{"id":4748,"date":"2011-05-06T22:06:34","date_gmt":"2011-05-06T22:06:34","guid":{"rendered":"https:\/\/baixacultura.org\/?p=4748"},"modified":"2011-05-06T22:06:34","modified_gmt":"2011-05-06T22:06:34","slug":"os-livros-da-unesp-para-download-mas-so-pra-isso-ou-nao-a-gente-da-um-jeito","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2011\/05\/06\/os-livros-da-unesp-para-download-mas-so-pra-isso-ou-nao-a-gente-da-um-jeito\/","title":{"rendered":"Os livros da UNESP para download. Mas s\u00f3 pra isso. [Ou n\u00e3o, a gente d\u00e1 um jeito]"},"content":{"rendered":"

\"\"<\/a>
\nSemanas atr\u00e1s foi muito divulgado e
prometido<\/a> que a Universidade Estadual Paulista (UNESP<\/a>) disponibilizaria, no dia 27 de abril, 50 livros para download totalmente de gr\u00e1tis. Cumpriram. Os t\u00edtulos integram o selo Cultura Acad\u00eamica<\/a> (criado em 1987) e d\u00e3o continuidade \u00e0 Cole\u00e7\u00e3o Propg Digital, que oferece obras in\u00e9ditas para baixar. A primeira fase do programa foi em 2010, quando lan\u00e7aram 46 obras<\/a>.<\/p>\n

Vale mencionar como foi o lan\u00e7amento dos livros em que havia uma “Degusta\u00e7\u00e3o Liter\u00e1ria”, oferecendo aos presentes a oportunidade de acessar, em 49 iPads, cada uma das obras lan\u00e7adas. O objetivo era aproximar o p\u00fablico do real prop\u00f3sito do projeto, al\u00e9m de exibir a vers\u00e3o digital dos textos. A meta \u00e9 publicar mil t\u00edtulos em 10 anos, permitindo maior acesso \u00e0 produ\u00e7\u00e3o acad\u00eamica da universidade. Ou seja, \u00e9 uma a\u00e7\u00e3o exemplar para todas as universidades p\u00fablicas (e privadas tamb\u00e9m). Mas nem tanto.<\/p>\n

\u00c9 poss\u00edvel baixar os livros, mas n\u00e3o imprimir e nem selecionar o conte\u00fado das p\u00e1ginas. E assim \u00e9 com todos os livros da Cole\u00e7\u00e3o. Todos est\u00e3o protegidos com senha. Tentamos subir um dos livros (do qual falamos abaixo) para o Scribd e n\u00e3o conseguimos. Mas calma. Demos um jeitinho de quebrar isso. A solu\u00e7\u00e3o foi baixar esse programinha bem leve aqui \u00f3<\/a>, o “Portable PDF Password Remover 3.0”. Depois, abrir com o programa o livro baixado da Unesp e salvar de novo. Pronto, j\u00e1 pode imprimir e fazer o que quiser.<\/p>\n

Para baixar os livros do site oficial<\/a>, \u00e9 preciso realizar um cadastro, com Nome, E-mail, Cidade e Estado como campos obrigat\u00f3rios. Nas p\u00e1ginas das obras h\u00e1 at\u00e9 audio de entrevistas com os autores. Mas fazendo uma busca no Google com o nome dos livros, os arquivos aparecem diretamente. O card\u00e1pio \u00e9 bem rico, tem de muitos sabores: agronomia, antropologia, arquitetura, comunica\u00e7\u00e3o, design, direito, economia, educa\u00e7\u00e3o, geografia, filosofia, hist\u00f3ria, literatura, matem\u00e1tica, medicina, meteorologia, m\u00fasica, pol\u00edtica, entre outras \u00e1reas mais espec\u00edficas.<\/p>\n

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O livro que nos interessou, e que tiramos a senha de prote\u00e7\u00e3o, foi Cria\u00e7\u00e3o, prote\u00e7\u00e3o e uso legal da informa\u00e7\u00e3o em ambientes da World Wide Web<\/em><\/a>. A obra resulta da disserta\u00e7\u00e3o de mestrado<\/a> de Elizabeth Roxana Mass Araya, orientada por Silvana Aparecida Borsetti Greg\u00f3rio Vidotti e defendida em 2009. As 147 p\u00e1ginas s\u00e3o divididas em tr\u00eas cap\u00edtulos, que fazem uma boa contextualiza\u00e7\u00e3o de como as leis dos direitos autorais n\u00e3o est\u00e3o adaptadas aos meios de informa\u00e7\u00e3o digitais – algo que, tu sabe, temos falado aqui quase que semanalmente.<\/p>\n

No primeiro cap\u00edtulo do documento, “Ambientes informacionais digitais<\/em>“, \u00e9 feita uma revis\u00e3o hist\u00f3rica da internet como Tecnologia da Comunica\u00e7\u00e3o e Informa\u00e7\u00e3o, do desenvolvimento da Arpanet<\/a>, das redes BBS<\/a>, at\u00e9 a Web<\/a>, chegando na chamada Web 2.0 e na ainda-mais-promessa-do-que-realidade Web sem\u00e2ntica. Da Web Colaborativa, como Elizabeth denomina a web 2.0, surgem os problemas com arte, autoria, e propriedade, devido principalmente a constante modifica\u00e7\u00e3o na forma de criar e recriar conte\u00fados informacionais e \u00e0 desatualiza\u00e7\u00e3o da legisla\u00e7\u00e3o sobre propriedade intelectual, que \u00e9 anterior \u00e0 esse cen\u00e1rio.<\/p>\n

Em “Autoria e Legisla\u00e7\u00e3o de Conte\u00fado Intelectual<\/em>“, o cap\u00edtulo 2, h\u00e1 uma revis\u00e3o n\u00e3o s\u00f3 hist\u00f3rica mas conceitual sobre direitos autorais. S\u00e3o relatadas no\u00e7\u00f5es de propriedade antes da escrita, passando pela inven\u00e7\u00e3o da imprensa e pelo primeiro privil\u00e9gio de copyright<\/em>, em 1557 – do qual, ali\u00e1s, tamb\u00e9m j\u00e1 andamos comentando por aqui<\/a>.<\/p>\n

Ap\u00f3s a oficializa\u00e7\u00e3o da lei, 1710, os princ\u00edpios ingleses s\u00e3o levados para os Estados Unidos, que acabam se tornando a base para muitas legisla\u00e7\u00f5es sobre direitos autorais no planeta – inclusive a repressiva e limitada lei brasileira de 1998<\/a> que est\u00e1 em vias de ser reformulada hoje.\u00a0O funcionamento da Lei dos Direitos Autorais (LDA) brasileira e do nitidamente falho<\/a> Escrit\u00f3rio Central de Arrecada\u00e7\u00e3o e Distribui\u00e7\u00e3o (do que mesmo?), o ECAD,\u00a0 \u00e9 contado, juntamente a algumas normas internacionais.<\/p>\n

O terceiro cap\u00edtulo apresenta a\u00e7\u00f5es da sociedade na Web que entram em conflito com a antiquada lei. A Campus Party<\/a>, com seus usu\u00e1rios baixando e subindo arquivos \u00e0 todo instante, \u00e9 citada, ao lado das frequentes retiradas de videos, colocados por usu\u00e1rios, do Youtube. Como alternativas de flexibiliza\u00e7\u00e3o dos direitos autorais na internet,\u00a0 o conceito de copyleft e o projeto Creative Commons, al\u00e9m do subprojeto Science Commons<\/a>, s\u00e3o mostrados.<\/p>\n

Cabe destacar tamb\u00e9m o subcap\u00edtulo “Acesso livre ao conhecimento cient\u00edfico”, <\/em>respons\u00e1vel por\u00a0um apanhado das publica\u00e7\u00f5es livres digitais e que ainda traz um relato dos (ex)esfor\u00e7os do Minist\u00e9rio da Cultura para a discuss\u00e3o sobre cultura livre. Aquele papo da Reforma da Lei dos Direitos Autorais sabe? Que era aberta e p\u00fablica<\/a>. Como deveria ser a cole\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m.<\/p>\n

[scribd id=73750339 key=key-12qb6yg2cr2x92oqw8uy mode=list]<\/p>\n

Cr\u00e9ditos: 1<\/a>, 2<\/a>.<\/p>\n

[Marcelo De Franceschi]<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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