{"id":968,"date":"2009-01-04T19:41:46","date_gmt":"2009-01-04T19:41:46","guid":{"rendered":"https:\/\/baixacultura.org\/?p=968"},"modified":"2009-01-04T19:41:46","modified_gmt":"2009-01-04T19:41:46","slug":"especial-punk","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2009\/01\/04\/especial-punk\/","title":{"rendered":"Amigo Punk"},"content":{"rendered":"

<\/strong>\"sexpistols\"<\/p>\n

H\u00e1 em torno do punk<\/a> o mesmo desconforto que ronda toda id\u00e9ia fora de contexto – a de tornar-se pastiche involunt\u00e1rio de si mesmo e recusar-se a enxergar isto, que \u00e9 precisamente tudo o que os demais enxergam. Caso se tratasse apenas de um g\u00eanero musical, n\u00e3o seria t\u00e3o pertinente a acusa\u00e7\u00e3o de imobilidade (“esses caras fazem a mesma coisa h\u00e1 30 anos!”), ou n\u00e3o seria mais pertinente do que o \u00e9 no caso do blues e do rap, por exemplo. O problema do punk est\u00e1\u00a0menos na m\u00fasica do que\u00a0no apego a um tipo de discurso que s\u00f3 pretende ofender o mundo, mas n\u00e3o consegue mais faz\u00ea-lo, porque o mundo muda mais r\u00e1pido que a capacidade de racioc\u00ednio de um punk tradicional.<\/p>\n

Mas e da\u00ed? Ou, perguntando de outra forma, isso tudo n\u00e3o \u00e9 evidente o bastante pra que se torne irrelevante, e pra que seja ent\u00e3o poss\u00edvel apenas apreciar os bons discos, os refr\u00f5es antol\u00f3gicos e o ineg\u00e1vel papel hist\u00f3rico do g\u00eanero? Afinal, apesar dos argumentos contra a “cena”, n\u00e3o h\u00e1 o que se dizer contra a lucidez e pertin\u00eancia do que diz um Jello Biafra<\/a>, este sim um punk’s not dead<\/em>, ou contra o papel do g\u00eanero enquanto matriz para outras express\u00f5es culturais, como toda a cena indie baseada no bom e velho “fa\u00e7a voc\u00ea mesmo”.<\/p>\n

\"jellobiafra1\"<\/p>\n

Baixe voc\u00ea mesmo, neste caso. Bandas de A a Z com atualiza\u00e7\u00f5es di\u00e1rias, na Punk’o’teca<\/a>. Coisas cl\u00e1ssicas e conhecidas fora da cena, como Dead Kennedys [a ex-banda do mencionado Jello Biafra], Pennywise, Rancid\u00a0ou Fugazi, coisas n\u00e3o ortodoxas, como The Offspring e Rage Against The Machine, muitas bandas obscuras e o que \u00e9 melhor, v\u00e1rios registros de bandas brasileiras, que sempre encontraram dificuldades hist\u00f3ricas para gravar.<\/p>\n

*<\/p>\n

Parte dessa dificuldade, ali\u00e1s, est\u00e1 bem documentada no filme do ex-VJ da MTV Gast\u00e3o Moreira<\/strong>. Centrado nas bandas\u00a0de S\u00e3o Paulo,\u00a0Botinada – A origem do punk no Brasil<\/strong><\/a>\u00a0<\/strong>resgata a confus\u00e3o que foi a forma\u00e7\u00e3o de uma cultura punk no Brasil em fins de ditadura. A confus\u00e3o dos punks (divididos entre os que acreditavam no discurso, os que queriam transformar viol\u00eancia em m\u00fasica e os que queriam dar porrada mesmo) e a confus\u00e3o gerada pela dificuldade de assimila\u00e7\u00e3o do movimento pela sociedade. Embora seja sempre enjoada a ortodoxia de alguns entrevistados, vale a pena se defrontar com a complexidade de um movimento que em todo caso \u00e9 a\u00a0face furiosa\u00a0da periferia industrial brasileira, e as contribui\u00e7\u00f5es l\u00facidas de Clemente\u00a0(vocalista dos Inocentes), Kid Vinil e do jornalista Antonio Bivar n\u00e3o deixam d\u00favidas de que vale o download.<\/p>\n

\"botinada\"<\/p>\n

[Reuben da Cunha Rocha.<\/strong>]<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

H\u00e1 em torno do punk o mesmo desconforto que ronda toda id\u00e9ia fora de contexto – a de tornar-se pastiche involunt\u00e1rio de si mesmo e recusar-se a enxergar isto, que \u00e9 precisamente tudo o que os demais enxergam. Caso se tratasse apenas de um g\u00eanero musical, n\u00e3o seria t\u00e3o pertinente a acusa\u00e7\u00e3o de imobilidade (“esses […]<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":8290,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":[],"categories":[122,139],"tags":[149,123,145],"post_folder":[],"jetpack_featured_media_url":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-content\/uploads\/2012\/07\/sexpistols3-1.jpg","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/968"}],"collection":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=968"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/968\/revisions"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/media\/8290"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=968"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=968"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=968"},{"taxonomy":"post_folder","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/post_folder?post=968"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}