{"id":4375,"date":"2011-02-15T14:13:04","date_gmt":"2011-02-15T14:13:04","guid":{"rendered":"https:\/\/baixacultura.org\/?p=4375"},"modified":"2011-02-15T14:13:04","modified_gmt":"2011-02-15T14:13:04","slug":"pirate-bay-jornalismo-e-cultura-livre","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2011\/02\/15\/pirate-bay-jornalismo-e-cultura-livre\/","title":{"rendered":"Pirate Bay, jornalismo e cultura livre"},"content":{"rendered":"


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Para engordar com qualidade nossa Biblioteca, vamos colocar l\u00e1 a monografia (Gradua\u00e7\u00e3o em Jornalismo, PUCRS) da Eliane Fronza<\/a>, que tem o bonito e auto-explicativo t\u00edtulo Jornalismo e Cultura Digital: um estudo de caso do The Pirate Bay na Folha de S. Paulo<\/strong>. Para isso, a mo\u00e7a faz uma interessante\u00a0an\u00e1lise hist\u00f3rica de como nossa vida social foi reconfigurada pela Internet (no 1\u00ba cap\u00edtulo) e discute conceitos e um pouco da hist\u00f3ria das redes de compartilhamento via Napster (2\u00ba cap\u00edtulo), al\u00e9m de levantar quest\u00f5es sobre direito autoral e o creative commons criado por Lessig, de modo an\u00e1logo ao que Marcelo fez em sua monografia<\/a>.<\/p>\n

Convidamos a pr\u00f3pria Eliane para escrever uma pequena introdu\u00e7\u00e3o informal \u00e0 sua monografia, e \u00e9 essa introdu\u00e7\u00e3o que tu vai come\u00e7ar a ler no pr\u00f3ximo par\u00e1grafo. Agradecemos a aten\u00e7\u00e3o e a disponibilidade da nova jornalista da PUCRS, que al\u00e9m de editar o bom blog\u00a0Mas \u00e9 \u00d3bvio<\/a> \u00e9 leitora de Hakim Bey<\/a> e moradora da apraz\u00edvel capital ga\u00facha.<\/p>\n

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Pequena contribui\u00e7\u00e3o aos estudos sobre Pirate Bay, jornalismo e cultura livre<\/strong><\/p>\n

Um dos assuntos que mais me interessam na cibercultura \u00e9 a forma como milhares de pessoas ao redor do mundo e conectadas em redeutilizam a Internet para compartilhar arquivos, para compartilhar cultura. O protagonista disso tudo foi o Napster, que virou o jogo no in\u00edcio da d\u00e9cada passada, tirando o monop\u00f3lio da divulga\u00e7\u00e3o e comercializa\u00e7\u00e3o de m\u00fasicas das grandes ind\u00fastrias do entretenimento e colocando nas m\u00e3os de usu\u00e1rios. Anos depois, quem toma de assalto essa cena \u00e9 o site sueco indexador de torrents The Pirate Bay.<\/p>\n

Na \u00e9poca em que decidi tomar o Pirate Bay por tema do meu trabalho de conclus\u00e3o do curso de Jornalismo, da PUCRS, fazia pouco tempo que um dos fundadores do site, Peter Sunde, havia passado pelo Brasil<\/a>, em especial, Porto Alegre, para participar do FISL. Os criadores tamb\u00e9m enfrentavam v\u00e1rios processos por viola\u00e7\u00e3o de copyright, a venda do tracker tamb\u00e9m estava sendo conclu\u00edda e meus interesses acad\u00eamicos por cultura livre estavam mais claros. Naquele momento, o TPB dava sequ\u00eancia ao legado que o Napster havia deixado; agora, com uma nova tecnologia, o torrent, o debate foi acentuado e trazia quest\u00f5es pol\u00edticas para o jogo.<\/p>\n

A hip\u00f3tese inicial era que as grandes ind\u00fastrias de entretenimento se comportavam da mesma forma que muitos ve\u00edculos de comunica\u00e7\u00e3o de massa reagiram frente aos novos modelos de comunica\u00e7\u00e3o mediados pelo computador.<\/strong> As redes de trocas de arquivos s\u00e3o vistas como um cataclismo econ\u00f4mico pelas corpora\u00e7\u00f5es; por seus usu\u00e1rios, s\u00e3o celebradas como a mais democr\u00e1tica das formas de apropria\u00e7\u00e3o cultural.<\/strong> E foi essa interroga\u00e7\u00e3o sobre a m\u00eddia que aproximou o Jornalismo ao estudo. Escolhi o jornal Folha de S. Paulo para representar a imprensa brasileira e iniciar um trabalho sob o t\u00edtulo: Jornalismo e Cultura Digital: um estudo de caso do The Pirate Bay na Folha de S. Paulo. O objetivo era descobrir como a imprensa, aqui representada por FSP, representava essa cultura para a sociedade.<\/p>\n<\/blockquote>\n

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A pesquisa reuniu material desde mar\u00e7o de 2006 a agosto de 2009 presentes nas editorias de tecnologia (Inform\u00e1tica) e cultura (Ilustrada) do jornal. Aqui, residia mais um desafio:\u00a0 afinal, a reconfigura\u00e7\u00e3o cultural promovida pelas redes P2P dizem respeito, para a m\u00eddia, aos assuntos tratados em qual dessas duas esferas? A metodologia escolhida foi o Estudo de Caso, que estabeleceu 4 categorias de an\u00e1lise para melhor compreender o material: fontes, contexto, editoria e controv\u00e9rsia. A partir disso, as quest\u00f5es que nortearam o estudo, tais como representa\u00e7\u00e3o social da cultura de troca de arquivos, novas formas de apropria\u00e7\u00e3o cultural e direitos autorais online, permitiram proceder a uma dial\u00e9tica da cultura livre tendo por base a cobertura jornal\u00edstica.<\/p>\n

Antes de iniciar o Estudo de Caso, foi preciso fazer uma an\u00e1lise hist\u00f3rica de como nossa vida social foi reconfigurada pela Internet, buscando o ber\u00e7o da cultura digital, encarada aqui atrav\u00e9s de um ponto de vista contracultural, e a hist\u00f3ria das redes de compartilhamento. Fundamental nessa discuss\u00e3o, um cap\u00edtulo compreende a hist\u00f3ria e o contexto atual do direito autoral, com base nas teorias de Lawrence Lessig al\u00e9m de experi\u00eancias nacionais. O estudo das leis atuais do copyright bem como suas implica\u00e7\u00f5es nas pr\u00e1ticas culturais mediadas pelo computador \u00e9 tema central nessas discuss\u00f5es.<\/p>\n<\/blockquote>\n

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A monografia foi aprovada com nota m\u00e1xima em 26 de junho de 2010 e cabe reconhecer a fundamental orienta\u00e7\u00e3o do professor Dr. Andr\u00e9 Fagundes Pase<\/a><\/strong> al\u00e9m das s\u00e1bias e imprescind\u00edveis coloca\u00e7\u00f5es dos professores presentes na banca, Me. Ana Cl\u00e1udia Chagas Nascimento<\/strong> e Me. Marcelo Ruschel Tr\u00e4sel<\/a><\/strong>. Esse trabalho tamb\u00e9m foi apresentado na categoria pesquisas acad\u00eamicas do II F\u00f3rum da Cultura Digital Brasileira [aqui o link<\/a> para os v\u00eddeos da rodada de apresenta\u00e7\u00e3o das pesquisas acad\u00eamicas<\/em>], realizado em novembro de 2010, em S\u00e3o Paulo.<\/p>\n

Para quem tiver interesse em conhecer a abordagem, os temas de apoio e os resultados obtidos, pode encontrar o estudo completo aqui abaixo.<\/p>\n<\/blockquote>\n

[As imagens usadas no post foram print screens das ir\u00f4nicas interven\u00e7\u00f5es do TPB em sua p\u00e1gina inicial, usadas tamb\u00e9m no trabalho de Eliane.]<\/em><\/p>\n

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