{"id":2638,"date":"2010-02-26T17:08:53","date_gmt":"2010-02-26T17:08:53","guid":{"rendered":"https:\/\/baixacultura.org\/?p=2638"},"modified":"2010-02-26T17:08:53","modified_gmt":"2010-02-26T17:08:53","slug":"infoativismo-na-casa-de-cultura-digital","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2010\/02\/26\/infoativismo-na-casa-de-cultura-digital\/","title":{"rendered":"Infoativismo em debate na Casa de Cultura Digital"},"content":{"rendered":"
.<\/p>\n
Os exemplos citados serviam de ilustra\u00e7\u00e3o para cada uma das dez t\u00e1ticas apresentadas [A saber:\u00a01. Mobilize pessoas;\u00a02. Testemunhe e grave;\u00a03. Visualize sua mensagem;\u00a04. Amplifique hist\u00f3rias pessoais;\u00a05. Adicione humor;\u00a06. Investigue e exponha;\u00a07. Saiba trabalhar dados complexos;\u00a08. Use a intelig\u00eancia coletiva;\u00a09. Permita que as pessoas fa\u00e7am perguntas;\u00a010. Administre seus contatos<\/strong>].<\/p>\n Um dos casos para apresentar a t\u00e1tica 6, por exemplo, foi o utilizado pela Mercy Corps<\/a>, organiza\u00e7\u00e3o internacional de ajuda humanit\u00e1ria, durante o Tsunami na \u00c1sia. Para transmitir informa\u00e7\u00e3o para a enorme quantidade de pessoas que tinham sido afetadas pela cat\u00e1strofe, ela utilizou o\u00a0Frontline SMS<\/a>, um programa de c\u00f3digo aberto que transforma o seu notebook ou o seu aparelho celular em uma esp\u00e9cie de hub, que pode enviar mensagens para aparelhos celulares de grandes grupos de pessoas sem necessarimente estar conectado \u00e0 internet.<\/p>\n Outro exemplo citado no document\u00e1rio \u00e9 o citado na t\u00e1tica 5,\u00a0adicione humor<\/em>. Na Bielor\u00fassia, um grupo criou a p\u00e1gina chamada \u201cLuNet<\/a>\u201d, uma singela homenagem de anivers\u00e1rio ao presidente do pa\u00eds, Alexander Lukashenko, que prometeu aumentar o rigor na censura \u00e0 internet por \u201cn\u00e3o gostar dessa anarquia toda\u201d que caracteriza a rede. O site compilava brincadeiras ir\u00f4nicas ao presidente em p\u00e1ginas-par\u00f3dias como LuTube<\/a> eLuJournal<\/a>,<\/p>\n Para finalizar, mais um caso, agora para ilustrar a t\u00e1tica 3, visualize sua mensagem. <\/em>Um\u00a0grupo de “infoativistas<\/a>” da Tun\u00edsia – em protesto contra o bloqueio ao acesso do Youtube e do Daily Motion por conta da exibi\u00e7\u00e3o de v\u00eddeos denunciando abuso dos direitos humanos por parte do governo tunisiano – fez um mashup <\/em>colocando\u00a0v\u00eddeos proibidos que poderiam ser acessados no lugar onde ficava o Pal\u00e1cio Presidencial nos mapas do Google Earth, como d\u00e1 pra ver aqui abaixo:<\/p>\n [youtube=http:\/\/www.youtube.com\/watch?v=OOn_3VLdV0s]<\/p>\n .<\/p>\n Ao fim da exibi\u00e7\u00e3o, antes da discuss\u00e3o em torno das quest\u00f5es levantadas pelo filme, a maioria dos que est\u00e3o na duas salas se apresentam para os outros, o que funciona como uma contextualiza\u00e7\u00e3o da presen\u00e7a de cada um ali na CCD e introduz o debate. N\u00e3o demora muito para que um certo consenso se aproxime: as t\u00e1ticas apresentadas, ainda que deveras interessante, despertam uma certa consci\u00eancia melanc\u00f3lica, pois poucas delas obtiveram resultados realmente pr\u00e1ticos – ou, dito de outro modo, poucas resultaram em transforma\u00e7\u00f5es sociais relevantes para a realidade em que foram produzidas, j\u00e1 que umas apenas conseguiram com que p\u00e1ginas da web, como o Youtube e o Daily Motion, tivessem seu acesso proibido.<\/p>\n Alguns apontam que falta uma organiza\u00e7\u00e3o pol\u00edtica em torno destes diversos movimentos, que, dispersos do jeito que est\u00e3o, n\u00e3o conseguem ter for\u00e7a o suficiente para que uma realidade maior seja modificada. Nota-se esta ideia de falta de resultado pr\u00e1tico com ainda mais veem\u00eancia no Brasil, onde n\u00e3o h\u00e1 um \u201cinimigo comum\u201d como na maioria dos casos citados no filme, localizados em pa\u00edses onde impera ditaduras (ou quase isso). Percebe-se com clareza a tal consci\u00eancia melanc\u00f3lica: ferramentas para organiza\u00e7\u00e3o, mobiliza\u00e7\u00e3o e a\u00e7\u00e3o n\u00e3o faltam, mas sim real interesse e comprometimento contra a a\u00e7\u00e3o de inimigos velados, que n\u00e3o se manifestam de maneira t\u00e3o direta como em ditaduras e quetais, o que torna a mobiliza\u00e7\u00e3o muito mais penosa. Com as novas potencialidades e ferramentas com que dispunhamos para saber o que se passa, o perigo \u00e9 ser imobilizado pela pr\u00f3pria consci\u00eancia de que h\u00e1 muita coisa a se fazer. Com receio de t\u00e3o grande a tarefa a ser feita, corre-se o risco de n\u00e3o se fazer nada.<\/p>\n [Apesar dos pesares, creio, com um certo otimismo, de que as coisas est\u00e3o sendo feitas. Numa escala muito menor do que deveriam, pode ser verdade. Enxergo um certo ran\u00e7o \u2013 m\u00edope, v\u00e3o dizer alguns \u2013 em relativizar aquilo que est\u00e1 sendo constru\u00eddo, como se s\u00f3 mudan\u00e7as estruturais profundas, daquele tipo que com passeata dos cem mil se conquistou tempos atr\u00e1s, podem ser consideradas mudan\u00e7as. O movimento do software livre no Brasil, a pol\u00edtica de cultura digital do MinC e a consolida\u00e7\u00e3o de redes cooperativas extremamente eficientes e bem-sucedidas, como o Fora do Eixo<\/a>, s\u00e3o exemplos claros de a\u00e7\u00f5es consistentes que est\u00e3o modificando a vida de muita gente, transformando, sim, informa\u00e7\u00e3o em a\u00e7\u00e3o \u2013 ainda que numa escala menor do que se necessite, mas a\u00ed a discuss\u00e3o \u00e9 outra, muito mais complexa e que fica para uma pr\u00f3xima postagem<\/em>]<\/p>\n .<\/p>\n CCD vista de tr\u00e1s, do seu p\u00e1tio<\/p><\/div>\n N\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o document\u00e1rio que foi resultado da Info-activism 2009. Foram produzidos materiais informativos sobre os temas tratados, que estavam a venda na CCD pelo pre\u00e7o que tu quisesse pagar, no cl\u00e1ssico esquema popularizado pelo Radiohead no lan\u00e7amento de In Rainbows<\/a> em 2007.<\/p>\n _ Uma s\u00e9rie de fichas sobre as dez t\u00e1ticas apresentadas no filme, que detalha em texto aquilo que foi apresentado no v\u00eddeo, citando os exemplos, as ferramentas usadas, os efeitos conseguidos e at\u00e9 mesmo o “grau” de dificuldade de cada a\u00e7\u00e3o (infelizmente, esse n\u00e3o t\u00e1 dispon\u00edvel online);<\/p>\n _ Quatro kits tem\u00e1ticos assim chamados: “Get organized<\/a>“, sobre ferramentas de organiza\u00e7\u00e3o infoativista para o dia a dia ; “Get creative<\/a>“, com dicas para veicular suas campanhas atrav\u00e9s de blogs, podcasts, newsletters, etc; “Stay Mobile<\/a>“, com estrat\u00e9gias de ve\u00edcula\u00e7\u00e3o\/a\u00e7\u00e3o em aparelhos m\u00f3veis; e “Protecy Yourself<\/a>“, um comp\u00eandio muito \u00fatil de informa\u00e7\u00f5es e dicas para proteger (e criptografar) os dados passados nas campanhas de infoativismo;<\/p>\n _ Quatro guias para aprofundar alguns assuntos tangenciados no document\u00e1rio: “Be Inspired<\/a>“, com hist\u00f3rias bem-sucedidas de infoativismo espalhadas pelo planeta; “Get Online<\/a>“, uma introdu\u00e7\u00e3o para diversos servi\u00e7os e ferramentas usados nestas campanhas;\u00a0Visualize it<\/a>“, com informa\u00e7\u00f5es para comunicar visualmente as suas estrat\u00e9gias; e, por fim, “Map It<\/a>“, que ensina a explorar o uso de mapas (online) em campanhas de infoativismo;<\/p>\n Todos os arquivos est\u00e3o disponibilizados gratuitamente na rede; \u00e9 s\u00f3 clicar nos links de cada um dos guias para ter acesso. Disfrute \ud83d\ude09<\/p>\n .<\/p>\n .<\/p>\n [Leonardo Foletto<\/strong>.]<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" . . O projetor passa o filme na parede de uma sala, onde diversas pessoas se acomodam nos puffs, almofadas, cadeiras, ch\u00e3o e o que mais der. Da segunda sala onde se v\u00ea as imagens est\u00e3o mais umas quantas pessoas e um obst\u00e1culo bem no meio: resqu\u00edcios de tijolos que foram quebrados para unir o […]<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":10165,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":[],"categories":[88,122,91,90],"tags":[356,207,147,123,357,171,107],"post_folder":[],"jetpack_featured_media_url":"","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2638"}],"collection":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=2638"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2638\/revisions"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=2638"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=2638"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=2638"},{"taxonomy":"post_folder","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/post_folder?post=2638"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}<\/a>
\n.<\/em><\/p>\n<\/a><\/div>\n
<\/a>