{"id":14002,"date":"2022-05-27T15:07:09","date_gmt":"2022-05-27T15:07:09","guid":{"rendered":"https:\/\/baixacultura.org\/?p=13974"},"modified":"2022-09-14T01:47:00","modified_gmt":"2022-09-14T04:47:00","slug":"cooperativismo-de-plataforma-tecnologias-livres-alimentando-a-now-topia","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2022\/05\/27\/cooperativismo-de-plataforma-tecnologias-livres-alimentando-a-now-topia\/","title":{"rendered":"Cooperativismo de plataforma & tecnologias livres: alimentando a (now) topia"},"content":{"rendered":"
Neste s\u00e1bado, 27\/5, 10h, encerra a fase online da s\u00e9rie de debates Cooperativismo de Plataforma e Pol\u00edticas P\u00fablicas, organizado pelo Digilabour e Observat\u00f3rio do Cooperativismo de Plataforma e apoio da Funda\u00e7\u00e3o Rosa Luxemburgo, com um debate sobre Cooperativismo de Plataforma e Tecnologias Livres. Vou estar na mesa buscando aprender e dialogar com Pedro Jatob\u00e1, integrante da cooperativa de trabalho em tecnologias livres brasileira <\/span>EITA<\/span><\/a> e da <\/span>Rede das Produtoras Culturais Colaborativas<\/span><\/a>, a Collective Tools<\/a>, da Su\u00e9cia; a Cooperativa de Software Libre da Argentina (<\/span>GCOOP<\/span><\/a>); e a pesquisadora Sophie Toupin (Concordia University, Canad\u00e1), que pesquisou em sua tese de doutorado sobre a rela\u00e7\u00e3o entre <\/span>coloniza\u00e7\u00e3o e tecnologias na \u00c1frica do Sul<\/span><\/a>.\u00a0<\/span><\/p>\n Ao longo de tr\u00eas s\u00e1bados (at\u00e9 aqui), trabalhadores\/as, coletivos, cooperativas, formuladores de pol\u00edticas e acad\u00eamicos t\u00eam discutido nestes semin\u00e1rios experi\u00eancias internacionais e nacionais para fomentar o debate p\u00fablico sobre o futuro do cooperativismo de plataforma no Brasil. Uma \u00e1rea ainda nova, mas que tem cada vez mais se tornado uma possibilidade real de organiza\u00e7\u00e3o do trabalho digital de forma mais justa e igualit\u00e1ria, sobretudo a partir da jun\u00e7\u00e3o de dois aspectos: a enorme quantidade de trabalhadoras\/es de aplicativos, de Uber a iFood, Rappi, Get Ninjas, etc, um trabalho que cresce ainda mais na crise que assola o Brasil e que vende precariedade disfar\u00e7ada de autonomia; e o hist\u00f3rico potente do cooperativismo e da economia solid\u00e1ria no pa\u00eds, que embora tenha sido cada vez mais devastado nos \u00faltimos governos, ainda \u00e9 muito presente e vis\u00edvel no Brasil – \u00e9 muito prov\u00e1vel que o alimento org\u00e2nico que voc\u00ea come veio de uma iniciativa de economia solid\u00e1ria, ou via certifica\u00e7\u00e3o colaborativa de uma cooperativa como a <\/span>Ecovida<\/span><\/a>.<\/span><\/p>\n A jun\u00e7\u00e3o desses dois aspectos torna o cooperativismo de plataforma uma potente ideia (como j\u00e1 explicamos aqui<\/a>, ao falar do livro de Trebor Scholz de 2017) para lutar tanto por melhores condi\u00e7\u00f5es de trabalho quanto contra o poderio monopolista das Big Techs. Mais do que uma ideia, iniciativas tocadas a partir do DigiLabour e outros grupos, como o <\/span>Observat\u00f3rio do Cooperativismo de Plataforma<\/span><\/a> e a <\/span>Fairwork<\/span><\/a>, tem tentado construir alternativas vi\u00e1veis e reais de cooperativas e pautar no debate p\u00fablico a import\u00e2ncia de se buscar alternativas \u00e0s grandes plataformas.\u00a0<\/span><\/p>\n Ainda pesa, por\u00e9m, as enormes dificuldades (sempre presente) de organiza\u00e7\u00e3o coletiva das pessoas (e da intelig\u00eancia coletiva), os entraves burocr\u00e1ticos, o gigantesco \u201cinimigo\u201d a se combater – as big techs<\/em> representam a nem t\u00e3o nova face do capitalismo, agora baseado na abstra\u00e7\u00e3o do trabalho digital e no lucro da circula\u00e7\u00e3o de dados. Ainda h\u00e1 o desafio que ocorre a partir de uma certa desaten\u00e7\u00e3o, tamb\u00e9m por parte das esquerdas, ao fato de que construir as pr\u00f3prias tecnologias, e as formas de cuidar delas, \u00e9 cada vez mais transversal em todos os aspectos da vida cotidiana; portanto, n\u00e3o deveria ser um mero detalhe, mas tema fundamental (inclusive de governo) nestes tempos de \u201ccapitalismo de vigil\u00e2ncia\u201d.<\/span><\/p>\n A proposta na mesa \u00e9 discutir a pot\u00eancia que \u00e9 quando os trabalhadores\/as controlam o c\u00f3digo – e o mant\u00e9m aberto, para colabora\u00e7\u00e3o e aperfei\u00e7oamento. Colher as hist\u00f3rias de grupos que j\u00e1 vem fazendo isso na Argentina, na Europa e no Brasil, as muitas dificuldades que adv\u00e9m quando coletivos aprofundam estrat\u00e9gias e pr\u00e1ticas anticapitalistas num mundo tomado pela mercadoria. De como, inicialmente, o Estado pode ajudar ao fomento de cooperativas de tecnologias livres, para que depois elas possam se tornar aut\u00f4nomas, talvez nutrindo a (now) utopia de um Estado que possa fomentar a vida sem Estado, como j\u00e1 disse Gilberto Gil no belo \u201cRemixofagia\u201d (<\/span>13min30s<\/span><\/a>), 11 anos atr\u00e1s.<\/span><\/p>\n [Sobre esse tema, ali\u00e1s, o relato da pesquisadora Denise Gasparian, <\/span>publicado em maio no Digilabour<\/span><\/a>, d\u00e1 conta dos ganhos e percal\u00e7os da implementa\u00e7\u00e3o na Argentina da <\/span>CoopCycle<\/span><\/a> (criada na Fran\u00e7a), com subven\u00e7\u00e3o inicial do Estado (a partir da Federa\u00e7\u00e3o Argentina de Cooperativas de Trabalhadores em Tecnologia, Inova\u00e7\u00e3o e Conhecimento – FACTTIC). A CoopCycle \u00e9 uma federa\u00e7\u00e3o com cerca de 70 grupos de entregadores e que desenvolveu um c\u00f3digo protegido por uma licen\u00e7a Coopyleft, que garante seu uso exclusivo por cooperativas ou grupos de trabalhadores.]<\/span><\/p>\n<\/p>\n