{"id":15805,"date":"2025-03-07T22:23:04","date_gmt":"2025-03-08T01:23:04","guid":{"rendered":"https:\/\/baixacultura.org\/?p=15805"},"modified":"2025-03-16T22:34:41","modified_gmt":"2025-03-17T01:34:41","slug":"vale-a-pena-ver-de-novo-tudo-vigiado-por-maquinas-de-adoravel-graca-2012","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2025\/03\/07\/vale-a-pena-ver-de-novo-tudo-vigiado-por-maquinas-de-adoravel-graca-2012\/","title":{"rendered":"Vale a pena ver de novo – Tudo Vigiado por m\u00e1quinas de ador\u00e1vel gra\u00e7a (2012)"},"content":{"rendered":"

Quase 13 anos atr\u00e1s, fizemos um texto no BaixaCultura<\/a> falando do \u201cTudo Vigiado por M\u00e1quinas de Ador\u00e1vel Gra\u00e7a\u201d, de Adam Curtis, grande documentarista ingl\u00eas conhecido por seu estilo \u00fanico e denso de contar hist\u00f3rias pol\u00edticas e interessantes do s\u00e9culo XX. O post reproduziu uma resenha de uma amiga do BaixaCultura de tempos, Aracele Torres<\/a>, doutora e mestre em hist\u00f3ria social pela USP, autora da bela tese \u201cA internet livre e aberta como ideologia: o debate da neutralidade da rede no Brasil e nos Estados Unidos<\/a>\u201d e do livro essencial \u201cA Tecnoutopia do Software Livre<\/a>\u201d, baseado em sua disserta\u00e7\u00e3o e em seu trabalho de militante do software livre de muitos anos.<\/p>\n

O belo e misterioso nome do document\u00e1rio, \u201cAll Watched Over By Machines of Loving Grace<\/a>\u201d (no original), faz refer\u00eancia a um poema publicado em 1967 sob o mesmo nome, cujo o autor, Richard Brautigan, falava de uma sociedade onde os homens estavam livres de trabalho e a natureza tinha alcan\u00e7ado seu estado de equil\u00edbrio, tudo gra\u00e7as ao avan\u00e7o da cibern\u00e9tica.<\/p>\n

”<\/p>\n

All Watched Over By Machines Of Loving Grace<\/strong>
\nI like to think (and
\nthe sooner the better!)
\nof a cybernetic meadow
\nwhere mammals and computers
\nlive together in mutually
\nprogramming harmony
\nlike pure water
\ntouching clear sky.<\/p>\n

I like to think
\n(right now, please!)
\nof a cybernetic forest
\nfilled with pines and electronics
\nwhere deer stroll peacefully
\npast computers
\nas if they were flowers
\nwith spinning blossoms.<\/p>\n

I like to think
\n(it has to be!)
\nof a cybernetic ecology
\nwhere we are free of our labors
\nand joined back to nature,
\nreturned to our mammal
\nbrothers and sisters,
\nand all watched over
\nby machines of loving grace.<\/p><\/blockquote>\n

 <\/p>\n

\"\"<\/p>\n

O document\u00e1rio \u00e9 uma cr\u00edtica contundente \u00e0 tradi\u00e7\u00e3o tecno-ut\u00f3pica originada nos Estados Unidos, da ideologia californiana ao tecnosolucionismo. Voc\u00ea deve imaginar, por conta disso tudo, o quanto o filme est\u00e1 cada vez mais atual na Era Musk-Trump, por isso nossa recomenda\u00e7\u00e3o de hoje.<\/p>\n

Est\u00e1 dividido em 3 partes: \u201cAmor e Poder<\/strong>\u201c mostra como o casamento entre a teoria de Ayn Rand e a cren\u00e7a no poder das m\u00e1quinas produziu a ilus\u00e3o de uma sociedade que prescinde, entre outras coisas, de pol\u00edticos e que se autogovernava e se autoregulava com a ajuda dos computadores. \u201dO uso e abuso dos conceitos vegetais<\/strong>\u201d apresenta o entrela\u00e7amento entre a teoria da cibern\u00e9tica e a teoria do ecossistemas naturais, que produziu a cren\u00e7a de que a natureza era um sistema autorregulado e est\u00e1vel. Por fim, \u201cO macaco dentro da m\u00e1quina e a m\u00e1quina dentro dos macacos<\/strong>\u201c, encerra com a discuss\u00e3o em torno da teoria sobre o comportamento humano moldado por c\u00f3digos matem\u00e1ticos gen\u00e9ticos \u2013 o ser humano como uma m\u00e1quina controlada por seus genes. Cada uma com cerca de uma hora de dura\u00e7\u00e3o, todos dispon\u00edveis no Vimeo do BaixaCultura<\/a> para assistir, legendados e de gr\u00e1tis, e aqui abaixo:<\/p>\n