{"id":6036,"date":"2011-12-14T10:55:37","date_gmt":"2011-12-14T10:55:37","guid":{"rendered":"https:\/\/baixacultura.org\/?p=6036"},"modified":"2011-12-14T10:55:37","modified_gmt":"2011-12-14T10:55:37","slug":"especial-santa-maria-1-rede-livre-e-instalada-no-bairro","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2011\/12\/14\/especial-santa-maria-1-rede-livre-e-instalada-no-bairro\/","title":{"rendered":"Especial Santa Maria (1): A rede livre do bairro Nova Santa Marta"},"content":{"rendered":"
As duas semanas e meia que nos separam do final do ano ser\u00e3o de atividade um pouco mais devagar por aqui. Uma pequenas pausa se faz necess\u00e1ria, para digerir este intenso 2011 e preparar as mudan\u00e7as nesta p\u00e1gina para 2012.<\/em><\/p>\n Deixamos alguns posts prontos para publicar nesse per\u00edodo, a come\u00e7ar por um pequeno “especial” sobre Santa Maria, a cidade que nos \u00e9 (foi) morada. S\u00e3o duas mat\u00e9rias sobre iniciativas interessantes relacionadas a cultura digital da cidade, produzidos pelo nosso ex-correspondente na cidade, Marcelo De Franceschi, agora morador da intr\u00e9pida Montenegro, cidade (quase) na regi\u00e3o metropolitana de Porto Alegre.<\/em><\/p>\n O primeiro texto trata da cria\u00e7\u00e3o de uma rede livre numa das regi\u00f5es mais carentes da cidade, o bairro Nova Santa Marta<\/a>\u00a0[visto em primeiro plano na foto que abre esse post<\/strong>].\u00a0Um local que, como tantos outros no Brasil, nasceu da ocupa\u00e7\u00e3o de uma fazenda improdutiva – no caso, a Fazenda Santa Marta, em 1991 – e que s\u00f3 foi ter \u00e1gua encanada e luz el\u00e9trica no in\u00edcio dos anos 2000.<\/em><\/p>\n Enjoy!<\/em><\/p>\n Os moradores do Bairro Nova Santa Marta na regi\u00e3o oeste de Santa Maria (RS) podem acessar uma intranet pr\u00f3pria, com blogs, dicion\u00e1rio, enciclop\u00e9dia, fotos, v\u00eddeos, r\u00e1dio online e material di\u00e1tico. Desde o fim de setembro, foi lan\u00e7ada a rede livre<\/a> que armazena e disponibiliza esse conte\u00fado pr\u00f3prio via wireless numa das \u00e1reas mais carentes da cidade. Aberta \u00e0 comunidade e a visitantes, ela foi constru\u00edda por integrantes do Centro Marista de Inclus\u00e3o Digital (Cmid<\/a>) vinculado \u00e0 Escola Marista Santa Marta<\/a>.<\/p>\n A inten\u00e7\u00e3o de montar o sistema surgiu no 3\u00ba Encontro Latino Americano de Redes Livres<\/a>, realizado paralelamente ao 12\u00ba F\u00f3rum Internacional Software Livre (Fisl), em Porto Alegre nos dias 1 e 2 de julho. O evento reuniu participantes da Alemanha, Argentina<\/a>, Chile, Col\u00f4mbia<\/a>, Uruguai<\/a> e Venezuela, al\u00e9m dos estados do Paran\u00e1, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Uma das palestrantes era co-autora do livro Redes sem fio no Mundo em Desenvolvimento<\/a>, que explica como montar uma rede de computadores com o melhor uso dos recursos dispon\u00edveis em comunidades locais.<\/p>\n Exemplo do funcionamento de uma rede mesh<\/p><\/div>\n Do evento, a Associa\u00e7\u00e3o de Software Livre (ASL<\/a>) e o\u00a0Centro Social Marista (Cesmar<\/a>) partiram para a constru\u00e7\u00e3o da rede livre<\/a> l\u00e1 mesmo em Porto Alegre, no bairro Mario Quintana<\/a> onde fica a sede do Centro de Recondicionamento de Computadores (CRC<\/a>). Surgiu a Rede Livre Mario Quintana<\/a>. Os equipamentos, como servidores e antenas transmissoras do sinal wi-fi, foram produzidos por jovens nas aulas de metareciclagem<\/a> a partir do reaproveitamento de material de computadores conseguidos em parceria com o Minist\u00e9rio P\u00fablico e o Governo Federal.<\/p>\n Copiado de Porto Alegre, o projeto foi transposto para Santa Maria. Uma rede livre possui seis caracter\u00edsticas<\/a> e consiste tecnicamente em uma rede mesh<\/a>. Cada rede tem suas particularidades t\u00e9cnicas e de gest\u00e3o, de acordo com os objetivos de cada grupo. Em alguns casos, somente prestam servi\u00e7os locais e trocam dados entre os n\u00f3s conectados, enquanto que em outros casos, somam a esta tarefa a extens\u00e3o do acesso a Internet para colocar ao alcance dos cidad\u00e3os de maneira livre e gratuita. Trata-se da primeira situa\u00e7\u00e3o nos bairros de Porto Alegre e Santa Maria. S\u00e3o redes que possibilitam cont\u00e9udos abertos, livres e pr\u00f3prios.<\/p>\n “N\u00f3s somos um fornecedor de conte\u00fado, n\u00e3o de internet, at\u00e9 porque legalmente n\u00f3s n\u00e3o podemos ser um provedor de internet<\/em>” explica Everton Bocca, engenheiro eletricista e um dos seis professores do Cmid na Nova Santa Marta. Ele ministra aulas de software livre para alunos do 5\u00ba ao 9\u00ba ano da Escola Marista. As turmas s\u00e3o compostas em m\u00e9dia por 20 crian\u00e7as. Depois do curso, elas podem optar entre fazer o curso de Rob\u00f3tica Livre<\/a> ou o de Metareciclagem<\/a>, podendo fazer outra op\u00e7\u00e3o que n\u00e3o escolheram. H\u00e1 tamb\u00e9m turmas para pessoas da comunidade. “Formamos em m\u00e9dia 80 alunos por ano. Muitos dos adultos do bairro se qualificam aqui para o mercado de trabalho”, diz Everton.<\/p>\n Alguns computadores recondicionados pelo Cmid<\/p><\/div>\n O material para as aulas vem de duas vias: ou de doa\u00e7\u00f5es de empresas e pessoas f\u00edsicas, ou do Projeto Alquimia<\/a>, uma parceria com o Minist\u00e9rio P\u00fablico que destina cargas de material eletr\u00f4nico e de m\u00e1quinas ca\u00e7a-n\u00edqueis apreendidas. Ap\u00f3s o processo de recondicionamento, os computadores s\u00e3o enviados para creches, escolas, institui\u00e7\u00f5es p\u00fablicas ou utilizados para montar telecentros. Aquilo que n\u00e3o pode ser aproveitado, vai para a Meta-Arte<\/a>, onde restos como fios de cobre, placas queimadas e coolers de processadores viram esculturas, quadros e o que a imagina\u00e7\u00e3o permitir. O Cmid ainda possui um Telecentro<\/a> que funciona como um movimentado espa\u00e7o de socializa\u00e7\u00e3o.<\/p>\n Everton Bocca ressalta que a rede livre \u00e9 acess\u00edvel gratuitamente para quem possui um computador com wi-fi<\/a> nos 187 hectares da area do bairro cobertos por 12 antenas. Todavia, \u00e9 fato que devido a popula\u00e7\u00e3o ser de baixa renda, muito poucos t\u00eam condi\u00e7\u00f5es de utilizar o servi\u00e7o. O que n\u00e3o impede a curiosidade nem \u00e9 um empecilho para n\u00e3o existir. “Quem fica sabendo da ideia”, relata Everton, “pergunta sobre, quer saber como funciona e acessa aqui no telecentro. Para ampliar o acesso, pretendemos um dia doar computadores para os alunos daqui, um por fam\u00edlia ao menos”.<\/p>\n [Marcelo De Franceschi]<\/em><\/p>\nCr\u00e9dito das Imagens: abertura<\/a>;\u00a01<\/a>, 2<\/a>, 3<\/a>.<\/address>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" As duas semanas e meia que nos separam do final do ano ser\u00e3o de atividade um pouco mais devagar por aqui. Uma pequenas pausa se faz necess\u00e1ria, para digerir este intenso 2011 e preparar as mudan\u00e7as nesta p\u00e1gina para 2012. 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