{"id":2498,"date":"2010-01-25T08:48:18","date_gmt":"2010-01-25T11:48:18","guid":{"rendered":"https:\/\/baixacultura.org\/?p=2498"},"modified":"2010-01-25T08:48:18","modified_gmt":"2010-01-25T11:48:18","slug":"controlemos-pois","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2010\/01\/25\/controlemos-pois\/","title":{"rendered":"Controlemos, pois"},"content":{"rendered":"
. \u00c9 em ritmo ainda lento, de pregui\u00e7osa volta de f\u00e9rias, \u00e9 que o BaixaCultura segue com suas atividades. A indica\u00e7\u00e3o para relaxar o corpo, mas n\u00e3o o pensamento, \u00e9 o webdocument\u00e1rio Ctrl-V:VideoControl<\/a><\/strong>, resultado de uma pesquisa sobre a predomin\u00e2ncia do audiovisual em nossa sociedade.<\/p>\n Na verdade, \u00e9 s\u00f3 a primeira das tr\u00eas partes do document\u00e1rio. Mas essa parte de 23 minutos j\u00e1 \u00e9 uma rica introdu\u00e7\u00e3o para o assunto. O v\u00eddeo fala um pouco sobre a origem do distrito-capital da cultura norte-americana, Hollywood, e principalmente das consequ\u00eancias do padr\u00e3o Hollywood de qualidade audiovisual. Grandes estudiosos do tema exp\u00f5em seus pontos de vista sobre como sempre se deu a dissemina\u00e7\u00e3o de valores pol\u00edticos e econ\u00f4micos atrav\u00e9s dos filmes veiculados pela maior industria cultural do mundo.<\/p>\n Dentre outras coisas, \u00e9 esclarecido como essa ind\u00fastria ganhou for\u00e7a. Por ser uma arte cara, em que era, e ainda \u00e9, necess\u00e1rio grandes equipamentos para a capita\u00e7\u00e3o e reprodu\u00e7\u00e3o de imagens em movimento, pouqu\u00edssimos possu\u00edam condi\u00e7\u00f5es de fazer cinema no in\u00edcio do s\u00e9culo XX. Os monop\u00f3lios cinematogr\u00e1ficos se formaram e criaram as primeiras salas de cinema, que estruturaram os chamados circuitos de distribui\u00e7\u00e3o. Estava criado um sistema exclusivo de entretenimento audiovisual dominante no mundo inteiro desde a Primeira Guerra. O governo americano tinha total consci\u00eancia da for\u00e7a das imagens e por isso sempre apoiou a maior m\u00e1quina de fazer filmes do mundo, uma grande exportadora do american way of life<\/em>. A nossa conhecida Motion\u00a0 Picture Association of Amercia (MPAA) inclusive tinha o nome de Motion Pictures Export<\/em><\/strong> Association entre 1945 e 1994, palavrinha esta que consta no site da MPAA da \u00c1sia<\/a> mas n\u00e3o no site da MPAA da Am\u00e9rica<\/a>.<\/p>\n E o resto \u00e9 conhecido. A industria cre$ceu e dominou o mundo. Mas chegaram os tempos de Internet, com seus computadores conectados, compartilhando conhecimento, m\u00fasica, livros, e, mais tarde, filmes. Ent\u00e3o Hollywood sentiu o perigo de perder seus poderes altamente lucrativos e pol\u00edticos e come\u00e7ou a ca\u00e7a \u00e0s bruxas, ou melhor, aos piratas. Pressionando a Justi\u00e7a americana com sua influ\u00eancia esmagadora, afundou o Pirate Bay e fez a mais recente baixa<\/a>, o Mininova, al\u00e9m de processar individualmente diversos usu\u00e1rios\u00a0 de programas P2P. Essa rela\u00e7\u00e3o simbi\u00f3tica entre o governo e a industria cultural \u00e9 tratada ao fim do document\u00e1rio, pelo jornalista Edward Jay Epstein<\/a> que faz um alerta: \u201cTeremos (j\u00e1 temos<\/em>) uma enorme batalha pelo direitos digitais. Um dos principais meios de influ\u00eancia da Casa Branca sobre Hollywood \u00e9 a necessidade que esta tem de que o governo v\u00e1 a um pa\u00eds como, por exemplo, a Tail\u00e2ndia e diga: \u2018Se quiserem que fa\u00e7amos X, Y e Z por voc\u00eas, inclusive socorro militar, queremos que fa\u00e7am algo sobre a pirataria digital\u201d.<\/p>\n .<\/p>\n .<\/p>\n Infelizmente, por enquanto s\u00f3 est\u00e1 acess\u00edvel a primeira parte do document\u00e1rio [que d\u00e1 pra ver no site, nessa tela a\u00ed acim<\/em>a<\/em>]. Isso porque as outras partes ser\u00e3o editadas colaborativamente, com trechos que est\u00e3o dispon\u00edveis no canal do youtube<\/a> do document\u00e1rio.\u00a0O resultado do processo de pesquisa e edi\u00e7\u00e3o ser\u00e1 um longa-metragem de aproximadamente 70 minutos no total das tr\u00eas partes do webdocument\u00e1rio. Conforme o diretor Leonardo Brant, a produ\u00e7\u00e3o de Ctrl-V:: VideoControl, contou com o apoio da Ag\u00eancia Espanhola de Coopera\u00e7\u00e3o Internacional para o Desenvolvimento<\/a> (AECID) \u00a0e in\u00fameros pesquisadores e profissionais envolvidos com o tema, al\u00e9m da participa\u00e7\u00e3o ativa da equipe do Instituto Diversidade Cultural<\/a> e dos membros da Red Audiovisual Iberoamericana <\/a>, funda\u00e7\u00f5es que Brant ajudou a criar.<\/p>\n O diretor<\/a>,\u00a0pesquisador de pol\u00edticas culturais e autor de quatro livros sobre o assunto, revela que todos as entrevistas foram gravadas com uma c\u00e2mera fotogr\u00e1fica digital com a fun\u00e7\u00e3o v\u00eddeo. Atitude compat\u00edvel com seu discurso de democratiza\u00e7\u00e3o do acesso ao audiovisual, e que n\u00e3o comprometeu a qualidade das imagens. Outros recursos utilizados foram ainda o uso do preto e branco em todos os depoimentos, n\u00e3o desviando dos discursos a aten\u00e7\u00e3o do espectador ; e enfatizando esses depoimentos, a intercala\u00e7\u00e3o entre eles com trechos de filmes hollywoodianos, como do filme \u201cThis is the Army<\/a>\u201d, de 1943,\u00a0e do famoso Matrix, de 1999.<\/p>\n \n **<\/p>\n<\/a><\/p>\n
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