{"id":668,"date":"2008-11-28T11:48:50","date_gmt":"2008-11-28T11:48:50","guid":{"rendered":"http:\/\/baixacultura.wordpress.com\/?p=668"},"modified":"2008-11-28T11:48:50","modified_gmt":"2008-11-28T11:48:50","slug":"a-memoria-visual-do-mundo","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2008\/11\/28\/a-memoria-visual-do-mundo\/","title":{"rendered":"A mem\u00f3ria visual do mundo"},"content":{"rendered":"

\"life2\"<\/a><\/p>\n

Uma das coisas mais bacanas que a rede possibilita \u00e9 o acesso a um eito de coisas j\u00e1 produzidas nesse mundo. O limite da mem\u00f3ria \u00e9 o espa\u00e7o de armazenamento nos discos r\u00edgidos, que, por sua vez, a cada momento diminuem de tamanho e aumentam sua capacidade, o que torna a mem\u00f3ria praticamente infinita. E olha que praticamente \u00e9 um eufemismo: a mem\u00f3ria virtual \u00e9 <\/em>infinita, pelo menos aos nossos anseios particulares.<\/p>\n

Aos poucos, o mundo inteiro vai tendo a no\u00e7\u00e3o de que \u00e9 muito melhor disponibilizar aquilo que se tem – nem que seja de gra\u00e7a – do que armazenar algo para que ningu\u00e9m veja. \u00c9 assim que o Google vai aos poucos digitalizando o arquivo de v\u00e1rias bibliotecas de universidades americanas e que os artistas v\u00e3o colocando tudo que produzem na rede, por exemplo. E \u00e9 assim que restri\u00e7\u00f5es \u00e0 essas atitudes, como o copyright<\/em>, est\u00e3o fadados ao fracasso, pois sua for\u00e7a policialesca \u00e9 muito menor que a sanha do ser humano em querer compartilhar aquilo que tem.<\/p>\n

\"life3\"<\/a><\/p>\n

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Se toda a l\u00f3gica da nossa produ\u00e7\u00e3o art\u00edstica foi dominada pelo copyright<\/em> nos \u00faltimos dois s\u00e9culos \u00e9 porque n\u00e3o havia a possibilidade – financeira, moral ou mesmo f\u00edsica – de compartilhar tudo aquilo que produz\u00edamos<\/strong>. Mas hoje isso \u00e9 poss\u00edvel, o que fatalmente determina o fim dessa l\u00f3gica. Ainda que tenha gente tentando arduamente lutar contra isso, o desejo intr\u00ednseco do ser humano de compartilhar o saber, e n\u00e3o aprision\u00e1-lo solitariamente dentro de cabe\u00e7as iluminadas, \u00e9 maior que qualquer tipo de controle externo oriundo, acima de tudo, do desejo de lucro.<\/p>\n

Dito isso \u00e9 que iniciativas como a\u00a0 da Revista Life, tradicional publica\u00e7\u00e3o americana rec\u00e9m-extinta, s\u00e3o bem-vindas. <\/strong>Elas indicam que as cabe\u00e7as pensantes da ind\u00fastria cultural realmente est\u00e3o tendo que pensar, e n\u00e3o agir como guris emburrados que, por n\u00e3o quererem jogar bola com os amigos, pegam a bola para si e levam para casa, se esquecendo que \u00e9 muito melhor arrumar outra bola e continuar o jogo do que ficar parado chorando.<\/p>\n

\"life1\"<\/a><\/p>\n

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Bueno, mas antes que eu me perca, que diabos de coisa a revista Life<\/a> fez mesmo? Disponibilizou, via Google, todo seu acervo de fotos<\/a>, 2 milh\u00f5es de imagens que datam desde 1860. Para quem n\u00e3o sabe, a revista foi uma das principais refer\u00eancias em reportagens foto-jornal\u00edsticas e teve publica\u00e7\u00e3o cont\u00ednua de 1936 at\u00e9 2000, com uma retomada de 2004 a 2007. As fotos est\u00e3o livre para uso pessoal e particular, menos comercial.<\/p>\n

Outras iniciativas parecidas existem aos montes na rede – lembro agora dessa aqui<\/a>, com fotos tamb\u00e9m incr\u00edveis da II Guerra Munidal. Mas a da Life \u00e9 simb\u00f3lica: a revista tem um acervo incr\u00edvel, e a <\/strong>sua disponibiliza\u00e7\u00e3o gratuita indica um movimento importante, dentro da Ind\u00fastria Cultural, rumo a uma l\u00f3gica sem copyright<\/em>.<\/p>\n

\"life4\"<\/a><\/p>\n

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Cr\u00e9ditos fotos: Revista Life
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[Leonardo Foletto<\/strong>]<\/p>\n

Atualiza\u00e7\u00e3o 2\/12<\/strong>: A Revista Life n\u00e3o disponibilizou TODO o seu acervo de fotos, como est\u00e1 colocado no post, mas sim 20% de suas fotos, 97% delas in\u00e9ditas. O banco de imagens total da revista tem cerca de 10 milh\u00f5es de imagens. As informa\u00e7\u00f5es corretas foram publicadas aqui<\/a>, no blog do Tiago D\u00f3ria.<\/p>\n

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