso de Cultura Livre realizado no final de maio em Quito, no Equador, tardou mas vem agora.<\/p>\n A ideia do congresso<\/a>, que realizou sua 2\u00ba edi\u00e7\u00e3o e teve organiza\u00e7\u00e3o de Flacso<\/a>,\u00a0Unesco<\/a>\u00a0y\u00a0Radialistas<\/a>, era de gerar\u00a0\u00a0\u201cun espacio de debate e intercambio de experiencias sobre el acceso universal al conocimiento, la creaci\u00f3n art\u00edstica y cultural, la gesti\u00f3n de la cultura, el uso de las tecnolog\u00edas abiertas y libres, la producci\u00f3n colectiva, el acceso abierto a producciones cient\u00edficas, el uso de licencias alternativas, los nuevos modelos pedag\u00f3gicos y las ventajas para la ciudadan\u00eda”.<\/p>\n Sem puxa-saquismos, mas foi isso que realmente aconteceu. J\u00e1 foi importante s\u00f3 o fato de juntar gente de toda a Am\u00e9rica Latina para trocar experi\u00eancias sobre iniciativas de cultura, software e m\u00eddia livre. Em determinado momento, contei estar em mesas\/rodas com gente de Argentina, Uruguai, M\u00e9xico, Col\u00f4mbia, Venezuela, Per\u00fa, Chile, Bol\u00edvia, Espanha, al\u00e9m de Equador. Foi bom de ver que h\u00e1 gente por toda a regi\u00e3o com iniciativas interessantes nesta \u00e1rea.<\/p>\n Como s\u00e3o muitas as coisas a se falar, vou dividir o relato em dois, de acordo com os dias do evento. O de hoje vai sobre cultura livre, tema do 1\u00ba dia, e educa\u00e7\u00e3o aberta e reposit\u00f3rios livres ficam para a semana que vem.<\/p>\n A quinta feira de congresso teve uma programa\u00e7\u00e3o diversificada, que conseguiu intercambiar este “mundo novo” (nem t\u00e3o novo assim)\u00a0da cultura livre\u00a0sob a perspectiva dos j\u00e1 iniciados e dos que n\u00e3o conheciam. A confer\u00eancia de abertura foi “Gesti\u00f3n p\u00fablica de la cultura en tiempos digitales<\/a>“<\/strong>, a cargo de Jorge Gemetto y Mariana Fossatti, de \u00c1rtica Centro Cultural 2.0<\/a>. Mostraram bastante exemplos de iniciativas de cultura digital, das quais cito LaLulula.tv<\/a>, “uma curadoria de videos para compartir” bastante interessante organizada por um artista argentino, La Exposici\u00f3n Expandida<\/a>, uma proposta oriunda da Espanha de ampliar uma exposi\u00e7\u00e3o tradicional de arte para os blogs e redes sociais, e o “Tiranos Temblad<\/a>“, canal no Youtube com resusmos bem humorados dos acontecimentos uruguaios da semana.<\/p>\n Jorge y Mariana de Artica<\/p><\/div>\n O trabalho do \u00c1rtica \u00e9 diversificado: oferecem cursos<\/a>\u00a0online dos mais diferentes, de WordPress para projetos culturais a inicia\u00e7\u00e3o a pintura digital, al\u00e9m de consultorias de gest\u00e3o de conte\u00fados e vendas de produtos culturais na web, dentre outros que n\u00e3o cabem nesse post<\/a>. \u00a0N\u00e3o tem uma sede fixa, mas em tempos de redes distribu\u00eddas isso n\u00e3o \u00e9 empecilho para fazer uma s\u00e9rie de trabalhos importantes. Funcionam na pr\u00e1tica o que se identificam em conceito: ser um centro cultural 2.0.<\/p>\n Na sequ\u00eancia da programa\u00e7\u00e3o, rolaram tr\u00eas pain\u00e9is simult\u00e2neos, com v\u00e1rios convidados cada um: \u201cPropiedad Intelectual y Cultura Libre\u201d, \u201cIniciativas art\u00edsticas y culturales Libres\u201d y \u201cCultura, Dise\u00f1o, M\u00fasica y Audiovisuales con Hardware y Software Libre\u201d. Eu participei do segundo e me surpreendi com algumas falas, especialmente a do equatoriano Diego Morales O\u00f1ate<\/a>, que relacionou a cultura livre com os fanzines – foi bom ver que n\u00e3o somos os \u00fanicos a pensar que h\u00e1 uma estreita liga\u00e7\u00e3o entre as duas partes, rela\u00e7\u00e3o que fizemos ao chamar o Zinesc\u00f3pio<\/a> para participar do dia da cultura livre na Casa da Cultura Digital Porto Alegre<\/a>.<\/p>\n Coffe break disputado<\/p><\/div>\n Diego me apresentou tamb\u00e9m “La minga<\/a>“, uma antiga tradi\u00e7\u00e3o andina, especialmente dos altiplanos peruanos e equatorianos, de trabalho colaborativo comunit\u00e1rio com fins de utilidade social. \u00c9 uma atividade que est\u00e1 na pr\u00e9-hist\u00f3ria do trabalho colaborativo e que vem sido resgatada com as novas possibilidades de colabora\u00e7\u00e3o via rede, junto com o mutir\u00e3o brasileiro, do ayni andino e do tequio mexicano, entre outras pr\u00e1ticas que colocam a am\u00e9rica latina como precursora do mundo 2.0, como aponta e lista Bernardo Gutierrez nesse artigo<\/a>.<\/p>\n Outro destaque desse painel foi a fala de Simona Levi<\/a>, importante ativista baseada na Espanha, que citou diversas iniciativas da qual faz parte, como o FC F\u00f3rum – f\u00f3rum de acesso ao conhecimento – e o X-net<\/a>, do singelo slogan: “internet libre o barbarie”. Simona encerrou com uma convoca\u00e7\u00e3o a batalha contra o copyright: “acabou a l\u00f3gica da propriedade, estamos na l\u00f3gica do acesso<\/em>“.<\/p>\n Depois do recesso do meio dia, tr\u00eas conversas paralelas foram realizadas no evento: “Proyectos art\u00edsticos en Copyleft\u201d, \u201cArte y crowdfunding\u201d y \u201cNuevos modelos de negocio y competencias y su relaci\u00f3n con la CL\u201d.\u00a0<\/em>Participei de uma roda enxuta mas produtiva sobre arte e crowdfunding, que foi interessante tamb\u00e9m por apresentar diversos sites de crowdfunding em l\u00edngua castelhana: Goteo.Org<\/a>, plataforma baseada na Espanha bastante conhecida e 100 % aberta; Idea.me<\/a>, a mais difundida na am\u00e9rica latina; Kifund<\/a>, focada em projetos audiovisuais; e\u00a0Verkami<\/a>, para projetos criativos\/art\u00edsticos.<\/p>\n Talles de arte y crowdfuding<\/p><\/div>\n Deu para sacar que o crowdfunding \u00e9 visto o como uma novidade grande – e, portanto, \u00e9 visualizado com relativa desconfian\u00e7a em alguns pa\u00edses da regi\u00e3o, especialmente o Equador: “aqui n\u00e3o d\u00e1 certo”, “como fiscalizar o dinheiro doado?” foram algumas das perguntas ouvidas. Falei de algumas experi\u00eancias que tive com as plataformas brasileiras, sobretudo o Catarse.me<\/a>, e disse que por aqui o financiamento coletivo tem cada vez mais se consolidado na \u00e1rea cultural, principalmente como estrat\u00e9gia de venda antecipada – citei casos como o de Vitor Ramil no Traga seu Show<\/a>, Nei Lisboa no Catarse<\/a>, al\u00e9m dos que participei mais proximamente, como as 3 vezes do BaixoCentro<\/a> e o \u00d4nibus Hacker<\/a>. Fiquei com a impress\u00e3o de que o Brasil est\u00e1 na ponta de lan\u00e7a nessa seara aqui na am\u00e9rica latina.<\/p>\n Ao final do dia, este que vos fala teve a honra de fazer uma charla sobre “Creaci\u00f3n y difusi\u00f3n cultural en la era hacker” – aqui tem a apresenta\u00e7\u00e3o pra baixar<\/a>. Fiz um balan\u00e7o de algumas iniciativas que participo ou participei, caso de Casa da Cultura Digital, BaixoCentro, \u00d4nibus Hacker, al\u00e9m do BaixaCultura. Apontei tamb\u00e9m os princ\u00edpios da \u00e9tica hacker e como eles, na minha vis\u00e3o, tem influenciado alguma coisa destes trabalhos todos. Ao fim, mostrei algumas fotos e um v\u00eddeo do BaixoCentro (o da abertura<\/a>) para ilustrar um pouco da ideia de que a cultura hacker est\u00e1 presente para al\u00e9m dos dispostivos tecnol\u00f3gicos – tamb\u00e9m est\u00e1 nas ruas, para “hackear las calles”, como disse em portunhol<\/a>.<\/p>\n Yo e Santiago Garc\u00eda, dos Radialistas, coordenador do evento.<\/p><\/div>\n A parte final da apresenta\u00e7\u00e3o, da cultura livre nas ruas, foi a que me rendeu mais perguntas ao fim. Em conversas posteriores, tive a impress\u00e3o de que os movimentos da sociedade civil – como o BaixoCentro, a Marcha das Vadias<\/a> e os recentes organizados em fun\u00e7\u00e3o dos aumentos das passagens de \u00f4nibus – e a sua atua\u00e7\u00e3o “apartid\u00e1ria”, organizada sem hierarquias (muito) aparentes e com a inten\u00e7\u00e3o de ocupar as ruas e reinvindicar seus direitos, s\u00e3o o que de mais forte o Brasil tem apresentado para a latino-am\u00e9rica. Ou, pelo menos, o interessante parece ser a rela\u00e7\u00e3o destes movimentos com a cultura livre, caso espec\u00edfico do BaixoCentro e nem tanto dos relacionados aos outros aqui citados.<\/p>\n Ainda fui entrevistado pelo El Com\u00e9rcio<\/a>, jornal de maior tiragem do Equador, na segunda seguinte ao evento. Teve alguns erros de lugares (citaram S\u00e3o Paulo, sendo que hoje estou em Porto Alegre), algumas atropeladas em respostas – colocar o que falei sobre o BaixoCentro numa pergunta sobre propriedade intelectual. Mas n\u00e3o \u00e9 f\u00e1cil organizar informa\u00e7\u00f5es sobre tantas coisas distintas em uma entrevista curta de jornal, ent\u00e3o at\u00e9 que n\u00e3o foi de todo mal. Em geral, falei o que falo sempre por aqui: “La originalidad est\u00e1 m\u00e1s ligada a c\u00f3mo se organizan las cosas que a la creaci\u00f3n de una idea \u00fanica<\/em>“.<\/p>\n [Leonardo Foletto<\/strong>]<\/p>\n P.s<\/strong>: As apresenta\u00e7\u00f5es feitas durante todo o evento est\u00e3o dispon\u00edveis aqui<\/a>. E mais relatos sobre o congresso tem com os uruguaios de Artica<\/a> e com o peruano Juan Arellano<\/a>, editor do Global Voices na Am\u00e9rica Latina.<\/p>\n P.s 2<\/strong>: Sobre Crowdfunding no Brasil, vale a pena ver este mapeamento colaborativo das ferramentas brasileiras<\/a>\u00a0com mais de 30 iniciativas.<\/p>\nAs fotos s\u00e3o do Flickr do Congresso<\/a>, por Carlos Vizuete y Beatriz Elguero. Passou mais de uma semana, e o relato do congresso de Cultura Livre realizado no final de maio em Quito, no Equador, tardou mas vem agora. A ideia do congresso, que realizou sua 2\u00ba edi\u00e7\u00e3o e teve organiza\u00e7\u00e3o de Flacso,\u00a0Unesco\u00a0y\u00a0Radialistas, era de gerar\u00a0\u00a0\u201cun espacio de debate e intercambio de experiencias sobre el acceso universal al […]<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":9753,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":[],"categories":[122,126,1564],"tags":[1800,462,1806,1807,1808,121,173,618,927,147,1802,1809],"post_folder":[],"jetpack_featured_media_url":"","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/9746"}],"collection":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=9746"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/9746\/revisions"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=9746"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=9746"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=9746"},{"taxonomy":"post_folder","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/post_folder?post=9746"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}<\/a><\/p>\n
<\/a><\/p>\n
<\/a>
<\/a>
<\/a>
<\/a>
\n<\/span><\/a><\/address>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"