{"id":5364,"date":"2011-10-28T11:35:53","date_gmt":"2011-10-28T11:35:53","guid":{"rendered":"https:\/\/baixacultura.org\/?p=5364"},"modified":"2011-10-28T11:35:53","modified_gmt":"2011-10-28T11:35:53","slug":"arduino-o-documentario-do-hardware-livre-leve-e-solto","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2011\/10\/28\/arduino-o-documentario-do-hardware-livre-leve-e-solto\/","title":{"rendered":"Ardu\u00edno, o document\u00e1rio do hardware livre, leve e solto"},"content":{"rendered":"
Um dos conceitos menos famosos da cultura livre \u00e9 o chamado “open source hardware<\/a>” ou “hardware livre<\/a>“. Nesta vis\u00e3o, o princ\u00edpio de que o c\u00f3digo fonte do software de um componente eletr\u00f4nico seja regido por uma licen\u00e7a aberta vale tamb\u00e9m para o pr\u00f3prio objeto f\u00edsico, como o diagrama dos circuitos de um brinquedo ou de um liquidificador. Assim, \u00e9 permitido o uso, altera\u00e7\u00f5es, distribui\u00e7\u00f5es, montagens e (re)venda para toda a comunidade.<\/p>\n Como um bom exemplo de open source hardware, “apresentamos”\u00a0 o Ardu\u00edno, ou melhor, um document\u00e1rio sobre o projeto que j\u00e1 \u00e9 bastante comentado e experimentado na internet. Em 30 minutos, o filme conta o desenvolvimento da hom\u00f4nima placa de controle, projetada na It\u00e1lia em 2005.\u00a0Um grupo ligado ao finado Interaction Design Institute Ivrea<\/a>, um\u00a0centro de ensino e pesquisa em design de intera\u00e7\u00e3o<\/a>, decidiu produzir uma placa que reduzisse os custos dos alunos referentes ao aprendizado de hardware nas aulas. Come\u00e7aram com as placas Wiring<\/a>, um pouco mais complexas.<\/p>\n Para ajudar os estudantes, eles planejaram uma placa que tivesse uma linguagem de programa\u00e7\u00e3o de f\u00e1cil compreens\u00e3o. A\u00a0 programa\u00e7\u00e3o aqui n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 a de programas<\/a> que rodassem no hardware, mas a do pr\u00f3prio programa do hardware – o software embutido<\/a> ou firmware<\/a>, no caso. Para isso, resolveram mixar duas linguagens de c\u00f3digo aberto, a Processing<\/a> e a Wiring, para que comunidades interessadas dessem continuidade ao projeto, j\u00e1 que eles sabiam que o instituto estava fechando por causa da falta de intere$$e da financiadora, a Telecom Italia<\/a>.<\/p>\n Se todos os direitos de utiliza\u00e7\u00e3o do projeto fossem da institui\u00e7\u00e3o – que ia morrer -, poderia haver restri\u00e7\u00f5es legais quanto \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o do projeto. Felizmente, n\u00e3o foi o que aconteceu. Com o hardware e o software definidos e devidamente liberados para reutiliza\u00e7\u00f5es, surgiram artistas, designers, e artes\u00e3os de todos os tipos que botaram a m\u00e3o na massa e constru\u00edram instrumentos eletr\u00f4nicos, pequenos rob\u00f4s e m\u00e1quinas interativas. Prot\u00f3tipos, em suma.<\/p>\n [youtube http:\/\/www.youtube.com\/watch?v=sLVXmsbVwUs&w=420&h=315]<\/p>\n Hoje, segundo o site oficial<\/a>, o Arduino \u00e9 um mini computador que “pode sentir<\/em> o estado do ambiente que o cerca por meio da recep\u00e7\u00e3o de sinais de sensores<\/a> e pode interagir com os seus arredores, controlando luzes, motores e outros atuadores<\/a>.” Para se ter uma ideia, no doc isso aparece no projeto dos chocalhos digitais, que espalhavam ‘confetes’ em uma proje\u00e7\u00e3o numa festa, ou tamb\u00e9m, no caso de motores, no projeto Makerbot<\/a>, impressoras 3D que pegam um modelo de um objeto dispon\u00edvel na internet e imprimem esse objeto. Objetos abertos, us\u00e1veis e modific\u00e1veis por qualquer um.<\/p>\n A\u00ed est\u00e1 a grande quest\u00e3o levantada pelo document\u00e1rio. “O atual problema que h\u00e1 \u00e9 que, devido aos sistemas de padroniza\u00e7\u00e3o e patenteamento, muitas pessoas ficaram sem a possibilidade de aprender como as coisas funcionam” diz\u00a0 o engenheiro e pesquisador David Cuartielles. Fechamento, s\u00f3 para ficar na cultura digital, efetuado pelos que mais enriqueceram com caros sistemas operacionais e tecnologias m\u00f3veis, como Bill Gates com o Window$ e o falecido Steve Jobs com os iPhones, iPad e assemelhados,\u00a0 cujas modifica\u00e7\u00f5es ainda est\u00e3o ao alcance de poucas pessoas entendidas.<\/p>\n O open source hardware diminui essa diferen\u00e7a, facilitando o aprendizado da programa\u00e7\u00e3o de circuitos eletr\u00f4nicos que cercam as nossas atividades.\u00a0 Tendo no\u00e7\u00f5es de como s\u00e3o efetuados os controles dos circuitos e das programa\u00e7\u00f5es, n\u00e3o seremos facilmente ludibriados e podemos inovar. Um grande exemplo de incentivo ao aprendizado \u00e9 que at\u00e9 o Google j\u00e1 criou um produto baseado no open source hardware do Arduino. O buscador lan\u00e7ou o conjunto<\/a> “Android Open Accessory” do seu sistema operacional aberto de smartphones, o Android<\/a>, para que os usu\u00e1rios desenvolvam acess\u00f3rios controlados pelo celular ou tablet.<\/p>\n [youtube http:\/\/www.youtube.com\/watch?v=l2SG2fnUL5I&w=420&h=315]<\/p>\n No Brasil, existem v\u00e1rios sites dedicados a plataforma como o Arduino.com.br<\/a>, o Arduino Brasil<\/a>, e o ArduinoRS<\/a>. O blog Planeta Sustent\u00e1vel<\/a>, do chapa Thiago Carrapatoso<\/a>, lembra que um dos grupos que estuda o Ardu\u00edno \u00e9 o Garoa Hacker Clube<\/a>, um hackerspace que funciona no por\u00e3o da Casa de Cultura Digital <\/a>– se voc\u00ea estiver pelos idos da Barra Funda, em S\u00e3o Paulo, vale dar uma passada \u00e0 noite no por\u00e3o, e, sem cerim\u00f4nia, pedir explica\u00e7\u00e3o sobre as traquitanas que ali habitam, especialmente sobre a j\u00e1 citada Makerbot. Melhor ainda se for nas quintas-feiras, quando o Garoa organiza a Noite do Ardu\u00edno<\/a>, para ajudar o pessoal a iniciar na programa\u00e7\u00e3o. Outro trabalho importante sobre o Ardu\u00edno por aqui \u00e9 o do f\u00edsico Radam\u00e9s Silva, mostrado no programa Olhar Digital<\/a>.<\/p>\n “Ardu\u00edno – o document\u00e1rio<\/a>” foi lan\u00e7ado em janeiro de 2011, sendo encomendado pelo LABoral Centro de Arte y Creaci\u00f3n Industrial<\/a>, um outro instituto dedicado a promover a interse\u00e7\u00e3o de cultura digital, arte e industrias criativas localizado em Gijon, Espanha. A dire\u00e7\u00e3o \u00e9 de Rodrigo Calvo Eguren<\/a> e Ra\u00fal D\u00edez Alaejos<\/a>, que fizeram grande parte das filmagens durante o encontro Arduino Uno Punto Zero<\/a>, ocorrido em Nova York em 2010. N\u00e3o foi lan\u00e7ado com legendas em portugu\u00eas, mas encontramos uma tradu\u00e7\u00e3o aqui<\/a>, revisamos e acoplamos no v\u00eddeo que tu pode ver a\u00ed embaixo.<\/p>\n A plataforma s\u00f3 n\u00e3o \u00e9 o “exemplo perfeito” [como se existisse algum<\/em>] de c\u00f3digo aberto por conta dos fabricantes expressarem a vontade do nome Ardu\u00edno ser de uso \u00fanico deles, como diz na p\u00e1gina de Quest\u00f5es Frequentemente Perguntadas<\/a>: “‘Arduino’ is a trademark of Arduino team and should not be used for unofficial variant”<\/em>. Por isso surgiram alguns “clones” citados na p\u00e1gina da wikipedia do projeto<\/a>. Existem ainda alternativas de placas controladoras, mostradas nessa apresenta\u00e7\u00e3o<\/a>. Contudo, \u00e9 ineg\u00e1vel a popularidade do projeto e sua for\u00e7a na divulga\u00e7\u00e3o do conhecimento livre.<\/p>\n \u00a0<\/span><\/p>\n Ps.: Outros exemplos legais da utiliza\u00e7\u00e3o do Ardu\u00edno, explicados por gente que entende bem de Engenharia Eletr\u00f4nica<\/a>, podem ser vistos aqui<\/a>.<\/p>\n [Marcelo De Franceschi]<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Um dos conceitos menos famosos da cultura livre \u00e9 o chamado “open source hardware” ou “hardware livre“. 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