{"id":5785,"date":"2011-11-21T11:45:45","date_gmt":"2011-11-21T11:45:45","guid":{"rendered":"https:\/\/baixacultura.org\/?p=5785"},"modified":"2011-11-21T11:45:45","modified_gmt":"2011-11-21T11:45:45","slug":"notas-sobre-o-futuro-da-musica-1","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2011\/11\/21\/notas-sobre-o-futuro-da-musica-1\/","title":{"rendered":"Notas sobre o futuro da m\u00fasica (3): Andrew Dubber e a era digital"},"content":{"rendered":"

\"\"<\/a><\/p>\n

O Audit\u00f3rio Ibirapuera \u00e9 um pr\u00e9dio maravilhoso arquitetado<\/a> por Oscar Niemeyer (ou seus asseclas) localizado no parque do Ibirapuera, em S\u00e3o Paulo. \u00c9 uma casa de shows, com uma programa\u00e7\u00e3o<\/a> recheada de m\u00fasica boa, brasileira e internacional, a pre\u00e7os at\u00e9 que acess\u00edveis (R$20 inteira, R$10 meia) e um Centro de Estudos<\/a>, que inclui a Escola e o n\u00facleo de Cultura Digital.<\/p>\n

\u00c9 desse centro de estudos que saiu a Revista Audit\u00f3rio<\/a>, uma publica\u00e7\u00e3o que, por enquanto, tem dois n\u00fameros com textos excelentes – uma edi\u00e7\u00e3o especial chamada “Repensando M\u00fasica” e a outra, a n\u00ba1, com nomes como Allen Ginsberg, David Byrne, Guilherme Wisnik, Paulo Lins, Luis Nassif, Romulo Fro\u00e9s, Idelber Avelar, Alexandre Matias, Pena Schmidt e Yochai Benkler falando tamb\u00e9m de m\u00fasica, al\u00e9m de (mais uma) boa entrevista com Kenneth Goldsmith, do UbuWeb<\/a>.<\/p>\n

As duas revistas foram editadas por\u00a0Lauro Mesquita, Alexandre Casatti, Joaquim Toledo Jr., Juliana Nolasco e Tiago Mesquita, que desde j\u00e1 merecem os nossos parab\u00e9ns pelo belo trabalho realizado. As edi\u00e7\u00f5es, que podem\u00a0ser baixadas naquele link do par\u00e1grafo acima, tem muita muni\u00e7\u00e3o para divulgar, discutir, refletir, coisa que tentaremos fazer a partir dos pr\u00f3ximos par\u00e1grafos.<\/p>\n

*<\/p>\n

\"\"<\/a><\/p>\n

Na Revista Audit\u00f3rio n\u00ba1, um texto que merece aten\u00e7\u00e3o especial nesse post \u00e9 “O Verdadeiro Futuro da M\u00fasica<\/strong>“, por Andrew Dubber<\/a> – um cara abalizado pra falar sobre o assunto: \u00e9\u00a0professor-assistente de Inova\u00e7\u00e3o na Ind\u00fastria da M\u00fasica do Centro de\u00a0M\u00eddia e Pesquisa Cultural de Birmingham<\/a>, “provavelmente a \u00fanica pessoa com esse t\u00edtulo profissional”, como ele diz no texto.<\/p>\n

Sendo o “futuro” da m\u00fasica algo que Dubber lida em sua rotina di\u00e1ria, suas opini\u00f5es sobre isso s\u00e3o bem pertinentes. Por exemplo, saca esse trecho abaixo onde ele d\u00e1 um direto na cara dos futur\u00f3logos de ocasi\u00e3o:<\/p>\n

\n

A verdade nua e crua \u00e9 que aquilo para o qual voc\u00ea quer se preparar \u00e9 algo absolutamente imposs\u00edvel de se conhecer.\u00a0N\u00e3o s\u00f3 n\u00e3o\u00a0ser\u00e1 a continua\u00e7\u00e3o de algo que vem crescendo paulatinamente \u2013 permitindo que os especialistas apontem e digam \u201cVeja \u2013 ali est\u00e1 o futuro e ser\u00e1 algo grande\u201d \u2013 nem tampouco reconheceremos quando virmos. Somos \u00a0particularmente ruins em reconhecer o que \u00e9 importante at\u00e9 que seja importante. Mas somos ainda piores em reconhecer o que \u00e9 o futuro e o que n\u00e3o \u00e9.\u00a0<\/em><\/p>\n

O futuro n\u00e3o \u00e9 celular. N\u00e3o \u00e9 o Facebook. N\u00e3o \u00e9 \u00e1udio em streaming. N\u00e3o \u00e9 assinatura, n\u00e3o \u00e9 m\u00fasica ao vivo e n\u00e3o s\u00e3o aplicativos. J\u00e1 \u00a0temos tudo isso. Isso \u00e9 o presente e mesmo, at\u00e9 certo ponto, o passado da \u00a0m\u00fasica<\/strong> \u2013 n\u00e3o \u00e9 o futuro<\/strong>.<\/em><\/p><\/blockquote>\n

Dubber continua a disferir diretos nos futur\u00f3logos dizendo que, mais do que ficar inventando coisas s\u00f3 pelo prazer de dizer depois que foi tu quem inventou isso antes de todo mundo, melhor \u00e9 prestar aten\u00e7\u00e3o<\/em>\u00a0as trocentas coisas que est\u00e3o acontecendo hoje. O truque, diz ele, \u00e9 n\u00e3o tentar adivinhar o que vai acontecer em seguida,\u00a0mas\u00a0simplesmente tentar entender o mundo\u00a0como \u00e9 agora e ent\u00e3o enfrentar a quest\u00e3o<\/strong>.<\/p>\n

A \u00fanica coisa pior que ficar tentando adivinhar o futuro \u00e9 fingir que ainda estamos no passado,\u00a0continuar agindo como sempre agimos, e depois insistir que o resto do\u00a0mundo se comporte da mesma forma – coisa que, tu sabe, as gravadoras, os grandes est\u00fadios de Hollywood e outros bar\u00f5es do copyright continuam a fazer.<\/p>\n

Assim Dubber finaliza esta parte: “Quando o mundo muda \u00e0 sua volta, voc\u00ea n\u00e3o pode continuar fazendo o que sempre fez, e n\u00e3o se pode obrigar que as pessoas fa\u00e7am o que costumavam fazer, s\u00f3 porque isso o deixa feliz. \u00c9 preciso compreender o ambiente \u00a0contempor\u00e2neo da m\u00eddia e se adaptar a ele”. \u00c9 uma varia\u00e7\u00e3o da frase: T\u00e1 morrendo? Deixa morrer e ver o que vem no lugar – se vier algo<\/strong>.<\/p>\n

**<\/p>\n

\"\"<\/a>

At\u00e9 a cultura digital, m\u00fasica era sempre comercializada assim: em massa<\/p><\/div>\n

Para contextualizar a discuss\u00e3o, o professor ingl\u00eas prop\u00f5e uma divis\u00e3o da hist\u00f3ria da m\u00eddia em “eras”, algo que tem sido bastante usado nos textos sobre o assunto hoje – n\u00f3s mesmos fizemos algo do tipo\u00a0nesse <\/a>e nesse post<\/a>, baseados num artigo de Alex Primo.<\/p>\n

Ele come\u00e7a com a era oral<\/strong>, onde apenas fal\u00e1vamos uns com os outros e hist\u00f3rias eram contadas e passadas de gera\u00e7\u00e3o em gera\u00e7\u00e3o. Este per\u00edodo durou cerca de 10 mil anos; nele, diz Dubber, “a\u00a0forma\u00a0principal de ganhar dinheiro com m\u00fasica nessa \u00e9poca era viajando de um\u00a0lugar a outro, cantando e contando hist\u00f3rias<\/em>“. Foi a era do trovador.<\/p>\n

Depois veio a era da escrita<\/strong>, que provavelmente durou cerca de mil anos – a escala, mais que a precis\u00e3o do tempo, \u00e9 o que vale aqui, lembra o professor. Nessa \u00e9poca,\u00a0o principal meio de se fazer dinheiro com m\u00fasica foi atrav\u00e9s do mecenato. “Pessoas ricas e membros dos mais altos\u00a0escal\u00f5es do clero pagavam aos compositores para irem morar com eles,\u00a0escrever m\u00fasicas e depois entregar as partituras a m\u00fasicos profissionais\u00a0para que interpretassem o que estava escrito e tocassem m\u00fasica para\u00a0dan\u00e7ar nas festas dos ricos, e hinos e orat\u00f3rios para as grandes catedrais”, escreve Dubber na p\u00e1gina 113.<\/p>\n

A terceira \u00e9 a\u00a0era da produ\u00e7\u00e3o em massa<\/strong>, que vem com a imprensa de Gutemberg. \u00c9 a era da\u00a0produ\u00e7\u00e3o, impress\u00e3o e de alfabetiza\u00e7\u00e3o em massa, que traz consequ\u00eancias de todas as ordens e durou cerca de 500 anos. Nela, o\u00a0principal meio de fazer dinheiro com m\u00fasica foi a produ\u00e7\u00e3o em massa de partituras de m\u00fasica; foi atrav\u00e9s de apresenta\u00e7\u00f5es de\u00a0um repert\u00f3rio internacional em todo o mundo que essa tecnologia se tornou poss\u00edvel.<\/p>\n

Na sequ\u00eancia, vem aquela em que muitos de n\u00f3s nascemos: a era el\u00e9trica<\/strong>. \u00c9 o per\u00edodo da comunica\u00e7\u00e3o de massa, com p\u00fablicos nacionais, globais, e da m\u00fasica compartilhada, do consumo simult\u00e2neo de produtos de m\u00eddia. O modo principal de se fazer dinheiro com m\u00fasica \u00e9\u00a0gravando e transmitindo. “\u00c9 a abordagem do ‘fa\u00e7a um, venda muitos’ da\u00a0era da impress\u00e3o, mas aumentada e turbinada, porque \u00e9 a pr\u00f3pria apresenta\u00e7\u00e3o musical que est\u00e1 sendo produzida em massa e que repercute”.<\/p>\n

Dubber explica detalhadamente o funcionamento dessa era, que durou cerca de 100 anos.<\/p>\n

\n

O truque econ\u00f4mico na era da m\u00eddia el\u00e9trica \u00e9 \u201caltos custos fixos, baixos custos marginais\u201d. Isto \u00e9, custa caro gravar um disco, mas fazer c\u00f3pias sai quase de gra\u00e7a, em rela\u00e7\u00e3o ao pre\u00e7o cobrado no varejo. H\u00e1 um custo grande para se produzir um v\u00eddeo de m\u00fasica, mas cada espectador adicional custa fundamentalmente nada em termos de custos adicionais. O cen\u00e1rio ideal, a prop\u00f3sito, \u00e9 que haja um disco de um cantor que todo mundo compre no mundo inteiro. Quase chegamos a isso com Michael Jackson, a certa altura.<\/em><\/p>\n<\/blockquote>\n

***<\/p>\n

\"\"<\/a>

Santo Vaso Nosso de cada dia na era digital, por Millor<\/p><\/div>\n

Pois a\u00ed \u00e9 que entramos na era digital<\/strong>. Dubber enfatiza: n\u00e3o estamos mais na era el\u00e9trica, mesmo que muitos de n\u00f3s (al\u00f4 gravadoras, alguns artistas, ECAD) vejam ela como a “forma natural” de hoje.<\/p>\n

E explica: “Ainda podemos\u00a0contar hist\u00f3rias em volta\u00a0da fogueira e sair cantando por a\u00ed para ganhar dinheiro. Ainda podemos\u00a0escrever m\u00fasica sob encomenda e escrever nossas composi\u00e7\u00f5es em papel\u00a0para que nossos amigos toquem. Ainda \u00e9 poss\u00edvel ter um neg\u00f3cio perfeitamente leg\u00edtimo imprimindo e vendendo partituras de m\u00fasica ou ter\u00a0uma casa de espet\u00e1culos em que os artistas populares locais apresentam\u00a0um repert\u00f3rio importante. Mas a quest\u00e3o \u00e9\u00a0que esses n\u00e3o s\u00e3o mais os meios principais de se produzir, distribuir ou\u00a0consumir m\u00fasica. N\u00e3o \u00e9 a\u00ed que est\u00e1 o dinheiro”.<\/p>\n

A configura\u00e7\u00e3o \u00e9 outra.\u00a0O ingl\u00eas diz que “\u00e9\u00a0uma quest\u00e3o de compreender o muito<\/em>\u00a0para muitos<\/em>, o mundo comunicativo coloquial, vern\u00e1culo e interligado\u00a0em que vivemos, e ent\u00e3o, assim como nossos antecedentes musicais,\u00a0encontrar um meio atrav\u00e9s do qual nossos talentos, habilidades, dons\u00a0e habilidades empreendedoras possam adquirir renda com isso de que\u00a0gostamos tanto”.<\/p>\n

Mas a not\u00edcia p\u00e9ssima \u00e9 que n\u00e3o, ainda n\u00e3o sabemos\u00a0como se ganha dinheiro com m\u00fasica na era\u00a0digital. N\u00e3o h\u00e1 uma resposta pronta, mas algumas possibilidades e oportunidades. E n\u00e3o h\u00e1 mais destas oportunidades porque, como cita com precis\u00e3o o texto, “a maior parte\u00a0da ind\u00fastria da m\u00fasica no planeta\u00a0ainda age como se estivesse mais ou menos na era\u00a0el\u00e9trica, s\u00f3 que com alguns brinquedinhos novos<\/em>. Ainda priorizamos a\u00a0grava\u00e7\u00e3o e a transmiss\u00e3o como se continuassem a ser o meio principal\u00a0de ganhar dinheiro com m\u00fasica \u2013 apesar de todas as provas em contr\u00e1rio”.<\/p>\n

****<\/p>\n

\"\"<\/a>

Conjunto de suposi\u00e7\u00f5es (regras?) sobre o futuro da m\u00fasica<\/p><\/div>\n

Na sequ\u00eancia conclusiva do artigo, Dubber fala de algo que deveria ser \u00f3bvio: em vez de querer prever o futuro da m\u00fasica (ou de qualquer coisa), o melhor \u00e9 perceber o presente em que estamos e inventar um futuro.<\/p>\n

\n

“O verdadeiro desafio para a ind\u00fastria da m\u00fasica n\u00e3o \u00e9 se manter ou se adaptar \u00e0s mudan\u00e7as da m\u00eddia. \u00a0O desafio est\u00e1 em inovar. Surgir com algo realmente novo, no qual ningu\u00e9m tenha pensado ainda. Ser o primeiro a ligar, com uma nova forma, a composi\u00e7\u00e3o \u00e0 produ\u00e7\u00e3o da m\u00fasica e a distribui\u00e7\u00e3o da m\u00fasica ao consumo da m\u00fasica, e vislumbrar o que dever\u00e1 acontecer com a promo\u00e7\u00e3o da m\u00fasica ao final de tudo isso”.<\/em><\/p>\n<\/blockquote>\n

Esse parte acima n\u00e3o te faz lembrar, mesmo que vagamente, na iniciativa de lan\u00e7amento do novo disco da Bjork que falamos aqui<\/a>? A ideia do software como m\u00fasica \u00e9 uma alternativa que est\u00e1, de alguma forma, tentando “inventar” um futuro, ainda que baseado nas possibilidades do presente. \u00c9 uma estrat\u00e9gia que consegue pensar em produ\u00e7\u00e3o, circula\u00e7\u00e3o e consumo ao mesmo tempo, tudo se ligando num mesmo lugar (o software).<\/p>\n

H\u00e1, claro, riscos nessa via do software: um deles \u00e9 o fato de, no disco de Bjork, o aplicativo ser Apple, s\u00f3 visualizado em Iphone, um sistema fechado. Outro risco que se corre \u00e9 o de, se o software como m\u00fasica “pegar”, todos quererem adot\u00e1-lo como “o” formato a ser seguido, replicando assim uma mesma solu\u00e7\u00e3o para produtos com caracter\u00edsticas bem diferentes.<\/p>\n

N\u00e3o vai dar certo. Impor um \u00fanico sistema e fazer o mundo inteiro se adequar para que ele seja sustent\u00e1vel n\u00e3o costuma funcionar em nenhum lugar do mundo, nem em qualquer tempo. Por mais dif\u00edcil que seja para quem est\u00e1 na labuta di\u00e1ria, a ideia\u00a0parece ser mais a que Gilberto Gil citou numa fala j\u00e1 reproduzida por aqui<\/a>: \u00a0“A digitaliza\u00e7\u00e3o n\u00e3o exige que toda obra de arte seja de gra\u00e7a, mas que um modelo pr\u00f3prio de comercializa\u00e7\u00e3o seja criado para cada necessidade”.<\/em><\/p>\n


\n<\/em><\/p>\n

Cr\u00e9ditos imagens: 1<\/a>, capa Revista Audit\u00f3rio, 2<\/a>, 3<\/a>, 4<\/a>.<\/address>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

O Audit\u00f3rio Ibirapuera \u00e9 um pr\u00e9dio maravilhoso arquitetado por Oscar Niemeyer (ou seus asseclas) localizado no parque do Ibirapuera, em S\u00e3o Paulo. \u00c9 uma casa de shows, com uma programa\u00e7\u00e3o recheada de m\u00fasica boa, brasileira e internacional, a pre\u00e7os at\u00e9 que acess\u00edveis (R$20 inteira, R$10 meia) e um Centro de Estudos, que inclui a Escola […]<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":7867,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":[],"categories":[1182,126],"tags":[1169,1170,1171,978,1037,981,1172,1173,207,147,392,1174,1175,1176,327,1177,1178,1179,1180,1181,138,376,1183,1184,1185,1186,378,1004,1187,1188],"post_folder":[],"jetpack_featured_media_url":"","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/5785"}],"collection":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=5785"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/5785\/revisions"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=5785"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=5785"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=5785"},{"taxonomy":"post_folder","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/post_folder?post=5785"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}