{"id":5368,"date":"2011-11-08T16:36:39","date_gmt":"2011-11-08T16:36:39","guid":{"rendered":"https:\/\/baixacultura.org\/?p=5368"},"modified":"2011-11-08T16:36:39","modified_gmt":"2011-11-08T16:36:39","slug":"propagandas-antipirataria-5","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2011\/11\/08\/propagandas-antipirataria-5\/","title":{"rendered":"Propagandas Antipirataria [5]"},"content":{"rendered":"

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Digamos que tu seja uma mega banda, ou um produtor musical dono de r\u00e1dios, ou um empres\u00e1rio de grandes est\u00fadios de cinema que vive de vendas para altas audi\u00eancias. Tu fez suce$$o pensando em fazer com que um objeto cultural alcance o maior n\u00famero poss\u00edvel de pessoas \u00a0– desde que essas pessoas paguem o pre\u00e7o que tu estipular. Pre\u00e7o que, claro, vai ser carregado de uma\u00a0gorda margem de lucro, pois assim os que podem v\u00e3o pagar e os que n\u00e3o podem v\u00e3o ficar\u00a0loucos dando um jeito de pagar.<\/p>\n

S\u00f3 que a tecnologia para produzir a m\u00fasica, o filme, o livro \u00e9 desenvolvida de uma forma que estes poucos “donos” n\u00e3o esperavam. A esta altura de cultura digital tu j\u00e1 deve saber que as mensagens s\u00e3o transformadas em c\u00f3digos bin\u00e1rios (0 e 1), ao ponto de as pessoas se comunicarem muito mais (as vezes somente) em m\u00e1quinas com telas. \u00c9 assim que elas\u00a0d\u00e3o um jeito de passarem m\u00fasicas – discos inteiros que tu vendia a pre\u00e7o de ouro – para c\u00f3digos toc\u00e1veis nos autofalantes da m\u00e1quinas, cada vez mais baratas e populares. Ao passo que as m\u00e1quinas evoluem e ficam menores e mais simples, filmes e livros tamb\u00e9m s\u00e3o reduzidos e compartilhados.<\/p>\n

Tu, dono de gravadora, est\u00fadio de cinema, editora, n\u00e3o raro se indigna com essa liberdade toda, afinal at\u00e9 ent\u00e3o somente tu e mais uns poucos detinham o poder de disponibilizar cultura e conhecimento. Os meios de produ\u00e7\u00e3o e distribui\u00e7\u00e3o est\u00e3o sob tua responsabilidade, e tu n\u00e3o quer adequar os produtos as novas maneiras de consumo. Pra qu\u00ea n\u00e9? At\u00e9 hoje deu t\u00e3o certo. Em vez de acompanhar o consumidor, tu tenta fazer com que ele n\u00e3o copie, compartilhe, venda, compre as c\u00f3pias mais baratas daquilo que tu vende bem mais caro. Per$eguir e proce$$ar toma tempo e causa uma m\u00e1 impress\u00e3o.<\/p>\n

Outra op\u00e7\u00e3o que tu faz \u00e9 tentar persuadir e convencer as pessoas de que elas est\u00e3o erradas, de que t\u00e1 tudo errado, o mundo t\u00e1 todo errado agora, e que o bom mesmo era antigamente, quando s\u00f3 tinha o vinil, a fita, o jornal, o cinema, n\u00e3o essa coisa de digital que misturou tudo. Tanto faz produto ou arquivo, \u00e9 tudo pirataria!<\/a><\/p>\n

\u00c9 por esse lado que vai a campanha “Stop piracy in NYC<\/a>“, organizado pelo Estado de NY. Segundo ela, 700 mil trabalhadores vivem de ind\u00fastrias criativas em Nova York. Qual a l\u00f3gica n\u00e3o dita? Se tu comprar produto “pirata” ou baixar, a empresa quebra e o trabalhador vai pra rua. Como se ningu\u00e9m quisesse mais o ‘original’. Como se a culpa de n\u00e3o comprar o ‘original’ fosse somente do consumidor.\u00a0 A campanha ainda tem um car\u00e1ter mobilizador, incentivando as pessoas que s\u00f3 compram o ‘original’ – e nunca, nunca baixam arquivos da internet – a fazerem videos anti-pirataria que ser\u00e3o avaliados e ve\u00edculados.<\/p>\n

[Repara nessa troca de e-mails<\/a> entre a Comiss\u00e1ria do Gabinete, Katherine Oliver<\/a>, o vice-presidente da MPAA<\/a> e outros membros da NBC Universal<\/a>. A primeira mensagem cita um estudo encomendado pela MPPA que afirma que a cidade perde 23 mil<\/a> empregos por ano com a “pirataria”. No e-mail seguinte, o representante da MPAA diz que v\u00e3o fazer tu-do para ajudar na divulga\u00e7\u00e3o.<\/em>]<\/p>\n

Para encerrar esse post – o at\u00e9 aqui quinto das propagandas antipirataria<\/a> – mais pro fim tu encontra quatro videos da campanha “Brasil Original: Compre essa ideia”, promovida em 2010 pelo Conselho Nacional de Combate a Pirataria<\/a>, que tem em seu grande n\u00famero de membros<\/a> um representante da MPAA. \u00c9 mais uma prova de que n\u00e3o, as ind\u00fastrias ainda n\u00e3o querem mudar o seu modus operandi, <\/em>mas sim\u00a0continuar a ficar ditando o pre\u00e7o que quiserem e o resto que consuma, afinal \u00e9 isso que mant\u00e9m a economia, n\u00e9 Bush<\/a>, n\u00e9 <\/a>Lula<\/a>? A responsabilidade e a culpa parece ser sempre e somente do consumidor, nunca dos produtores (corpora\u00e7\u00f5es) ou financiadores (bancos).<\/p>\n

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[youtube http:\/\/www.youtube.com\/watch?v=GtgoEc-GeDM]<\/p>\n

[youtube http:\/\/www.youtube.com\/watch?v=otD1VmWfmA8]<\/p>\n

[youtube http:\/\/www.youtube.com\/watch?v=7ZbkaLRE0co]<\/p>\n

[youtube http:\/\/www.youtube.com\/watch?v=7kHLQakhCB0]<\/p>\n

Cr\u00e9dito das imagens: 1 – 4<\/a>.<\/p>\n

[Marcelo De Franceschi]<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Digamos que tu seja uma mega banda, ou um produtor musical dono de r\u00e1dios, ou um empres\u00e1rio de grandes est\u00fadios de cinema que vive de vendas para altas audi\u00eancias. Tu fez suce$$o pensando em fazer com que um objeto cultural alcance o maior n\u00famero poss\u00edvel de pessoas \u00a0– desde que essas pessoas paguem o pre\u00e7o […]<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":7884,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":[],"categories":[126],"tags":[462,1032,1033,152,1034,763,421,1035,719,159],"post_folder":[],"jetpack_featured_media_url":"","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/5368"}],"collection":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=5368"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/5368\/revisions"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=5368"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=5368"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=5368"},{"taxonomy":"post_folder","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/post_folder?post=5368"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}