{"id":600,"date":"2008-11-20T16:35:58","date_gmt":"2008-11-20T16:35:58","guid":{"rendered":"http:\/\/baixacultura.wordpress.com\/?p=600"},"modified":"2008-11-20T16:35:58","modified_gmt":"2008-11-20T16:35:58","slug":"ce","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2008\/11\/20\/ce\/","title":{"rendered":"C\u00ea"},"content":{"rendered":"
O que voc\u00ea quer dizer com "protegido por copyright"?<\/p><\/div>\n
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Richard Stallman<\/strong><\/a> \u00e9 um barbudinho invocado. Na d\u00e9cada de 70 ele trabalhava no desenvolvimento de um programa de computador e resolveu compartilh\u00e1-lo com uma companhia de softwares, que, em singelo gesto de agradecimento, fez modifica\u00e7\u00f5es sobre a obra, tacou-lhe uma licen\u00e7a de copyright<\/strong> e assim impediu Stallman de trabalhar sobre sua cria. Indignado, na d\u00e9cada de 80 o programador resolveu criar uma licen\u00e7a pr\u00f3pria para seu projeto de software GNU<\/a>, a General Public License (GPL)<\/a>, que a partir de ent\u00e3o impediria a restri\u00e7\u00e3o de copyright sobre a obra. Assim nascia o Copyleft<\/strong><\/a>, termo associado \u00e0 GPL posteriormente por Don Hopkins, amigo de Stallman.<\/p>\n Como voc\u00ea p\u00f4de ver na resumida historinha, o copyright \u00e9 o maior amigo do explorador, o maior inimigo da boa-f\u00e9. Mas… o que \u00e9 copyright mesmo?<\/p>\n Copyright \u00e9 o direito de c\u00f3pia que um autor possui sobre suas obras<\/strong>. At\u00e9 a\u00ed tudo lindo. O problema \u00e9 que esse direito de c\u00f3pia n\u00e3o tem como titular unicamente o autor<\/strong>. Na verdade, ele \u00e9 majoritariamente exercido, via imparcial\u00edssimos contratos de cess\u00e3o<\/a>, por empresas que d\u00e3o suporte financeiro e material \u00e0s obras intelectuais. S\u00e3o elas as grandes produtoras de filmes, as\u00a0 gravadoras, as grandes editoras de livros e por a\u00ed vai<\/strong>. Assim voc\u00ea pode entender porque o Alan Moore faz cara feia<\/a> pra todas as adapta\u00e7\u00f5es de suas obras no cinema. O copyright tamb\u00e9m faz com que tudo seja automaticamente proibido. Se por motivos de for\u00e7a maior eu tivesse de inserir aquele c\u00eazinho xarope<\/a> bem aqui neste texto, voc\u00ea teria que me pedir permiss\u00e3o para reproduz\u00ed-lo, mesmo se minha vontade fosse que todo e qualquer infeliz habitante da terra, c\u00e9u e inferno lesse minhas palavras.<\/p>\n A\u00ed o mundo ocidental inteiro viu que renunciar ao copyright n\u00e3o mata nenhum autor de fome, muito pelo contr\u00e1rio. Aqueles que o fazem atuam com convic\u00e7\u00e3o e, querendo ou n\u00e3o, erguem a bandeira da cultura livre. Diferentemente da ind\u00fastria cultural, que deve gastar boa parte de seu pequenino or\u00e7amento contratando carpideiras<\/a>.<\/p>\n Enfim, a Creative Commons nada mais \u00e9 do que uma licen\u00e7a mais \u201corganizada\u201d do que o Copyleft<\/strong>. Ambos t\u00eam demonstrado como o copyright \u00e9 cada vez mais dispens\u00e1vel para o mundo. Mas n\u00e3o posso negar uma coisa: o Copyleft, por toda a sua carga ideol\u00f3gica e significado direto me soa mais apropriado para a representa\u00e7\u00e3o da cultura livre, que tem como principal oponente um modelo de explora\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica que se iniciou como monop\u00f3lio de livreiros na Idade M\u00e9dia e hoje tenta manter seus lucros atrav\u00e9s de propaganda caluniosa<\/a> e lobby cara-de-pau. Atrav\u00e9s do copyright, quem fica mais rico com arte \u00e9 quem menos entende ou cria arte.<\/p>\n \n \n [Edson Andrade de Alencar.<\/strong>]<\/p>\nCr\u00e9dito das imagens:<\/em><\/address>\n 1)Linux Educacional
\nO Copyleft, criado por Richard Stallman e sua turma do software livre,\u00a0\u00e9 uma linda afronta ao copyright. Primeiro porque tanto o significado da palavra (o trocadilho entre right<\/em> \u2013 direita \u2013 e left<\/em> \u2013 esquerda) quanto seu s\u00edmbolo (um belo \u201cc\u201d contraposto<\/a>) cospem fogo contra a retr\u00f3grada pr\u00e1tica de apropria\u00e7\u00e3o intelectual da restri\u00e7\u00e3o do direito de c\u00f3pia. Depois, temos o pr\u00f3prio conte\u00fado inovador do Copyleft, lan\u00e7ado ao mundo atrav\u00e9s da licen\u00e7a p\u00fablica do GNU: “‘Software livre’ se refere \u00e0 liberdade dos usu\u00e1rios executarem, copiarem, distribu\u00edrem, estudarem, modificarem e aperfei\u00e7oarem o software<\/strong>\u201d. A licen\u00e7a tamb\u00e9m permite a explora\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica da obra, desde que n\u00e3o a torne objeto de monop\u00f3lio, ou seja, se eu escrever um livro licenciando-o por copyleft, voc\u00ea pode produz\u00ed-lo em s\u00e9rie e vend\u00ea-lo, mas n\u00e3o pode impedir que as pessoas o copiem livremente. Leia mais sobre as liberdades da licen\u00e7a aqui<\/a>.<\/p>\n
\nCom o desenvolvimento e constante crescimento do uso do Copyleft surgiram as licen\u00e7as Creative Commons<\/strong><\/a> (simbolizadas por dois c\u00eas<\/a>). Estas s\u00e3o, basicamente, uma via mais organizada e detalhada de disponibiliza\u00e7\u00e3o de obra intelectual. O Copyleft nasceu como uma licen\u00e7a livre que visava a livre distribui\u00e7\u00e3o e modifica\u00e7\u00e3o de programas de computador. Com a expans\u00e3o para outros formatos, surgiram licen\u00e7as mais espec\u00edficas, que, por exemplo, permitiam a distrubui\u00e7\u00e3o livre, mas n\u00e3o a modifica\u00e7\u00e3o do conte\u00fado. Muitas dessas diferentes formas de publica\u00e7\u00e3o de trabalho intelectual come\u00e7aram a ser regulamentadas por escrit\u00f3rios de Creatives Commons, que possuem atua\u00e7\u00e3o em diversos pa\u00edses e oferecem registro pela internet<\/a>, possibilitando v\u00e1rios tipos de disponibiliza\u00e7\u00e3o da obra, incluindo a pr\u00f3pria GPL do GNU e o dom\u00ednio p\u00fablico (quando todos podem explorar como bem entenderem a obra de um autor, restando intacta apenas sua autoria).<\/p>\n
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