{"id":14001,"date":"2022-04-29T17:55:33","date_gmt":"2022-04-29T17:55:33","guid":{"rendered":"https:\/\/baixacultura.org\/?p=13967"},"modified":"2022-09-14T01:48:08","modified_gmt":"2022-09-14T04:48:08","slug":"este-nao-e-mais-um-texto-sobre-elon-musk-e-o-twitter","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2022\/04\/29\/este-nao-e-mais-um-texto-sobre-elon-musk-e-o-twitter\/","title":{"rendered":"Este n\u00e3o \u00e9 mais um texto sobre Elon Musk e o Twitter"},"content":{"rendered":"
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N\u00e3o ia escrever sobre a venda do Twitter para o Elon Musk porque muita gente j\u00e1 escreveu sobre isso e nada tenho mais a dizer do que, por exemplo, a Tatiana Dias escreveu <\/span>nesta nota no The Intercept Brasil<\/span><\/a>: que a compra pode piorar o di\u00e1logo institucional da empresa com autoridades brasileiras, como <\/span>disse o Carlos Afonso no Uol<\/span><\/a>; resultar na chegada de um bot\u00e3o de editar postagens, como noticiou o <\/span>Rafael Capanema no N\u00facleo.jor<\/span><\/a>; dar transpar\u00eancia aos algoritmos, como imaginou <\/span>Pablo Ortellado no Twitter<\/span><\/a>; pode incorporar um modelo de liberdade de express\u00e3o sem limites, como notou <\/span>Nelson de S\u00e1 na Folha<\/span><\/a> e Tatiana, no primeiro link deste par\u00e1grafo, destrinchou – na real, mesmo que mude, o fato \u00e9 que o Twitter j\u00e1 \u00e9 um lugar onde conte\u00fados violentos (fake news, pedofilia, viol\u00eancia, etc) circulam a partir da suposta bandeira da \u201cliberdade de express\u00e3o\u201d.<\/span><\/p>\n O que me motivou a escrever sobre isso foi <\/span>esta nota do Radios Libres<\/span><\/a> e esta <\/span>thread<\/span><\/i><\/a> de Shoshana Zuboff, no pr\u00f3prio Twitter. Come\u00e7amos pelas quest\u00f5es do primeiro texto: o que implica para os meios comunit\u00e1rios a compra do Twitter por parte de Elon Musk? Mais al\u00e9m da preocupa\u00e7\u00e3o pelo direito \u00e0 comunica\u00e7\u00e3o e express\u00e3o, o fato \u00e9 que essa mudan\u00e7a de propriedade n\u00e3o representa altera\u00e7\u00f5es na estrutura de propriedade nem na gest\u00e3o da plataforma – que, afinal, continuar\u00e1 nas m\u00e3os de um homem branco milion\u00e1rio.<\/span><\/p>\n Ainda assim, a venda do Twitter serve para demonstrar, mais uma vez, que:<\/span> _ Os \u201cproblemas das redes sociais\u201d, como a garantia da liberdade de express\u00e3o, a prote\u00e7\u00e3o da privacidade, a polariza\u00e7\u00e3o do discurso p\u00fablico, a viol\u00eancia machista online,etc, dificilmente se resolver\u00e1 \u201ccom uma linha de c\u00f3digo\u201d, como se diz. N\u00e3o h\u00e1 <\/span>solucionismo tecnol\u00f3gico<\/span><\/a> que d\u00ea conta de problemas complexos como estes.<\/span><\/p>\n _ A concentra\u00e7\u00e3o das plataformas digitais \u00e9 o verdadeiro perigo a democracia e o debate p\u00fablico;<\/span><\/p>\n _ O motor que move o mundo \u00e9 o capital especulativo. E essa transa\u00e7\u00e3o n\u00e3o est\u00e1 motivada pela defesa da liberdade de express\u00e3o, de direitos fundamentais, de debate p\u00fablico.\u00a0<\/span><\/p>\n Seja com Jack Dorsey ou com Elon Musk, criar e gerir nossos meios de comunica\u00e7\u00e3o segue sendo uma propriedade.<\/span><\/p>\n
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\n<\/span>_ As discuss\u00f5es centradas na figura de Elon Musk e sua excentricidade n\u00e3o fazem mais do que desviar o verdadeiro tema da discuss\u00e3o: a concentra\u00e7\u00e3o de poder;<\/span><\/p>\n