{"id":13862,"date":"2021-12-08T23:27:09","date_gmt":"2021-12-08T23:27:09","guid":{"rendered":"https:\/\/baixacultura.org\/?p=13862"},"modified":"2021-12-08T23:27:09","modified_gmt":"2021-12-08T23:27:09","slug":"pequeno-compendio-da-independencia-digital","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2021\/12\/08\/pequeno-compendio-da-independencia-digital\/","title":{"rendered":"Independ\u00eancia Digital (para al\u00e9m das big techs)"},"content":{"rendered":"
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Em um cen\u00e1rio de cada vez maior depend\u00eancia dos servi\u00e7os das chamadas Big Techs, quais s\u00e3o as tecnologias, comunidades e ideias que funcionam na internet para al\u00e9m dessas grandes empresas? Como elas est\u00e3o construindo uma rela\u00e7\u00e3o mais comunit\u00e1ria, diversa, de acesso livre, prote\u00e7\u00e3o \u00e0 privacidade e fomento \u00e0 autonomia com as tecnologias?<\/em><\/p>\n H\u00e1 quem, em vez de propor fugas das tecnologias corporativas, de maneira individual ou setorial, busque estrat\u00e9gias que sejam coletivas. E \u00e9 aqui onde \u201ccomunidade\u201d e \u201ccolaborativo\u201d recuperam uma mirada pol\u00edtica onde o saber \u00e9 compartilhado, o conhecimento se constr\u00f3i em uma rede de pares, as experi\u00eancias se valorizam em sua diversidade, e a autonomia e a autogest\u00e3o impulsionam pr\u00e1ticas coletivas. \u00c9 assim que emergem propostas de organiza\u00e7\u00f5es e comunidades que compartilham tecnologias, conhecimentos e conte\u00fados livres.<\/p>\n A proposta deste projeto, feito em parceria com o Goethe-Institute de Porto Alegre<\/a>, \u00e9 trazer estes projetos, ferramentas, softwares, sites, ideias e iniciativas que est\u00e3o re-imaginando novos horizontes tecnol\u00f3gicos para al\u00e9m das big techs. Ao contr\u00e1rio do que o senso comum imagina, muitas iniciativas hoje, e j\u00e1 h\u00e1 algumas d\u00e9cadas, est\u00e3o buscando construir tecnologias e a internet de formas mais colaborativas, justas e seguras para suas comunidades. Vamos trazer estas iniciativas (em torno de 40) divididas em cinco eixos:<\/p>\n 1.Privacidade<\/strong> 2. Acesso Livre<\/strong> 3. Diversidade<\/strong> 4. Autonomia\/soberania tecnol\u00f3gica<\/strong> 5. Comunidade<\/strong> Na sexta feira, 10\/12, 18h30, vamos apresentar o site do projeto, um pequeno comp\u00eandio com projetos, ferramentas, softwares, sites, ideias e iniciativas para quem quer usar todo o potencial da internet sem passar por servi\u00e7os monopolistas que lucram com nossos cliques e a nossa aten\u00e7\u00e3o. Ser\u00e1 um papo entre Leonardo Feltrin Foletto<\/span><\/a> e Victor Wolffenb\u00fcttel<\/span><\/a> (BaixaCultura), mediado pela jornalista e professora da Unisinos Ta\u00eds Seibt, ao vivo no canal do YB do BaixaCultura<\/a>.<\/p>\n
\nO cerceamento da internet por um pequeno apanhado de empresas privadas \u2013 Google, Facebook, Amazon e Apple \u2013 tem tornado f\u00e1cil a vigil\u00e2ncia de nossas comunica\u00e7\u00f5es digitais na rede. Em troca de acesso \u201cgr\u00e1tis\u201d a servi\u00e7os e sites da internet, oferecemos dados valiosos sobre nossa vida: o que comemos, onde moramos, que lugares frequentamos, quem s\u00e3o nossas amigas, quais nossas artistas favoritas, por onde nos deslocamos pelo mundo, em quem votamos, que causas somos a favor ou contra, entre outras milhares de informa\u00e7\u00f5es que fornecemos nas redes sociais, nos aplicativos de nossos smartphones e em nossas navega\u00e7\u00f5es di\u00e1rias na internet. Aqui vamos apresentar iniciativas como aplicativos de mensagens, navegadores, redes sociais, buscadores, mas tamb\u00e9m oficinas, coletivos e ideias que consideram a m\u00e1xima popularizada pelo Wikileaks e pelos Cypherpunks, “Privacidade para os Fracos, Transpar\u00eancia para os fortes\u201d ao buscar defender a nossa privacidade das grandes empresas que controlam a internet e tamb\u00e9m de governos.<\/p>\n
\nA internet potencializou o acesso \u00e0 informa\u00e7\u00e3o e tem ajudado a tornar o conhecimento livre. Mas no meio de um mar de desinforma\u00e7\u00e3o, quais s\u00e3o as iniciativas que est\u00e3o liberando o conhecimento cient\u00edfico, jornal\u00edstico e ou reconhecido por pares? Aqui a ideia \u00e9 trazer reposit\u00f3rios, licen\u00e7as (como as Creative Commons), bibliotecas livres que est\u00e3o organizando e tornando a cultura e o conhecimento livre, assim como falar de projetos, pessoas (como Aaron Swartz), livros e ideias que integram o movimento por um conhecimento e uma cultura livre.<\/p>\n
\nJ\u00e1 n\u00e3o \u00e9 mais novidade dizer que as tecnologias n\u00e3o s\u00e3o neutras, que carregam pol\u00edticas trazidas por quem as constr\u00f3i – geralmente homens brancos do norte global. Como podemos trazer diversidade na produ\u00e7\u00e3o e no acesso de tecnologias digitais presentes em nosso dia a dia? Vamos detalhar iniciativas, projetos e ideias que est\u00e3o, hoje, trazendo mulheres, pessoas negras e LGBTQI+, historicamente sub-representadas na discuss\u00e3o tecnol\u00f3gica, para o centro do debate, seja atrav\u00e9s de processos de forma\u00e7\u00e3o, observa\u00e7\u00e3o ou de constru\u00e7\u00e3o de conhecimento e objetos t\u00e9cnicos.<\/p>\n
\nAs empresas do chamado primeiro mundo, que dominam o mercado global de produ\u00e7\u00e3o de tecnologias, tem cada vez mais provocado um chamado \u201ccolonialismo de dados\u201d, em que dados produzidos nos pa\u00edses perif\u00e9ricos, principalmente do sul global, migram para o norte global. Essa medida tem afetado a soberania de muitos pa\u00edses, j\u00e1 que no mundo do big data os dados s\u00e3o cada vez mais fonte de riqueza. Como podemos construir alternativas aut\u00f4nomas de tecnologias no sul global? Como proteger nossos dados e a constru\u00e7\u00e3o de conhecimento em nossas universidades, por exemplo, a partir de tecnologias que sejam transparentes e que respeitem os direitos humanos e a soberania dos nossos pa\u00edses? Organizamos algumas ferramentas, iniciativas, projetos e grupos que est\u00e3o a defender a nossa autonomia, como aquelas ligadas aos softwares e aos hardwares livres, que respeitem nossa privacidade, fomentem a constru\u00e7\u00e3o de conhecimento local e produzam riqueza para os territ\u00f3rios em que s\u00e3o produzidos.<\/p>\n
\nQuais s\u00e3o as iniciativas de base comunit\u00e1ria que est\u00e3o construindo, hoje, alternativas tecnol\u00f3gicas na e com a internet? Aqui vamos apresentar iniciativas no Brasil e em outros pa\u00edses (como Espanha, Argentina e Alemanha) como as redes livres, que funcionam como grandes redes sem fio abertas, montadas a partir de um grupo de roteadores conectados entre si que propagam o tr\u00e1fego entre usu\u00e1rios e tamb\u00e9m emitem servi\u00e7os em banda larga a partir de pontos conectados \u00e0 internet. Iniciativas que est\u00e3o buscando desmonopolizar o tr\u00e1fego de informa\u00e7\u00e3o nas redes em um dos maiores gargalos da discuss\u00e3o sobre o acesso \u00e0 internet, a quest\u00e3o da infraestrutura.<\/p>\n<\/p>\n