{"id":15477,"date":"2023-11-20T23:10:24","date_gmt":"2023-11-21T02:10:24","guid":{"rendered":"https:\/\/baixacultura.org\/?p=15477"},"modified":"2023-11-23T19:29:36","modified_gmt":"2023-11-23T22:29:36","slug":"a-extincao-da-internet","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2023\/11\/20\/a-extincao-da-internet\/","title":{"rendered":"A Extin\u00e7\u00e3o da Internet"},"content":{"rendered":"

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Ser\u00e1 que uma outra internet \u2014 uma mais pr\u00f3xima \u00e0 que acredit\u00e1vamos nos anos 2000, descentralizada, menos vigilante, mais das pessoas do que de empresas e rob\u00f4s \u2014 ainda \u00e9 poss\u00edvel? \u201cExtin\u00e7\u00e3o da Internet\u201d, de Geert Lovink, \u00e9 um esfor\u00e7o para tentar responder a esta pergunta. Geert convoca os leitores a examinar o status atual da internet para se pensar, criativamente, em alternativas bifurcativas. Para isso, usa memes, cita f\u00f3runs da internet, ativistas conhecidos e chama um time de pensadores que est\u00e3o, quase todos, se <\/em>debru\u00e7ando hoje sobre a rela\u00e7\u00e3o do capitalismo neoliberal com a tecnologia digital. Professor da Universidade de Amsterdam de Ci\u00eancias Aplicadas, Geert Lovink tem um longo hist\u00f3rico no ativismo midi\u00e1tico e ciberativista europeu. Membro fundador da Nettime (1996), \u00e9 diretor do Institute of Network Cultures. Escrevi o pref\u00e1cio e acompanhei o processo de tradu\u00e7\u00e3o, j\u00e1 que ele faz parte de uma cole\u00e7\u00e3o que estamos organizando aqui no BaixaCultura, em parceria com a Editora Funilaria, com livros que buscam politizar o mal-estar que nos acomete hoje sobre os rumos da internet: \u00c2ncora do Futuro<\/strong>. Em 2024 vem mais livros! \u201cExtin\u00e7\u00e3o da Internet\u201d tem tradu\u00e7\u00e3o de Dafne Melo, est\u00e1 em pr\u00e9-venda<\/a> e ser\u00e1 lan\u00e7ado durante a Flipei neste m\u00eas de novembro de 2023. Com pequenas varia\u00e7\u00f5es, segue abaixo o texto publicado como pref\u00e1cio de “Extin\u00e7\u00e3o da Internet”, tamb\u00e9m republicado impresso no Jornal da Flipei e na Jacobin Brasil.<\/em><\/p>\n

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Construindo bifurca\u00e7\u00f5es na (hist\u00f3ria da) internet<\/strong><\/h3>\n

H\u00e1 alguns anos, ativistas, pesquisadores, fil\u00f3sofos e intelectuais comentam que a internet n\u00e3o \u00e9 mais o que j\u00e1 foi. A esperan\u00e7a de construir um mundo mais justo via rede \u2014 com menos discrimina\u00e7\u00e3o e mais respeito aos outros, com todos sendo tamb\u00e9m m\u00eddia, a partir de uma saud\u00e1vel prolifera\u00e7\u00e3o de pontos de vista causada pela libera\u00e7\u00e3o do polo emissor da informa\u00e7\u00e3o \u2014 tem dado lugar a um pesadelo de desinforma\u00e7\u00e3o. Realidades paralelas s\u00e3o constru\u00eddas a partir de informa\u00e7\u00f5es mentirosas proliferadas em dispositivos acessados por, pelo menos, dois ter\u00e7os da popula\u00e7\u00e3o mundial, turbinadas por uma defesa por vezes absolutista da liberdade de express\u00e3o e pela plataformiza\u00e7\u00e3o de nossas vidas online.<\/p>\n

A consequ\u00eancia tem sido conhecida: circula\u00e7\u00e3o de discursos de \u00f3dio e espalhamento de desinforma\u00e7\u00e3o \u201ccomo nunca antes na hist\u00f3ria\u201d; captura ativa de nossa aten\u00e7\u00e3o e do nosso olhar, transformados em dados que, coletados em quase todos os lugares da rede, est\u00e3o a servi\u00e7o de poucas empresas que lucram cada vez mais oferecendo tudo para o nosso consumo; precariza\u00e7\u00e3o das rela\u00e7\u00f5es de trabalho a partir de novas formas de explora\u00e7\u00e3o do trabalho digital*, atomizada e globalizada tamb\u00e9m para tentar dificultar qualquer tipo de rea\u00e7\u00e3o organizada dos trabalhadores; continua\u00e7\u00e3o das rela\u00e7\u00f5es coloniais, agora a partir de um colonialismo digital<\/a> (ou de dados), criado a partir de um processo de extra\u00e7\u00e3o de valor que reproduz e amplia o racismo, incrustando tamb\u00e9m na t\u00e9cnica os vieses de ra\u00e7a (e g\u00eanero), em um fen\u00f4meno chamado de racismo algor\u00edtmico.<\/a> Essa explora\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m tem levado dados do sul global para o enriquecimento de empresas de tecnologia do norte, especialmente dos Estados Unidos e da Europa, o que tamb\u00e9m traz consequ\u00eancias para a soberania digital dos pa\u00edses que n\u00e3o constroem uma infraestrutura pr\u00f3pria para armazenar e cuidar de suas informa\u00e7\u00f5es, jogando conhecimento precioso de forma silenciosa em datacenters privados que n\u00e3o sabemos bem como funcionam, como no caso das universidades que adotam nuvens (\u201cN\u00e3o existe nuvem: \u00e9 apenas os computadores de outras pessoas<\/em>\u201d diz o meme) das big techs. E isso \u00e9 apenas um resumo: poder\u00edamos falar tamb\u00e9m das consequ\u00eancias ambientais de um modo de vida conectado que demanda muita energia em um planeta cada vez mais quente e colapsado, ou dos efeitos psicol\u00f3gicos que a hiperexposi\u00e7\u00e3o a telas e informa\u00e7\u00f5es rasas que abundam nas redes sociais t\u00eam sobre o c\u00e9rebro humano \u2013 mas, por hora, voc\u00ea j\u00e1 entendeu o que estou dizendo.<\/p>\n

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Diante de tudo isso, \u00e9 inevit\u00e1vel pensar que, de fato, a internet deu ruim<\/em> \u2014 ou, pelo menos, n\u00e3o cumpriu nossas expectativas de melhora global e pode estar acelerando os problemas do planeta. O que nos leva a um outro pensamento: o que vamos fazer diante desse colapso? H\u00e1 alguns anos, muita gente tem diagnosticado esse cen\u00e1rio e tentado apontar caminhos, entre os quais se encontra o autor deste livro. A quest\u00e3o, hoje mais clara do que duas d\u00e9cadas atr\u00e1s, \u00e9 muito mais pol\u00edtica e econ\u00f4mica do que tecnol\u00f3gica. E quando falamos nestas duas palavras \u2014 pol\u00edtica e economia \u2014, sabemos que toda e qualquer bifurca\u00e7\u00e3o n\u00e3o ser\u00e1 f\u00e1cil nem suave. \u201c\u00c9 mais f\u00e1cil imaginar o fim do mundo do que o fim do capitalismo\u201d, como disse Mark Fisher, numa frase hoje bastante ouvida e que sintetiza bem a encruzilhada que nos traz o chamado Realismo Capitalista<\/a>. Ser\u00e1 que uma outra internet \u2014 uma mais pr\u00f3xima \u00e0 que acredit\u00e1vamos nos anos 2000, descentralizada, menos vigilante, mais das pessoas do que de empresas
\ne rob\u00f4s \u2014 ainda \u00e9 poss\u00edvel?<\/p>\n

\u00c9 a essa pergunta inquietante que buscamos, nesta cole\u00e7\u00e3o, tentar responder. Sem a pretens\u00e3o de trazer respostas definitivas nem \u00fanicas, porque n\u00e3o existem. Mas com a esperan\u00e7a de politizar esse mal-estar que nos acomete para jogar luz a bifurca\u00e7\u00f5es poss\u00edveis \u2014 j\u00e1 existentes ou a serem criadas. Falar bastante do problema \u00e9 um primeiro passo para tentar resolv\u00ea-lo, nos ensina a psican\u00e1lise. O livro que voc\u00ea tem em m\u00e3os, portanto, \u00e9 o primeiro desse esfor\u00e7o. Geert Lovink, seu autor, \u00e9 algu\u00e9m que faz a cr\u00edtica da internet tal como ela se tornou h\u00e1 algum tempo; j\u00e1 no final dos anos 1990, a partir do conceito de m\u00eddia t\u00e1tica (da qual \u00e9 o seu principal proponente) e de uma corrente de estudos chamada net-criticism<\/strong>, apontava para os perigos da internet estar diretamente relacionada com a expans\u00e3o do poder de empresas privadas em sua maioria oriundas de um \u00fanico pa\u00eds, os Estados Unidos. Em coro com A Ideologia Californiana<\/a>, , ensaio seminal (publicado em 1995) de Richard Barbrook e Andy Cameron sobre a tecnopol\u00edtica da rede, Geert aponta, h\u00e1 mais de 20 anos, tamb\u00e9m para a necessidade de cria\u00e7\u00e3o de infraestruturas e redes aut\u00f4nomas, organizadas coletivamente e independentes de grandes empresas, para que n\u00e3o deix\u00e1ssemos o desenvolvimento, o controle e a inova\u00e7\u00e3o das tecnologias digitais em rede apenas na m\u00e3o de um punhado de organiza\u00e7\u00f5es privadas do Vale do Sil\u00edcio.<\/p>\n

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Geert Lovink<\/p><\/div>\n

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Professor da Universidade de Amsterdam de Ci\u00eancias Aplicadas, Geert tem um longo hist\u00f3rico no ativismo midi\u00e1tico e ciberativista europeu. Membro fundador da Nettime<\/a> \u2014 um grupo e uma lista de e-mails sobre cultura digital (ou networked cultures), pol\u00edtica e t\u00e1tica que, desde 1996 (!), re\u00fane uma s\u00e9rie de pesquisadores, professores, te\u00f3ricos e pr\u00e1ticos europeus \u2014, tamb\u00e9m fundou, em 2004, o Institute of Network Cultures<\/a>, que trabalha com pesquisas e publica\u00e7\u00f5es ligadas a arte digital, cultura da imagem, design e publica\u00e7\u00e3o digital a partir de uma perspectiva interdisciplinar e cr\u00edtica. \u00c9 autor de livros como Networks Without a Case<\/a> (2012), Social Media Abyss<\/a> (2016) e Organization after Social Media<\/a> (com Ned Rossiter) \u2014 todos sem edi\u00e7\u00e3o brasileira, mas traduzidos para o alem\u00e3o, espanhol e italiano. Nos \u00faltimos anos, Geert tem refor\u00e7ado sua posi\u00e7\u00e3o cr\u00edtica ao que a internet se transformou em livros como Sad by Design<\/a> (2019) e Stuck on the Platform<\/a> (2022), nos quais ele analisa o crescimento das plataformas de m\u00eddias sociais e a rela\u00e7\u00e3o do design pela qual foram feitas com a prolifera\u00e7\u00e3o da desinforma\u00e7\u00e3o, da circula\u00e7\u00e3o de memes t\u00f3xicos e discursos de \u00f3dio, da fadiga online a partir das telas (explorado durante a pandemia no chamado \u201czoom bombing<\/em>\u201d) e da adic\u00e7\u00e3o online.<\/p>\n

Neste Extin\u00e7\u00e3o da Internet<\/strong>, ele segue nessa an\u00e1lise, agora de modo sint\u00e9tico e dial\u00e9tico, trazendo um resumo de suas principais quest\u00f5es atuais sobre essa \u201cressaca da internet<\/a>\u201d, como eu mesmo j\u00e1 a chamei em 2018. Provoca sua plateia \u2014 o texto parte de uma aula inaugural dada em 18 de novembro de 2022 na Universidade de Amsterdam \u2014 a examinar o status atual da internet para se pensar, criativamente, em alternativas de bifurca\u00e7\u00e3o. Para isso, usa memes, cita f\u00f3runs da internet, menciona ativistas conhecidos e chama um time de pensadores que est\u00e3o, quase todos, se debru\u00e7ando sobre a rela\u00e7\u00e3o do capitalismo neoliberal com a tecnologia digital: h\u00e1 Bernard Stiegler, Franco \u201cBifo\u201d Berardi, Tiziana Terranova, Donatella Della Ratta, Yuk Hui, mas tamb\u00e9m outros, como Mark Fisher, Jacques Derrida, Bertold Brecht e Walter Benjamin. De Stiegler, vem uma m\u00e1xima que tamb\u00e9m percorre as inten\u00e7\u00f5es deste livro: \u201ccolocar os automatismos a servi\u00e7o de uma desautomiza\u00e7\u00e3o negantr\u00f3pica\u201d. De Benjamin, um convite \u00e0 uma tarefa de hoje: \u201cescovar a hist\u00f3ria a contrapelo\u201d. Propor bifurca\u00e7\u00f5es \u00e9 uma forma de lutar contra o imobilismo do \u201cn\u00e3o h\u00e1 nada a fazer\u201d, que a leitura dos primeiros par\u00e1grafos dessa introdu\u00e7\u00e3o pode sugerir. Geert faz, diversas vezes neste livro, perguntas para nos tirar dessa posi\u00e7\u00e3o exclusivamente niilista e nos chamar \u00e0 a\u00e7\u00e3o. Por exemplo: \u201cComo transformar descontentamento e contra-hegemonia em uma verdadeira transi\u00e7\u00e3o de poder nesta era da plataforma tardia? O que pode ocupar o vazio em nossos c\u00e9rebros desfragmentados depois que a internet desocupar a cena? Em que pode consistir a vida depois que nossas mentes fr\u00e1geis n\u00e3o forem mais atacadas pelos efeitos entorpecentes e deprimentes de descer a barra de rolagem do apocalipse (doomscrolling<\/em>)?\u201d<\/p>\n

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Embora fale em colonialismo, a perspectiva de Geert ainda \u00e9 a europeia branca. Nesse caso, sua vis\u00e3o nos ajuda a entender os problemas do ocidente em que a internet foi concebida, capturando um zeitgeist de quem \u2014 com menos problemas de conex\u00e3o, mais produ\u00e7\u00e3o de tecnologias digitais e a caminho (neste 2023) de uma regula\u00e7\u00e3o razo\u00e1vel das plataformas \u2014 ainda se pergunta o que pode ser feito para reinventar a internet. Nos pr\u00f3ximos volumes da cole\u00e7\u00e3o, trataremos perspectivas sobre as bifurca\u00e7\u00f5es poss\u00edveis a partir de pontos de vista do sul global. Acreditamos que nossa regi\u00e3o, ainda com todos os problemas de acesso, regula\u00e7\u00e3o poss\u00edvel e desigualdade generalizada, tem o potencial real de alternativas novas ao incorporar e incubar solu\u00e7\u00f5es desde abajo<\/em>, baseadas na inventividade gambiarr\u00edstica de quem cria porque entende melhor que n\u00e3o h\u00e1 outro caminho para (sobre)viver.<\/p>\n

[Leonardo Foletto<\/strong>]<\/p>\n

*: Que tem dado origem a outras denomina\u00e7\u00f5es e hip\u00f3teses sobre o sistema econ\u00f4mico pol\u00edtico hoje. Cito aqui duas delas: 1) \u201ctecno-feudalismo\u201d, que afirma que o capitalismo industrial, enquanto um modo de produ\u00e7\u00e3o progressivo e gerador de crescimento econ\u00f4mico, foi j\u00e1 substitu\u00eddo por um capitalismo rentista, depredador, que deve ser agora chamado de tecno-feudalismo, termo popularizado especialmente a partir de C\u00e9dric Durand em Technof\u00e9odalisme: Critique de l’\u00e9conomie num\u00e9rique<\/a> (2020); e 2) \u201co capital est\u00e1 morto\u201d<\/a>, como defende McKenzie Wark no livro hom\u00f4nimo, que anuncia o que seria um novo modo de produ\u00e7\u00e3o, n\u00e3o mais capitalista, mas pior, que n\u00e3o baseia mais seu poder na propriedade privada dos meios de produ\u00e7\u00e3o, mas sim no controle do \u201cvetor de informa\u00e7\u00e3o\u201d, formado por aquelas tecnologias que n\u00e3o apenas coletam grandes quantidades de dados, mas tamb\u00e9m os ordenam, gerenciam e processam para extrair seu valor.<\/em><\/p>\n

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