{"id":2713,"date":"2010-03-02T09:38:21","date_gmt":"2010-03-02T09:38:21","guid":{"rendered":"https:\/\/baixacultura.org\/?p=2713"},"modified":"2010-03-02T09:38:21","modified_gmt":"2010-03-02T09:38:21","slug":"uma-amostra-do-trabalho-dos-uploaders","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2010\/03\/02\/uma-amostra-do-trabalho-dos-uploaders\/","title":{"rendered":"Uma amostra do trabalho dos Uploaders"},"content":{"rendered":"

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Mui provavelmente, depois de ter baixado gigabytes de discos e filmes, j\u00e1 deve ter lhe ocorrido a seguinte pergunta: “mas quem ser\u00e1 que colocou esse monte de arquivo pra mim?” Afinal, algu\u00e9m comprou (ou copiou de algu\u00e9m) o produto e botou l\u00e1, depois de um bom trabalho, pra gente consumir de gra\u00e7a. E \u00e9 sobre eles, e um pouco sobre como eles p\u00f5em os arquivos pra todo mundo baixar, que vamos falar um pouco aqui. Uma singela homenagem a esses nobres compartilhadores.<\/p>\n

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H\u00e1 quase um ano, a revista Trip publicou uma mat\u00e9ria<\/a> buscando conhecer o perfil e entender o porqu\u00ea dessas pessoas comuns se prestarem a fazer todo o trabalho de gra\u00e7a. Para apurar as informa\u00e7\u00f5es, a rep\u00f3rter precisou ser sabatinada pelos desconfiados “criminosos” frequentadores do f\u00f3rum do The Pirate Bay, at\u00e9 que conseguiu conversar com eles. Alguns inclusive aceitaram fazer umas esp\u00e9cies de retratos falados, no site FlashFace<\/a>, que ilustram a mat\u00e9ria [e que tamb\u00e9m utilizamos para abri este post]. Ent\u00e3o deu pra descobrir  quais os motivos que os movem e quais os custos da filantropia digital. Os esfor\u00e7os para fazer isso s\u00e3o claros. Tempo, dedica\u00e7\u00e3o e organiza\u00e7\u00e3o s\u00e3o imprescind\u00edveis pra criar algo de qualidade, tudo na faixa.  E as raz\u00f5es tamb\u00e9m n\u00e3o poderiam ser mais simples. Eles ganham um pouco de conhecimento e de divers\u00e3o, e em troca querem reconhecimento e agradecimento, na forma de um coment\u00e1rio ou at\u00e9 amizade, vinda de quem s\u00f3 baixa. Uma situa\u00e7\u00e3o bem semelhante quando n\u00f3s do Baixacultura escrevemos ou traduzimos algo, vide principalmente aqui<\/a> e aqui<\/a>. Dentre seis depoimentos que aparecem na reportagem de Ana Magalh\u00e3es Silva, um \u00e9 bem emblem\u00e1tico sobre alguns dos motivos dos uploaders:<\/p>\n

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“Acho absurdo voc\u00ea ter que pagar R$ 100 num DVD de um filme… se os valores fossem mais acess\u00edveis talvez n\u00e3o houvesse pirataria. Sempre que eles fecham um site de download, aparecem outros dez. Fa\u00e7o upload h\u00e1 dois anos e o que me motiva a lan\u00e7ar mais \u00e9 o agradecimento dos usu\u00e1rios.”<\/p>\n<\/blockquote>\n

O trecho \u00e9 do jovem usu\u00e1rio chamado J\u00fanior, autor de um video que reproduzimos abaixo. Nele, \u00e9 mostrado como subir um cd de m\u00fasicas e como \u00e9 criado o respectivo arquivo .torrent.  Criar uma conta em um servidor de hospedagem de arquivos \u00e9 f\u00e1cil, mas criar um torrent n\u00e3o \u00e9 muito popular. Torrents podem ser mais r\u00e1pidos de baixar e os arquivos baixados podem  ser muito mais pesados que aqueles comportados por sites.  Entretanto,  o processo \u00e9 um pouco mais complicado do que simplesmente enviar o conte\u00fado. O seguinte tutorial foi criado para ajudar os membros do f\u00f3rum Bj-share<\/a>, um dos maiores sites de torrent do Brasil, que possui regras muito bem definidas sobre os deveres de quem o utiliza e os tipos de arquivos que devem ser colocados, al\u00e9m de informa\u00e7\u00f5es para iniciantes.<\/p>\n

[youtube=http:\/\/www.youtube.com\/watch?v=JeGg906d38s&hl=pt_BR&fs=1&]<\/p>\n

Antes mesmo desse processo de semea\u00e7\u00e3o dos arquivos, existe ainda  um outro processo bem mais demorado: a digitaliza\u00e7\u00e3o. Ripar um cd \u00e9 um ato simples, mas e um livro ou um filme? S\u00e3o processos muito mais exaustivos e dispendiosos. Livros e revistas podem ter suas p\u00e1ginas diretamente escaneadas e postas num arquivo pdf, ou ent\u00e3o ter as palavras reconhecidas e gerar um documento mais flex\u00edvel. Esta forma \u00e9 mostrada no site E-books Gospel<\/a>, de onde vem um belo exemplo. \u201cNingu\u00e9m pode ser dono absoluto do conhecimento\u201d \u00e9 o mandamento da p\u00e1gina, que possui 151 livros em portugu\u00eas e que inclusive disponibiliza o link pra baixar o programa escaneador dos livros. Juntamente com o livro baixado, vem um “leia-me” em forma de imagem explicando que o conte\u00fado livre visa “apenas a edifica\u00e7\u00e3o espiritual e o fornecimento de bons livros aos menos previlegiados e acesso a cultura e conhecimento”. E que assim seja. Abaixo, a video-aula mostra a minuciosa a\u00e7\u00e3o de escanear p\u00e1gina por p\u00e1gina e depois corrigir poss\u00edveis erros.<\/p>\n

[youtube=http:\/\/www.youtube.com\/watch?v=Xq0O8ITeQ0Q&hl=pt_BR&fs=1&]<\/p>\n

Outro arquivo mais dif\u00edcil de ser criado \u00e9 um filme de 700 megabytes, ou mais. Ripar um dvd pode demorar horas. E depois tem o processo de convers\u00e3o e por fim a cria\u00e7\u00e3o do torrent. Existem muitas maneiras de se fazer a ripagem, mas uma nos pareceu bem simples. O portugu\u00eas Ricardo Santos possui um blog<\/a> onde desde 2006 publica resenhas e dicas sobre programas gratuitos. Numa dessas ele mostra num v\u00eddeo guia como criar um arquivo de um dvd e depois grav\u00e1-lo em outro. Todos os programas utilizados est\u00e3o dispon\u00edveis notexto original<\/a>.<\/p>\n

[youtube=http:\/\/www.youtube.com\/watch?v=XZKkT5ayeks&hl=pt_BR&fs=1&]<\/p>\n

E uma pr\u00e1tica t\u00e3o demorada quanto chupar um filme \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma legenda para uma s\u00e9rie ou longa-metragem. E se se quer fazer algo que preste n\u00e3o \u00e9 recomend\u00e1vel ser feito \u00e0 duas m\u00e3os. Geralmente uma equipe inteira \u00e9 necess\u00e1ria para traduzir, sincronizar e revisar corretamente as legendas ansiosamente esperadas por muitos aficionados nas produ\u00e7\u00f5es norte-americanas. A Equipe Darkside<\/a> por exemplo possui 20 pessoas para decifrar todas as dificuldades dos epis\u00f3dios de s\u00e9ries que normalmente nem estrearam no Brasil. Mais de 50 s\u00e9ries j\u00e1 passaram pela equipe, que ainda disponibiliza li\u00e7\u00f5es bem completas de treinamento para quem quiser se aprofundar. Para ter acesso as informa\u00e7\u00f5es \u00e9 preciso fazer um cadastro, mas no canal do grupo no YouTube eles j\u00e1 deixaram duas divertidas v\u00eddeo aulas. Uma \u00e9 sobre a formata\u00e7\u00e3o<\/a> e outra sobre a adequa\u00e7\u00e3o<\/a> das legendas. O grupo tamb\u00e9m aceita novos integrantes e, para quem est\u00e1 come\u00e7ando, especifica os padr\u00f5es t\u00e9cnicos<\/a> para a produ\u00e7\u00e3o de legendas entend\u00edveis.<\/p>\n

Claro que h\u00e1 tamb\u00e9m softwares e games mas queremos destacar aqui que toda essa trabalheira \u00e9 realizada por quase profissionais. Digo quase pois a diferen\u00e7a \u00e9 que eles n\u00e3o ganham um tost\u00e3o por isso. S\u00e3o como volunt\u00e1rios de uma ONG que beneficia milhares de pessoas que s\u00f3 querem ter acesso \u00e0 cultura e \u00e0 informa\u00e7\u00e3o. Ent\u00e3o, agora que voc\u00ea j\u00e1 sabe um pouco como funciona, que tal dizer um “muito obrigado” ou come\u00e7ar a fazer a sua parte e devolver o que baixou?<\/p>\n

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P.s: Demos uma de uploaders e atualizamos o link do filme “Ai que vida”, que tinha expirado, deste nosso post<\/a>.<\/p>\n

[Marcelo De Franceschi<\/b>.]<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

. Mui provavelmente, depois de ter baixado gigabytes de discos e filmes, j\u00e1 deve ter lhe ocorrido a seguinte pergunta: “mas quem ser\u00e1 que colocou esse monte de arquivo pra mim?” Afinal, algu\u00e9m comprou (ou copiou de algu\u00e9m) o produto e botou l\u00e1, depois de um bom trabalho, pra gente consumir de gra\u00e7a. E \u00e9 […]<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":8187,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":[],"categories":[122,90,87],"tags":[147,145,361,159,362,363,140,169],"post_folder":[],"jetpack_featured_media_url":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-content\/uploads\/2012\/07\/flash_face_pirata1-1.jpg","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2713"}],"collection":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=2713"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2713\/revisions"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/media\/8187"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=2713"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=2713"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=2713"},{"taxonomy":"post_folder","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/post_folder?post=2713"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}