{"id":2446,"date":"2009-12-21T16:21:54","date_gmt":"2009-12-21T16:21:54","guid":{"rendered":"https:\/\/baixacultura.org\/?p=2446"},"modified":"2009-12-21T16:21:54","modified_gmt":"2009-12-21T16:21:54","slug":"roube-este-filme-i-e-ii-no-ciclo-copy-right","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2009\/12\/21\/roube-este-filme-i-e-ii-no-ciclo-copy-right\/","title":{"rendered":"Roube Este Filme I e II no ciclo copy, right?"},"content":{"rendered":"

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Dando sequ\u00eancia ao\u00a0 ciclo \u201ccopy, right?\u201d, o BaixaCultura.org e o Cineclube Lanterninha Aur\u00e9lio novamente\u00a0 orgulhosamente apresentam os filmes \u201cRoube Este Filme I<\/strong>\u201d e \u201cRoube Este Filme II<\/strong>\u201d, dois cap\u00edtulos-document\u00e1rios sobre a complexa rela\u00e7\u00e3o entre o compartilhamento de arquivos via web, a dita propriedade destes arquivos, e como a internet insere novas possibilidades que bagun\u00e7am tudo aquilo que pens\u00e1vamos estar estruturado sobre direitos de autor, pirataria digital e formas de distribui\u00e7\u00e3o e circula\u00e7\u00e3o da cultura na sociedade. Ambos filmes s\u00e3o dirigidos pelo ingl\u00eas Jamie King<\/em><\/a> e produzidos pela misteriosa The League of Noble Peers<\/em><\/a>, <\/em>um grupo de produtores que pouco mais se sabe al\u00e9m do fato deles serem alem\u00e3es e ingleses e terem produzidos as duas partes de \u201cRoube Este Filme”.<\/em><\/p>\n

[A liga parece ter um modo de atua\u00e7\u00e3o, digamos assim, parecido ao do coletivo italiano Wu Ming<\/a>, especialmente no caso do autor-fantasma (ou coletivo) Luther Blisset, detalhado brilhantemente no livro Guerrilha Ps\u00edquica<\/a>, da \u00f3tima<\/span> cole\u00e7\u00e3o Baderna da Editora Conrad<\/a>.\u00a0 Saca a fala do grupo, presente no Roube Este Filme II: <\/em>“People always ask us, who are The League of Noble Peers? <\/em><\/strong>And we tell them: You are, I am, even your bank manager is… insert yourself here, because we all produce information now, we all reproduce information, we all distribute it…<\/strong><\/em>]<\/p>\n

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O primeiro Roube Este Filme<\/strong> (no original, Steal this film<\/em>), lan\u00e7ado em 2006 via arquivo torrent na pr\u00f3pria p\u00e1gina oficial do document\u00e1rio<\/a>, tem como ponto central a forma como entidades de lobby, como a MPAA<\/a> (Motion Picture of America, a associa\u00e7\u00e3o dos grandes est\u00fadios de cinema dos Estados Unidos), trabalharam sua influ\u00eancia sobre as autoridades na Su\u00e9cia para causar um ataque ao Pirate Bay<\/a> em maio de 2006, quando a empresa onde ficavam hospedados os servidores do site (o host<\/em>) foi invadida por policiais e teve os seus computadores apreendidos. Para contar essa hist\u00f3ria em 32 minutos, os produtores entrevistaram desde os respons\u00e1veis pelo Pirate Bay at\u00e9 produtores e dirigentes da ind\u00fastria do entretenimento, passando ainda por figur\u00f5es de Hollywood (como o ator Richard Dreyfuss, autor de uma das falas mais l\u00facidas sobre a pol\u00eamica toda), membros do Partido Pirata Sueco e usu\u00e1rios de tecnologias de compartilhamento de arquivos.<\/p>\n

Os que visitam essa p\u00e1gina faz algum tempo devem se lembrar de que j\u00e1 falamos bastante do Roube Este Filme I num dos posts mais comentados e discutidos<\/a> deste um pouco mais de um ano de BaixaCultura. Ali\u00e1s, os que est\u00e3o entrando agora tamb\u00e9m devem ver o banner que se encontra aqui do lado, que leva justamente ao j\u00e1 linkado post, que n\u00e3o est\u00e1 ali por acaso: nosso parceiro Edson fez a tradu\u00e7\u00e3o das legendas do filme para o portugu\u00eas e as disponibilizou, seja j\u00e1 sincronizada com o filme\u00a0 e prontinho pra baixar<\/a>, no Youtube<\/a> dividido em quatro partes ou, ainda, s\u00f3 a legenda mesmo, em formato srt<\/a>.<\/p>\n

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Roube Este Filme II<\/strong>, lan\u00e7ado oficialmente em novembro de 2007 na confer\u00eancia “The Oil of the 21st Century – Perspectives on Intellectual Property<\/em><\/a>“, em Berlim, Alemanha, \u00a0al\u00e9m de ser um poquito mais longo (44 minutos) que o primeiro, vai mais al\u00e9m na discuss\u00e3o do contexto econ\u00f4mico\/tecnol\u00f3gico\/cultural que est\u00e1 diante das chamadas \u201ccopyrights wars\u201d, as batalhas entre o livre compartilhamento de bens culturais e o repress\u00e3o \u00e0 estas pr\u00e1ticas atrav\u00e9s da tentativa de endurecimento das leis de direitos autorais. Esta segunda parte tra\u00e7a tamb\u00e9m um paralelo entre o impacto da imprensa e o da Internet em termos de tornar a informa\u00e7\u00e3o acess\u00edvel para al\u00e9m de um grupo privilegiado de “controladores” da informa\u00e7\u00e3o. O argumento central do filme \u00e9 de que a natureza descentralizada da Internet faz com que a aplica\u00e7\u00e3o dos direitos de autor hoje seja praticamente imposs\u00edvel \u2013 pelo menos se considerar estes direitos tais como eles foram estabelecidos primeiramente no s\u00e9culo XVI na Europa e como ainda hoje se configuram.<\/p>\n

Segundo mat\u00e9ria do jornal brit\u00e2nico The Guardian<\/a>, ambas partes de \u201cSteal This Film<\/em>\u201d se inserem no cora\u00e7\u00e3o de um estilo de document\u00e1rio-manifesto, onde os cineastas praticam, em seu pr\u00f3prio filme, aquilo que defendem perante \u00e0 sociedade. \u00c9 por conta dessa estrat\u00e9gia que as duas partes est\u00e3o dispon\u00edveis nos mais variados formatos para download na p\u00e1gina oficial dos filmes, bem como as legendas<\/a> em mais de 10 l\u00ednguas, todas produzidas e enviadas espontaneamente pelo p\u00fablico mundo afora.<\/p>\n

Dentre os diversos festivais que os dois document\u00e1rios foram exibidos, destacam-se o Sheffield International Documentary<\/em> Film 2008<\/em><\/a>, na Inglaterra, Tampere Film Festiva 2008<\/em>, na Finl\u00e2ndia, South By Southwest festival 2008<\/em><\/a>, em Austin, nos Estados Unidos (este, um dos principais festivais de m\u00fasica e cultura alternativa do mundo) al\u00e9m de uma rumorosa exibi\u00e7\u00e3o no International Documentary Film Festival<\/a><\/em> em Amsterd\u00e3, Holanda, uma das raras ocasi\u00f5es onde o diretor Jamie King falou sobre o filme e a The League of Noble Peers<\/em>. Ambos os document\u00e1rios tamb\u00e9m j\u00e1 foram exibidos em diversos canais estrangeiros, como o History Channel<\/em>, Canal + Poland<\/em>, TV 4 Sweden<\/em> e o Noga<\/em>, de Isreal.<\/p>\n

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Chegou a vez do Lanterinha Aur\u00e9lio exib\u00ed-los em Santa Maria, nesta quarta-feira 23 de dezembro, \u00e0s 19h, no Audit\u00f3rio do Centro Cultural da Cesma, 3\u00ba andar. Apare\u00e7am, divulguem para os amigos aparecerem e bora l\u00e1!<\/p>\n

[Leonardo Foletto<\/strong>.]<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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