{"id":290,"date":"2008-10-24T18:02:29","date_gmt":"2008-10-24T18:02:29","guid":{"rendered":"https:\/\/baixacultura.org\/?p=290"},"modified":"2008-10-24T18:02:29","modified_gmt":"2008-10-24T18:02:29","slug":"como-rende-um-parabens","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2008\/10\/24\/como-rende-um-parabens\/","title":{"rendered":"O quanto rende um parab\u00e9ns"},"content":{"rendered":"
Ia fazer um post sobre a quest\u00e3o do Copyright e a m\u00fasica “Parab\u00e9ns a voc\u00ea<\/em>“, mas achei aqui<\/a> um texto bastante interessante e completo, de modo que irei reproduzir abaixo alguns trechos dele, acrescentando alguns coment\u00e1rios e detalhes.<\/p>\n **<\/p>\n M\u00fasica “Parab\u00e9ns a voc\u00ea” rende 2 milh\u00f5es de d\u00f3lares ao ano<\/strong><\/p>\n Um dos exemplos mais frequentemente citados para demonstrar o que est\u00e1 errado nos direitos de autor \u00e9 a m\u00fasica \u201cParab\u00e9ns a Voc\u00ea<\/em>\u201d (\u201dHappy Birthday to You<\/em>\u201c), talvez a can\u00e7\u00e3o mais popular em todo o mundo.<\/p>\n [Nota do Editor:<\/strong> De acordo com o Guiness Book de 1998, ela \u00e9 a melodia mais conhecida em l\u00edngua inglesa, e n\u00e3o se duvide se for tamb\u00e9m aqui no Brasil.]<\/em><\/p>\n A can\u00e7\u00e3o surgiu a partir da melodia da m\u00fasica \u201cGood Morning to All<\/em>\u201d escrita pelas irm\u00e3s e professoras norte-americanas Patty e Mildred J. Hill em 1893<\/strong>.<\/p>\n [<\/em>Nota do Editor: <\/strong><\/em>As irm\u00e3s eram professoras prim\u00e1rias em Louisville, no Estado sulista de Kentucky, e criaram a m\u00fasica com a inten\u00e7\u00e3o de que ela fosse uma melodia f\u00e1cil de ser cantada por seus pequenos alunos. No mesmo ano de 1893, no anivers\u00e1rio de outra das irm\u00e3s Hill, Lysette, Patty Hill sugeriu que, ao inv\u00e9s de “Good Morning to All”, elas poderiam cantar “Happy Birthday to You”, e assim se fez. O local onde a m\u00fasica foi cantada pela primeira vez – uma casa da \u00e9poca vitoriana bem ao gosto dos filmes de terror norte-americanos – hoje \u00e9 um local preservado e aberto a visita\u00e7\u00e3o: littleloomhouse.org<\/a>. Neste site h\u00e1 um texto explicativo sobre o surgimento da m\u00fasica, e foi de l\u00e1 que tirei as informa\u00e7\u00f5es deste par\u00e1grafo]<\/em><\/p>\n Acontece que a m\u00fasica s\u00f3 foi oficialmente registada j\u00e1 com a letra e o t\u00edtulo actual em 1935<\/strong> pela Summy-Birchard Company, actualmente uma subsidi\u00e1ria da Warner\/Chappell Music, por sua vez pertencente \u00e0 Warner Music Group, a segunda maior editora discogr\u00e1fica do mundo. O que talvez muitos n\u00e3o saibam \u00e9 que devido aos sucessivos alargamentos do termo dos direitos de autor, a m\u00fasica continua a ser propriedade exclusiva da Summy-Birchard Company.<\/p>\n [<\/em>Nota do Editor: <\/strong><\/em>O registro da Summy-Birchard Company deu os cr\u00e9ditos da m\u00fasica para Preston Ware Orem<\/a> e Ms. R.R. Forman. Preston foi um importante compositor ligado aos \u00edndios americanos, e o “Happy Birthday to You” foi registrada tr\u00eas anos antes de sua morte<\/em>]<\/p>\n Assim, para todos os efeitos legais, cada vez que n\u00f3s cantamos \u201cParab\u00e9ns a Voc\u00ea<\/em>\u201d aos nossos entes queridos n\u00f3s estamos a cometer uma ilegalidade<\/strong> se n\u00e3o tivermos pago de antem\u00e3o uma licen\u00e7a \u00e0 Warner<\/strong>.<\/p>\n [Nota do Editor: <\/strong><\/em>Uma ressalva: toda vez que a m\u00fasica for usada COMERCIALMENTE, e n\u00e3o em situa\u00e7\u00f5es como reuni\u00e3o de fam\u00edlias. Na lei americana, consta que a cada vez que ela for usada desta forma, seja em telegramas, comerciais de TV, filmes, s\u00e9ries, etc, deve-se pagar $25<\/em>]<\/p>\n Num artigo intitulado \u201cCopyright and the World\u2019s Most Popular Song\u201d<\/a> (via William Patry<\/a>) o professor Robert Brauneis<\/strong> da Escola de Direito George Washington faz uma an\u00e1lise minuciosa das origens de \u201cParab\u00e9ns a Voc\u00ea<\/em>\u201d e contesta a validade do argumento de que a m\u00fasica ainda se encontra protegida por direitos de autor. Para al\u00e9m de n\u00e3o existirem provas cred\u00edveis que demonstrem quem foram os autores originais da letra, a notifica\u00e7\u00e3o do registo de direito de autor datada de 1935 cont\u00e9m informa\u00e7\u00e3o incorrecta. Al\u00e9m disso, os detentores de direitos n\u00e3o se deram sequer ao trabalho de requerer a necess\u00e1ria renova\u00e7\u00e3o do copyright<\/em> ap\u00f3s a cessa\u00e7\u00e3o da obra original em 1963.<\/p>\n O que \u00e9 impressionante \u00e9 como \u00e9 que uma m\u00fasica composta h\u00e1 mais de um s\u00e9culo continua a ser uma m\u00e1quina de fazer dinheiro<\/strong> passado todo este tempo:<\/p>\n No final dos anos 40 e in\u00edcio da d\u00e9cada de 50, a m\u00fasica gerava receitas entre os 15 e os 20 mil d\u00f3lares ao ano<\/strong>. Em 1960, o montante situava-se perto dos 50 mil d\u00f3lares e em 1970 esse valor j\u00e1 era de 75 mil d\u00f3lares. Mas o aumento das receitas realmente dram\u00e1tico ocorreu por volta da d\u00e9cada de 80. No in\u00edcio dos anos 90, a m\u00fasica representava cerca de um milh\u00e3o de d\u00f3lares<\/strong> ao ano e em 1996 a revista Forbes divulgou que essa quantia tinha subido para perto de dois milh\u00f5es de d\u00f3lares<\/strong> ao ano.<\/p>\n [Nota do Editor: <\/strong><\/em>Estima-se que a can\u00e7\u00e3o hoje tenha valor de U$$ 5 milh\u00f5es de d\u00f3lares<\/em>]<\/p>\n O professor Brauneis criou um site<\/a><\/em> que cont\u00e9m cerca de duas centenas de documentos in\u00e9ditos exclusivamente relacionados com a hist\u00f3ria de \u201cParab\u00e9ns a Voc\u00ea<\/em>\u201d.<\/p>\n [Nota do Editor: <\/strong><\/em>O site \u00e9 realmente impressionante; tem MUITA coisa sobre o caso, desde diversos registros de copyright das vers\u00f5es da m\u00fasica, fotos e genealogias da fam\u00edlia HIll, at\u00e9 MP3 de “Good Morning to All”<\/a>, das irm\u00e3s Hill, e outras vers\u00f5es que se seguiram \u00e0 esta, com diferentes letras e at\u00e9 com varia\u00e7\u00f5es de melodia que nem mais fica parecendo a mesma m\u00fasica]<\/em><\/p>\n ***<\/p>\n Uma curiosidade: sabe como a m\u00fasica foi chegar ao Brasil?<\/p>\n Consta-se que a r\u00e1dio Tupi do Rio de Janeiro organizou em 1942 um concurso para escolher uma letra que casasse com a melodia de “Happy Birthday To You<\/em>“. A vencedora foi a paulista Bertha Celeste Homem de Mello<\/strong>, filha de fazendeiros, ent\u00e3o farmac\u00eautica, (depois virou Doutora em letras e poeta), casada e m\u00e3e de duas filhas. Reza a lenda que Bertha escreveu em cinco minutos a letra: “Parab\u00e9ns a voc\u00ea \/ Nesta data querida \/ Muita felicidade \/ Muitos anos de vida<\/em>.” – assim mesmo, sem o “pr\u00e1” nem “Felicidades” como a gente costuma cantar.<\/p>\n Outra curiosidade: ainda se questiona se foram as irm\u00e3s Hill que realmente compuseram a melodia, ou se elas apenas “reproduziram” uma melodia popularmente conhecida na \u00e9poca.\u00a0 Questiona-se mais ainda se foram elas mesmas que modificaram o “Good Morning to All<\/em>” por “Happy Birthday to You<\/em>” no anivers\u00e1rio de sua irm\u00e3 Lysette em 1893, como escrevi neste post. Outras vers\u00f5es, como a publicada em mat\u00e9ria da revista Superinteressante<\/a>,\u00a0 consideram que essa sens\u00edvel modifica\u00e7\u00e3o da letra foi feita em 1924, quando uma editora americana publicou o livro chamado “Celebration Songs<\/em>” – como na \u00e9poca n\u00e3o havia uma m\u00fasica pr\u00f3pria para ser tocada em anivers\u00e1rios, a editora pegou a melodia das irm\u00e3s Smith Hill e acrescentou o “Happy Birthday to You<\/em>“.<\/p>\n Fica dif\u00edcil de saber qual vers\u00e3o \u00e9 a mais pr\u00f3xima da verdade; ent\u00e3o, que cada um fique com a sua.<\/p>\n [Leonardo Foletto<\/strong>.]<\/p>\n [Atualiza\u00e7\u00e3o: Por quest\u00f5es est\u00e9ticas e pessoais, o t\u00edtulo foi modificado: Sai o “Como rende um Parab\u00e9ns” para entrar “O quanto rende um parab\u00e9ns”.]<\/p>\n .<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Ia fazer um post sobre a quest\u00e3o do Copyright e a m\u00fasica “Parab\u00e9ns a voc\u00ea“, mas achei aqui um texto bastante interessante e completo, de modo que irei reproduzir abaixo alguns trechos dele, acrescentando alguns coment\u00e1rios e detalhes. ** M\u00fasica “Parab\u00e9ns a voc\u00ea” rende 2 milh\u00f5es de d\u00f3lares ao ano Um dos exemplos mais frequentemente […]<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":8326,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":[],"categories":[122,91],"tags":[146,137,138],"post_folder":[],"jetpack_featured_media_url":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-content\/uploads\/2012\/07\/parabens51-1.jpg","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/290"}],"collection":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=290"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/290\/revisions"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/media\/8326"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=290"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=290"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=290"},{"taxonomy":"post_folder","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/post_folder?post=290"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}
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