{"id":2618,"date":"2010-02-22T15:57:00","date_gmt":"2010-02-22T15:57:00","guid":{"rendered":"https:\/\/baixacultura.org\/?p=2618"},"modified":"2010-02-22T15:57:00","modified_gmt":"2010-02-22T15:57:00","slug":"flattr-e-a-uma-nova-velha-discussao","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2010\/02\/22\/flattr-e-a-uma-nova-velha-discussao\/","title":{"rendered":"Flattr e a uma nova (velha) discuss\u00e3o"},"content":{"rendered":"

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O loiro com cara (e DNA) da Escandin\u00e1via de nome Peter Sunde j\u00e1 \u00e9 nosso velho conhecido de algumas postagens<\/a>. Inclusive, publicamos uma entrevista<\/a> dele para a Folha de S. Paulo, onde Sunde comentava os recentes eventos sobre o site na qual foi um dos fundadores, o Pirate Bay. \u00c0 \u00e9poca, discutia-se o qu\u00e3o definitiva seria a decis\u00e3o do tribunal sueco<\/a> que condenou ele e mais tr\u00eas parceiros a pagar uma quantia de exagerados 3,6 milh\u00f5es de euros \u00e0 entidade que representava os grandes poderosos de Hollywood e da Ind\u00fastria Fonogr\u00e1fica. Dizia-se que seria o fim do Pirate Bay, o que na pr\u00e1tica n\u00e3o se comprovou – procure voc\u00ea um arquivo de torrent para download e l\u00e1 estar\u00e3o os piratas suecos para te mostrar um link, ainda que n\u00e3o com a mesma efici\u00eancia pr\u00e9-condena\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Sunde veio ao 10\u00baFisl (F\u00f3rum Internacional do Software Livre), que ocorreu em junho do ano passado na Porto Alegre capital do Rio Grande do Sul, e por esta \u00e9poca j\u00e1 \u00a0dava a entender<\/a> que tomaria rumos diferentes ao do Pirate Bay, o que veio a se confirmar<\/a> algumas semanas depois. O caminho tomado pelo outrora pirata sueco foi o projeto que, no in\u00edcio do m\u00eas, tornou-se realidade: o Flattr<\/a>, um sistema de micropagamentos por conte\u00fado, que ainda est\u00e1 funcionando em fase beta, apenas para teste, mas que pode ser melhor visualizado neste pequeno v\u00eddeo de apresenta\u00e7\u00e3o:<\/p>\n

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[youtube=http:\/\/www.youtube.com\/watch?v=kwvExIWf_Uc&feature=player_embedded#]<\/p>\n

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O Flattr baseia-se na ideia de que o p\u00fablico est\u00e1 disposto sim a pagar por conte\u00fado, desde que ele possa ser facilmente acessado e da maneira que os usu\u00e1rios quiserem. Apesar de eu particularmente duvidar desta senten\u00e7a, recente pesquisa realizada pela consultoria Nielsen<\/a> com 27 mil pessoas em 52 pa\u00edses afirma que metade das pessoas est\u00e1 realmente <\/em>disposta a pagar por conte\u00fado – desde que, confirmando a ideia que balizou o funcionamento do Flattr, esse conte\u00fado seja consideravelmente melhor\/diferente daquele que se pode conseguir gratuitamente. A grande quest\u00e3o fica, como Tiago Doria comenta<\/a>, em descobrir qual conte\u00fado realmente proporciona \u201cvalor\u201d para os seus consumidores, tarefa que ser\u00e1 fundamental para o sucesso ou n\u00e3o da ferramenta de Sunde.<\/p>\n

Gerd Leonhard<\/a> –\u00a0auto-denominado m\u00eddia futurista e autor de Music 2.0<\/a>, dentre outros livros – declarou<\/a> ter gostado do Flattr.<\/p>\n

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“Uma ideia brilhante (ainda que n\u00e3o seja inteiramente nova, e esteja de alguma forma relacionada ao Paypal e ao Kerchoonz). Ela corresponde a algo que eu vivenciei nos \u00faltimos anos: as pessoas pagam se a) s\u00e3o valorizadas e ganham m\u00e9ritos por isso, por isso ficam inclinadas a devolver o favor, b) elas confiam em voc\u00ea e c) o pre\u00e7o \u00e9 justo. Talvez o Flattr possibilite isso; no meu ponto de vista, a economia do \u201cmuito obrigado\u201d via micropagamentos pode ser poderosa.<\/em><\/p>\n<\/blockquote>\n

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Como se sup\u00f5e, a ideia dos micropagamentos n\u00e3o \u00e9 coisa nova na web. O Flickr<\/a> funciona mais ou menos assim, sustentado pelos poucos (que, em escala global, s\u00e3o muitos) que pagam para ter o servi\u00e7o pro <\/em>da\u00a0p\u00e1gina, assim como diversos outros servi\u00e7os. Por\u00e9m, como tamb\u00e9m salienta Leonhard, micropagamentos n\u00e3o funcionam pra qualquer um, o que d\u00e1 um tom para a dificuldade da manuten\u00e7\u00e3o do servi\u00e7o do Flattr: ” seu p\u00fablico precisa ser bem grande para que o sistema funcione. Acho que esse ser\u00e1 o primeiro desafio [para o Flattr]: conseguir 50 milh\u00f5es de usu\u00e1rios e se tornar um servi\u00e7o considerado padr\u00e3o, como o PayPal, ou ent\u00e3o o Flattr se tornar\u00e1 insignificante.<\/em><\/p>\n

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Sunde disse,\u00a0em entrevista ao caderno Link<\/a> da semana passada, que o Flattr \u00e9 “uma maneira de mostrar que voc\u00ea gostou de algo \u2013 e remunerar o criador por isso<\/em>“. Tu escuta uma m\u00fasica, gosta, e d\u00e1 um jeito de remunerar o autor de alguma forma por ela – no caso do Flattr, \u00a0pagando uma quantia mensal para usar todo o servi\u00e7o. Ao final, o dinheiro \u00e9 dividido igualmente entre os criadores do conte\u00fado (confesso que ando curioso em saber como essa divis\u00e3o vai se dar de forma igualit\u00e1ria<\/em>). \u00c9 um sistema que se encaixa no que o mesmo Gerd Leonhard aponta<\/a> como os mais interessantes de se “monetizar” o conte\u00fado digital; para ele, os \u00fanicos modelos realmente v\u00e1lidos s\u00e3o<\/p>\n

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os que funcionam por classifica\u00e7\u00e3o de m\u00e9rito do produtor de conte\u00fado e os que se parecem com o consumo gratuito de m\u00fasica, por exemplo, com pagamentos embutidos em faturas de provedores de acesso ou operadoras m\u00f3veis, ou mesmo o download patrocinado por anunciante<\/em>s”.<\/p>\n<\/blockquote>\n

Acompanho estas discuss\u00f5es faz algum tempo, e posso dizer que a ideia do Flattr n\u00e3o \u00e9 nada nova<\/strong>. Parece que alguns<\/a> tem tentado cada vez mais adivinhar o futuro apostando na ideia de que o servi\u00e7o de download ilimitado (ou streaming <\/em>ilimitado, quem sabe) seja considerado como um servi\u00e7o tipo energia el\u00e9trica e \u00e1gua encanada, onde se paga uma certa taxa por m\u00eas para ter acesso facilitado \u00e0 tudo.\u00a0Pagaria-se, por exemplo, para ter o acesso<\/em> ao download (ou streaming) de todas as m\u00fasicas poss\u00edveis de maneira f\u00e1cil, de modo que qualquer usu\u00e1rio semi-familiarizado com o computador e a internet conseguiria, por conta pr\u00f3pria, baixar aquele disco que tanto quer escutar. Seria talvez uma nova intermedia\u00e7\u00e3o – que, na bem da verdade, seria uma facilita\u00e7\u00e3o<\/em>, onde o valor seria cobrado mais para facilitar o servi\u00e7o do que propriamente para o viabilizar. N\u00e3o sei at\u00e9 que ponto isso \u00e9 vi\u00e1vel, e fico sempre com um p\u00e9 atr\u00e1s em iniciativas que visam restringir em vez de amplificar o acesso a cultura, mas seguimos acompanhando a discuss\u00e3o para ver no que (e se) vai dar.<\/p>\n

[Leonardo Foletto<\/strong>.]<\/p>\n

Cr\u00e9ditos fotos: 1<\/a>,2<\/a>.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

. . O loiro com cara (e DNA) da Escandin\u00e1via de nome Peter Sunde j\u00e1 \u00e9 nosso velho conhecido de algumas postagens. Inclusive, publicamos uma entrevista dele para a Folha de S. Paulo, onde Sunde comentava os recentes eventos sobre o site na qual foi um dos fundadores, o Pirate Bay. \u00c0 \u00e9poca, discutia-se o […]<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":8189,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":[],"categories":[91,90,126],"tags":[142,147,352,353,354,137,355,220],"post_folder":[],"jetpack_featured_media_url":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-content\/uploads\/2012\/07\/petesunde1-1.jpg","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2618"}],"collection":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=2618"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2618\/revisions"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/media\/8189"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=2618"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=2618"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=2618"},{"taxonomy":"post_folder","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/post_folder?post=2618"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}