{"id":6335,"date":"2012-02-20T13:14:56","date_gmt":"2012-02-20T13:14:56","guid":{"rendered":"https:\/\/baixacultura.org\/?p=6335"},"modified":"2012-02-20T13:14:56","modified_gmt":"2012-02-20T13:14:56","slug":"notas-sobre-o-futuro-da-musica-4-as-estrategias-de-david-byrne","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2012\/02\/20\/notas-sobre-o-futuro-da-musica-4-as-estrategias-de-david-byrne\/","title":{"rendered":"Notas sobre o futuro da m\u00fasica (4): as estrat\u00e9gias de David Byrne"},"content":{"rendered":"

\"\"<\/a><\/p>\n

David Byrne – m\u00fasico, escritor, ciclista, frontman do Talking Heads, re-descobridor de Tom Z\u00e9<\/a> e “um inovador lend\u00e1rio de si mesmo” – escreveu em dezembro de 2007 um texto intitulado “Estrat\u00e9gias de sobreviv\u00eancia para artistas emergentes – e megaestrelas<\/strong>“.<\/p>\n

O artigo foi\u00a0publicado<\/a>\u00a0na revista Wired, acompanhado de uma conversa de Byrne com Thom Yorke, do Radiohead, sobre m\u00fasica e novos modelos de neg\u00f3cio, bem \u00e0 \u00e9poca em que o Radiohead lan\u00e7ava “In Rainbows” no esquema “pague o quanto quiser”.<\/p>\n

O texto j\u00e1 tinha ganho uma tradu\u00e7\u00e3o bem resumida para o espanhol, feita por\u00a0este blog aqui<\/a>\u00a0em 2009 – que est\u00e1 fora do ar. Em junho de 2010 veio \u00e0 tona uma\u00a0tradu\u00e7\u00e3o<\/a>\u00a0para o portugu\u00eas no site Music News – que tamb\u00e9m j\u00e1 n\u00e3o est\u00e1 dispon\u00edvel na rede.<\/p>\n

J\u00e1 hav\u00edamos publicado o artigo juntamente com a conversa de Byrne com Yorke<\/a>. Mas por conta do tamanho do papo dos dois m\u00fasicos, as pensatas de Byrne acabaram se perdendo na barra de rolagem, e pouca gente deve ter lido o texto. Aproveitamos o tempo livre de carnaval para dar uma revisada nessa tradu\u00e7\u00e3o [acredite, por melhor que seja, sempre se encontra erros numa tradu\u00e7\u00e3o; fique a vontade para achar os nossos e avisar nos coment\u00e1rios<\/em>] e republicamos aqui abaixo o texto, re-editado (com links novos e crocantes).<\/p>\n

Acreditamos que o texto, assim como os outros da s\u00e9rie “Notas sobre o futuro da m\u00fasica<\/a>“, \u00e9 recheado de “food for thinking<\/em>“, como dizem os que dominam a l\u00edngua de Shakespeare – “coisas\/comida pra pensar”, numa tradu\u00e7\u00e3o tosca para a nossa l\u00edngua de Cam\u00f5es.<\/p>\n

Mesmo tendo sido publicado em 2007, onde o mundo digital era outro e “In Rainbows” rec\u00e9m arrombava as portas das gravadoras (e as mentes daquelas bandas que acreditavam que s\u00f3 uma gravadora os colocaria na “fama”), as estrat\u00e9gias de sobreviv\u00eancia de Byrne s\u00e3o extremamente v\u00e1lidas para m\u00fasicos e n\u00e3o-m\u00fasicos que querem entender o mecanismo da m\u00fasica hoje.<\/p>\n

Elas servem, tamb\u00e9m, para real\u00e7ar uma convic\u00e7\u00e3o nossa: a de que o mundo de hoje, em transforma\u00e7\u00e3o ultraveloz e sem respostas prontas para NADA, \u00e9 demais de fascinante.<\/p>\n

Estrat\u00e9gias de sobreviv\u00eancia para artistas emergentes – e megaestrelas<\/strong><\/em><\/p>\n

Eu costumava ter uma gravadora.\u00a0Este selo, <\/span>Luaka Bop<\/a>, ainda existe, embora eu n\u00e3o esteja mais envolvido em sua execu\u00e7\u00e3o.\u00a0Meu \u00faltimo disco saiu pela Nonesuch, uma subsidi\u00e1ria do imp\u00e9rio Warner Music Group.\u00a0Eu tamb\u00e9m tenho lan\u00e7ado m\u00fasica por gravadoras independentes como Thrill Jockey, e eu tenho prensado CDs e vendido-os em turn\u00ea.\u00a0Eu fa\u00e7o turn\u00ea a cada ano, e eu n\u00e3o vejo isso como uma simples perda de l\u00edderan\u00e7a em vendas de CD.\u00a0Ent\u00e3o eu vi esse neg\u00f3cio de ambos os lados. Ganhei dinheiro, e fui roubado.\u00a0Tive liberdade criativa e fui pressionado para fazer hits.\u00a0Eu tenho lidado com o comportamento de diva de m\u00fasicos loucos, e eu vi registros g\u00eaniais de artistas maravilhosos ficarem completamente ignorados.\u00a0Eu amo m\u00fasica.\u00a0Eu sempre amarei.\u00a0Ela salvou a minha vida, e eu aposto que n\u00e3o sou o \u00fanico que pode dizer isso.<\/span><\/p>\n

O que \u00e9 chamado hoje o neg\u00f3cio da m\u00fasica, no entanto, n\u00e3o \u00e9 o neg\u00f3cio de produzir m\u00fasica.\u00a0Em algum momento ele se tornou o neg\u00f3cio de vender CDs em caixas de pl\u00e1stico e esse neg\u00f3cio vai acabar em breve.\u00a0Mas isso n\u00e3o \u00e9 uma m\u00e1 not\u00edcia para a m\u00fasica, e certamente n\u00e3o \u00e9 uma m\u00e1 not\u00edcia para os m\u00fasicos.\u00a0De fato, com todas as formas de atingir um p\u00fablico, nunca houve mais oportunidades para os artistas.<\/p>\n

Onde as coisas est\u00e3o caminhando?\u00a0Bem, para algumas pessoas os gr\u00e1ficos s\u00e3o assim:<\/p>\n<\/blockquote>\n

\"\"<\/a><\/p>\n

\n

Alguns v\u00eaem esse quadro como uma tend\u00eancia terr\u00edvel.\u00a0O fato do Radiohead estrear seu mais recente \u00e1lbum online [In Rainbows, 2007<\/em>] e Madonna abandonar a Warner Bros para a Live Nation<\/a>, empresa promotora de shows, \u00e9 considerado como um sinal do fim do neg\u00f3cio da m\u00fasica como a conhecemos.\u00a0Na verdade, estes s\u00e3o apenas dois exemplos de como os m\u00fasicos est\u00e3o cada vez mais capazes de trabalhar fora da rela\u00e7\u00e3o das gravadoras tradicionais.\u00a0N\u00e3o existe uma maneira \u00fanica de se fazer neg\u00f3cio estes dias.\u00a0Para mim, existem na verdade seis modelos vi\u00e1veis.\u00a0Essa variedade \u00e9 boa para os artistas, pois lhes d\u00e1 mais possibilidades de ganhar dinheiro e viver da profiss\u00e3o.\u00a0E \u00e9 bom para o p\u00fablico tamb\u00e9m, que ter\u00e1 mais – e mais interessante – m\u00fasica para ouvir.\u00a0Vamos voltar e ter alguma perspectiva.<\/p>\n

O que \u00e9\u00a0 m\u00fasica?
\n<\/strong>Primeiro, uma defini\u00e7\u00e3o dos termos.\u00a0O que \u00e9 isso que estamos falando aqui?\u00a0O que exatamente est\u00e1 sendo comprado e vendido?\u00a0No passado, a m\u00fasica era algo que voc\u00ea ouvia e experimentava – ela servia tanto como um evento social como uma forma puramente musical.\u00a0Antes da tecnologia de grava\u00e7\u00e3o existir, voc\u00ea n\u00e3o podia separar a m\u00fasica do seu contexto social.\u00a0Can\u00e7\u00f5es \u00e9picas e baladas, trovadores, espet\u00e1culos da corte, m\u00fasica de igreja, cantos xam\u00e2nicos, cantores de bar, m\u00fasica cerimonial, m\u00fasica militar, m\u00fasica para dan\u00e7ar – isso era muito bonito, tudo vinculado a fun\u00e7\u00f5es sociais espec\u00edficas.\u00a0Era comum e freq\u00fcentemente utilitarista.\u00a0Voc\u00ea n\u00e3o pode levar para casa, copi\u00e1-la, vend\u00ea-la como uma mercadoria (exceto a folha da partitura, mas isso n\u00e3o \u00e9 a m\u00fasica em si), ou mesmo ouv\u00ed-la novamente.\u00a0A m\u00fasica era uma experi\u00eancia, intimamente ligada a sua vida.\u00a0Voc\u00ea podia pagar para ouvir m\u00fasica, mas depois de faz\u00ea-lo, a experi\u00eancia acabava, restava apenas a lembran\u00e7a.<\/p>\n

A tecnologia mudou tudo no s\u00e9culo 20.\u00a0M\u00fasica – ou o seu artefato registrado, pelo menos – tornou-se um produto, uma coisa que poderia ser comprada, vendida, trocada, e repetida indefinidamente em qualquer contexto.\u00a0Isto levantou a economia da m\u00fasica, mas nossos instintos humanos permaneceram intactos.\u00a0Eu passo muito tempo com fones nos meus ouvidos escutando grava\u00e7\u00f5es, mas eu ainda saio para estar no meio da multid\u00e3o com o p\u00fablico.\u00a0Eu canto para mim mesmo, e sim, toco um instrumento (nem sempre muito bem).<\/p>\n

N\u00f3s sempre queremos usar a m\u00fasica como parte do nosso tecido social: para reunir em concertos e em bares, mesmo se o som for p\u00e9ssimo, para passar m\u00fasica de m\u00e3o em m\u00e3o (ou via Internet) como uma forma de moeda social; a\u00a0construir templos onde s\u00f3 o “nosso tipo de gente”, pode ouvir m\u00fasica (casas de \u00f3pera e salas de sinfonia); queremos saber mais sobre os nossos poetas favoritos – suas vidas amorosas, suas roupas, suas cren\u00e7as pol\u00edticas.\u00a0Isso revela um desejo eterno\u00a0 num contexto muito mais amplo que um peda\u00e7o de pl\u00e1stico.\u00a0Pode-se dizer que este impulso faz parte de nossa composi\u00e7\u00e3o gen\u00e9tica.<\/p>\n

Tudo isso \u00e9 o que comentamos quando falamos de m\u00fasica.<\/p>\n

Tudo isso.<\/p>\n

O que as gravadoras fazem?
\nOu, mais precisamente, o que eles fizeram?<\/p>\n

* Financiamento de\u00a0sess\u00f5es de grava\u00e7\u00e3o
\n* Fabrica\u00e7\u00e3o de produtos
\n* Distribui\u00e7\u00e3o de produtos
\n* Cria\u00e7\u00e3o de um mercado
\n* Empr\u00e9stimos e adiantamentos em dinheiro para as despesas (viagens, v\u00eddeos, cabelo e maquiagem)
\n* Assessoria e orienta\u00e7\u00e3o de artistas em suas carreiras e grava\u00e7\u00f5es
\n* Manipula\u00e7\u00e3o da contabilidade<\/p>\n

Este foi o sistema que evoluiu ao longo do s\u00e9culo passado para comercializar o produto, isto \u00e9, o suporte f\u00edsico –\u00a0 vinil, fita ou disco – que cont\u00e9m a m\u00fasica.Mas muitas coisas mudaram na \u00faltima d\u00e9cada, que reduzem o valor destes servi\u00e7os aos artistas.<\/p>\n

Por exemplo: os custos de grava\u00e7\u00e3o ca\u00edram para quase zero<\/strong>.\u00a0Artistas normalmente precisavam de selos para bancar suas grava\u00e7\u00f5es.\u00a0A maioria das pessoas n\u00e3o tem os US $ 15.000 (m\u00ednimos) necess\u00e1rios para alugar um est\u00fadio profissional e pagar um engenheiro de som e um produtor.\u00a0Para muitos artistas esse n\u00e3o \u00e9 mais o caso.\u00a0Agora um \u00e1lbum pode ser feito no mesmo laptop que voc\u00ea usa para checar e-mail.<\/p>\n

Custos de produ\u00e7\u00e3o e distribui\u00e7\u00e3o est\u00e3o se aproximando de zero.<\/strong> Esse costumava ser um ponto que tornava impratic\u00e1vel a distribui\u00e7\u00e3o de uma grava\u00e7\u00e3o.\u00a0Com LPs e CDs, haviam os custos de produ\u00e7\u00e3o de base, custos de impress\u00e3o, transporte e assim por diante.\u00a0Para se pagar esses custos era necess\u00e1rio vender em volume, porque era assim que muitos desses custos eram amortizados. Hoje n\u00e3o mais: a distribui\u00e7\u00e3o digital \u00e9 bastante livre.\u00a0N\u00e3o sai mais barato distribuir por unidade um milh\u00e3o de c\u00f3pias que uma centena delas.<\/p>\n<\/blockquote>\n

\"\"<\/a><\/p>\n

\n

Turn\u00ea n\u00e3o \u00e9 apenas promo\u00e7\u00e3o.<\/strong> performances ao vivo costumavam ser vistas como formas de divulgar um novo produto – um meio para se chegar a um fim e n\u00e3o um fim em si mesmo.\u00a0Bandas que entravam em d\u00edvidas para fazer turn\u00ea, recuperariam suas perdas mais tarde atrav\u00e9s de recordes de vendas.\u00a0Para ser franco, est\u00e1 tudo errado.\u00a0\u00c9 retr\u00f3grado.\u00a0Apresenta\u00e7\u00f5es s\u00e3o um acontecimento em si, uma habilidade distinta, diferente de fazer uma grava\u00e7\u00e3o.\u00a0E para aqueles que podem faz\u00ea-lo, \u00e9 uma maneira de ganhar a vida.<\/p>\n

Assim, com todas estas mudan\u00e7as, o que acontece com os selos?\u00a0Alguns ir\u00e3o sobreviver.\u00a0Nonesuch<\/a>, onde fiz v\u00e1rios \u00e1lbuns, prosperou sob propriedade da Warner Music Group, operando com uma equipe enxuta de 12 pessoas e permanecendo focado no talento.\u00a0“Artistas como Wilco, Philip Glass, kd lang, e outros t\u00eam vendido mais aqui do que quando foram chamados por grandes gravadoras”, Bob Hurwitz, presidente da Nonesuch, me disse, “mesmo durante um per\u00edodo de decl\u00ednio.”<\/p>\n

Mas alguns selos v\u00e3o desaparecer.\u00a0Em uma conversa recente que tive com Brian Eno<\/a> (que est\u00e1 produzindo o pr\u00f3ximo \u00e1lbum do Coldplay [Viva La Vida<\/em>] e comp\u00f5e com o U2), ele estava entusiasmado com o\u00a0I THINK MUSIC<\/strong> – uma rede online de bandas indie, fans e lojas – e pessimista sobre o futuro das gravadoras tradicionais.<\/p>\n

[NE<\/strong>: Ironicamente, o I Think Music<\/a> deixou de funcionar ontem, 19\/2\/2012<\/em>].<\/p>\n

Estruturalmente, eles s\u00e3o muito grandes<\/em>“, disse Eno.\u00a0“E eles est\u00e3o totalmente na defensiva agora. A \u00fanica id\u00e9ia que eles tem \u00e9 de que\u00a0podem lhe dar um grande advance – o que ainda \u00e9 atraente para muitas bandas jovens que est\u00e3o come\u00e7ando. Mas isso \u00e9 tudo que eles representam agora: o capital<\/em>“.<\/p>\n

\n

Ent\u00e3o, onde os artistas se encaixam nesta paisagem est\u00e1 mudando? Encontramos novas op\u00e7\u00f5es, novos modelos.<\/p>\n

As seis possibilidades<\/strong>
\nOnde havia um, agora s\u00e3o seis: seis modelos poss\u00edveis de distribui\u00e7\u00e3o de m\u00fasica, variando de um em que o artista n\u00e3o faz nada, at\u00e9 aquele onde o artista faz quase tudo.N\u00e3o surpreendentemente, quanto mais envolvido \u00e9 o artista, mais ele pode fazer por suas vendas.\u00a0O modelo totalmente DIY certamente n\u00e3o \u00e9 para todos – mas esse \u00e9 o ponto.\u00a0Agora h\u00e1 escolha.<\/p>\n

1.<\/strong>\u00a0Num extremo da escala est\u00e1 o modelo 360<\/em><\/strong>, modelo esse em que todos os aspectos da carreira do artista s\u00e3o conduzidos pelos produtores, promotores, profissionais de marketing e gerentes.\u00a0A id\u00e9ia \u00e9 que voc\u00ea pode conseguir grande exposi\u00e7\u00e3o e vendas, impulsionado por uma m\u00e1quina que o trabalho que se beneficia de tudo o que voc\u00ea faz.\u00a0O artista se torna uma marca, de propriedade e operado pela gravadora e, em teoria isto d\u00e1 \u00e0 empresa uma perspectiva de longo prazo e interesse em consolidar a carreira do artista. Pussycat Dolls, Korn e Robbie Williams fizeram acordos como este, mantendo esse modelo em tudo o que tocam.\u00a0Camisetas, grava\u00e7\u00f5es, shows, v\u00eddeos, molho de churrasco.\u00a0O artista muitas vezes fica com um monte de dinheiro em sua frente.\u00a0Mas duvido que as decis\u00f5es criativas ser\u00e3o deixadas em suas m\u00e3os.\u00a0Como regra geral, quando o dinheiro entra, sai o controle criativo<\/strong>.\u00a0O parceiro de capital simplesmente tem muita coisa em jogo.<\/p>\n

Este \u00e9 o tipo de acordo que Madonna fez com a Live Nation.\u00a0Por um reporte de $ 120 milh\u00f5es, a empresa – que at\u00e9 agora tem principalmente produzido e promovido concertos – vai pegar um peda\u00e7o de suas receitas de shows e da venda de sua m\u00fasica.\u00a0Eu, por exemplo, n\u00e3o gostaria de estar em d\u00edvida com a Live Nation – uma subsidi\u00e1ria da Clear Channel<\/a>, um conglomerado de r\u00e1dio que transformou as ondas radiof\u00f4nicas em conte\u00fado banal.\u00a0Mas Madge \u00e9 uma garota esperta, ela sempre foi adepta de controlar seu pr\u00f3prio material, por isso vamos ver.<\/p>\n

2<\/strong>.\u00a0O pr\u00f3ximo \u00e9 o que eu vou chamar o neg\u00f3cio de distribui\u00e7\u00e3o padr\u00e3o<\/em><\/strong>.\u00a0Isso \u00e9 mais ou menos o que eu vivi por muitos anos como membro do Talking Heads.\u00a0A gravadora banca a grava\u00e7\u00e3o e lida com a fabrica\u00e7\u00e3o, distribui\u00e7\u00e3o, imprensa e promo\u00e7\u00e3o.\u00a0O artista recebe uma porcentagem do royalties, depois que todos os outros custos s\u00e3o reembolsados.\u00a0O selo, neste cen\u00e1rio, det\u00e9m os direitos autorais da grava\u00e7\u00e3o.\u00a0Para sempre.<\/p>\n

H\u00e1 um outro entrave com esse tipo de neg\u00f3cio: A estrela pop t\u00edpica geralmente vive em d\u00edvida com sua gravadora e com uma s\u00e9rie de outras entidades, e se acontecer um per\u00edodo de seca, eles podem ir \u00e0 fal\u00eancia.\u00a0Michael Jackson, MC Hammer, TLC – o perigo da d\u00edvida e seu prolongamento excessivo \u00e9 uma velha hist\u00f3ria.<\/p>\n<\/div>\n

Acontece que a jogada foi um movimento neg\u00f3cio savvy. No primeiro m\u00eas, cerca de um milh\u00e3o de f\u00e3s baixaram In Rainbows. <\/span>Cerca de 40 por cento deles pagou por ele, de acordo com a comScore, a uma m\u00e9dia de US $ 6 cada, a compensa\u00e7\u00e3o da banda cerca de US $ 3 milh\u00f5es. <\/span>Al\u00e9m disso, uma vez que possui a grava\u00e7\u00e3o original (o primeiro da banda), Radiohead tamb\u00e9m foi capaz de licenciar o \u00e1lbum para uma gravadora para distribuir a maneira antiga – em CD. <\/span>Em os E.U., ele vai \u00e0 venda 01 de janeiro atrav\u00e9s TBD Records \/ ATO Records Group.<\/span><\/div>\n<\/blockquote>\n
\n

Claro, muitos dos servi\u00e7os tradicionalmente fornecidos pelas gravadoras no \u00e2mbito do acordo padr\u00e3o est\u00e3o sendo cultivados fora dele.\u00a0Imprensa e publicidade, marketing digital, design gr\u00e1fico – todos est\u00e3o muitas vezes manipulados por empresas menores e independentes.\u00a0Mas quem paga d\u00e1 o tom.\u00a0Se a gravadora paga a subempreiteiros, em seguida,<\/del> a gravadora decide em \u00faltima inst\u00e2ncia quem ou o que tem prioridade.\u00a0Se eles “n\u00e3o ouvirem o single”, eles podem dizer que sua grava\u00e7\u00e3o n\u00e3o ir\u00e1 sair.<\/p>\n

Ent\u00e3o o que acontece quando as vendas online eliminam muitas destas despesas?\u00a0Olhe para o iTunes: $ 10 pelo download de um CD reflete a redu\u00e7\u00e3o de custos de distribui\u00e7\u00e3o digital, o que parece justo – em primeiro lugar.\u00a0\u00c9 certamente melhor para os consumidores.\u00a0Mas depois que a Apple pegar seus 30%, a porcentagem de royalties \u00e9 aplicada e o artista – surpresa!\u00a0– n\u00e3o tem a melhor situa\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

N\u00e3o por coincid\u00eancia, os problemas aqui s\u00e3o semelhantes aos da recente greve dos roteiristas de Hollywood.\u00a0Estar\u00e3o gravadoras bandas e artistas juntos ou entrar\u00e3o em choque?<\/p>\n

3<\/strong>.\u00a0O acordo de licen\u00e7a<\/strong><\/em> \u00e9 similar ao neg\u00f3cio padr\u00e3o, exceto que, neste caso, o artista ret\u00e9m os direitos autorais e propriedade da fita master da grava\u00e7\u00e3o.\u00a0O direito de explorar essa propriedade \u00e9 concedido a um selo por um per\u00edodo limitado de tempo – geralmente de sete anos.\u00a0Depois disso, os direitos de licen\u00e7a para programas de TV, comerciais e o que mais ocorrer s\u00e3o revertidos para o artista.\u00a0Se os membros dos Talking Heads detivessem os direitos da master em seu cat\u00e1logo, n\u00f3s ganhar\u00edamos duas vezes mais em licenciamento do que ganhamos agora<\/strong> – e \u00e9 a\u00ed que artistas como eu perdem em suas rendas.<\/p>\n

Se uma banda fez um registro pr\u00f3prio e n\u00e3o precisa de cria\u00e7\u00e3o ou ajuda financeira, vale a pena olhar\u00a0este modelo.\u00a0Ele permite um pouco mais de liberdade criativa, pois voc\u00ea pode ter menos interfer\u00eancia dos indiv\u00edduos em grandes quest\u00f5es.\u00a0O outro lado \u00e9 que pelo fato do selo n\u00e3o ser propriet\u00e1rio da master, ele vai investir menos para fazer do lan\u00e7amento um sucesso.<\/p>\n

Mas com o selo certo, o acordo de licen\u00e7a pode ser uma \u00f3tima maneira de seguir.\u00a0Este \u00e9 a rela\u00e7\u00e3o que o Arcade Fire tem com a Merge Records<\/a>, uma gravadora independente que fez muito pela banda evitando grandes gastos, abordagem principal das grandes gravadoras.\u00a0“Parte dessa rela\u00e7\u00e3o \u00e9 ser apenas realista e n\u00e3o se colocar num buraco<\/em>“, diz o co-fundador da Merge Mac McCaughan.\u00a0“Recomendamos \u00e0s bandas com quem trabalhamos que n\u00e3o fa\u00e7am v\u00eddeos. Gosto de v\u00eddeos, mas eles n\u00e3o vendem um lote de grava\u00e7\u00f5es. O que realmente vende discos \u00e9 estar em turn\u00ea – e artistas podem realmente fazer dinheiro na turn\u00ea se mantiverem\u00a0seus or\u00e7amentos baixos.<\/em> “<\/p>\n

[NE: O fabuloso v\u00eddeo de “The Suburbs”<\/a>, do Arcade Fire, talvez tenha feito Merge mudar de ideia…]<\/em><\/p>\n

4.\u00a0<\/strong>Ent\u00e3o h\u00e1 o acordo de participa\u00e7\u00e3o nos lucros<\/em><\/strong>.\u00a0Eu fiz algo parecido com isso com meu \u00e1lbum “Lead Us Not Into Temptation<\/a>“<\/em> em 2003.\u00a0Eu tive um adiantamento m\u00ednimo do selo Thrill Jockey<\/a>\u00a0–\u00a0uma vez que os custos de grava\u00e7\u00e3o foram cobertos por um or\u00e7amento de trilha sonora de um filme – e n\u00f3s dividimos os lucros desde o primeiro dia.\u00a0Eu mantive os direitos da master. A Thrill Jockey faz algum marketing e assessoria de imprensa.\u00a0Eu posso ou n\u00e3o ter vendido tantos discos quantos numa empresa maior, mas no final levei para casa uma parte maior de cada unidade vendida.<\/p>\n

5<\/strong>.\u00a0No acordo de fabrica\u00e7\u00e3o e distribui\u00e7\u00e3o<\/em><\/strong>, o artista faz tudo, exceto fabricar e distribuir o produto.\u00a0Muitas vezes as empresas que fazem estes tipos de neg\u00f3cio tamb\u00e9m oferecem outros servi\u00e7os, como marketing.\u00a0Mas dados os n\u00fameros envolvidos, eles n\u00e3o podem fazer muita coisa, por isso o incentivo aqui \u00e9 limitado.\u00a0Grandes gravadoras tradicionais n\u00e3o fazem acordos M & D (manufacturing and distribution)<\/em>.<\/p>\n

Neste cen\u00e1rio, o artista recebe um controle criativo absoluto, mas \u00e9 uma grande aposta.\u00a0Aimee Mann<\/a> faz isso, e ele funciona muito bem para ela.\u00a0“Muitos artistas n\u00e3o percebem o quanto dinheiro eles poderiam fazer por conservar a propriedade e licenciamento de suas obras diretamente<\/em>“, disse a mim o gerente de Mann, Michael Hausman.\u00a0“Se for feito corretamente, voc\u00ea \u00e9 pago rapidamente, e come\u00e7a a ser pago novamente e novamente. Isso \u00e9 uma grande fonte de renda<\/em>.”<\/p>\n

6<\/strong>.\u00a0Finalmente, no extremo da escala, est\u00e1 o modelo de distribui\u00e7\u00e3o pr\u00f3pria<\/em><\/strong>, onde a m\u00fasica \u00e9 auto-produzida,\u00a0 auto-escrita, auto-executada e auto-comercializada.\u00a0CDs s\u00e3o vendidos em shows e atrav\u00e9s de um site.\u00a0A promo\u00e7\u00e3o \u00e9 uma p\u00e1gina do MySpace.\u00a0A banda compra ou loca um servidor para lidar com as vendas de download. Dentro dos limites do que podem pagar, esses artistas tem total controle criativo.\u00a0Na pr\u00e1tica, especialmente para artistas emergentes, isso pode significar liberdade sem recursos – uma esp\u00e9cie bastante abstrata de independ\u00eancia.\u00a0Para aqueles que pretendem ter o seu material na estrada e tocar ao vivo, os cortes e restri\u00e7\u00f5es financeiras s\u00e3o ainda mais profundos.\u00a0Backup de orquestras, telas de v\u00eddeo e luzes estranhas de alta tecnologia n\u00e3o s\u00e3o baratos.<\/p>\n

O Radiohead adotou esse modelo DIY para vender “In Rainbows”<\/em> online – e, em seguida, deu um passo adiante, permitindo que os f\u00e3s dessem seu pr\u00f3prio pre\u00e7o para o download.\u00a0Eles n\u00e3o foram os primeiros a fazer isso. Issa (anteriormente conhecida como Jane Siberry) foi pioneira no modelo “pague o que quiser”<\/a> h\u00e1 alguns anos – mas o movimento do Radiohead foi muito maior.\u00a0Pode ser menos arriscado para eles, mas \u00e9 um claro sinal de mudan\u00e7as reais em andamento.\u00a0Como um dos gestores do Radiohead, Bryce Edge, me disse: “A ind\u00fastria reagiu como se o fim estivesse pr\u00f3ximo. Eles desvalorizaram a m\u00fasica, dando tudo por nada<\/em>.”\u00a0O que n\u00e3o era verdade: “N\u00f3s pedimos que as pessoas dessem o seu valor, o que \u00e9 uma sem\u00e2ntica muito diferente para mim<\/em>“.<\/p>\n

Nesta extremidade do espectro, o artista est\u00e1 pronto para receber a maior percentagem de receitas provenientes da venda por unidade – venda de qualquer coisa. Provavelmente, a maior porcentagem de poucas vendas, mas nem sempre.\u00a0Artistas fazendo isso para si podem realmente fazer mais dinheiro do que uma estrela pop masiva, embora os n\u00fameros de vendas possam parecer min\u00fasculos em compara\u00e7\u00e3o.\u00a0Naturalmente, nem todos s\u00e3o t\u00e3o inteligentes quanto os meninos nerds do Radiohead. A Pete Doherty<\/a>, provavelmente, n\u00e3o deve-se entregar o volante.<\/p>\n<\/blockquote>\n

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Liberdade versus pragmatismo<\/strong><\/p>\n

Estes modelos n\u00e3o s\u00e3o absolutos.\u00a0Podem mudar e evoluir. Michael Hausman e Aimee Mann tomaram o caminho total Do It Yourself<\/em> em primeiro lugar, recebendo ordens de pagamento e enviando CDs em envelopes de correio expresso; mais tarde, eles licenciaram suas grava\u00e7\u00f5es com distribuidores.\u00a0E todas as coisas mudam com o tempo.\u00a0No futuro, veremos mais artistas seguindo estes v\u00e1rios modelos ou misturando e combinando diferente vers\u00f5es deles.\u00a0Para artistas j\u00e1 estabelecidos e emergentes – que leram que “o neg\u00f3cio da m\u00fasica vai pelo ralo” – isso \u00e9 realmente um grande momento, cheio de op\u00e7\u00f5es e possibilidades.\u00a0O futuro da m\u00fasica como uma carreira est\u00e1 aberto<\/strong>.<\/p>\n

Muitos que colocam o dinheiro na frente nunca saber\u00e3o que pensar a longo prazo poderia ter sido mais acertado.\u00a0Mega artistas pop ainda precisar\u00e3o que poderosos os empurrem e realizem esfor\u00e7os de marketing para cada novo lan\u00e7amento, coisa que somente as gravadoras tradicionais podem proporcionar.\u00a0Para outros, o que hoje chamamos de uma gravadora poderia ser substitu\u00eddo por uma pequena empresa que canaliza renda e fatura de v\u00e1rias entidades e mant\u00e9m as contas em ordem<\/strong>.\u00a0Um grupo de artistas de n\u00edvel m\u00e9dio pode fazer este modelo de trabalho. United Musicians<\/a>, uma companhia que Michael Hausman fundou, \u00e9 um exemplo.<\/p>\n

Gostaria de aconselhar os artistas pessoalmente para manter os seus direitos autorais<\/strong>.\u00a0Direitos autorais s\u00e3o um meio pelo qual voc\u00ea pode receber o pagamento por alguma interpreta\u00e7\u00e3o de suas m\u00fasicas, samplers ou utiliza\u00e7\u00e3o de m\u00fasica para um filme ou comercial.\u00a0Isso, para um compositor, \u00e9 o seu plano de pens\u00f5es.<\/p>\n

Cada vez mais, \u00e9 poss\u00edvel tamb\u00e9m para os artistas assegurarem os direitos de suas grava\u00e7\u00f5es.\u00a0Isso lhes garante um outro peda\u00e7o do bolo lucrativo de licenciamento e lhes d\u00e1 tamb\u00e9m o direito de explorar o seu trabalho em meios a serem inventados no futuro – implantes cerebrais musicais e assim por diante.<\/p>\n

N\u00e3o existe um modelo \u00fanico de trabalho para todos.\u00a0H\u00e1 espa\u00e7o para todos n\u00f3s.\u00a0Alguns artistas s\u00e3o a Coca-Cola e Pepsi da m\u00fasica, enquanto outros s\u00e3o o vinho fino.\u00a0E isso \u00e9 \u00f3timo<\/strong>.\u00a0Eu gosto de “Umbrella<\/em>” da Rihanna e de\u00a0“Ain’t No Other Man<\/em>“, da\u00a0Christina Aguilera.\u00a0\u00c0s vezes, uma “bebida suave corporativa” \u00e9 o que voc\u00ea quer – mas n\u00e3o \u00e0 custa de outra coisa.\u00a0No passado recente, muitas vezes parecia ser tudo ou nada, mas talvez agora n\u00e3o sejamos mais for\u00e7ados a escolher.<\/p>\n

Enfim, todas essas situa\u00e7\u00f5es t\u00eam de satisfazer as mesmas necessidades humanas: por que n\u00f3s precisamos fazer m\u00fasica?\u00a0Como \u00e9 que vamos visitar um lugar em nossas mentes e um lugar em nossos cora\u00e7\u00f5es que a m\u00fasica nos leva?\u00a0Posso obter um bilhete de ida e volta?<\/p>\n

Realmente, n\u00e3o \u00e9 isso<\/em> que queremos ao comprar, vender, trocar ou baixar m\u00fasica?<\/p>\n

David Byrne<\/strong> est\u00e1 colaborando atualmente com o Fatboy Slim e Brian Eno.\u00a0Separadamente.<\/em><\/div>\n
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Fontes dos Gr\u00e1ficos: Jupiter Research, Recording Industry Association of America, Almighty Institute of Music Retail, Wired Research <\/em><\/address>\n
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David Byrne – m\u00fasico, escritor, ciclista, frontman do Talking Heads, re-descobridor de Tom Z\u00e9 e “um inovador lend\u00e1rio de si mesmo” – escreveu em dezembro de 2007 um texto intitulado “Estrat\u00e9gias de sobreviv\u00eancia para artistas emergentes – e megaestrelas“. O artigo foi\u00a0publicado\u00a0na revista Wired, acompanhado de uma conversa de Byrne com Thom Yorke, do Radiohead, […]<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":7752,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":[],"categories":[1182,126],"tags":[1444,1445,1446,1447,1448,392,652,342,1449,1450,1451,1264,643,1452,1453,1454,1455,1456,1457,376,1458,394,395,396,1459,1270,1460,1461,397],"post_folder":[],"jetpack_featured_media_url":"","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/6335"}],"collection":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=6335"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/6335\/revisions"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=6335"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=6335"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=6335"},{"taxonomy":"post_folder","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/post_folder?post=6335"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}

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