{"id":233,"date":"2008-11-02T01:28:26","date_gmt":"2008-11-02T01:28:26","guid":{"rendered":"http:\/\/baixacultura.wordpress.com\/?p=233"},"modified":"2008-11-02T01:28:26","modified_gmt":"2008-11-02T01:28:26","slug":"instrucciones-3","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2008\/11\/02\/instrucciones-3\/","title":{"rendered":"Instrucciones (3)"},"content":{"rendered":"

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Roubo de Leonardo<\/strong> o t\u00edtulo pra seguir falando sobre os links \u00e0 direita. Aquilo que de cara soa como clich\u00ea: logo em seguida ao lan\u00e7amento de In Rainbows<\/strong>,\u00a0certo DJ e produtor californiano<\/a> aparece com a id\u00e9ia que qualquer um de n\u00f3s\u00a0esperaria dum DJ — remixar as faixas do disco.<\/p>\n

Aquilo\u00a0que poderia ser um pouco mais.\u00a0Amplive<\/strong>\u00a0imaginou lan\u00e7ar\u00a0o disco\u00a0[arquivo zipado, 08 faixas, duas a menos que o original, em 320kbp] pela\u00a0W.A.S.T.E<\/a>, a\u00a0loja virtual do Radiohead, e somente pra quem houvesse baixado a vers\u00e3o da banda [eu gosto mesmo de viver num tempo em que d\u00e1 pra chamar o original de vers\u00e3o da banda<\/strong>.].<\/p>\n

Aquilo que n\u00e3o deu certo. Antes do lan\u00e7amento oficial de Rainydayz [<\/strong>mas n\u00e3o antes da circula\u00e7\u00e3o de faixas avulsas na rede],\u00a0Amplive recebeu uma notifica\u00e7\u00e3o da Warner\/Chappell<\/a> informando sobre, tu sabe, a ilegalidade do projeto, o qu\u00e3o desinteressante seria para a empresa a vincula\u00e7\u00e3o oficial do Radiohead ao trabalho do DJ [atrav\u00e9s da disponibiliza\u00e7\u00e3o do disco na loja da pr\u00f3pria banda] e a impossibilidade de continu\u00e1-lo sem nefastas consequ\u00eancias.<\/p>\n

[Nada se disse sobre a posi\u00e7\u00e3o da banda sobre o caso. Ou vai ver foi a banda quem n\u00e3o disse nada.]<\/p>\n

Pra encurtar a hist\u00f3ria, quando j\u00e1 tinha mesmo desistido de lan\u00e7ar o disco, Amplive conseguiu autoriza\u00e7\u00e3o pra disponibilizar\u00a0Rainydayz<\/strong> para download gratuito aqui<\/a>.<\/p>\n

Acredito que\u00a0fa\u00e7o parte de uma maioria de pessoas que\u00a0ouviram o disco sem\u00a0a menor\u00a0pista de quem sejam Too $hort, MC Zumbi, Chali2na, Codany Holiday ou\u00a0Del The Funky Homosapien, familiarizadas que estamos com a m\u00fasica do Radiohead e razoavelmente ignorantes que somos sobre o que se passa no rap.\u00a0Vergonhoso, no caso daqueles que como eu se interessam por essa\u00a0f\u00e9rtil cultura de reciclagem que \u00e9 o remix.<\/p>\n

\"\"<\/a><\/p>\n

Tamb\u00e9m acredito, provavelmente com os mesmos colegas de maioria,\u00a0tratar-se de um\u00a0disco pouco ousado para a proposta, sobretudo no que se refere \u00e0s batidas —\u00a0a\u00a0monotonia ritmica do rap fica em geral bastante evidente e prejudica can\u00e7\u00f5es originalmente desafiadoras at\u00e9 para o Radiohead [como 15 Steps<\/strong>, agora 15 Stepz<\/strong>].<\/p>\n

Mas talvez isto que eu e a maioria encaramos como perda seja s\u00f3 a inser\u00e7\u00e3o do p\u00f3s-rock (ou indie, nem sei mais, nem ligo) numa outra l\u00f3gica musical, e represente aquilo que a apropria\u00e7\u00e3o da tecnologia por culturas economicamente subalternas [como o rap ainda \u00e9, apesar dos rappers de MTV] significa de melhor: que eu e\u00a0tu vamos ter que engolir sim o outro<\/strong>, e que esse mesmo outro n\u00e3o pensar\u00e1 duas vezes antes de transformar o que bem quiser em seu.<\/p>\n

O que ali\u00e1s me remete\u00a0ao que escapa \u00e0 l\u00f3gica econ\u00f4mica da Warner: essa disposi\u00e7\u00e3o de apropriar-se \u00e9 a mais comprometida das homenagens.<\/p>\n

[Reuben da Cunha Rocha.<\/strong>]<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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