{"id":6498,"date":"2012-04-04T10:09:51","date_gmt":"2012-04-04T10:09:51","guid":{"rendered":"https:\/\/baixacultura.org\/?p=6498"},"modified":"2012-04-04T10:09:51","modified_gmt":"2012-04-04T10:09:51","slug":"arte-ilegal-de-disney-a-zeppelin","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2012\/04\/04\/arte-ilegal-de-disney-a-zeppelin\/","title":{"rendered":"Arte ilegal de Disney a Zeppelin"},"content":{"rendered":"

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Esse post era para iniciarmos a (re) publica\u00e7\u00e3o dos textos da Biblioteca Rizom\u00e1tica de Ricardo Rosas<\/a>. O primeiro escolhido instigava j\u00e1 no t\u00edtulo –\u00a0Afinal, o que \u00e9 originalidade?<\/strong> – e foi publicado na colet\u00e2nea “Recombina\u00e7\u00e3o<\/a>“, do Rizoma.<\/p>\n

Acontece que o texto \u00e9 uma mat\u00e9ria de 10 anos atr\u00e1s (!) escrita pela jornalista Kendra Mayfield para a revista Wired a respeito da exposi\u00e7\u00e3o “Illegal Art: Freedom of Expression in the Corporate Age”<\/em> (Arte Ilegal:\u00a0A Liberdade de Express\u00e3o na Era Corporativa), realizada em Nova York e Chicago em 2002.<\/p>\n

Ao investigar a exposi\u00e7\u00e3o (que tem um site ainda vivo<\/a>, embora capenga), achamos um material t\u00e3o interessante que deixamos de lado a \u00edntegra do texto de Mayfield para destacar, justamente, a exposi\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

A ideia de “Illegal Art” foi fazer um panorama da “arte degenerada” da era das grandes corpora\u00e7\u00f5es (pr\u00e9-internet), apresentando obras e\u00a0id\u00e9ias que ficam \u00e0 margem das leis de propriedade intelectual.<\/p>\n

A mostra engloba uma grande variedade de meios – da colagem ao \u00e1udio,\u00a0passando pelo cinema – e inclui trabalhos que desafiam as leis de\u00a0propriedade intelectual, violando direitos autorais e marcas registradas. Na p\u00e1gina dos v\u00eddeos<\/a>,\u00a0traz personagens da\u00a0Disney assassinados, uma par\u00f3dia da logomarca da rede Starbucks e uma estampa de guardanapo feita com logomarcas de\u00a0companhias de petr\u00f3leo.<\/p>\n

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Site da exposi\u00e7\u00e3o, de 2002<\/p><\/div>\n

Quase todas as obras de arte s\u00e3o, at\u00e9 certo ponto, n\u00e3o-originais<\/em>“, disse a curadora da exposi\u00e7\u00e3o e editora da revista Stay Free<\/a> Carrie McLaren \u00e0 Mayfield. “Num ambiente onde se pode ter a livre troca de id\u00e9ias, a arte sempre tem\u00a0mais qualidade<\/em>“.<\/p>\n

Como explica a rep\u00f3rter Mayfield, “Se as atuais leis de direito autoral j\u00e1 existissem quando os m\u00fasicos de jazz\u00a0emprestavam riffs de outros artistas nos anos 30 e os ilustradores de Looney\u00a0Toones criavam cartuns nos anos 40, g\u00eaneros art\u00edsticos inteiros, tais como o\u00a0hip-hop, a colagem e a pop art talvez jamais houvessem surgido”.<\/p>\n

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Dick Detzner, "The Sacrifice of Sprout," "Original Sin (Barbie and Ken)" 1999-2000<\/p><\/div>\n

O site da exposi\u00e7\u00e3o ainda traz filmes e v\u00eddeos considerados ilegais porque se\u00a0apropriam de propriedade intelectual alheia, seja \u00a0atrav\u00e9s do uso de v\u00eddeos encontrados por a\u00ed, m\u00fasicas n\u00e3o-autorizadas ou imagens de material protegido. Uma pena que estes v\u00eddeos n\u00e3o est\u00e3o mais dispon\u00edveis no site, mas nos pr\u00f3ximos par\u00e1grafos catamos alguns deles em outros locais (como o YouTube, que na \u00e9poca da exposi\u00e7\u00e3o nem tinha sido criado ainda!).<\/span><\/p>\n

Os visitantes tamb\u00e9m poderiam escutar\/baixar arquivos “ilegais” de MP3,\u00a0incluindo a hil\u00e1ria\u00a0par\u00f3dia feita pelo grupo de rap 2 Live Crew<\/a>\u00a0para a m\u00fasica “Oh, Pretty Woman<\/em>“, de Roy Orbison e \u00a0o hit “Ice Ice Baby<\/a>“,\u00a0gravado em 1990 por Vanilla Ice, cujo riff principal foi tirado da m\u00fasica\u00a0Under Pressure, composta por David Bowie e o Queen.<\/p>\n

H\u00e1 ainda uma interessante se\u00e7\u00e3o<\/a> sobre as “batalhas” de pl\u00e1gio na m\u00fasica pop, com os j\u00e1 citados 2 Live Crew X Roy Orbinson e Vanilla Ice X Bowie\/Queen e outros causos hist\u00f3ricos, como a Led Zeppelin X Willie Dixon por “Whola Lotta Love<\/a>“, m\u00fasica que \u00e9 um pl\u00e1gio “melhorado” de “You Need Love<\/em>” que Dixou comp\u00f4s e outro blueseiro de primeira, Muddy Waters, regravou com sucesso em 1963<\/a>.<\/p>\n

Dixon nunca ganhou um tost\u00e3o dos direitos da m\u00fasica, nem mesmo os cr\u00e9ditos da banda de Page & Plant. Sua brabeza com a hist\u00f3ria o fez criar a “Blues Heaven Foundation<\/a>” para ajudar outros blueseiros a recuperar os direitos de suas m\u00fasicas e, com isso, preservar o blues de raiz.<\/p>\n

Vale lembrar que o Led Zeppelin “roubou” (ou seria melhorou?) tantas m\u00fasicas que existe at\u00e9 um mini-doc dando conta desses “pl\u00e1gios”, do qual a primeira parte tu pode ver (e escutar) a seguir para tirar suas pr\u00f3prias conclus\u00f5es:<\/p>\n

[Por ironia, uma m\u00fasica “do” Zeppelin foi o motivo para o YouTube\u00a0retirar um v\u00eddeo nosso tempos atr\u00e1s<\/a>. A m\u00fasica em quest\u00e3o era “Gallows Pole\u201d, que, por sinal, \u00e9 uma das muitas vers\u00f5es de\u00a0The Maid Freed from the Gallows<\/a>, uma velha e tradicional can\u00e7\u00e3o folk que teve origem na Europa e foi trazida para o ingl\u00eas pelo cantor folk\u00a0\u00a0Huddie Ledbetter<\/a>, em 1939. O Zep ia fazer sua vers\u00e3o somente em 1970<\/em>]<\/p>\n

[youtube=http:\/\/www.youtube.com\/watch?v=JyvLsutfI5M&feature=player_embedded#!]<\/p>\n

Tendo sido realizada em 2002, numa era pr\u00e9-rede sociais e em que a internet engatinhava rumo a sua presen\u00e7a constante no cotidiano global, \u00e9 at\u00e9 dif\u00edcil imaginar como seria “Illegal Art: Freedom of Expression in the Corporate Age”\u00a0<\/em>hoje. Muitos e muitos mais v\u00eddeos, imagens e m\u00fasicas poderiam ser inclu\u00eddos; o “mashup” poderia ter um destaque a parte, assim como os tantos remixes, par\u00f3dias e “funks” criados a partir de qualquer coisa nestes \u00faltimos anos. Com a crescente digitaliza\u00e7\u00e3o de tudo, certamente enxergamos hoje bem mais aquilo que foi copiado, plagiado ou inspirado em outros do que em 2002.<\/p>\n

A exposi\u00e7\u00e3o aumentaria tanto de tamanho que, possivelmente, n\u00e3o faria mais sentido – afinal, como dizem por a\u00ed, hoje tudo \u00e9 remix<\/a>.<\/p>\n

D\u00ea uma olhada em mais alguns v\u00eddeos & imagens da exposi\u00e7\u00e3o aqui abaixo. Mais infos sobre as imagens tem aqui<\/a>. E artigos sobre a exposi\u00e7\u00e3o, aqui<\/a>.<\/p>\n

Naomi Uman, “Removed”<\/strong>
\nNaomi, , usa um “soft porn” dos anos 1970 e, com a ajuda de\u00a0esmaltes, \u00e1gua sanit\u00e1ria\u00a0e uma lupa, \u00a0transforma mulher nua\u00a0em um buraco\u00a0–\u00a0um espa\u00e7o vazio\u00a0animado.\u00a0[youtube=http:\/\/www.youtube.com\/watch?v=QEkMKdf_9Fs]<\/p>\n

NegativeLand e Tim Maloney, “Gimme the Marmaid<\/strong>”
\nEnquanto preparava a vers\u00e3o para a TV de “A Pequena Sereia, o animador Tim Maloney fez um clipe para os “pais do pl\u00e1gio musical”, a banda NegativeLand (que falaremos mais em breve, aguarde). A m\u00fasica escolhida foi a n\u00famero quatro do disco\/livro “
The Story of the Letter U and the Numeral 2<\/a>“.\u00a0[youtube=http:\/\/www.youtube.com\/watch?v=9J6sEdlzjlk]<\/p>\n

Phil Patiris,\u00a0“Iraq Campaign 1991”<\/strong>
\nO artista visual de S\u00e3o Francisco Patiris mistura\u00a0imagens de rede de not\u00edcias dos EUA, trecho de “Jornada nas Estrelas”, comerciais do Mc Donalds e outras imagens tipicamente americanas para fazer uma cr\u00edtica da m\u00eddia durante a Guerra do GOlfo de 1991, numa esp\u00e9cie de av\u00f4 dos mashups audiovisuais de hoje.\u00a0[youtube=http:\/\/www.youtube.com\/watch?v=tg7_ouYmO6Q]<\/p>\n

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Dick Detzner, "The Last Pancake Breakfast"<\/p><\/div>\n

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Kieron Dwyer, "Consumer Whore", 1999<\/p><\/div>\n

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Bill Barminski, "Mickey Gas Mask" (2001)<\/p><\/div>\n

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Michael Hernandez de Luna, "Viagra" (1996-1999)<\/p><\/div>\n

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The Residents, "Meet the Residents" (1974)<\/p><\/div>\n

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Diana Thorneycroft, "Mouse," "Boy," "Dog," "Man," "White Mouse," "Man with Large Nose" (2001-2)<\/p><\/div>\n

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Ray Beldner, "How Mao" (2002)<\/p><\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Esse post era para iniciarmos a (re) publica\u00e7\u00e3o dos textos da Biblioteca Rizom\u00e1tica de Ricardo Rosas. O primeiro escolhido instigava j\u00e1 no t\u00edtulo –\u00a0Afinal, o que \u00e9 originalidade? – e foi publicado na colet\u00e2nea “Recombina\u00e7\u00e3o“, do Rizoma. Acontece que o texto \u00e9 uma mat\u00e9ria de 10 anos atr\u00e1s (!) escrita pela jornalista Kendra Mayfield para […]<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":7686,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":[],"categories":[91,126],"tags":[1565,1528,1566,581,400,1508,1567,285,1568,173,146,147,1569,1570,1571,365,1572,1573,1574,1575,1576,1577,206,1578,1579,1580,1581,1582,1583,1584,970,253,228,197,1585,1586,1587,1588,1589,1590,1591,1592,1593,1594,1595,1596,397],"post_folder":[],"jetpack_featured_media_url":"","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/6498"}],"collection":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=6498"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/6498\/revisions"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=6498"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=6498"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=6498"},{"taxonomy":"post_folder","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/post_folder?post=6498"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}