{"id":5258,"date":"2011-11-03T09:19:11","date_gmt":"2011-11-03T09:19:11","guid":{"rendered":"https:\/\/baixacultura.org\/?p=5258"},"modified":"2011-11-03T09:19:11","modified_gmt":"2011-11-03T09:19:11","slug":"software-como-musica-poesia-jornalismo","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2011\/11\/03\/software-como-musica-poesia-jornalismo\/","title":{"rendered":"Software como m\u00fasica (poesia, jornalismo…)"},"content":{"rendered":"
Tu j\u00e1 ouviu falar sobre o mais recente \u00e1lbum da ex\u00f3tica baixinha a\u00ed de cima, n\u00e9? Estamos falando do saudado disco “Biophilia<\/a>“, lan\u00e7ado dia 11 de outubro, mas que causou frisson por tamb\u00e9m ser um aplicativo produzido especialmente para iPad. As dez m\u00fasicas est\u00e3o sendo lan\u00e7adas, uma por uma, desde 27 de junho, quando a cantora islandesa se apresentou no Machester International Festival<\/a>, na Inglaterra. Tratam-se de leg\u00edtimos singles-programas, apps interativos com bem mais do que ‘s\u00f3’ informa\u00e7\u00f5es sonoras.<\/p>\n As m\u00fasicas-aplicativos cont\u00eam jogos interativos, uma anima\u00e7\u00e3o que ilustra os movimentos mel\u00f3dicos, partitura, letra, texto de apresenta\u00e7\u00e3o e uma an\u00e1lise da music\u00f3loga Nikki Dibben, tudo em ingl\u00eas. \u00c9 poss\u00edvel, por exemplo, que o ouvinte-interagente “toque” o baixo na segunda faixa, “Thunderbolt”, ou fa\u00e7a um remix da terceira, “Crystalline” [que ganhou um bonito clipe<\/a>; toca e segue lendo]. Os cr\u00e9ditos do arranjo<\/a> s\u00e3o do est\u00fadio de Scott Snibble<\/a>, artista multim\u00eddia radicado nos Estados Unidos [que foi entrevistado pela revista select<\/a>], e da dupla de designers franceses M\/M Paris<\/a>.<\/p>\n O conjunto de dez aplicativos tem a forma de uma constela\u00e7\u00e3o e se junta em um outro “aplicativo m\u00e3e”, gratuito, para formar uma gal\u00e1xia tridimensional naveg\u00e1vel. Para criar esse universo, al\u00e9m de utilizar o pr\u00f3prio aparelho da Apple<\/a>, Bj\u00f6rk se inspirou no livro “Musicophilia”<\/a>, do neurologista brit\u00e2nico Oliver Sacks, que disserta sobre a empatia da mente pela m\u00fasica. No sistema dela, a empatia seria pela vida, pela natureza. D\u00e1 um rol\u00ea pelo video a\u00ed abaixo pra tu ter uma no\u00e7\u00e3o do neg\u00f3cio:<\/p>\n [youtube http:\/\/www.youtube.com\/watch?v=dikvJM__zA4]<\/p>\n Como mostra essa mat\u00e9ria do jornal O Globo<\/a>, “o projeto \u00e9 mais um a se afastar do conceito tradicional de \u00e1lbum, consagrado na segunda metade do s\u00e9culo XX, mas em crise nesses tempos de mp3, iPods e torrents”. De fato, transformar ou adaptar as m\u00fasicas para uma plataforma de intera\u00e7\u00e3o \u00e9 a grande sacada do lan\u00e7amento de Bjork, que assim consegue chamar aten\u00e7\u00e3o para recursos\u00a0informacionais e educativos para al\u00e9m da m\u00fasica, como ela mesmo explicou em entrevista ao Jornal da Tarde<\/a>, de S\u00e3o Paulo:\u00a0 \u201cProcurei trabalhar com escalas, ritmos, acordes. Cada uma das m\u00fasicas do disco aborda um desses elementos e os ilustra sempre da maneira mais simples poss\u00edvel para ensinar \u00e0s crian\u00e7as como m\u00fasica pode ser algo f\u00edsico, t\u00e1til, em vez de te\u00f3rico<\/em>\u201d.<\/p>\n Pode parecer mas “Biophilia<\/a>” n\u00e3o \u00e9 o primeiro disco-aplicativo criado. Salvo antepassados que desconhecemos (se souberem de algum, nos avisem por e-mail ou coment\u00e1rios), o t\u00edtulo de pioneiro nesta \u00e1rea pertence ao duo Bluebrain e seu “The National Mall”<\/a>, lan\u00e7ado em maio de 2011 tamb\u00e9m para IPad.<\/p>\n A proposta desse \u00e9 bem distinta: cada uma das m\u00fasicas s\u00f3 toca se voc\u00ea estiver no lugar certo – no caso, o parque National Mall, em Washington, EUA. Funciona como uma trilha sonora para diversos pontos do local: se, por exemplo, tu estiver subindo as escadas em dire\u00e7\u00e3o ao Lincoln Memorial, uma grande est\u00e1tua de Abrahan Lincoln [aqui<\/a>] no centro do parque, “o som dos sinos aumenta ao ponto que, quando voc\u00ea est\u00e1 aos p\u00e9s de Lincoln, eles est\u00e3o envolvendo voc\u00ea<\/em>\u201d, disse Ryan Holladay, um dos Bluebrain em entrevista \u00e0 revista \u00c9poca<\/a>. Como isso funciona? Simples: o GPS do iPhone avisa para o aplicativo a hora certa de tocar. D\u00e1 uma olhada aqui abaixo no v\u00eddeo-teaser do disco:<\/p>\n [vimeo http:\/\/vimeo.com\/25374903]<\/p>\n *<\/p>\n As iniciativas de Bjork e do Bluebrain s\u00e3o exemplos de uma certa “tend\u00eancia” hoje no mundo digital: a de que os softwares sejam a fonte<\/em> da m\u00fasica, n\u00e3o “apenas” programas. Para ficar num exemplo, pode ser que daqui em diante \u00e1lbuns ou singles possam virar pop-ups em tablets, e n\u00e3o mais aquela hist\u00f3ria de um arquivo .rar ou .zip com todas as m\u00fasicas comprimidas para download. Isso abre um espa\u00e7o consider\u00e1vel para o remix, j\u00e1 que as novas formas rompem com a barreira de mera transposi\u00e7\u00e3o de conte\u00fado e apostam na recria\u00e7\u00e3o<\/em> do mesmo conte\u00fado para diferentes formatos.<\/p>\n Code is Poetry<\/p><\/div>\n Esta “tend\u00eancia” potencializa a relev\u00e2ncia do desenvolvedor na ind\u00fastria de m\u00fasica, livros, jornais, revistas<\/a>, e at\u00e9 na de filmes e s\u00e9ries<\/a>. E tamb\u00e9m ajuda a colocar o antigo “nerd programador” em p\u00e9 de igualdade com o “artista” , j\u00e1 que, afinal, ambos passam a ter participa\u00e7\u00e3o igual na cria\u00e7\u00e3o do produto\/objeto art\u00edstico. Uma das frases de ordem mais vistas nos \u00faltimos tempos diz muito sobre esse novo status do programador\/desenvolvedor:\u00a0 “C\u00f3digo tamb\u00e9m \u00e9 poesia<\/strong>“, que em uma varia\u00e7\u00e3o em ingl\u00eas, “Code is poetry”, virou lema do WordPress.org<\/a>.<\/p>\n No caso de livros e revistas, em que \u00e9 muito \u00e9 mais comum vermos estes em formato<\/em> de aplicativo do que como um pr\u00f3prio aplicativo, um trabalho interessante \u00e9 o realizado no livro Our Choice<\/a>, de Al Gore. A vers\u00e3o app <\/em>foi publicada pela Push Pop Press<\/a>, uma plataforma de publica\u00e7\u00e3o de livros digitais que quer revolucionar [todo mundo quer, meus caros<\/em>] a publica\u00e7\u00e3o de livros na rede. Em Our Choice<\/em>, o que vemos n\u00e3o \u00e9 mais um e-book, mas outra coisa. D\u00e1 uma olhada no v\u00eddeo abaixo, em que Mike Matas, da PushPop e ex-Apple, apresenta o brinquedinho [a partir dos 35s]:<\/p>\n [youtube=http:\/\/www.youtube.com\/watch?v=LV-RvzXGH2Y&feature=player_embedded#!]<\/p>\n Assim escreveu o blogueiro Tiago D\u00f3ria<\/a> sobre o Our Choice<\/em>:<\/p>\n O aspecto visual e t\u00e1til \u00e9 bem explorado. Voc\u00ea pode ler os 19 cap\u00edtulos do livro\/aplicativo de forma n\u00e3o linear, arrastar ou maximizar as imagens. Em um mapa, o livro mostra a localiza\u00e7\u00e3o geogr\u00e1fica de diversas informa\u00e7\u00f5es (localiza\u00e7\u00e3o de um pa\u00eds citado em um texto). O mais interessante s\u00e3o as anima\u00e7\u00f5es e os infogr\u00e1ficos, que intercalam os textos. Al\u00e9m de firulas na navega\u00e7\u00e3o, alguns s\u00e3o acompanhados de \u00e1udio para ajudar na compreens\u00e3o (se voc\u00ea assoprar no microfone do iPad, alguns elementos na tela se mexem).<\/em><\/p>\n<\/blockquote>\n Desde o ano passado, o mesmo Doria tem\u00a0 se perguntado: revistas podem se transformar em software?<\/a> Exemplos como os apps da revista Select<\/a> [somente para Ipad, infelizmente<\/em>] e o da rede de TV CNN<\/a> [tamb\u00e9m s\u00f3 para Iphones, maldita Apple<\/em>!] n\u00e3o parecem (nem querem?) ser apenas transposi\u00e7\u00e3o de conte\u00fados para um outro formato, mas uma outra coisa que ainda ningu\u00e9m sabe o que \u00e9. Quando come\u00e7armos a pensar em softwares jornal\u00edsticos n\u00e3o somente para tablets e smartphones [da Apple!], mas tamb\u00e9m para desktops e notebooks, quem sabe daremos um passo adiante para um real “novo jornalismo” que se avizinha.<\/p>\n **<\/p>\n O mundo est\u00e1 mergulhado em software - e faz tempo.<\/p><\/div>\n Os casos acima s\u00e3o apenas alguns exemplos de software como m\u00eddia (ou m\u00fasica, poesia, jornalismo); certamente existem outros tantos, e em breve v\u00e3o existir ainda mais. S\u00e3o produtos em que a m\u00eddia, al\u00e9m de digitalizada, \u00e9 “softwarizada”, programada mesmo.<\/p>\n Um dos maiores pensadores da cultura digital, o russo Lev Manovich<\/a>, chama aten\u00e7\u00e3o para um fato que permeia a cria\u00e7\u00e3o desses novos softwares: de que adiantaria digitalizar (por meio de um software) se n\u00e3o houvesse um programas para por ordem nos d\u00edgitos?\u00a0Com um mundo mais digital, \u00e9 prov\u00e1vel que passem a existir programas cada vez mais avan\u00e7ados para, mais do que por ordem nos d\u00edgitos, criar<\/em> com eles.<\/p>\n Como diz Manovich no livro “Software takes command<\/a>“, publicado em 2008, “a escola e o hospital, a base militar e o laborat\u00f3rio cient\u00edfico, o aeroporto e a cidade – todos os sistemas sociais, econ\u00f4micos e culturais da sociedade moderna – s\u00e3o acionados via software. O software \u00e9 a cola invis\u00edvel que une tudo e todos<\/strong><\/em>.”<\/p>\n A partir de seus estudos na Universidade da California San Diego, sobre o qual j\u00e1 falamos um pouco<\/a>,\u00a0 o pesquisador russo tamb\u00e9m prop\u00f5e um campo de estudos para o software, os software studies<\/em>, ou Estudos de software<\/a> (em linha com os Estudos Culturais<\/a> de origem inglesa), em que pretende investigar a rela\u00e7\u00e3o do software com a cultura, arte e a sociedade.<\/p>\n Outro pesquisador percursor na \u00e1rea, o brit\u00e2nico Matthew Fuller, chegou a afirmar na primeira Oficina de Estudos de Software<\/a>, em 2006, que “todo o trabalho intelectual \u00e9 agora ‘estudo de software<\/em>‘”. Manovich \u00e9 um pouco mais focado, como d\u00e1 para perceber\u00a0 nas primeiras partes de seu livro, publicadas aqui abaixo, em tradu\u00e7\u00e3o do blog do grupo de pesquisa Software Studies Brazil<\/a>, coordenado por Cicero Silva<\/a>, professor na Universidade Federal de Juiz de Fora<\/a> e um dos curadores do Festival Cultura Digital<\/a>.<\/p>\n Embora os estudos do software envolvam todos os softwares, temos especial interesse pelo que chamo de software cultural. Esse termo foi usado antes de maneira metaf\u00f3rica (por exemplo, ver J.M. Balkin, Cultural Software: A theory of Ideology, 2003), mas neste artigo uso o termo literalmente para me referir a programas como Word, PowerPoint, Photoshop, Illustrator, AfterEffects, Firefox, Internet Explorer e assim por diante. O software cultural, em outras palavras, \u00e9 um subconjunto determinado de softwares de aplica\u00e7\u00e3o destinados a criar, distribuir e acessar (publicar, compartilhar e remixar) objetos culturais como imagens, filmes, seq\u00fc\u00eancias de imagens em movimento, desenhos 3D, textos, mapas, assim como v\u00e1rias combina\u00e7\u00f5es dessas e de outras m\u00eddias.<\/em><\/p>\n<\/blockquote>\n ***<\/p>\n Uma quest\u00e3o que deriva dessa discuss\u00e3o \u00e9 se o software pode ser aberto ou fechado, como bem aponta o professor S\u00e9rgio Amadeu em uma aula na Casper L\u00edbero<\/a>. Como s\u00e3o intermedi\u00e1rios na nossa comunica\u00e7\u00e3o e na produ\u00e7\u00e3o simb\u00f3lica-cultural, eles condicionam e limitam nossas a\u00e7\u00f5es. Assim, “softwares fechados n\u00e3o possuem transpar\u00eancia e podem esconder fragilidades e possibilidades de intrus\u00e3o e controle inaceit\u00e1veis para a sociedade em rede”, diz Amadeu. J\u00e1 os softwares livres t\u00eam seu c\u00f3digo-fonte dispon\u00edvel, o que permite adapta\u00e7\u00f5es para outras fun\u00e7\u00f5es e\/ou sistemas, al\u00e9m de, normalmente, serem transparentes com seus usu\u00e1rios.<\/p>\n A discuss\u00e3o sobre software livre e propriet\u00e1rio nos faz retornar a quest\u00e3o do disco-aplicativo da Bjork: quem n\u00e3o tem um tablet ou smartphone da Apple pode brincar com as novas m\u00fasicas da Bj\u00f6rk? Oficialmente, n\u00e3o. As pequenas<\/em> gravadoras Universal e Warner ainda n\u00e3o licenciaram o produto para outras plataformas, pois, claro, querem vender o m\u00e1ximo poss\u00edvel na Apple. Todavia, Bjork j\u00e1 declarou<\/a> ter uma posi\u00e7\u00e3o mais livre: “Eu n\u00e3o deveria dizer isso, mas eu confio que os piratas n\u00e3o v\u00e3o ficar de m\u00e3os atadas<\/em>. \u00c9 por isso que, quando n\u00f3s criamos os programas, quisemos ter certeza de que eles poderiam ser transferidos para outros sistemas”.<\/p>\n \u00c9 mais uma rodada da discuss\u00e3o que volte e meia retornamos aqui: o artista\/desenvolvedor quer que sua arte\/produto seja o mais apreciada\/difundida poss\u00edvel, mas quem det\u00e9m os direitos<\/em> de c\u00f3pia desses produtos n\u00e3o. Como resolver esse embate? Cena dos pr\u00f3ximos cap\u00edtulos.<\/p>\n Cr\u00e9dito das imagens: 1<\/a>,2<\/a>, 3<\/a>, 4<\/a>, 5<\/a>.<\/p>\n [Marcelo De Franceschi]<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Tu j\u00e1 ouviu falar sobre o mais recente \u00e1lbum da ex\u00f3tica baixinha a\u00ed de cima, n\u00e9? 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