{"id":3940,"date":"2011-01-28T15:00:08","date_gmt":"2011-01-28T17:00:08","guid":{"rendered":"https:\/\/baixacultura.org\/?p=3940"},"modified":"2011-01-28T15:00:08","modified_gmt":"2011-01-28T17:00:08","slug":"apontamentos-academicos-de-um-novo-jornalista","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2011\/01\/28\/apontamentos-academicos-de-um-novo-jornalista\/","title":{"rendered":"Apontamentos acad\u00eamicos de um novo jornalista"},"content":{"rendered":"

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Junto com um novo visual, o Baixacultura ganha mais um jornalista formado. Um dos nossos editores, o Marcelo, terminou seu maior post j\u00e1 feito: sua monografia. O trabalho de conclus\u00e3o de curso, de Jornalismo da UFSM, relaciona a circula\u00e7\u00e3o da informa\u00e7\u00e3o jornal\u00edstica com o Creative Commons, atrav\u00e9s de um mapeamento de dois posts do blog jornal\u00edstico Meio Desligado. Diz que foi dif\u00edcil, exigente, alienante – mas isso sempre \u00e9, para todo mundo.<\/p>\n

Para fazer o TCC, foi preciso esclarecer os conceitos de direitos autorais e retomar brevemente o surgimento destes. Assim, pode-se falar das seis licen\u00e7as Creative Commons, e sua base copyleftiana. Depois disso, foi descrita a circula\u00e7\u00e3o da informa\u00e7\u00e3o no ciberespa\u00e7o e como os blogs jornal\u00edsticos disp\u00f5em suas produ\u00e7\u00f5es para os leitores. Ent\u00e3o foi feito o mapeamento, por meio de buscas na web e an\u00e1lise de relat\u00f3rios do Google Analytics do blog.<\/p>\n

Deve-se reconhecer a compreens\u00e3o e confian\u00e7a vindas do jornalista mineiro Marcelo Santiago, respons\u00e1vel pelo Meio Desligado<\/a>. Ele liberou – sem nunca ter visto Marcelo presencialmente – o acesso livre a todos os dados de visitas do blog, respondendo \u00e0s entrevistas e divulgando a pesquisa\u00a0publicamente em seu espa\u00e7o<\/a>. Dizem que isso n\u00e3o \u00e9 l\u00e1 muito comum, mas ele foi atencioso e educado desde o primeiro contato. Esperamos que o caso de Santiago sirva de exemplo para pesquisas futuras.<\/p>\n

A defesa foi no \u00faltimo dia 13 de dezembro e a monografia foi aprovada com nota m\u00e1xima. \u00c9 de se ficar muito satisfeito, mas cabe aqui uma cr\u00edtica a forma como se d\u00e1 o sistema de avalia\u00e7\u00e3o de trabalhos acad\u00eamicos: por nota. N\u00e3o fica bem avaliar o desempenho e esfor\u00e7o intelectual humano atrav\u00e9s de uma simples estat\u00edstica.<\/p>\n

Seria interessante que a conversa que os professores componentes da banca tem com o orientador fosse transcrita e formasse um parecer a ser entregue para o aluno. As considera\u00e7\u00f5es ditas talvez n\u00e3o precisassem ser entregues, mas seria mais apropriado ter um parecer de avalia\u00e7\u00e3o do trabalho. Do jeito que est\u00e1, com notas de aprova\u00e7\u00e3o de 7 a 10, \u00e9 tudo muito obscuro – n\u00e3o se sabe exatamente o que foi levado em conta, nem se o resultado vale o quanto pesa. Dif\u00edcil mudar todo esse pomposo sistema, mas fica aqui a sugest\u00e3o.<\/p>\n

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O maior campus do mundo, como diria @O_Bairrista<\/p><\/div>\n

O segundo apontamento a ser feito, mas mais restrito ao \u00e2mbito da Universidade Federal de Santa Maria<\/a> (a foto acima cobre uma parte do campus da UFSM<\/em>)\u00a0\u00e9 sobre a disponibiliza\u00e7\u00e3o dos TCCs. Por se tratar de uma universidade federal, sustentada por impostos de todo o pa\u00eds, todo o trabalho produzido nela deveria ser p\u00fablico. Atualmente na UFSM n\u00e3o h\u00e1 algo do tipo. Caberia talvez a, quem sabe, algum professor do Curso de Arquivologia<\/a> fazer um projeto desses. Seria gratificante inclusive para os acad\u00eamicos, j\u00e1 que n\u00e3o h\u00e1 muito sentido em gastar seis meses da vida escrevendo algo que vai ser provavelmente lido por apenas tr\u00eas professores.<\/p>\n

O grupo de pesquisa no qual o TCC de Marcelo foi feito \u2013 o Jordi<\/a> \u2013 publica todas as monografias produzidas sobre jornalismo digital, mas seria interessante que todos os cursos criassem um reposit\u00f3rio digital de suas produ\u00e7\u00f5es acad\u00eamicas. Para citar um bom exemplo, a UFRGS tem o Lume<\/a>, no qual divulga artigos, monografias, disserta\u00e7\u00f5es e teses, em creative commons. Isso n\u00e3o s\u00f3 d\u00e1 visibilidade aos bons e variados trabalhos, mas tamb\u00e9m contribui para trabalhos futuros \u2013 al\u00e9m de tornar mais acess\u00edvel o pensamento da por vezes distante academia.<\/p>\n

Afinal, \u00e9 na transpar\u00eancia que o conhecimento cient\u00edfico se funda, n\u00e3o \u00e9? Quem diz que alguma coisa \u00e9 de um jeito, \u00e9 porque leu em algum lugar antes que era assim. Ninguem aqui \u00e9 ing\u00eanuo de achar que foi o primeiro a perceber que a Terra \u00e9 redonda, certo? Esse pensamento pode ser potencializado no meio digital, em que \u00e9 poss\u00edvel mostrar diretamente onde est\u00e3o as obras, usando-se os links nas refer\u00eancias bibliogr\u00e1ficas. O que vai acontecer no dia em que todos os trabalhos acad\u00eamicos puderem ser baixados? Haver\u00e1 mais cita\u00e7\u00f5es? A qualidade vai melhorar? O n\u00famero de “pl\u00e1gios pregui\u00e7osos” vai diminuir? A\u00ed que t\u00e1.<\/p>\n

Marcelo tentou fazer isso deixando link para boa parte das cita\u00e7\u00f5es de livros, que podem ser baixados e depois lidos\/conferidos na rede. E o que seria um trabalho acad\u00eamico sen\u00e3o uma cole\u00e7\u00e3o de trechos de outras obras remixadas com reinterpreta\u00e7\u00f5es em que s\u00e3o agregados novos trechos. D\u00e1 pra dizer que se as obras n\u00e3o estivessem na internet, a monografia n\u00e3o ia sair. Mas saiu e ta a\u00ed embaixo.<\/p>\n

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[Marcelo De Franceschi]<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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