{"id":3987,"date":"2011-01-17T11:35:37","date_gmt":"2011-01-17T11:35:37","guid":{"rendered":"https:\/\/baixacultura.org\/?p=3987"},"modified":"2011-01-17T11:35:37","modified_gmt":"2011-01-17T11:35:37","slug":"a-flha-de-s-paulo-outros-casos-afins","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2011\/01\/17\/a-flha-de-s-paulo-outros-casos-afins\/","title":{"rendered":"A F@lha de S. Paulo & outros casos afins"},"content":{"rendered":"
Muitos blogs e sites j\u00e1 noticiaram sobre o proce$$o que o grupo da Folha da Manh\u00e3 S\/A est\u00e1 a mover contra dois irm\u00e3os desde setembro de 2010. O motivo da persegui\u00e7\u00e3o jur\u00eddica foi a produ\u00e7\u00e3o de um m\u00edsero blog, o FAlha de S. Paulo, que parodiava a linha editorial do jornal\u00e3o. Os respons\u00e1veis, Lino e Mario Bocchini<\/strong>, foram obrigados a remover todo o conte\u00fado atrav\u00e9s de uma liminar<\/a> da Justi\u00e7a do estado de S\u00e3o Paulo, e caso desrespeitassem essa decis\u00e3o, teriam que pagar R$ 10 mil (depois baixado a 1 mil pelo juiz) por dia.<\/p>\n Outra liminar tambem barrou qualquer tentativa de criarem algum dom\u00ednio .br com conte\u00fado semelhante ao j\u00e1 produzido.\u00a0 Toda a explica\u00e7\u00e3o foi compilada no site Desculpe a nossa FAlha<\/a>, que os Bocchini abriram para continuar a luta, e no tumblr falhadespaulo<\/a>, que, segundo os respons\u00e1veis,\u00a0 n\u00e3o tem nada a ver com os irm\u00e3os. Apesar do grupo Folha alegar o uso indevido da marca do intoc\u00e1vel jornal – e n\u00e3o \u00e9 a primeira vez que faz isso, como mostrou o blog da Maria Fro<\/a> – \u00e9 dif\u00edcil fazer crer que n\u00e3o h\u00e1 um vi\u00e9s de censor por tr\u00e1s disso.<\/p>\n A marca que foi copiada no antigo FAlha de S. Paulo (acima) era igual a da vers\u00e3o impressa do jornal, e n\u00e3o a da vers\u00e3o online. Al\u00e9m de outras diferen\u00e7as, como mostrada nas imagens, seria de uma inoc\u00eancia infantil grandes audi\u00eancias se confundirem com a vers\u00e3o oficial. Igualmente infantil \u00e9 a atitude da Folha, ao se ofender com cr\u00edticas ir\u00f4nicas ao seu servi\u00e7o e tentar emudecer essa forma de express\u00e3o. Chega a lembrar uma frase que o execr\u00e1vel Diogo Mainardi disse em entrevista ao velho Nova Corja<\/a>: “S\u00f3 jornalistas maricas processam outros jornalistas. Um jornalista que se preze responde a um artigo com outro artigo”.<\/p>\n .<\/p>\n O caso da F@lha alerta algumas outras produ\u00e7\u00f5es similares dispon\u00edveis na web e que (at\u00e9 agora) n\u00e3o foram processadas por suas inspira\u00e7\u00f5es. O mais conhecido \u00e9 o “The i-piau\u00ed Herald<\/a>“, que desde dezembro de 2007 avacalha com todo tipo de pol\u00edtico, esportista e\/ou celebridade. Imaginem se algu\u00e9m decidir que as pessoas podem acreditar nas piadas dali e nos privar de textos como “Ronaldinho diz que vai para o PSDB<\/a>“? \u00c9 bom nem dar ideia, mas \u00e9 melhor protestar contra o absurdo antes dele acontecer.<\/p>\n .<\/p>\n O Bairrista<\/a> \u00e9 outro que at\u00e9 poderia ser alvo de ataques. Fundado agora na virada do ano 2010\/2011, o peri\u00f3dico, que se maximizou do twitter<\/a>, claramente tira sarro da linha editorial do jornal Zero Hora – acostumado a noticiar e hipervalorizar todo fato que h\u00e1 algum ga\u00facho envolvido\u00a0–\u00a0e do subsequente egocentrismo cultural do Rio Grande. Nesse caso, como foi criado uma marca pr\u00f3pria e n\u00e3o s\u00e3o todos que identificam diretamente a s\u00e1tira do site \u00e0 Zero Hora, \u00e9 mais dif\u00edcil de acontecer alguma batalha judicial, embora haja coisas bastante expl\u00edcitas, como o blog Kutuka<\/a>, que se arria no jornal teen Kzuka<\/a>, tamb\u00e9m ligado \u00e0 RBS.<\/p>\n .<\/p>\n H\u00e1 ainda o carioca Sensacionalista<\/a>, que inclusive foi adotado\/incorporado pela globo.com – mostrando que talvez os cariocas saibam lidar melhor com o humor do que os sisudos paulistanos.\u00a0O peri\u00f3dico, ali\u00e1s, s\u00f3 se diferencia da chinelagem do Meia Hora<\/a>, Diarinho<\/a> e outros herdeiros da tradi\u00e7\u00e3o escrachada do Not\u00edcias Populares<\/a> porque \u00e9, segundo o pr\u00f3prio slogan, “um jornal isento de verdade” \u00a0– mas que j\u00e1 teve v\u00e1rios textos copiados por jornalistas como se fossem verdade.<\/p>\n O maior perigo do aparato judicial montado pela Folha contra os irm\u00e3os Bocchini \u00e9, justamente, de contagiar e amea\u00e7ar essas outras iniciativas. Buscar cerce\u00e1-las torna mais rid\u00edcula a situa\u00e7\u00e3o, pois atenta contra a liberdade da cr\u00edtica construtiva e da par\u00f3dia, que o pr\u00f3prio jornal usa diariamente em suas charges, como bem notou Lino nesse texto<\/a> publicado no Desculpe a Nossa FAlha. Fora isso, h\u00e1 de se lembrar que a justificativa de que o Falha poderia estar “confundindo” os leitores habituais da Folha, por conta do uso da mesma marca do jornal, entra nos anais das mais surreais e desproporcionais justificativas para a censura j\u00e1 proferidas em solo tupiniquim.<\/p>\n \n Outra a\u00e7\u00e3o que o caso Falha de S\u00e3o Paulo lembra \u00e9 a do Facebook, que teve a petul\u00e2ncia de abrir processo ano passado contra dois sites e um aplicativo\u00a0que utilizavam das palavras “face” e “book”. No caso do site “Teachbook<\/a>” (imagem acima), uma simp\u00e1tica rede social voltada para professores profissionais, a justificativa beira o rid\u00edculo do extremo pensamento monet\u00e1rio<\/a>:\u00a0“o sufixo ‘book’ n\u00e3o deve ser usado livremente para redes sociais, pois pode se tornar um termo gen\u00e9rico para comunidades on-line, o que diluiria a singularidade da marca Facebook<\/em>“.<\/p>\n<\/a><\/p>\n
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