{"id":9525,"date":"2013-01-15T12:01:50","date_gmt":"2013-01-15T12:01:50","guid":{"rendered":"https:\/\/baixacultura.org\/?p=9525"},"modified":"2013-01-15T12:01:50","modified_gmt":"2013-01-15T12:01:50","slug":"memorial-para-aaron-swartz","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2013\/01\/15\/memorial-para-aaron-swartz\/","title":{"rendered":"Memorial para Aaron Swartz"},"content":{"rendered":"

\"\"<\/a><\/p>\n

Muito foi dito sobre o hacker & ativista Aaron Swartz nos \u00faltimos dias, desde que ele se suicidou, sexta-feira 11 de janeiro. Acompanhamos o assunto no <\/span>Facebook do BaixaCultura<\/a> com v\u00e1rios links pros mais diferentes textos: de depoimentos de nomes conhecidos na rede (e amigos de Swartz) como <\/span>Lawrence Lessig<\/a>, do Creative Commons, e <\/span>Cory Doctorow<\/a>, a entrevista realizada pela Tatiana, do Link Estad\u00e3o (“<\/span>\u00c9 crucial estarmos vigilantes<\/a>“), e por Ronaldo Lemos (<\/span>em ingl\u00eas<\/a>).<\/span><\/p>\n

Pablo Ortellado, do Gpopai, escreveu que<\/a> “o\u00a0processo criminal de que foi v\u00edtima por disponibilizar gratuitamente artigos cient\u00edficos na web parece ter contribu\u00eddo para este tr\u00e1gico desfecho”. Uma fala em sintonia com a de muita gente e da pr\u00f3pria fam\u00edlia de Swartz, que organizou um lindo memorial virtual<\/a> a Aaron (na terceira imagem desse post).<\/p>\n

Virou quase um consenso a ideia de que a morte de Aaron poderia ser evitada e foi influenciada pela persegui\u00e7\u00e3o judicial do governo americano, que tratou um jovem inteligent\u00edssimo, que buscava a dispers\u00e3o de conte\u00fado e informa\u00e7\u00e3o ao alcance de todos, como se fosse um terrorista procurado – ele poderia ser condenado\u00a0a 35 anos de pris\u00e3o e a uma multa de US$ 1 milh\u00e3o por ter baixado\u00a0quatro milh\u00f5es de artigos do Jstor<\/a> (sigla para Journal Storage \u2013 armazenamento de di\u00e1rios, em ingl\u00eas), um arquivo de textos acad\u00eamicos e revistas cient\u00edficas que cobra US$ 19 mensais pelo acesso. (Mais\u00a0detalhes do processo voc\u00ea v\u00ea neste post nosso<\/a>, escrito pelo Marcelo de Franceschi.)<\/p>\n

Em homenagem a Aaron, criou-se o pdftribute.net<\/a>, site que agrega arquivos cient\u00edficos disponibilizados pelo Twitter, atrav\u00e9s da hashtag #pdftribute. Que, por aqui, estimulou\u00a0um texto da pesquisadora Raquel Recuero<\/a> sobre o compromisso de um acad\u00eamico com a sociedade, que direta ou indiretamente pagou pela sua forma\u00e7\u00e3o e pela sua pesquisa e que, portanto, deveria ter f\u00e1cil acesso ao resultado destas. Uma quest\u00e3o, como se v\u00ea, deveria nem ser questionada na universidade, e sim tomada como h\u00e1bito – o que \u00a0infelizmente ainda n\u00e3o \u00e9, e por isso a import\u00e2ncia da discuss\u00e3o.<\/p>\n

\u00a0*<\/p>\n

\"\"<\/a><\/p>\n

Mais que especular sobre a poss\u00edvel causa do suic\u00eddio de Aaron, que nunca vai ser totalmente destrinchada, vale aqui lembrar de sua trajet\u00f3ria e de seu exemplo. Como disse Tatiana Dias nesse belo texto<\/a>, “poucas pessoas traduziram t\u00e3o bem a \u00e9poca em que n\u00f3s estamos vivendo quanto Aaron Swartz”. O curr\u00edculo do rapaz \u00e9 extenso: criador do\u00a0Open Library<\/a>, mantido pelo Internet Archive, do\u00a0Watchdog.net<\/a>, um portal\u00a0Excelencias<\/a>\u00a0dos Estados Unidos, do DemandProgress<\/a>, um dos principais sites de peti\u00e7\u00f5es & ativismo online; co-fundador do\u00a0Reddit<\/a>, \u00a0site de avalia\u00e7\u00e3o de links para conte\u00fado na web; co-autor do sistema de feeds de\u00a0RSS<\/a>.<\/p>\n

Ainda trabalhou, aos 14 anos (!), na equipe que Larry Lessig liderou para a cria\u00e7\u00e3o do Creative Commons (na foto acima), e foi uma das principais vozes contra o SOPA\/PIPA<\/a>, projetos de leis que queriam cercear a liberdade na rede e que, felizmente, e por hora, foram descontinuados.<\/p>\n

Tatiana escreveu que “que pessoas como Aaron, inquietas e que vivem em luta para melhorar o mundo, n\u00e3o conseguem aguentar muito tempo no planeta.\u00a0Aaron nunca trabalhou para fazer dinheiro<\/a>,\u00a0n\u00e3o gostava muito de conversar: era um cara solit\u00e1rio que preferia ler os livros a conversar com os autores<\/a>, embora tivesse acesso a eles. Foi libert\u00e1rio at\u00e9 o fim, assumindo as r\u00e9deas para controlar a hora da pr\u00f3pria morte”.<\/p>\n

Aaron deixa o legado \u00a0de que, sim, \u00e9 poss\u00edvel acreditar em “transformar o sistema”. Foi o que ele fez seguidamente, de canto, em quase todos os trabalhos que realizou.<\/p>\n

\"\"<\/a><\/p>\n

Segue o trecho final do Manifesto da Guerrila Open Acess, que\u00a0traduzimos e publicamos aqui em 2011<\/a>, e o programa especial do\u00a0Democracy Now<\/a>\u00a0sobre Aaron, com um depoimento emocionado de Lessig (o programa t\u00e1 em ingl\u00eas, mas\u00a0Alexandre Abdo<\/a>\u00a0avisa j\u00e1 come\u00e7ou o processo de legendagem no\u00a0Universal Subtitles<\/a>, caso algu\u00e9m queira ajudar; a parte sobre Aaron come\u00e7a no 15:14)<\/p>\n

N\u00e3o h\u00e1 justi\u00e7a em seguir leis injustas. \u00c9 hora de vir para a luz e, na grande tradi\u00e7\u00e3o da desobedi\u00eancia civil, declarar nossa oposi\u00e7\u00e3o a este roubo privado da cultura p\u00fablica.<\/em><\/p>\n

Precisamos levar informa\u00e7\u00e3o, onde quer que ela esteja armazenada, fazer nossas c\u00f3pias e compartilh\u00e1-la com o mundo. Precisamos levar material que est\u00e1 protegido por direitos autorais e adicion\u00e1-lo ao arquivo. Precisamos comprar bancos de dados secretos e coloc\u00e1-los na Web. Precisamos baixar revistas cient\u00edficas e subi-las para redes de compartilhamento de arquivos. Precisamos lutar pela Guerilla Open Access.<\/em><\/p>\n

Se somarmos muitos de n\u00f3s, n\u00e3o vamos apenas enviar uma forte mensagem de oposi\u00e7\u00e3o \u00e0 privatiza\u00e7\u00e3o do conhecimento \u2013 vamos transformar essa privatiza\u00e7\u00e3o em algo do passado. Voc\u00ea vai se juntar a n\u00f3s?<\/em><\/p>\n

 <\/p>\n

 <\/p>\n

Cr\u00e9ditos fotos: 1 (Demand Progress<\/a>), 2 (Aaron e Lessig<\/a>)<\/address>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Muito foi dito sobre o hacker & ativista Aaron Swartz nos \u00faltimos dias, desde que ele se suicidou, sexta-feira 11 de janeiro. Acompanhamos o assunto no Facebook do BaixaCultura com v\u00e1rios links pros mais diferentes textos: de depoimentos de nomes conhecidos na rede (e amigos de Swartz) como Lawrence Lessig, do Creative Commons, e Cory […]<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":9526,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":[],"categories":[1199,122],"tags":[1760,216,924,925,926,173,697,927,147,134,202,928,929,930,656,931,732,932,933,934,936],"post_folder":[],"jetpack_featured_media_url":"","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/9525"}],"collection":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=9525"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/9525\/revisions"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=9525"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=9525"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=9525"},{"taxonomy":"post_folder","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/post_folder?post=9525"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}