{"id":13970,"date":"2008-12-30T13:16:01","date_gmt":"2008-12-30T13:16:01","guid":{"rendered":"https:\/\/baixacultura.org\/?p=940"},"modified":"2008-12-30T13:16:01","modified_gmt":"2008-12-30T13:16:01","slug":"quadros-modificados","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2008\/12\/30\/quadros-modificados\/","title":{"rendered":"Quadros modificados"},"content":{"rendered":"
O artista pl\u00e1stico espanhol Jos\u00e9 Ballester<\/a> resolveu montar uma sele\u00e7\u00e3o de quadros inusitada: pegou pinturas famosas e esvaziou-las de seus componentes humanos ou animais. Com elas, fez uma exposi\u00e7\u00e3o – na\u00a0 Galeria Distrito Cu4tro, que mesmo sendo em Madrid d\u00e1 para ver aqui<\/a>. Abaixo, selecionei dois dos quadros de Ballester junto com seus originais “habitados”:<\/p>\n .<\/p>\n \n O Jardim das Del\u00edcias Terrenas<\/a>, de Bosch.<\/p>\n .<\/p>\n El Jard\u00edn Deshabitado, de Ballester.<\/p>\n **<\/p>\n “O Banquete na Floresta de Pinheiros”, de Sandro Botticelli<\/a>.<\/p>\n .<\/p>\n Bosque Italiano III, de Ballester.<\/p>\n **<\/p>\n Ballester segue uma tend\u00eancia nas artes que vem a se chamar “Apropriacionismo<\/a>“, que se desenvolveu nos anos 80 e 90 como uma volta \u00e0 arte e a cultura dos s\u00e9culos anteriores sob um olhar normalmente ir\u00f4nico ou hist\u00f3rico. O nome mais conhecido dessa tend\u00eancia \u00e9 o do franc\u00eas Marcel Duchamp<\/a>, aquele do urinol e do bigodinho da Monalisa aqui abaixo:<\/p>\n .<\/p>\n .<\/p>\n O que diferencia o trabalho de Ballester junto \u00e0 outros apropriacionistas \u00e9, segundo o blog sdelbiombo<\/a>, o profundo respeito dele pelas obras cl\u00e1ssicas: suas interven\u00e7\u00f5es s\u00e3o – pelo menos em tese – no sentido de dar ainda mais pureza \u00e0s obras.<\/p>\n \u00c9 inevit\u00e1vel que, ao olharmos estes quadros mais “limpos” , nossa aten\u00e7\u00e3o se v\u00e1 para detalhes est\u00e9ticos que antes n\u00e3o perceber\u00edamos, como as nu\u00e2ncias das cores e as perspectivas dos desenhos. O que acaba acontencendo, ent\u00e3o, \u00e9 que a obra coloca outros significados para quem a v\u00ea, como bem diz o texto de apresenta\u00e7\u00e3o do cat\u00e1logo da exposi\u00e7\u00e3o, de Francisco Calvo Serralle<\/strong>:<\/p>\n \u2026 Se trata de puntos de vista \u201csubvertidores\u201d de lo que se entiende como el uso normal o normalizado de relacionarse con una obra de arte o con un museo, pero no s\u00f3lo para con ello cuestionar su inercia obcecada, sino para, en efecto, \u201crehacerlos\u201d. De manera que, eso es en principio lo que nos propone Ballester con sus an\u00e1lisis \u201cclarificadores\u201d de reconocidos cuadros del Museo del Prado, en todos los cuales la estrategia dominante o el gui\u00f3n ha consistido en despojarlos de figuras humanas y de sus menesterosas o atribuladas acciones, qued\u00e1ndose s\u00f3lo con los telones de fondo de sus respectivos paisajes<\/em>.<\/p>\n<\/blockquote>\n O interessante para n\u00f3s aqui do BC \u00e9 a que estas imagens foram feitas digitalmente, a partir das possibilidades dadas pela tecnologia e que est\u00e3o sendo ainda facilitadas pela internet. \u00c9 mais um desmembramento da tal “Cultura do Remix” de que fala Lawrence Lessig<\/a>, que consiste fundamentalmente em aproveitar o trabalho do autor de uma forma n\u00e3o imaginada inicialmente por ele.<\/p>\n [Leonardo Foletto<\/strong>.]<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" O artista pl\u00e1stico espanhol Jos\u00e9 Ballester resolveu montar uma sele\u00e7\u00e3o de quadros inusitada: pegou pinturas famosas e esvaziou-las de seus componentes humanos ou animais. Com elas, fez uma exposi\u00e7\u00e3o – na\u00a0 Galeria Distrito Cu4tro, que mesmo sendo em Madrid d\u00e1 para ver aqui. Abaixo, selecionei dois dos quadros de Ballester junto com seus originais “habitados”: […]<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":10157,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":[],"categories":[88,126],"tags":[200,147,150],"post_folder":[],"jetpack_featured_media_url":"","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/13970"}],"collection":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=13970"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/13970\/revisions"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=13970"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=13970"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=13970"},{"taxonomy":"post_folder","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/post_folder?post=13970"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}<\/p>\n
<\/p>\n
<\/p>\n
<\/p>\n
<\/p>\n
\n