{"id":9685,"date":"2013-05-06T15:01:12","date_gmt":"2013-05-06T15:01:12","guid":{"rendered":"https:\/\/baixacultura.org\/?p=9685"},"modified":"2013-05-06T15:01:12","modified_gmt":"2013-05-06T15:01:12","slug":"a-arte-do-cunnilingus-digital-norte-coreano","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2013\/05\/06\/a-arte-do-cunnilingus-digital-norte-coreano\/","title":{"rendered":"A arte do cunnilingus digital norte-coreano"},"content":{"rendered":"
No in\u00edcio da semana passada, certas timelines de facebook foram literalmente invadidas por um texto muy belamente escrito, programado e musicado: Cunnilingus Coreia Do Norte. Trata-se de um causo, contado em forma de palestra – como no cl\u00e1ssico de Tchekov “Os Malef\u00edcios do Tabaco<\/a>” – sobre certos h\u00e1bitos sexuais que acontecem na Cor\u00e9ia do Norte, terra conhecida pelos seus ditadores caricatos e pela rigidez do seu regime comunista (?).<\/p>\n [preparado para o texto\/performance? certificou que n\u00e3o h\u00e1 papagaios de pirata em voc\u00ea? crian\u00e7as menores de 15 anos? ent\u00e3o aumente o volume, sente-se de maneira confort\u00e1vel e prove essa del\u00edcia clicando aqui<\/a><\/em>]<\/p>\n Desde que se tomou conhecimento desse cunnilingus digital, surgiram as perguntas: de onde veio? do que se alimenta? quem \u00e9 a mente por tr\u00e1s dessa pequena genialidade digital? \u00c9 o que fomos investigar, e este texto, especialmente a partir do pr\u00f3ximo par\u00e1grafo, \u00e9 o resultado dessa pequena busca pelas mentes por detr\u00e1s dessa p\u00e9rola dial\u00e9tico-digital.<\/p>\n Come\u00e7ou assim: em 1999, Young-Hae Chang, um artista coreano, com doutorado em est\u00e9tica pela Universit\u00e9 de Paris I, e Marc Vogue, um poeta americano residente em Seul, participaram no workshop de Net Art organizado pelo Multimedia Art Asia Pacific<\/a>, em Brisbane, na Austr\u00e1lia. (…) Sob o nome de Young-Hae Chang Heavy Industries<\/a>, partiram para produzir uma s\u00e9rie de filmes em que as palavras aplicadas ao jazz aparecem numa r\u00e1pida sucess\u00e3o na janela de navega\u00e7\u00e3o, preenchendo a tela como uma performance. Entre os mais de 20 filmes\/textos\/trabalhos que produziram, est\u00e1 o “Cunnilingus”,\u00a0\u00a0que mostra um suposto discurso do ditador que trata de sexo e comunismo, tendo como pano de fundo a m\u00fasica “See Line Woman”, de Nina Simone.<\/p>\n Young-Hae Chang Heavy Industries \u00e9 (ou melhor, foi) um projeto de webarte que tinha por objetivo o funcionamento da Internet e a informa\u00e7\u00e3o, segundo consta neste site<\/a>. A dupla produzia textos, sempre com a fonte M\u00f4naco (utilizada em computadores da Apple) de diversas cores e tamanhos,\u00a0que contam eventos ocorridos com as pessoas que vivem em Seul.<\/p>\n Todo o trabalho gr\u00e1fico (desenho, cores e “banners”) e a anima\u00e7\u00e3o (feita em flash) serve para exaltar o texto. A vida na Cor\u00e9ia \u00e9 um tema que aparece de diversas formas nos trabalhos da dupla. Uma delas \u00e9 a hostilidade entre Cor\u00e9ia do Sul e Cor\u00e9ia do Norte.<\/p>\n As ind\u00fastrias pesadas de Young-Hae exp\u00f5em textos em ingl\u00eas, coreano, franc\u00eas, chin\u00eas, japon\u00eas e espanhol. A dupla j\u00e1 esteve presente em coletivas nos EUA, Cor\u00e9ia e Nova Zel\u00e2ndia. Ganharam o Webby Award<\/a> por excel\u00eancia em arte na web em 2000, em 2003, participaram da 50\u00aa Bienal de Veneza e, em 2005, estiveram na Trienal de Arte de Fukuoka, no Jap\u00e3o. Aqui um resumo de sua carreira<\/a>, no mesmo estilo piscante fren\u00e9tico dos textos\/performances.<\/p>\n<\/a><\/p>\n