{"id":715,"date":"2008-12-02T22:50:35","date_gmt":"2008-12-02T22:50:35","guid":{"rendered":"http:\/\/baixacultura.wordpress.com\/?p=715"},"modified":"2008-12-02T22:50:35","modified_gmt":"2008-12-02T22:50:35","slug":"jamaica-modo-de-usar-instrucciones","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2008\/12\/02\/jamaica-modo-de-usar-instrucciones\/","title":{"rendered":"Jamaica, modo de usar"},"content":{"rendered":"

\"jamaica\"<\/a><\/p>\n

A extens\u00e3o da complexidade cultural\u00a0da Jamaica\u00a0n\u00e3o cabe na fronteira\u00a0geogr\u00e1fica que a ilha faz com o mar do Caribe –\u00a0nem\u00a0a maluquice pol\u00edtica que n\u00e3o escapa \u00e0 regra da Am\u00e9rica colonizada, nem o sincretismo\u00a0da religiosidade\u00a0que \u00e9 sua embora n\u00e3o de sua maioria [como o voodoo ou o rastafari, essa intrincada interpreta\u00e7\u00e3o do Antigo Testamento b\u00edblico, essa rica narrativa em que triunfa a liberdade cultural do colonizado e ao mesmo tempo alcan\u00e7a apenas cerca de 10% da popula\u00e7\u00e3o do pa\u00eds]\u00a0nem a m\u00fasica afinal, n\u00e3o menos sincr\u00e9tica, n\u00e3o menos maluca, n\u00e3o menos produto e produtora do lugar em que n\u00e3o cabe.<\/p>\n

A hist\u00f3ria do reggae \u00e9 t\u00e3o acidentada quanto todo o resto, cheia de desvios como o g\u00eanero \u00e9 cheio de subg\u00eaneros, antecessores e herdeiros, alguns deles indissoci\u00e1veis em sua origem da precariedade\u00a0econ\u00f4mica e\u00a0t\u00e9cnica\u00a0que n\u00e3o vence o esp\u00edrito, como o dub<\/strong><\/a>, outros indissoci\u00e1veis do peso musical que a Jamaica conquistou em todos os mundos, inclusive o primeiro. \u00c9 o caso da obra do lend\u00e1rio guitarrista\u00a0Ernest Ranglin<\/strong>, cujo nome est\u00e1 na origem do ska, e que hoje \u00e9 poss\u00edvel encontrar no meio de bandas de jazz enriquecendo o fusion mais ou menos desse jeito:<\/p>\n

[youtube=http:\/\/www.youtube.com\/watch?v=23KPWdfm7MA]<\/p>\n

H\u00e1 um belo document\u00e1rio [vendido bem barato\u00a0em bancas de revistas e\u00a0dispon\u00edvel pra download\u00a0aqui<\/a>] sobre a sa\u00edda do reggae de Kingston para Londres, via Catch a Fire<\/a><\/strong>, em que produtores e m\u00fasicos ingleses s\u00e3o un\u00e2nimes no desconforto que sentiram diante daquele contratempo in\u00e9dito: ningu\u00e9m sabia tocar aquele som, e o processo de adequa\u00e7\u00e3o do reggae ao mercado branco tamb\u00e9m foi o do aprendizado daquele bumbo mulato maluco por parte do velho mundo.<\/p>\n

Mas divago, e o que \u00e9 mesmo preciso\u00a0que se diga \u00e9 que a hist\u00f3ria cheia de atalhos, desvios e becos sem sa\u00edda da m\u00fasica jamaicana \u00e9 muito bem contada pelo You And Me On A Jamboree<\/a>, at\u00e9 hoje o blog de download mais completo sobre o assunto que meus olhos m\u00edopes j\u00e1 encontraram. Pra come\u00e7o de conversa, tu n\u00e3o encontra nenhuma banda de Brasilia com nome de planta no meio – isso mesmo,\u00a0improv\u00e1vel leitor: a parada \u00e9 t\u00e3o old school<\/strong> que as categorias com mais discos linkados s\u00e3o Ska<\/strong>, Rocksteady<\/strong> [ritmo intermedi\u00e1rio entre o ska e o reggae que n\u00e3o durou muito na ilha do Caribe embora seja muito bom] e Early Reggae<\/strong>.<\/p>\n

\u00c9 a\u00ed que a p\u00e1gina ganha cara de enciclop\u00e9dia: al\u00e9m da lista de links por artista\/banda, os discos est\u00e3o organizados por categoria. Como cada categoria musical daquelas\u00a0representa um ponto na hist\u00f3ria da m\u00fasica jamaicana, baixar cada disco ali chega a ser did\u00e1tico, al\u00e9m de um prazer.<\/p>\n

You And Me On A Jamboree<\/strong> tamb\u00e9m \u00e9 uma festa<\/a> e um podcast<\/a> muito do invocado. Do blog, o \u00fanico por\u00e9m fica por conta da desorganiza\u00e7\u00e3o alfab\u00e9tica dos links. \u00c9 muita coisa [tomara que cres\u00e7a!], e uma lista organizada com um pouco mais de empenho facilitaria muito a minha vida. Quer dizer, a nossa.<\/p>\n

E pra encerrar o post mais groovy do dia, fica a\u00ed com o genial trombonista Rico Rodriguez<\/strong>, de quem tu encontra nada menos que cinco bolachas no Jamboree. T\u00f4 falando, \u00e9 coisa fina, pedra pesad\u00edssima:<\/p>\n

[youtube=http:\/\/www.youtube.com\/watch?v=iF3enmzFaKM&feature=related]<\/p>\n

[Reuben da Cunha Rocha.<\/strong>]<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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