{"id":2043,"date":"2009-08-04T18:31:21","date_gmt":"2009-08-04T18:31:21","guid":{"rendered":"https:\/\/baixacultura.org\/?p=2043"},"modified":"2009-08-04T18:31:21","modified_gmt":"2009-08-04T18:31:21","slug":"quem-baixa-musica-nao-e-pirata-mas-divulgador","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2009\/08\/04\/quem-baixa-musica-nao-e-pirata-mas-divulgador\/","title":{"rendered":"Quem baixa m\u00fasica n\u00e3o \u00e9 pirata, mas divulgador"},"content":{"rendered":"

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\"download_music_movies\"<\/p>\n

Depois de quase um m\u00eas de nossa \u00faltima postagem, resolvemos acabar com o limbo que andava corroendo este humilde espa\u00e7o virtual. O semestre acabou, as f\u00e9rias n\u00e3o vieram e os afazeres inadi\u00e1veis foram feitos (ainda que com atraso). Ent\u00e3o, bora l\u00e1.<\/em><\/p>\n

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Como (pouco) falamos aqui nas duas \u00faltimas postagens, em fins de junho ocorreram dois eventos importantes na capital ga\u00facha. O primeiro, maior, foi o 10\u00ba F\u00f3rum Internacional de Software Livre<\/a>. O segundo, menor mas nem por isso menos importante, foi o I F\u00f3rum do Movimento de M\u00fasica para Baixar<\/a>, organizado pelo movimento de mesmo nome que re\u00fane algumas figuras ativas da cultura brasileira, especialmente da m\u00fasica. Por iniciativa de um integrante deste movimento, Leoni<\/a><\/strong>, e com ajuda do designer Marcelo Pereira<\/strong>, \u00e9 que saiu, em meados de julho, um manifesto que agrupa alguns dos preceitos defendidos pelo MPB (M\u00fasica Para Baixar<\/em>, e n\u00e3o outra cousa que voc\u00ea possa estar imaginando). A ideia do manifesto \u00e9 sintetizado pela frase que d\u00e1 t\u00edtulo \u00e0 esta postagem, Quem baixa m\u00fasica n\u00e3o \u00e9 pirata, \u00e9 divulgador!, <\/strong>que desde j\u00e1 pode ser adotado como um interessante slogan para o movimento.<\/p>\n

Por concordarmos e apoiarmos o texto,\u00a0 publicamos o manifesto aqui abaixo, na \u00edntegra, como fizeram alguns parceiros nossos como o Cultura Digital<\/a> e o Partido Pirata<\/a>.<\/p>\n

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\u00c9 a partir do surgimento da democratiza\u00e7\u00e3o da comunica\u00e7\u00e3o pela rede cibern\u00e9tica, que a conjuntura na m\u00fasica muda completamente.<\/em><\/p>\n

Um mundo acabou. Viva o mundo novo!<\/em><\/p>\n

O que antes era um mercado definido por poucos agentes, detentores do monop\u00f3lio dos ve\u00edculos de comunica\u00e7\u00e3o, hoje se transformou numa fauna de diversidade cultural enorme, dando oportunidade e riqueza para a m\u00fasica nacional \u2013 n\u00e3o s\u00f3 do ponto de vista do artista e produtor(a), como tamb\u00e9m do usu\u00e1rio(a).<\/em><\/p>\n<\/blockquote>\n

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Neste sentido, formamos aqui o <\/strong>Movimento M\u00fasica Pra Baixar:<\/em> reuni\u00e3o de artistas, produtores(as), ativistas da rede e usu\u00e1rios(as) da m\u00fasica em defesa da liberdade e da diversidade musical que circula livremente na Internet.<\/em><\/p>\n<\/blockquote>\n

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Quem baixa m\u00fasica n\u00e3o \u00e9 pirata, \u00e9 divulgador! Semeia gratuitamente projetos musicais.<\/em><\/strong><\/p>\n

Temos por finalidade debater e agir na flexibiliza\u00e7\u00e3o das leis da cadeia produtiva, para que estas n\u00e3o s\u00f3 assegurem nossos direitos de autor(a), mas tamb\u00e9m a difus\u00e3o livre e democr\u00e1tica da m\u00fasica.<\/em><\/p>\n

O MPB afirma que a pr\u00e1tica do \u201cjab\u00e1\u201d nos ve\u00edculos de comunica\u00e7\u00e3o \u00e9 um dos principais respons\u00e1veis pela invisibilidade da grande maioria dos artistas. Por isso, defendemos a criminaliza\u00e7\u00e3o do \u201cjab\u00e1\u201d em nome da diversidade cultural.<\/em><\/p>\n

O MPB ir\u00e1 resistir a qualquer atitude repressiva de controle da Internet e \u00e0s amea\u00e7as contra as liberdades civis que impedem inova\u00e7\u00f5es. A rede \u00e9 a \u00fanica ferramenta dispon\u00edvel que realmente possibilita a democratiza\u00e7\u00e3o do acesso \u00e0 comunica\u00e7\u00e3o e ao conhecimento, elementos indispens\u00e1veis \u00e0 diversidade de pensamento.<\/em><\/p>\n

Novos tempos necessitam de novos valores. Temas como economia solid\u00e1ria, flexibiliza\u00e7\u00e3o do direito autoral, software livre, cultura digital, comunica\u00e7\u00e3o comunit\u00e1ria e colaborativa s\u00e3o aspectos fundamentais para a cria\u00e7\u00e3o de possibilidades de uma nova realidade a quem cria, produz e usa m\u00fasica.<\/em><\/p>\n

O MPB ir\u00e1 promover debates e a\u00e7\u00f5es que permitam aos agentes desse processo, de uma forma mais ampla e participativa, tornarem-se criadores(as) e gestores(as) do futuro da m\u00fasica.<\/em><\/p>\n

O futuro da m\u00fasica est\u00e1 em nossas m\u00e3os. Este \u00e9 o manifesto do movimento M\u00fasica Para Baixar.<\/em><\/p>\n


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\"logo-mpb\"<\/p>\n

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Manifestos como esse costumam ser interessantes por, dentre outras coisas, agrupar interesses e ideias comuns num \u00fanico espa\u00e7o, o que facilita a organiza\u00e7\u00e3o de um movimento para a defesa de preceitos comuns perante \u00e0 sociedade – al\u00e9m de serem belos produtos para puxar a frente de batalha quando h\u00e1 uma guerra cont\u00ednua e longa pela frente, como aqui parece ser o caso<\/a>.<\/p>\n

Sabemos todos que a atual ind\u00fastria musical<\/a> se erigiu, durante o s\u00e9culo XX, num contexto onde a produ\u00e7\u00e3o cultural se realizava numa s\u00e9rie de processos que custavam bastante dinheiro, desde a grava\u00e7\u00e3o \u00e0 reprodu\u00e7\u00e3o.\u00a0 O resultado disso \u00e9 que a produ\u00e7\u00e3o e a distribui\u00e7\u00e3o se restringia \u00e0queles que tivessem condi\u00e7\u00f5es financeiras para isso, uma minoria endinheirada que, para se manter, precisava (ou julgava que precisava) vender (caro) aquilo que produzia.<\/p>\n

Hoje, como boa parte de n\u00f3s sabemos, o custo para produ\u00e7\u00e3o e – principalmente – para a distribui\u00e7\u00e3o de um produto cultural (ou artefato, cultural para\u00a0 atualizarmos ou variarmos a nomenclatura)\u00a0 \u00e9 muito menor do que era h\u00e1 um pouco mais dez anos atr\u00e1s, quando fazer uma c\u00f3pia de um CD era mais caro do que comprar um novo. A diminui\u00e7\u00e3o nos custos permite com que muito mais pessoas possam produzir a sua m\u00fasica e distribu\u00ed-la na rede para todo o planeta. Permite, tamb\u00e9m, uma variedade muito maior daquela m\u00fasica que podemos escutar; cada um, em sua pr\u00f3pria casa, pode escolher o que escutar, seja algo pr\u00f3ximo como um \u00f3timo jazz instrumental brasileiro<\/a> ou um hit pop em incr\u00edvel vers\u00e3o folk de uma banda da Ucr\u00e2nia<\/a>. \u00c9 dado para n\u00f3s a incr\u00edvel possibilidade de n\u00e3o depender mais de uma pessoa, com interesses muitas vezes estritamente comerciais, para a determina\u00e7\u00e3o daquilo que vamos escutar, o que nos abre literalmente diversos oceanos de diversidade e qualidade musical que nunca antes sab\u00edamos que existia.<\/p>\n

Este novo contexto exige novas estrat\u00e9gias de distribui\u00e7\u00e3o e comercializa\u00e7\u00e3o para a m\u00fasica. Exige um repensar de toda uma institui\u00e7\u00e3o que muito se deu bem no s\u00e9culo XX, mas que hoje n\u00e3o vai mais se manter os mesmos princ\u00edpios antes usados<\/a>. Determinar como ser\u00e3o estas novas estrat\u00e9gias, tanto de distribui\u00e7\u00e3o quanto de comercializa\u00e7\u00e3o, \u00e9 algo que muitos est\u00e3o querendo fazer<\/a>,\u00a0 e um manifesto como o do Movimento M\u00fasica Para Baixar<\/em> \u00e9, no fundo, uma forma de unir pessoas para pensar como que isso vai se dar, n\u00e3o?<\/p>\n

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Para assinar o manifesto,\u00a0 clique aqui<\/a>. Cerca de 1500 pessoas j\u00e1 assinaram. Destaco em especial um deles, o rei do Bom-Fim porto-alegrense Nei Lisboa<\/a>.<\/p>\n

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[Leonardo Foletto<\/strong>.]<\/p>\n

Cr\u00e9ditos fotos: um<\/a>, dois<\/a><\/address>\n
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