{"id":14968,"date":"2022-11-29T10:42:01","date_gmt":"2022-11-29T13:42:01","guid":{"rendered":"https:\/\/baixacultura.org\/?p=14968"},"modified":"2022-11-29T10:49:21","modified_gmt":"2022-11-29T13:49:21","slug":"por-tras-do-algoritmo","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2022\/11\/29\/por-tras-do-algoritmo\/","title":{"rendered":"Por tr\u00e1s do algoritmo"},"content":{"rendered":"

J\u00e1 deve ter acontecido com voc\u00ea: falar alguma coisa que est\u00e1 circulando em uma rede social e algu\u00e9m ficar com cara de d\u00favida: “mas n\u00e3o vi isso na minha rede”. A rede pode ser o Facebook, o Instagram e tamb\u00e9m o Twitter, o TikTok e at\u00e9 o YouTube. Em todas o resultado \u00e9 o mesmo: cada timeline<\/em> mostrada \u00e9 \u00fanica, singular de acordo com os dados deixados pelo usu\u00e1rio em cada rede. Isso acontece desde que estas redes passaram a assumir protagonismo desproporcional no consumo de informa\u00e7\u00e3o e orientar a esfera p\u00fablica no lugar do jornalismo, em meados da d\u00e9cada passada, sobretudo quando o Facebook passou a adotar o modelo timeline de organiza\u00e7\u00e3o da informa\u00e7\u00e3o (janeiro de 2012<\/a>), que priorizava n\u00e3o a ordem cronol\u00f3gica das postagens, padr\u00e3o das redes at\u00e9 ent\u00e3o, mas diversos outros fatores (localiza\u00e7\u00e3o, interesses, intera\u00e7\u00e3o em outros posts, al\u00e9m de publicidade) embutidos no algoritmo. Este modelo, com algumas altera\u00e7\u00f5es pontuais, depois viria a ser adotado por outras redes: o que os usu\u00e1rios veem em suas timelines est\u00e1 ali a partir de recomenda\u00e7\u00f5es de conte\u00fados de acordo com prefer\u00eancias do usu\u00e1rio, interesse de anunciantes e tend\u00eancias de viraliza\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Sabemos que, nas caixas-pretas que ainda s\u00e3o os algoritmos que moldam cada uma dessas redes, as prefer\u00eancias n\u00e3o s\u00e3o compartilhadas socialmente, o que significa que n\u00e3o conhecemos exatamente<\/em> o que entra e o que n\u00e3o entra no c\u00e1lculo para construir cada timeline. Conhecemos, entretanto, que os interesse de anunciantes raramente coincidem com o que \u00e9 de interesse p\u00fablico; e que os conte\u00fados virais podem n\u00e3o ser os mais confi\u00e1veis ou democr\u00e1ticos – uma amostra in loco<\/em> das elei\u00e7\u00f5es brasileiras de 2022 j\u00e1 s\u00e3o suficientes para indicar que os\u00a0hits<\/em> de compartilhamento muitas vezes trazem conte\u00fados que s\u00e3o direta ou indiretamente antidemocr\u00e1ticos, quando n\u00e3o fascistas.<\/p>\n

Os riscos v\u00e3o de inten\u00e7\u00f5es maliciosas e deliberadas, como invas\u00f5es e ataques patrocinados pelo Estado ou mil\u00edcias digitais (como as controladas pelo chamado “Gabinete do \u00d3dio”, comportamento criminoso e ass\u00e9dio on-line, at\u00e9 o design de sistemas que criam incentivos perversos em que o valor do usu\u00e1rio \u00e9 sacrificado, como modelos de receita baseados em an\u00fancios que recompensam comercialmente o clickbait e a dissemina\u00e7\u00e3o viral da desinforma\u00e7\u00e3o. J\u00e1 n\u00e3o \u00e9 de hoje que dizemos: entender como funcionam as plataformas \u00e9 crucial para o redesenho e a regula\u00e7\u00e3o desses espa\u00e7os em prol de uma internet efetivamente democr\u00e1tica e segura para todos.<\/p>\n

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Para tentar contribuir com esse debate, fizemos, em parceria com o Goethe-Institut Porto Alegre e a Afonte Jornalismo de Dados, o infogr\u00e1fico \u201cPor que isso apareceu na minha timeline?\u201d<\/strong>, dispon\u00edvel para consulta online<\/a> e tamb\u00e9m para download aqui, HORIZONTAL<\/a> \/ VERTICAL<\/a>. O infogr\u00e1fico simula uma timeline de rede social, utilizando os elementos de intera\u00e7\u00e3o da pr\u00f3pria timeline para informar sobre como funcionam\u00a0 os algoritmos das plataformas (na medida do que \u00e9 poss\u00edvel sem examinar o c\u00f3digo deles), sua influ\u00eancia em comportamentos e impactos \u00e0 democracia.<\/p>\n

Faremos tamb\u00e9m um lan\u00e7amento, onde ser\u00e1 realizada um conversa ao vivo comigo (Leonardo Foletto), Fernanda Rodrigues (IRIS – Instituto de Refer\u00eancia em Internet e Sociedade), Marcelo Tr\u00e4sel (UFRGS) e Ta\u00eds Seibt (Unisinos \/ Afonte Jornalismo de Dados) sobre o contexto atual de constru\u00e7\u00e3o das timelines, a discuss\u00e3o em torno da regula\u00e7\u00e3o das plataformas e seus impactos na democracia. A conversa acontece dia 29 de novembro (ter\u00e7a-feira)<\/a>, \u00e0s 19h, no Audit\u00f3rio do Goethe-Institut Porto Alegre (Rua 24 de Outubro, 112), com entrada franca.<\/strong><\/p>\n

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