{"id":13975,"date":"2009-01-21T14:39:04","date_gmt":"2009-01-21T14:39:04","guid":{"rendered":"https:\/\/baixacultura.org\/?p=1121"},"modified":"2009-01-21T14:39:04","modified_gmt":"2009-01-21T14:39:04","slug":"berners-lee-gil-noblat-e-as-interrupcoes","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2009\/01\/21\/berners-lee-gil-noblat-e-as-interrupcoes\/","title":{"rendered":"Berners-Lee, Gil, Noblat e as interrup\u00e7\u00f5es"},"content":{"rendered":"
.<\/p>\n
<\/p>\n
.<\/p>\n
Como eu vinha dizendo no post anterior, a ter\u00e7a-feira foi movimentada por aqui. Teve Tim Berners-Lee, Gilberto Gil, Ricardo Noblat, Teatro M\u00e1gico (de novo), e mais tantas e tantas palestras e oficinas acontecendo ao mesmo tempo em cada um dos espa\u00e7os do evento. Vale dizer que, como tudo acontece no mesmo pavilh\u00e3o, sem divis\u00e3o espacial e muito menos ac\u00fastica, frequentemente h\u00e1 interrup\u00e7\u00f5es de alguma atividade de uma \u00e1rea em outra, quando essa interven\u00e7\u00e3o n\u00e3o vem do pr\u00f3prio palco principal, localizado no meio do pavilh\u00e3o. As interrup\u00e7\u00f5es s\u00e3o dos mais variados tipos: nerds dos Games que aumentam demais o volume em suas “partidas” de Guitar Hero no tel\u00e3o; malucos gritando coisas sem sentido nos diversos megafones espalhados pela \u00e1rea; parab\u00e9ns-a-voc\u00ea puxados do nada e cantados em un\u00edssono segundos depois; comunicados oficiais da organiza\u00e7\u00e3o do evento no palco principal; dentre outras atividades.<\/p>\n
Mas vamos \u00e0s atividades. A confer\u00eancia de Tim Berners-Lee aconteceu \u00e0s 13h, no intervalo de almo\u00e7o da maioria. Foi no palco central, como conv\u00e9m \u00e0 personalidade em quest\u00e3o, que capitaneou a cria\u00e7\u00e3o da linguagem web e do protocolo http – ou, resumindo, “inventou” a internet – quando trabalhava no CERN<\/a>, na Sui\u00e7a, o mesmo laborat\u00f3rio que hoje termina o\u00a0 LHC<\/a>, o maior acelerador de part\u00edculas no mundo. Berners-Lee \u00e9 ingl\u00eas com cara e jeito de ingl\u00eas, portanto dotado de um humor menos nerd que o de seus companheiros americanos Bill Gates e Steve Allen, tamb\u00e9m importantes e reverenciados na \u00e1rea. Mas isso n\u00e3o significa que sua palestra tenha sido boa: explicar a web 3.0, tema da palestra, em um palco enorme, com um datashow atr\u00e1s e uma tradutora do lado n\u00e3o \u00e9 bem apropriado para conseguir o entendimento do expectador comum como eu, que at\u00e9 gostaria mas ainda n\u00e3o consegue entender os complicados diagramas de setas e bal\u00f5es que apareceram no tel\u00e3o. Mas talvez a maioria tenha entendido, e \u00e9 isso que vale. De qualquer forma, se voc\u00ea quer saber mais detalhes do que ele falou, entre aqui<\/a> que t\u00e1 tudo explicado, mais do que foi na palestra.<\/p>\n .<\/p>\n Chamou a aten\u00e7\u00e3o dos fot\u00f3grafos e curiosos a presen\u00e7a do excelent\u00edssimo ex-ministro Gilberto Gil nas primeiras filas da palestra, acompanhado de sua mulher, Flora. Gil que, ali\u00e1s, ao fim da palestra, cruzou na minha frente na pra\u00e7a de alimenta\u00e7\u00e3o, enquanto comia um interessante X-Salada a R$6,00. Chegou a esbarrar na cadeira ao meu lado, com suas tran\u00e7as que ao vivo parecem bem maiores e ex\u00f3ticas do que vistas de outras formas.<\/p>\n ***<\/p>\n A programa\u00e7\u00e3o da \u00e1rea destinada aos blogs esteve interessante durante toda\u00a0a tarde. Primeiramente, Alex Primo <\/a>apresentou sua tipologia de blogs em sua pesquisa sobre conte\u00fados e intera\u00e7\u00f5es de blogs em portugu\u00eas. Apesar de estar na bancada quase ao lado do palestrante, n\u00e3o consegui ouvir muita coisa – culpa das j\u00e1 faladas interrup\u00e7\u00f5es e do sistema ac\u00fastico ca\u00f3tico. Primo faz um excelente trabalho acad\u00eamico com os blogs, fora o fato de conseguir articular como poucos as pesquisas da academia com o interesse do p\u00fablico comum. As minhas poucas diverg\u00eancias com rela\u00e7\u00e3o ao seu trabalho s\u00e3o mais com posturas tomadas frente ao jornalismo, por \u00e0s vezes, no meu entendimento, se esquecer que o jornalismo \u00e9 uma pr\u00e1tica consolidada por s\u00e9culos, que tem uma tradi\u00e7\u00e3o te\u00f3rica e hist\u00f3rica que n\u00e3o pode ser menosprezada pelo advento de novas tecnologias. Mas como ele \u00e9 Doutor e eu sou um reles mestrando – portanto nada, na hierarquia acad\u00eamica – esque\u00e7am essa parte e pulem para o par\u00e1grafo depois da foto.<\/p>\n .<\/p>\n O primeiro blogueiro-jornalista profissional do pa\u00eds, Ricardo Noblat<\/a>, foi o convidado do espa\u00e7o de blogs. Ele \u00e9 daquele tipo em extin\u00e7\u00e3o hoje em dia: o jornalista de d\u00e9cadas de reda\u00e7\u00e3o, falante e ir\u00f4nico, malandro em qualquer tipo de conversa. Tentei me encaixar no ritmo do evento todo e fiz uma cobertura da palestra, em tempo praticamente real, no Twitter. Logo percebi que n\u00e3o era o \u00fanico, mas de qualquer forma fui at\u00e9 o fim – d\u00e1 pra ver l\u00e1 no meu twitter <\/a>a minha cobertura, sob a tag #cparty.<\/p>\n Ao mesmo tempo da palestra do Noblat, Gil fazia uma “palestra cantada” em outro espa\u00e7o, o da Inclus\u00e3o Digital. Bem ao seu gosto, Gil falou, cantou e viajou bastante. Levado a comentar a quest\u00e3o do Projeto Azeredo e a censura sobre a internet, ele se saiu assim:<\/p>\n “Esse pessoal inflex\u00edvel, r\u00edgido, t\u00e3o sempre achando que qualquer coisa nova pode ser uma amea\u00e7a \u00e0 esse… esse mundo, essa idealiza\u00e7\u00e3o da ordem absoluta. As ordens s\u00e3o aquilos que n\u00f3s fazemos; as ordena\u00e7\u00f5es, em quaisquer n\u00edveis que se tem, s\u00e3o sempre o que n\u00f3s dispomos. N\u00f3s, os homens, com a nossa vida (…) As ordens s\u00e3o transforma\u00e7\u00f5es, processos permanentes de transforma\u00e7\u00e3o. Esses, por outro lado, que advogam por uma ordem r\u00edgida – a ordem \u00e9 isso que se estabeleceu aqui, qualquer coisa, enfim, que tente deslocar um cent\u00edmetro desse… monolito,\u00a0 um pedacinho dessa pedra, deve ser evitado. Eu acho que hoje, o medo e o p\u00e2nico com rela\u00e7\u00e3o \u00e0 internet, que evidentemente veio derrarmar uma s\u00e9rie de novos elementos do caos, da caotifica\u00e7\u00e3o necess\u00e1ria, da problematiza\u00e7\u00e3o permanente das coisas, que \u00e9 o que mant\u00e9m a capacidade de investigar, de inquirir, de perguntar, de descobrir (…) Agora t\u00e3o com medo da internet. T\u00e3o achando que a internet \u00e9 o lugar do caos, do caos absoluto…”<\/em><\/p>\n<\/blockquote>\n N\u00e3o vou continuar mais porque n\u00e3o consigo escutar mais do v\u00eddeo que fiz do Gil falando. Mas seguiu essa linha ca\u00f3tica at\u00e9 o fim, quando ele encerrou a palestra cantando “Banda Larga Cordel<\/em>“, m\u00fasica de seu \u00faltimo disco e com uma letra<\/a> pertinente\u00a0\u00e0 tem\u00e1tica da Campus Party. O v\u00eddeo abaixo\u00a0 – perdoem a m\u00e1 qualidade do \u00e1udio – mostra o finalzinho da palestra e o in\u00edcio da m\u00fasica, j\u00e1 que acabou a bateria da c\u00e2mera no meio da apresenta\u00e7\u00e3o. Durante tr\u00eas momentos, Gil parou de tocar e olhou pra cima, no que eu entendi ser uma tentativa de encontrar o restante das palavras para prosseguir a m\u00fasica.<\/p>\n [youtube=http:\/\/www.youtube.com\/watch?v=7AqFDYOFIZE]<\/p>\n [Leonardo Foletto, enviado especial e rabugento\u00a0a S\u00e3o Paulo<\/strong>]<\/p>\n .<\/p>\n Corre\u00e7\u00e3o<\/strong>: No post de ontem, Live At Campus Party, falei que haviam 4000 barracas, quando na verdade s\u00e3o pouco mais de 2000. Quatro mil \u00e9 o n\u00famero de inscritos com computador, segundo informa\u00e7\u00f5es oficiais do evento.<\/p>\nCr\u00e9ditos fotos:\u00a0 A primeira, a segunda e a terceira s\u00e3o do Flickr oficial<\/a> da Campus Party. A quarta \u00e9 do Jo\u00e3o Pedro, o mesmo do post anterior. .<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" . . Como eu vinha dizendo no post anterior, a ter\u00e7a-feira foi movimentada por aqui. Teve Tim Berners-Lee, Gilberto Gil, Ricardo Noblat, Teatro M\u00e1gico (de novo), e mais tantas e tantas palestras e oficinas acontecendo ao mesmo tempo em cada um dos espa\u00e7os do evento. Vale dizer que, como tudo acontece no mesmo pavilh\u00e3o, sem […]<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":8280,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":[],"categories":[122,91,90],"tags":[209,201],"post_folder":[],"jetpack_featured_media_url":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-content\/uploads\/2012\/07\/bernerslee13-1.jpg","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/13975"}],"collection":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=13975"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/13975\/revisions"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/media\/8280"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=13975"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=13975"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=13975"},{"taxonomy":"post_folder","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/post_folder?post=13975"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}<\/p>\n
<\/p>\n
<\/p>\n
\n
\n<\/address>\n