{"id":15109,"date":"2023-01-06T13:07:34","date_gmt":"2023-01-06T16:07:34","guid":{"rendered":"https:\/\/baixacultura.org\/?p=15109"},"modified":"2023-01-06T13:15:35","modified_gmt":"2023-01-06T16:15:35","slug":"2023-o-que-esperar-do-cenario-digital","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2023\/01\/06\/2023-o-que-esperar-do-cenario-digital\/","title":{"rendered":"2023: o que esperar do cen\u00e1rio digital?"},"content":{"rendered":"<p>&nbsp;<\/p>\n<p>No final de 2022 conversei no Podcast Tecnopol\u00edtica com S\u00e9rgio Amadeu &#8211; professor da UFABC, ciberativista hist\u00f3rico e parceiro de v\u00e1rias frentes de batalha &#8211; sobre o que esperar no cen\u00e1rio da tecnologia em 2023.<\/p>\n<p>O papo buscou responder a pergunta: o que esperar de 2023 no cen\u00e1rio digital? Listei alguns pontos de aten\u00e7\u00e3o, que foram discutidos no programa junto com outros pontos trazidos por S\u00e9rgio. Segue abaixo o v\u00eddeo completo, no Youtube, mas d\u00e1 tamb\u00e9m <a href=\"https:\/\/tecnopolitica.blog.br\/episode\/tecnopolitica-169-o-que-esperar-de-2023-no-cenario-digital\/\">para escutar direto no site do Podcast<\/a>.<\/p>\n<p>&nbsp;<\/p>\n<p><iframe loading=\"lazy\" title=\"YouTube video player\" src=\"https:\/\/www.youtube.com\/embed\/LeFJ-2XsrTU\" width=\"560\" height=\"315\" frameborder=\"0\" allowfullscreen=\"allowfullscreen\"><\/iframe><\/p>\n<p>&nbsp;<\/p>\n<p>\u00c0 \u00e9poca, fiz um texto sistematizando alguns destes pontos, com diversos trechos que n\u00e3o falei no podcast (como do trecho de \u201cO Capital Est\u00e1 Morto\u201d, de McKenzie Wark), outros que abordei de forma diferente e algumas anota\u00e7\u00f5es a partir das falas de S\u00e9rgio. H\u00e1, claro, como em toda boa conversa, outros temas abordados na 1h do v\u00eddeo, como a quest\u00e3o do 5G, as tecnologias para a sustentabilidade socioambiental, as tens\u00f5es nas disputas geoestrat\u00e9gicas dos semicondutores. Como gosto do bruto, segue abaixo o texto, que, penso, tem v\u00e1rios insights para acompanhar neste 2023.<\/p>\n<blockquote><p>&nbsp;<\/p>\n<ol>\n<li aria-level=\"1\"><strong>REGULA\u00c7\u00c3O DAS PLATAFORMAS &amp; CAPITALISMO DE VIGIL\u00c2NCIA<\/strong><\/li>\n<\/ol>\n<p>H\u00e1 um &#8220;Zeitgeist&#8221;, esp\u00edrito do tempo, sobre regula\u00e7\u00e3o, que \u00e9 mundial.<\/p>\n<p>N\u00e3o basta defender \u201cdireitos\u201d nas plataformas. \u00c9 preciso redefinir sua l\u00f3gica, buscar transpar\u00eancia para os algoritmos.<\/p>\n<p>A organiza\u00e7\u00e3o das informa\u00e7\u00f5es em torno da timeline, que prioriza n\u00e3o a ordem cronol\u00f3gica das postagens, padr\u00e3o das redes at\u00e9 ent\u00e3o, mas diversos outros fatores (localiza\u00e7\u00e3o, interesses, intera\u00e7\u00e3o em outros posts, al\u00e9m de publicidade) embutidos no algoritmo, potencializou erros na comunica\u00e7\u00e3o digital. Isso come\u00e7ou ali por 2012, com o Facebook, e depois se espalhou por outras redes. Agora, com tudo que vem acontecendo, \u00e9 como se agora a gente tivesse isso mais claro e come\u00e7asse a reagir para reverter isso.<\/p>\n<p>Como muitos de n\u00f3s ativistas do conhecimento livre, que acreditavam numa tecnoutopia de uma internet totalmente livre e na cria\u00e7\u00e3o de uma sociedade melhor a partir da internet, eu inicialmente n\u00e3o pensava que seria necess\u00e1rio regular a internet e as redes sociais; acreditava que \u201cdar\u00edamos um jeito\u201d, que a possibilidade de ter onde e como falar, a partir da \u201clibera\u00e7\u00e3o do p\u00f3lo emissor da informa\u00e7\u00e3o\u201d, era muito importante para contrapor as narrativas viciadas das m\u00eddias tradicionais.<\/p>\n<p>Escrevi um texto no BaixaCultura, em 2018, <a href=\"https:\/\/baixacultura.org\/2018\/07\/09\/ressaca-da-internet-espirito-do-tempo\/\">que fala de uma ressaca da internet<\/a> e que pensa bastante sobre isso. Eu conto no texto que lembro bem, no final de 2011, quando escrevi um relato sobre a luta pela defesa dos princ\u00edpios da internet, como a neutralidade da rede, a partir da fala de Yochai Benkler na abertura do Festival Cultura Digital.br. J\u00e1 naquela \u00e9poca o questionamento sobre o fim da neutralidade da rede e o crescimento dos grandes monop\u00f3lios era assunto corrente, embora n\u00e3o com tanta presen\u00e7a quanto hoje. Na \u00e9poca, comecei o texto com a pergunta: \u201c\u00e9 utopia pensar em uma internet democr\u00e1tica e livre, sem privil\u00e9gios de acesso e tr\u00e1fego de dados para nenhum lado, assim como foi definido nos princ\u00edpios do desenvolvimento da rede?\u201d<\/p>\n<p>Bom, esquecemos todos os poderes do capitalismo se reinventar, talvez de um modo ainda pior, como diz o \u201c<a href=\"https:\/\/www.sobinfluencia.com\/produtos\/pre-venda-livro-o-capital-esta-morto-mckenzie-wark\">O Capital Est\u00e1 Morto<\/a>\u201d, de McKenzie Wark, rec\u00e9m lan\u00e7ado no Brasil pela Sob Influencia e a Funilaria. Acabei de escrever um texto sobre o livro (logo publicamos aqui), que fala de um novo modo de produ\u00e7\u00e3o, n\u00e3o mais capitalista, mas pior, que n\u00e3o se baseia mais seu poder na propriedade privada dos meios de produ\u00e7\u00e3o, mas sim no controle do \u201cvetor de informa\u00e7\u00e3o\u201d, formado por aquelas tecnologias que coletam grandes quantidades de dados e os ordenam, gerenciam e processam para extrair seu valor. A tese central do livro \u00e9 de que a ascens\u00e3o deste modo de produ\u00e7\u00e3o tem criado uma contradi\u00e7\u00e3o no centro daqueles que det\u00e9m o poder: se antes as classes dominantes controlavam algum tipo de bem escasso (a propriedade, os meios de produ\u00e7\u00e3o), agora essa classe necessita controlar algo que \u00e9 extremamente abundante: a informa\u00e7\u00e3o. Esta contradi\u00e7\u00e3o, hoje sem resolu\u00e7\u00e3o, encaminharia para um novo meio de produ\u00e7\u00e3o ainda mais selvagem que o capitalismo, em que o dom\u00ednio se daria na posse e no controle da informa\u00e7\u00e3o. O que, por sua vez, n\u00e3o implica que os modos de produ\u00e7\u00e3o anteriores tenham sido apagados: eles coexistem e se sobrep\u00f5em, mas agora h\u00e1 uma classe emergente que, dominando a informa\u00e7\u00e3o, controla tamb\u00e9m o trabalho e o capital &#8211; pelo menos do jeito que tradicionalmente o entendemos.<\/p>\n<p>O modelo de neg\u00f3cio das plataformas \u00e9 t\u00e3o nocivo como o do tabaco. Para deter a desinforma\u00e7\u00e3o, talvez a gente devesse responsabilizar o produtor em escala industrial, no atacado, n\u00e3o no varejo; n\u00e3o o cara que vende baseado na esquina, mas quem produz em larga escala, o grande traficante, se quisermos seguir na met\u00e1fora.<\/p>\n<p>Anatel, ag\u00eancia reguladora que \u00e9 ref\u00e9m do regulado;<\/p>\n<p>Como disse o Rafael Evangelista recentemente, <a href=\"https:\/\/outraspalavras.net\/tecnologiaemdisputa\/por-que-lula-precisa-regular-as-big-techs\/\">num texto publicado no Outras Palavras<\/a>, o poder das plataformas precisa ser combatido tendo em vista o modelo de neg\u00f3cios que operam e o gigantismo que adquiriram. N\u00e3o d\u00e1 para uma poucas empresas internacionais serem propriet\u00e1rias ocultas de tudo e fazerem todas as fun\u00e7\u00f5es, de hospedagem de dados e conte\u00fados a recomenda\u00e7\u00f5es de consumo; de publicidade program\u00e1tica a financiamento da produ\u00e7\u00e3o cultural; de intermedia\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os de transporte a gerenciamento urbano.<\/p>\n<p>Dito isso, hoje eu n\u00e3o tenho d\u00favida que a regula\u00e7\u00e3o \u00e9 um caminho. Sobram muitas quest\u00f5es sobre isso que muita gente est\u00e1 pensando hoje em dia, inclusive o Governo Lula: de que forma fazer a regula\u00e7\u00e3o com transpar\u00eancia, participa\u00e7\u00e3o da sociedade civil, com soberania digital, tendo em conta a quest\u00e3o do comum, do que precisa ser comum. O problema \u00e9 de natureza transversal e creio que hoje tem muita gente se preocupando com isso. E o \u201cinimigo\u201d aqui \u00e9 dif\u00edcil, poderoso, compra tudo e todos, ent\u00e3o \u00e9 um problema gigante.<\/p>\n<p>Mas \u00e9 um \u201cesp\u00edrito do tempo\u201d da regula\u00e7\u00e3o. Os limites das plataformas talvez v\u00e3o ser dados nos pr\u00f3ximos anos.<\/p>\n<p><strong><br \/>\n2. COOPERATIVISMO DE PLATAFORMA<\/strong><\/p>\n<p>Eu gosto de falar, se me permite, tamb\u00e9m em alternativas. Uma delas \u00e9 o <a href=\"https:\/\/baixacultura.org\/portfolio-item\/cooperativismo-de-plataforma\/\">cooperativismo de plataforma<\/a>, uma ideia que tenho acompanhado faz tempo, desde 2017 no Brasil, quando da publica\u00e7\u00e3o do livro &#8220;Cooperativismo de Plataforma\u201d, do Trebor Scholz, pela Elefante com apoio da Funda\u00e7\u00e3o Rosa Luxemburgo.<\/p>\n<p>Recentemente, <a href=\"https:\/\/baixacultura.org\/2022\/08\/29\/plano-de-acao-para-cooperativismo-de-plataforma-no-brasil\/\">participei de um documento<\/a> que faz sugest\u00f5es a partir de uma preocupa\u00e7\u00e3o sobre como as grandes plataformas t\u00eam se colocado como intermedi\u00e1rias do trabalho, digital ou n\u00e3o, gerenciando e extraindo valor das atividades. Foi produzido a partir de um semin\u00e1rio sobre cooperativismo de plataforma e pol\u00edticas p\u00fablicas, em Porto Alegre, organizado pelo Digilabour, do parceiro Rafael Grohmann. O foco aqui \u00e9 a apropria\u00e7\u00e3o dessas estruturas de intermedia\u00e7\u00e3o pelos trabalhadores organizados.<\/p>\n<p>Linhas para Pol\u00edticas P\u00fablicas<\/p>\n<p>_ Estado como catalisador de rela\u00e7\u00f5es de trabalho mais dignas e inclusivas a partir do cooperativismo de plataforma no marco da economia solid\u00e1ria, fomentando iniciativas \u201cde baixo para cima\u201d;<\/p>\n<p>_ Desenvolvimento de uma pol\u00edtica nacional para o cooperativismo de plataforma, incluindo fomento a projetos locais, regionais e nacionais em diversos setores;<br \/>\n_ Pol\u00edticas para o desenvolvimento de plataformas cooperativas baseadas em tecnologias livres de modo a favorecer a auto-organiza\u00e7\u00e3o de trabalhadoras e trabalhadores;<\/p>\n<p>\u00c9 um caminho que dialoga com o movimento do software livre, da qual voc\u00ea \u00e9 parte importante S\u00e9rgio, e com a cultura e o conhecimento livre, que fala em mais acesso, mas tamb\u00e9m autonomia sobre as tecnologias, pautando por por uma perspectiva de desaliena\u00e7\u00e3o, de revolta das pessoas contra processos de apropria\u00e7\u00e3o de meios de produ\u00e7\u00e3o e extra\u00e7\u00e3o de valor.<\/p>\n<p>De modo geral, tudo \u00e9 menos tecnol\u00f3gico do que se imagina. \u00c9 mais organiza\u00e7\u00e3o dos trabalhadores do que uma tecnologia que vai resolver.<\/p>\n<p>&nbsp;<\/p>\n<p><strong>3. COPYRIGHT TROLLS<\/strong><\/p>\n<p>Em paralelo a isso, para seguir no ponto da cultura livre, continua ocorrendo a criminaliza\u00e7\u00e3o de quem baixa arquivos, t\u00e3o comum nos anos 2000. Em 2021 e 2022 a gente teve diversas a\u00e7\u00f5es dos <a href=\"https:\/\/www.eff.org\/issues\/copyright-trolls\">Copyright Trolls<\/a>,\u00a0 pessoas ou organiza\u00e7\u00f5es que realizam amea\u00e7as de processo judicial, ou outras atitudes particularmente agressivas, para obter remunera\u00e7\u00e3o a partir de quest\u00f5es ligadas \u00e0 prote\u00e7\u00e3o dos direitos autorais. Atuam a despeito de um real embasamento jur\u00eddico para sua reivindica\u00e7\u00e3o nesses casos, e a notifica\u00e7\u00e3o se presta a causar terror psicol\u00f3gico pela amea\u00e7a de a\u00e7\u00e3o judicial que dificilmente resultaria em vit\u00f3ria para quem a ajuizasse.<\/p>\n<p>Continuam intimidando pessoas que baixaram determinados filmes com avisos amea\u00e7adores por email, como t\u00edtulos como \u201cNotifica\u00e7\u00e3o extrajudicial pela infra\u00e7\u00e3o a direitos autorais\u201d ou &#8220;Alerta sobre infra\u00e7\u00e3o a direitos autorais\u201d, como mostra<a href=\"https:\/\/partidopirata.org\/email-aviso\/\"> a nota publicada no Partido Pirata<\/a>.<\/p>\n<p>Eles explicam como obtiveram os dados cadastrais, via provedor (Claro), a conex\u00e3o estava ligada a uma rede wifi, registrada em nome da pessoa que recebeu a carta. Agora eis a quest\u00e3o: como eles podem afirmar que a pessoa, que fez o suposto download, estava conectada a uma rede wifi, e n\u00e3o usando uma conex\u00e3o por cabo de rede? Com base nas \u201cprovas\u201d apresentadas, n\u00e3o h\u00e1 como. \u00c9 puro achismo e especula\u00e7\u00e3o por parte deles.<\/p>\n<p>Ainda h\u00e1 esse entendimento hoje, da equipara\u00e7\u00e3o do arquivo digital ao arquivo f\u00edsico, do bem material ao bem imaterial, da criminaliza\u00e7\u00e3o do download. A ind\u00fastria cultural n\u00e3o parou e vai continuar se a gente n\u00e3o propor novas legisla\u00e7\u00f5es e, principalmente, entendimentos sobre o que \u00e9 um bem comum, que n\u00e3o \u00e9 necessariamente rival de um bem material, etc. At\u00e9 mesmo editoras de esquerda criminalizam pessoas que baixaram seus livros! No Brasil precisamos pensar com cuidado a quest\u00e3o de acesso antes de sair criminalizando ou incitando o \u00f3dio a quem baixa arquivos de bens culturais como livros. Precisamos pensar tamb\u00e9m no paradigma da abund\u00e2ncia, n\u00e3o da escassez. Maximiza\u00e7\u00e3o social cultural pode tornar sustent\u00e1vel a maximiza\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica. A produ\u00e7\u00e3o social vem antes da maximiza\u00e7\u00e3o dos lucros.<\/p>\n<p>&nbsp;<\/p>\n<p><strong>4. INTELIG\u00caNCIA ARTIFICIAL\u00a0<\/strong><\/p>\n<p>Padroniza\u00e7\u00e3o e classifica\u00e7\u00e3o de dados. Aplicativos como Lensa, GPT-3, etc.<\/p>\n<p>A velocidade com que esses sistemas generativos est\u00e3o se complexificando \u00e9 assustadora. E n\u00e3o h\u00e1 sinais claros de que estamos perto do limite.<\/p>\n<p>J\u00e1 \u00e9 plenamente poss\u00edvel gerar textos e imagens cr\u00edveis de maneira automatizada. Vozes, V\u00eddeos e Modelos 3D est\u00e3o logo ali. J\u00e1 tem alguns resultados e provas de conceito. Em todos os casos, o custo maior &#8211; tanto de processamento quanto de coleta e organiza\u00e7\u00e3o de informa\u00e7\u00e3o &#8211; \u00e9 treinar o &#8216;modelo&#8217;.<\/p>\n<p>Tem todo um debate sobre privacidade, propriedade intelectual e direitos autorais que se reacende nesse novo mundo. De quem \u00e9 a \u201cpropriedade\u201d de um desenho gerado por IA? De quem a treinou? \u00c9 pl\u00e1gio? Como vamos lidar com obras de arte feitas inteiramente em IA ganhando concursos art\u00edsticos?<\/p>\n<p>O designer Jason M. Allen recorreu ao Midjourney, programa que usa algoritmos treinados com fotos da web para gerar novas imagens, para fazer <a href=\"https:\/\/www.nerdtrip.com.br\/tecnologia\/09\/tecnologia-artista-ganha-premio-com-obra-criada-por-ia-e-gera-protestos\/\">uma imagem que ganhou um concurso de arte<\/a> dom\u00e9stico no Colorado, Estados Unidos (logo abaixo). Ele precisou apenas descrever que tipo de obra de arte desejava para que o software realizasse o trabalho, em segundos.<\/p>\n<p>&nbsp;<\/p>\n<p><strong>5. MODELOS DE NEG\u00d3CIO \/ MONETIZA\u00c7\u00c3O DOS DADOS PESSOAIS<\/strong><\/p>\n<p>Meus dados, minhas regras. Tem gente que diz que a monetiza\u00e7\u00e3o de dados pessoais diminuir\u00e1 a desigualdade social. Defendem que ser\u00e1 poss\u00edvel ampliar a renda das pessoas se elas tiverem autonomia sobre as pr\u00f3prias informa\u00e7\u00f5es, como financeiras, de sa\u00fade, de comportamento e outras. O mundo estaria pr\u00f3ximo de passar por uma revolu\u00e7\u00e3o na economia, baseada na propriedade dos dados at\u00e9 2025. Ser\u00e1?<\/p>\n<p>&nbsp;<\/p><\/blockquote>\n<p>&nbsp;<\/p>\n<p>&nbsp;<\/p>\n<p>&nbsp;<\/p>\n<div id=\"attachment_15111\" style=\"width: 1290px\" class=\"wp-caption aligncenter\"><img aria-describedby=\"caption-attachment-15111\" loading=\"lazy\" class=\"wp-image-15111 size-full\" src=\"https:\/\/baixacultura.org\/wp-content\/uploads\/2023\/01\/imagem-IA.jpg\" alt=\"\" width=\"1280\" height=\"720\" srcset=\"https:\/\/baixacultura.org\/wp-content\/uploads\/2023\/01\/imagem-IA.jpg 1280w, https:\/\/baixacultura.org\/wp-content\/uploads\/2023\/01\/imagem-IA-300x169.jpg 300w, https:\/\/baixacultura.org\/wp-content\/uploads\/2023\/01\/imagem-IA-1024x576.jpg 1024w, https:\/\/baixacultura.org\/wp-content\/uploads\/2023\/01\/imagem-IA-768x432.jpg 768w\" sizes=\"(max-width: 1280px) 100vw, 1280px\" \/><p id=\"caption-attachment-15111\" class=\"wp-caption-text\"><em>Th\u00e9\u00e2tre d\u2019Op\u00e9ra Spatial, Jason M. Allen (e Midjourney?)<\/em><\/p><\/div>\n<p>&nbsp;<\/p>\n<p>&nbsp;<\/p>\n<p style=\"text-align: right;\"><strong>[Leonardo Foletto]<\/strong><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"<p>&nbsp; No final de 2022 conversei no Podcast Tecnopol\u00edtica com S\u00e9rgio Amadeu &#8211; professor da UFABC, ciberativista hist\u00f3rico e parceiro de v\u00e1rias frentes de batalha &#8211; sobre o que esperar no cen\u00e1rio da tecnologia em 2023. O papo buscou responder a pergunta: o que esperar de 2023 no cen\u00e1rio digital? 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