{"id":3147,"date":"2010-06-09T18:00:13","date_gmt":"2010-06-09T18:00:13","guid":{"rendered":"https:\/\/baixacultura.org\/?p=3147"},"modified":"2010-06-09T18:00:13","modified_gmt":"2010-06-09T18:00:13","slug":"o-encontro-de-byrne-com-yorke-e-as-estrategias-para-um-mundo-novo","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2010\/06\/09\/o-encontro-de-byrne-com-yorke-e-as-estrategias-para-um-mundo-novo\/","title":{"rendered":"Notas sobre o futuro da m\u00fasica (2): David Byrne encontra Thom Yorke"},"content":{"rendered":"

\"\"<\/a><\/p>\n

A revista Wired de dezembro de 2007 publicou uma conversa<\/a> entre Byrne e Thom Yorke, do Radiohead, que na \u00e9poca, estava rec\u00e9m lan\u00e7ando o emblem\u00e1tico “In Rainbows”. Traduziremos aqui a introdu\u00e7\u00e3o e o papo inteiro, cheios de g\u00edrias e correndo o s\u00e9rio risco de cometer aberra\u00e7\u00f5es tradut\u00f3rias. Mas qualquer coisa comentem e sugiram melhorias.<\/p>\n

\n

David Byrne e Thom Yorke sobre o Valor Real da M\u00fasica<\/strong><\/p>\n

Parecia uma ideia louca. Quando o Radiohead disse que iria lan\u00e7ar seu novo \u00e1lbum, In Rainbows, por download no esquema pague-o-quanto-quiser, voc\u00ea pensaria que o grupo tinha virado comunista. Afinal, Thom Yorke e companhia s\u00e3o um dos grupos mais bem sucedidos do mundo – um querido da cr\u00edtica e favorito dos f\u00e3s por quase 15 anos. Eles n\u00e3o tinham lan\u00e7ado um novo \u00e1lbum em mais de quatro anos, o mercado estava ansioso para o pr\u00f3ximo disco. Ent\u00e3o, por que o Radiohead faria uma experi\u00eancia t\u00e3o radical?<\/p>\n

Acontece que a jogada foi um astuto movimento de neg\u00f3cios<\/strong>. No primeiro m\u00eas, cerca de um milh\u00e3o de f\u00e3s baixaram In Rainbows. Cerca de 40 % deles pagaram por ele, de acordo com a comScore, a uma m\u00e9dia de seis d\u00f3lares cada, compensando a banda com aproximadamente US$ 3 milh\u00f5es<\/strong>. Al\u00e9m disso, uma vez que possui a grava\u00e7\u00e3o original (o primeiro da banda), o Radiohead tamb\u00e9m pode licenciar o \u00e1lbum para uma gravadora e distribuir a maneira antiga – em CD. Nos Estados Unidos, o disco vai \u00e0 venda dia 01 de janeiro pela TBD Records\/ATO Records Group.<\/p>\n

Mesmo que o pague-o-quanto-quiser tenha funcionado para o Radiohead, no entanto, \u00e9 dif\u00edcil imaginar o modelo rendendo para Miley Cyrus – tamb\u00e9m conhecida como a patricinha hippie top das paradas Hannah Montana. A gravadora de Cyrus, Walt Disney Records, vai manter a venda de CDs no Wal-Mart, muito obrigado. Mas a verdade \u00e9 que o Radiohead n\u00e3o pretendia iniciar uma revolu\u00e7\u00e3o com In Rainbows. O experimento prova simplesmente que h\u00e1 uma profus\u00e3o de oportunidades para a inova\u00e7\u00e3o nos neg\u00f3cios da m\u00fasica – este \u00e9 apenas um dos muitos novos caminhos. Wired convidou David Byrne – um inovador lend\u00e1rio de si mesmo e o homem que escreveu a can\u00e7\u00e3o “Radio Head” dos Talking Heads – para conversar com Yorke sobre a estrat\u00e9gia de distribui\u00e7\u00e3o do In Rainbows e o que os outros podem aprender da experi\u00eancia.<\/p>\n<\/blockquote>\n

\n

B<\/strong>yrne<\/strong>: OK.<\/span><\/p>\n

Yorke<\/strong>: [Para o assistente.] Feche a maldita porta.<\/span><\/p>\n

Byrne<\/strong>: Bem, bom disco, muito bom disco.<\/span><\/p>\n

Yorke<\/strong>: Obrigado. <\/span>Excelente.<\/p>\n

Byrne<\/strong>: [Risos].<\/p>\n

Yorke<\/strong>: \u00c9 isso, n\u00e3o \u00e9?<\/span><\/p>\n

Byrne<\/strong>: \u00c9 isso a\u00ed, estamos feitos. <\/span>[Risos.] OK. Vou come\u00e7ar perguntando algumas coisas do neg\u00f3cio. <\/span>O que voc\u00ea fez com esse disco n\u00e3o era tradicional, nem mesmo no sentido de envio de c\u00f3pias para a imprensa e tal.<\/span><\/p>\n

Yorke<\/strong>: A maneira que n\u00f3s denominamos isso foi “nossa data de vazamento.” <\/span>Cada grava\u00e7\u00e3o das \u00faltimas quatro – incluindo minha grava\u00e7\u00e3o solo – tinha sido vazada. <\/span>Ent\u00e3o, a id\u00e9ia era, vamos vazar isso, ent\u00e3o.<\/p>\n

Byrne<\/strong>: Primeiramente haveria uma data de lan\u00e7amento, e c\u00f3pias adiantadas seriam enviadas aos colunistas meses antes disso.<\/span><\/p>\n

Yorke<\/strong>: Sim, e ent\u00e3o voc\u00ea telefonaria e diria: “Voc\u00ea gostou? O que voc\u00ea acha?” <\/span>E \u00e9 de tr\u00eas meses de anteced\u00eancia. <\/span>E, ent\u00e3o, seria: “Voc\u00ea faria isso para a revista”, e talvez este jornalista tenha escutado. <\/span>Todos esses jogos bobos.<\/p>\n

Byrne<\/strong>: Isso \u00e9 principalmente sobre as paradas, certo? Sobre o funcionamento da comercializa\u00e7\u00e3o e do pr\u00e9-lan\u00e7amento at\u00e9 o momento que um disco sai de modo que – bum! <\/span>– ele vai para as paradas.<\/span><\/p>\n

Yorke<\/strong>: Isso \u00e9 o que as grandes gravadoras fazem, sim. <\/span>Mas isso n\u00e3o nos faz bem, porque n\u00f3s n\u00e3o avan\u00e7amos [para as outras camadas de f\u00e3s]. A principal coisa foi, havia todo esse exagero [com a m\u00eddia]. N\u00f3s est\u00e1vamos tentando evitar todo o jogo de quem fica primeiro com as resenhas. Naqueles dias havia tanto papel para preencher, ou papel digital para preencher, que qualquer um que escreva as primeiras coisas \u00e9 copiado e colado. Qualquer um que<\/span> tenha a sua opini\u00e3o primeiro tem todo esse poder. Especialmente para uma banda como a nossa, \u00e9 totalmente uma sorte se essa pessoa est\u00e1 conosco ou n\u00e3o. Isso s\u00f3 parece <\/span>selvagemente injusto, eu acho.<\/span><\/p>\n

Byrne<\/strong>: Portanto, esse [Tal<\/em>] se desvia de todos esses colunistas <\/span>e vai direto para os f\u00e3s.<\/span><\/p>\n

Yorke<\/strong>: De certa forma, sim. E foi uma emo\u00e7\u00e3o. N\u00f3s masterizarmos, e dois dias depois ele estava no site sendo, voc\u00ea sabe, pr\u00e9-lan\u00e7ado. Isso foi s\u00f3 umas poucas semanas realmente emocionantes <\/span>para ter aquela conex\u00e3o direta.<\/span><\/span><\/p>\n

Byrne<\/strong>: E deixar as pessoas escolherem os seus pr\u00f3prios pre\u00e7os?<\/span><\/p>\n

Yorke<\/strong>: Isso foi uma id\u00e9ia [do empres\u00e1rio Chris Hufford<\/em>]. N\u00f3s todos pens\u00e1vamos que ele estava maluco. Enquanto est\u00e1vamos colocando o site, ainda est\u00e1vamos dizendo: “Voc\u00ea tem certeza disso?” <\/span>Mas foi muito bom. Nos liberou de alguma coisa. N\u00e3o era niilista, implicando que m\u00fasica n\u00e3o valia nada. Era o total oposto. E as pessoas entenderam isso tal como foi concebido. Talvez seja apenas pessoas tendo um pouco de f\u00e9 no que estamos fazendo.<\/p>\n

Byrne<\/strong>: E isso funciona para voc\u00eas. Voc\u00eas t\u00eam um p\u00fablico formado. Como eu – se eu ou\u00e7o que h\u00e1 algo de novo de voc\u00eas l\u00e1 fora, eu vou sair e comprar sem confiar no que os colunistas dizem.<\/p>\n

Yorke<\/strong>: Bem, sim. A \u00fanica raz\u00e3o que n\u00f3s poder\u00edamos nem ter sa\u00eddo com essa, a \u00fanica raz\u00e3o que ningu\u00e9m nem d\u00e1 a m\u00ednima, \u00e9 o fato de que n\u00f3s passamos por toda a linha dos neg\u00f3cios em primeiro lugar. N\u00e3o \u00e9 suposto ser um modelo para qualquer outra coisa. Era simplesmente uma resposta a uma situa\u00e7\u00e3o. Estamos fora do contrato. Temos o nosso pr\u00f3prio est\u00fadio. Temos este novo servidor. Que diabos far\u00edamos ent\u00e3o? Esta foi a coisa \u00f3bvia. Mas s\u00f3 funcionou para n\u00f3s por causa de onde estamos.<\/p>\n

Byrne<\/strong>: E quanto \u00e0s bandas que est\u00e3o come\u00e7ando?<\/span><\/p>\n

Yorke<\/strong>: Bem, primeiro e <\/span>antes de tudo<\/span>, voc\u00ea n\u00e3o assina um imenso contrato de grava\u00e7\u00e3o que tira de voc\u00ea todos os seus direitos digitais, ent\u00e3o quando voc\u00ea vender algo no iTunes, voc\u00ea consegue absolutamente nada. <\/span>Essa seria a primeira prioridade. <\/span>Se voc\u00ea \u00e9 um artista emergente, deve ser assustador no momento. <\/span>Ent\u00e3o de novo n\u00e3o vejo uma desvantagem em todas as grandes gravadoras n\u00e3o terem acesso a novos artistas, porque elas n\u00e3o t\u00eam id\u00e9ia do que fazer com eles agora de qualquer forma.<\/span><\/p>\n

Byrne<\/strong>: Deve ser uma coisa fora de suas cabe\u00e7as.<\/span><\/p>\n

Yorke<\/strong>: Exatamente.<\/span><\/p>\n

Byrne<\/strong>: Eu estive me perguntando: Por que lan\u00e7ar essas coisas – CDs, \u00e1lbuns? <\/span>A resposta que eu tiro disso \u00e9, bem, \u00e0s vezes \u00e9 artisticamente vi\u00e1vel. <\/span>N\u00e3o \u00e9 apenas uma cole\u00e7\u00e3o aleat\u00f3ria de m\u00fasicas. <\/span>\u00c0s vezes, as can\u00e7\u00f5es t\u00eam uma linha comum, mesmo que n\u00e3o seja \u00f3bvio ou at\u00e9 consciente por parte dos artistas. <\/span>Talvez seja apenas porque todo mundo est\u00e1 pensando musicalmente da mesma maneira por dois meses.<\/span><\/span><\/p>\n

Yorke<\/strong>: Ou anos.<\/span><\/p>\n

Byrne<\/strong>: No entanto isso leva tempo. E outras vezes, existe um \u00f3bvio …<\/p>\n

Yorke<\/strong>: … Prop\u00f3sito.<\/p>\n

Byrne<\/strong>: Certo. Provavelmente, o motivo pelo qual \u00e9 um pouco dif\u00edcil de romper <\/span>completamente<\/span> com o formato de \u00e1lbum \u00e9, se voc\u00ea est\u00e1 come\u00e7ando uma banda no est\u00fadio, faz sentido do ponto de vista financeiro fazer mais do que uma m\u00fasica de uma vez. <\/span>E faz mais sentido, se voc\u00ea est\u00e1 pondo todo o esfor\u00e7o em executar e fazer qualquer outra coisa a mais, se h\u00e1 um tipo de pacote.<\/span><\/p>\n

Yorke<\/strong>: Sim, mas outra coisa \u00e9 o que esse pacote pode fazer. As can\u00e7\u00f5es podem se amplificar cada uma se voc\u00ea coloc\u00e1-los na ordem correta.<\/span><\/span><\/p>\n

Byrne<\/strong>: Voc\u00ea sabe, mais ou menos, de onde o seu rendimento vem? Para mim, \u00e9 provavelmente muito pouco da m\u00fasica atual ou vendas de discos. Eu fa\u00e7o um pouco em turn\u00ea e, provavelmente, a maioria vem de material de licen\u00e7as. N\u00e3o para comerciais – eu licencio para filmes e s\u00e9ries de televis\u00e3o e esse tipo de coisa.<\/p>\n

Yorke<\/strong>: Certo. A gente faz algo disso. <\/strong><\/p>\n

Byrne<\/strong>: <\/strong>E para algumas pessoas, os custos para sair em turn\u00ea s\u00e3o realmente baixos, ent\u00e3o eles fazem muito em cima isso e n\u00e3o se preocupam com nada al\u00e9m.<\/p>\n

Yorke<\/strong>: N\u00f3s sempre entramos em turn\u00ea dizendo: “Desta vez, n\u00e3o vamos gastar o dinheiro. Desta vez, vamos fazer o b\u00e1sico.” E ent\u00e3o \u00e9: “Ah, mas n\u00f3s precisamos deste teclado. E destas luzes.” Mas, no momento, ganhamos dinheiro principalmente de turn\u00eas. As quais s\u00e3o dif\u00edceis para mim conciliar, porque eu n\u00e3o gosto de todo o consumo de energia, a viagem. \u00c9 um desastre ecol\u00f3gico, viajar, fazer turn\u00eas.<\/p>\n

Byrne<\/strong>: <\/strong>Bem, existem os \u00f4nibus biodiesel e tudo isso.<\/p>\n

Yorke<\/strong>: <\/strong>Sim, depende de onde voc\u00ea consegue o seu biodiesel. H\u00e1 maneiras de minimizar isso. Fizemos uma dessas medi\u00e7\u00f5es de carbono recentemente em que eles avaliaram o \u00faltimo per\u00edodo da turn\u00ea que fizemos, e tentaram descobrir onde estavam os maiores problemas. E foi obviamente todos viajando para o show.<\/p>\n

Byrne<\/strong>: Ah, voc\u00ea quer dizer o p\u00fablico.<\/p>\n

Yorke<\/strong>: Yeah. Especialmente nos Estados Unidos. Todo mundo dirige. Ent\u00e3o, como vamos abordar isso? A ideia \u00e9 que toquemos em locais urbanos, com alguns sistemas de transporte alternativos a carros. E minimizar o v\u00f4o do equipamento, o envio por navio tudo. N\u00f3s<\/em> n\u00e3o podemos ser enviados no navio, no entanto.<\/p>\n

Byrne<\/strong>: [Risos].<\/p>\n

Yorke<\/strong>: Se voc\u00ea for no Queen Mary<\/a> ou algo assim, na verdade \u00e9 pior do que voar. Ent\u00e3o voar \u00e9 sua \u00fanica op\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Byrne<\/strong>: Voc\u00ea est\u00e1 fazendo dinheiro com o download de In Rainbows?<\/p>\n

Yorke: Em termos de receita digital, fizemos mais dinheiro com este disco do que com todos os outros \u00e1lbuns do Radiohead juntos, para sempre – em termos de qualquer coisa na rede<\/strong>. E isso \u00e9 loucura. \u00c9 em parte devido ao fato de que a EMI n\u00e3o estava nos dando todo o dinheiro das vendas digitais. Todos os contratos assinados em uma determinada \u00e9poca n\u00e3o t\u00eam nenhuma dessas coisas.<\/p>\n

Byrne<\/strong>: Ent\u00e3o, quando o \u00e1lbum sair como um CD f\u00edsico, em Janeiro, vai contratar sua pr\u00f3pria empresa de marketing?<\/p>\n

Yorke<\/strong>: N\u00e3o. Isso come\u00e7a a ficar um pouco mais tradicional. Quando n\u00f3s come\u00e7amos primeiro com a id\u00e9ia, n\u00e3o \u00edamos fazer um CD normal f\u00edsico. Mas depois de um tempo que era como, bem, isso \u00e9 s\u00f3 esnobismo. [Gargalhada.] A, que est\u00e1 pedindo por problemas, e B, que \u00e9 esnobe. Ent\u00e3o, agora est\u00e3o falando em colocar no r\u00e1dio e esse tipo de coisas. Eu acho que \u00e9 normal.<\/p>\n

Byrne<\/strong>: Eu estive pensando sobre como a distribui\u00e7\u00e3o e lojas de discos e CDs e todas essas coisas que est\u00e3o mudando. Mas estamos falando de m\u00fasica. O que \u00e9 m\u00fasica, o que a m\u00fasica faz para as pessoas? O que as pessoas pegam disso? Para que \u00e9 isso? Essa \u00e9 a coisa que est\u00e1 sendo mudada. Nem todas as outras coisas. As outras coisas \u00e9 o carrinho de compras que segura um pouco disso.<\/p>\n

Yorke<\/strong>: \u00c9 um servi\u00e7o de entrega.<\/p>\n

Byrne<\/strong>: Mas as pessoas continuar\u00e3o a pagar para ter essa experi\u00eancia. Voc\u00ea cria uma comunidade com a m\u00fasica, n\u00e3o s\u00f3 nos shows mas falando sobre isso com seus amigos. Ao fazer uma c\u00f3pia e entreg\u00e1-la aos seus amigos, voc\u00ea estabeleceu um relacionamento. A implica\u00e7\u00e3o \u00e9 que eles agora s\u00e3o obrigados a lhe dar algo de volta.<\/p>\n

Yorke<\/strong>: Yeah, yeah, yeah. Eu s\u00f3 estava pensando enquanto voc\u00ea dizia que: Como \u00e9 que uma gravadora p\u00f5e suas m\u00e3os naquilo? Isso me faz pensar no livro Sem Logo<\/em> em que Naomi Klein descreve como as pessoas da Nike pagariam caras para imitar os jovens e agrad\u00e1-los. Eu sei por fato que as grandes gravadoras fazem a mesma coisa. Mas ningu\u00e9m nunca me explicou exatamente como. Quero dizer, eles se escondem em torno de f\u00f3runs de discuss\u00e3o e postam “Voc\u00ea j\u00e1 ouviu falar do …”? Talvez eles fa\u00e7am isso. E ent\u00e3o eu estava pensando no filme do Johnny Cash, quando Cash entra e diz: “Eu quero fazer um disco ao vivo em uma pris\u00e3o”, e sua gravadora acha que ele \u00e9 maluco. Ainda naquela \u00e9poca, a gravadora foi capaz de alguma forma compreender o que os jovens queriam e de dar para ele [a oportunidade]. Considerando agora, eu penso que h\u00e1 uma falta de compreens\u00e3o. N\u00e3o \u00e9 sobre quem est\u00e1 roubando quem, e n\u00e3o se trata de ordens judiciais, e n\u00e3o \u00e9 sobre DRM e todo esse tipo de coisa. \u00c9 sobre se a m\u00fasica afeta voc\u00ea ou n\u00e3o. E por que voc\u00ea iria se preocupar com um artista ou com uma empresa depois que as pessoas copiam a sua m\u00fasica se a m\u00fasica em si n\u00e3o \u00e9 valorizada?<\/strong><\/p>\n

Byrne: <\/strong>Voc\u00ea est\u00e1 valorizando o sistema de entrega como oposto da rela\u00e7\u00e3o e da coisa emocional…<\/strong><\/p>\n

Yorke: <\/strong>Voc\u00ea est\u00e1 avaliando a companhia ou o interesse dos artistas em vez da m\u00fasica em si. Eu n\u00e3o sei. N\u00f3s sempre fomos muito ing\u00eanuos. N\u00f3s n\u00e3o temos outra alternativa para fazer isso. \u00c9 a \u00fanica coisa \u00f3bvia a se fazer.<\/p>\n<\/blockquote>\n

[Marcelo De Franceschi]<\/em><\/div>\n
<\/div>\n
Cr\u00e9ditos: Imagem de abertura do ensaio daqui<\/a>.<\/address>\n
\n
<\/div>\n<\/blockquote>\n
<\/div>\n

\n<\/em><\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

A revista Wired de dezembro de 2007 publicou uma conversa entre Byrne e Thom Yorke, do Radiohead, que na \u00e9poca, estava rec\u00e9m lan\u00e7ando o emblem\u00e1tico “In Rainbows”. Traduziremos aqui a introdu\u00e7\u00e3o e o papo inteiro, cheios de g\u00edrias e correndo o s\u00e9rio risco de cometer aberra\u00e7\u00f5es tradut\u00f3rias. Mas qualquer coisa comentem e sugiram melhorias. David […]<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":8170,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":[],"categories":[359,212,113,126,203],"tags":[147,392,393,137,138,376,394,395,396,397],"post_folder":[],"jetpack_featured_media_url":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-content\/uploads\/2012\/07\/ff_yorke2_f1-1.jpg","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/3147"}],"collection":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=3147"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/3147\/revisions"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/media\/8170"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=3147"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=3147"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=3147"},{"taxonomy":"post_folder","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/post_folder?post=3147"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}