{"id":13212,"date":"2020-07-09T21:57:15","date_gmt":"2020-07-09T21:57:15","guid":{"rendered":"https:\/\/baixacultura.org\/?p=13212"},"modified":"2020-07-09T21:57:15","modified_gmt":"2020-07-09T21:57:15","slug":"a-importancia-do-torrent-para-a-cultura-do-compartilhamento","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2020\/07\/09\/a-importancia-do-torrent-para-a-cultura-do-compartilhamento\/","title":{"rendered":"A import\u00e2ncia do torrent para a cultura do compartilhamento"},"content":{"rendered":"

\"\"<\/p>\n

Semana passada, uma (velha) pol\u00eamica voltou a circular no Twitter<\/a>: baixar s\u00e9ries e livros em torrent traz v\u00edrus para seu computador? Para al\u00e9m do fato de que sim, traz v\u00edrus (mas quem usa GNU\/Linux sabe que n\u00e3o existe v\u00edrus), a quest\u00e3o provocou defesas apaixonadas do livre acesso ao conhecimento que o torrent, tornado s\u00edmbolo da pirataria na rede, possibilita como poucos.<\/p>\n

Andressa Soilo, antrop\u00f3loga doutora pela UFRGS, que j\u00e1 esteve por aqui justamente escrevendo sobre a cultura do compartilhamento e do torrent [Streaming e a \u201cpirataria\u201d digital atuam em parceria?, setembro de 2019<\/a>], escreveu um texto em seu Medium sobre a pol\u00eamica envolvendo o tema. Republicamos aqui abaixo porque, al\u00e9m de \u00f3timo, o artigo ressalta importantes aspectos sociot\u00e9cnicos e culturais do torrent para a cultura do compartilhamento potencializada na rede. Vale lembrar que fizemos duas postagens recentes sobre torrent por aqui: Como compartilhar conte\u00fado e fazer backup por Torrent<\/a> e Como usar e baixar conte\u00fado compartilhado gr\u00e1tis<\/a>, dois tutoriais que tamb\u00e9m resgatam aspectos hist\u00f3ricos do formato e trazem nossa posi\u00e7\u00e3o sobre o tema.<\/p>\n

A CULTURA DO TORRENT<\/strong><\/p>\n

Andressa Soilo
\n<\/em><\/p>\n

O torrent n\u00e3o \u00e9 algo do passado. Tamb\u00e9m n\u00e3o equivale a uma tecnologia substitu\u00edda pela popularidade do streaming. O protocolo P2P, do qual o torrent faz parte, existe e persiste, n\u00e3o apenas enquanto meio de acessar algum bem digitalmente, mas tamb\u00e9m enquanto cultura colaborativa e de acesso.<\/p>\n

Comumente pensado como refer\u00eancia de pr\u00e1ticas piratas, o torrent possibilita o compartilhamento n\u00e3o somente de conte\u00fado que viola leis de direitos autorais, mas tamb\u00e9m conte\u00fado categorizado como legal. Atenho-me, neste texto, a refletir brevemente sobre os usos, os significados, os la\u00e7os, as \u00e9ticas, as percep\u00e7\u00f5es que o protocolo torrent mobiliza entre aqueles que fazem seu uso junto \u00e0 pirataria.<\/p>\n

Busco apresentar pondera\u00e7\u00f5es que transcendam no\u00e7\u00f5es circunscritas ao campo do imoral, incorreto, desonesto e ilegal. Que superem o campo de um uso meramente motivado ao campo econ\u00f4mico (\u00e0s vantagens econ\u00f4micas da pirataria), assim como vis\u00f5es mais atreladas \u00e0s l\u00f3gicas do direito (restritivas ao acesso).<\/p>\n

Em contraste \u00e0s limita\u00e7\u00f5es dessas vis\u00f5es, existem milhares de vozes que se reconhecem mais humanizadas, inclu\u00eddas, contempladas e at\u00e9 mesmo justi\u00e7adas no uso da pirataria atrav\u00e9s do torrent.<\/p>\n

N\u00e3o raro o protocolo, combinado \u00e0 pirataria, \u00e9 compreendido por seus usu\u00e1rios como sin\u00f4nimo de acesso, como express\u00e3o da democratiza\u00e7\u00e3o do consumo, como uma via de protesto \u00e0s no\u00e7\u00f5es e imposi\u00e7\u00f5es do mercado. Ou seja, o torrent mobiliza mais do que comandos de leis, provoca modos de pensar e de reorganizar e ressignificar o mundo em que se vive.<\/p>\n

Sobretudo, \u00e9 sobre compartilhamento. \u00c9 sobre uma cultura de compartilhamento. Compartilhar informa\u00e7\u00f5es \u00e9 um ato intr\u00ednseco \u00e0 internet. Faz parte de sua estrutura, de como foi pensada, de como funciona, de sua \u00e9tica. O torrent traz em sua operacionalidade uma l\u00f3gica (e n\u00e3o somente uma t\u00e9cnica) similar \u00e0 das redes que lhe possibilitam, que possibilitam a todos n\u00f3s estarmos conectados.<\/p>\n

No livro Counterculture to Cyberspace<\/em> (2006), o autor, Fred Turner, argumenta que o surgimento da internet se deu a partir de duas ideologias distintas e em voga nos anos 1960: a ideologia militar que emerge da Guerra Fria e a contracultura hippie<\/em> atravessada por ideais e no\u00e7\u00f5es de liberdade e compartilhamento.<\/p>\n

Diferente do que se pode pensar, a tecnologia dos anos 1960 e 1970 n\u00e3o era dominada por hierarquias r\u00edgidas, pois era pensada e criada a partir da ideia de intera\u00e7\u00e3o entre humanos e m\u00e1quinas como um sistema em redes. Assim, o mundo das redes em conex\u00e3o e a teoria dos sistemas ofereceram uma alternativa para a pr\u00e1tica das ideias da contracultura: a cibern\u00e9tica apresentava um modo de vivenciar o mundo fora das hierarquias verticais, e em um looping<\/em> de circuitos de energia e de informa\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Desde o princ\u00edpio da internet, a fus\u00e3o entre redes, \u00e9ticas de liberdade e filosofias que se opunham \u00e0 burocracia e \u00e0 pol\u00edtica tradicional alicer\u00e7aram o funcionamento e o modo como essas redes interagem entre si. Ou seja, a tecnologia \u00e9 permeada e moldada pelo social, pelas ideias de quem as cria, de quem as pensa, e tamb\u00e9m de quem as consome \u2014 constantemente, mudan\u00e7as adv\u00eam das criatividades que acompanham os usos da t\u00e9cnica.<\/p>\n

O torrent reproduz essa din\u00e2mica sociot\u00e9cnica operando atrav\u00e9s de uma configura\u00e7\u00e3o relacional entre arquivos, peers, seeders e trackers. Tamb\u00e9m reproduz filosofias e l\u00f3gicas de pensar o acesso a partir de experi\u00eancias subjetivas, como mostro brevemente a seguir.<\/p>\n

Vivenciando o torrent<\/strong><\/h2>\n

 <\/p>\n

\"\"<\/p>\n

Mesmo ap\u00f3s duas d\u00e9cadas, o torrent persiste enquanto op\u00e7\u00e3o de acesso a conte\u00fado. Ainda que passe a dividir significativo espa\u00e7o com as plataformas de streaming entre aqueles que buscam diferentes e melhores modos de experienciar conte\u00fado, a import\u00e2ncia e as motiva\u00e7\u00f5es sociais que levam usu\u00e1rios a fazerem seu uso n\u00e3o podem ser ignoradas (ou menosprezadas). As justificativas est\u00e3o envoltas em percep\u00e7\u00f5es de mundo que d\u00e3o valor ao que, e como, o torrent oferece acesso. Destaco algumas dessas raz\u00f5es.<\/p>\n

O motivo econ\u00f4mico. Antes da (discut\u00edvel) acessibilidade oferecida pelas plataformas de streaming, o torrent oferecia eficientes possibilidades de alcan\u00e7ar um mercado cultural seletivo em termos de acesso. Bens considerados caros e de aquisi\u00e7\u00e3o invi\u00e1vel por meio de vias legais para muitos grupos sociais passaram a ser aproximados e consumidos por estes. Um novo cen\u00e1rio de possibilidades e de inclus\u00e3o \u00e9 instaurado.<\/p>\n

Nos \u00faltimos dez anos, a popularidade das plataformas de streaming reconfigurou a influ\u00eancia do torrent junto ao acesso. Novos meios legais disputavam espa\u00e7o com pre\u00e7os considerados interessantes se comparados ao custo de uma TV a cabo. A popularidade do streaming, no entanto, fez com que o mercado o multiplicasse, tornando, mais uma vez, o acesso uma oferta exigente e custosa \u2014 afinal, a cumula\u00e7\u00e3o do valor das assinaturas de servi\u00e7os para assistir o que se deseja n\u00e3o \u00e9 compat\u00edvel com acessibilidade.<\/p>\n

Assim, uma das raz\u00f5es para o uso do torrent reside, ainda, na disparidade das condi\u00e7\u00f5es de oferta do mercado e na realidade de quem n\u00e3o pode arcar com as exig\u00eancias da dimens\u00e3o legalizada. Muitas vezes, h\u00e1 quem assine um servi\u00e7o legal, mas se utilize do torrent para acessar conte\u00fado que n\u00e3o lhe \u00e9 disponibilizado. H\u00e1 aqui um gerenciamento entre legal e ilegal. Uma gest\u00e3o do (in)acess\u00edvel em que o balan\u00e7o se d\u00e1 a partir de negocia\u00e7\u00f5es de escolhas entre os melhores servi\u00e7os a serem investidos, e o conte\u00fado a ser alcan\u00e7ado ilegalmente. Uma composi\u00e7\u00e3o que enreda legal\/ilegal para o alcance de uma harmonia.<\/p>\n

Neste cen\u00e1rio tamb\u00e9m protagoniza os sensos de justi\u00e7a de quem quer consumir. A reflex\u00e3o sobre o que \u00e9 justo e injusto na dimens\u00e3o da distribui\u00e7\u00e3o e do acesso permeia as motiva\u00e7\u00f5es de quem recorre ao torrent. A condicionalidade da cultura e da informa\u00e7\u00e3o ao econ\u00f4mico faz com que muitos questionem o espa\u00e7o da justi\u00e7a neste arranjo, tornando o torrent receptivo (e mais justo).<\/p>\n

Em uma conjuntura de sentidos de justi\u00e7a semelhante, h\u00e1 tamb\u00e9m aqueles que, mesmo podendo arcar com o acesso, n\u00e3o o fazem nos moldes do mercado e do direito. V\u00e1rias quest\u00f5es pessoais podem nortear tal op\u00e7\u00e3o, saliento a que mais se sobressaiu em minhas pesquisas: a quest\u00e3o ideol\u00f3gica.<\/p>\n

Nestes casos, os formatos de distribui\u00e7\u00e3o de conte\u00fado, baseados em leis e puni\u00e7\u00f5es, assim como em pre\u00e7os considerados inacess\u00edveis, produzem emo\u00e7\u00f5es de oposi\u00e7\u00e3o ao modelo do mercado. Grandes corpora\u00e7\u00f5es s\u00e3o interpretadas como exploradoras, a liberdade de acessar a cultura e a informa\u00e7\u00e3o \u00e9 vista como cerceada por configura\u00e7\u00f5es liberais percebidas como injustas. Nesses casos, o torrent \u00e9 utilizado como rejei\u00e7\u00e3o da cultura de mercado, \u00e0s assimetrias das rela\u00e7\u00f5es de poder entre mercado e consumidor. O torrent se torna um mecanismo de obje\u00e7\u00e3o, oposi\u00e7\u00e3o, resist\u00eancia.<\/p>\n

O protocolo tamb\u00e9m mobiliza aqueles que percebem o conte\u00fado que querem acessar indispon\u00edvel. Quando um bem passa de sua vida comercial, o torrent passa a dar uma sobrevida \u00e0 cultura. \u00c9 um modo de lembrar, de reintegrar, de existir. A recupera\u00e7\u00e3o da mem\u00f3ria cultural \u00e9 uma das prerrogativas de uma din\u00e2mica distinta do mercado tradicional: a cultura n\u00e3o se dissipa em raz\u00e3o de l\u00f3gicas comerciais e legais, ela \u00e9 trazida \u00e0 tona quando h\u00e1 vontade de compartilh\u00e1-la e vontade de acess\u00e1-la. Assim, motiva\u00e7\u00f5es de restaura\u00e7\u00e3o de um bem tamb\u00e9m atravessam o uso dos torrents.<\/p>\n

O torrent tamb\u00e9m possibilita o acesso a bens dif\u00edceis de serem encontrados. Seja em raz\u00e3o de estarem banidos ou indispon\u00edveis em determinadas regi\u00f5es, ou mesmo raridades apreciadas por colecionadores. Um dos exemplos mais expressivos reside na disparidade de datas de estr\u00e9ias de conte\u00fado em diferentes localidades. Essa discrep\u00e2ncia gera indigna\u00e7\u00e3o e, mais uma vez, os sensos de injusti\u00e7a s\u00e3o ativados para refletir os arranjos do mercado. O medo do spoiler, o sentimento de \u201cser deixado para tr\u00e1s\u201d, de ser invisibilizado enquanto consumidor motiva um restabelecimento de uma justi\u00e7a (simbolicamente violada) por meio do uso dos torrents.<\/p>\n

Estes s\u00e3o apenas alguns exemplos que extrapolam no\u00e7\u00f5es que associam o uso do protocolo somente ao estigma da viola\u00e7\u00e3o da lei, e \u00e0 gan\u00e2ncia. As motiva\u00e7\u00f5es s\u00e3o permeadas por vis\u00f5es de mundo, sensos de justi\u00e7a, emo\u00e7\u00f5es, valoriza\u00e7\u00e3o da cultura, entre outras reflex\u00f5es sobre as configura\u00e7\u00f5es do mercado e do consumo. Ou seja, a cultura do torrent \u00e9 mais complexa do que uma viola\u00e7\u00e3o legal, \u00e9 constru\u00edda por viv\u00eancias, pela experi\u00eancia de seus usu\u00e1rios no mundo.<\/p>\n

Mas, sobretudo, h\u00e1 um \u201cesp\u00edrito\u201d de solidariedade\/senso de comunidade nesta cultura.<\/p>\n

Cultura do compartilhamento<\/strong><\/h2>\n

Com o tempo, o compartilhamento dos arquivos via torrent ajudou a redefinir os modos de distribui\u00e7\u00e3o do entretenimento, assim como remodelou valores no campo do acesso, destacando a solidariedade como \u00e9tica nas trocas, e reflex\u00f5es contra a l\u00f3gica dos direitos autorais.<\/p>\n

Por vezes, quem faz uso do torrent acaba por compor uma rede permeada de d\u00e1divas, reciprocidades e obriga\u00e7\u00f5es. A colabora\u00e7\u00e3o n\u00e3o constitui apenas uma diretriz moral descompromissada, \u00e9 um c\u00f3digo de conduta que deve ser observado. N\u00e3o basta somente receber arquivos, \u00e9 importante que o usu\u00e1rio tamb\u00e9m os distribua a outros dispositivos em uma esp\u00e9cie de malha cooperativa.<\/p>\n

\n
\n
\n

A manuten\u00e7\u00e3o do sistema que mobiliza o torrent \u00e9 baseada na l\u00f3gica da reciprocidade. O sistema s\u00f3 sobreviver\u00e1, ou s\u00f3 operar\u00e1 de modo adequado e satisfat\u00f3rio se aqueles que recebem arquivos tamb\u00e9m os disponibilizarem proporcionalmente. Poucos compartilhadores, menos chances de fazer o download que se busca. Quanto mais pessoas possuem o arquivo, mais r\u00e1pida ser\u00e1 sua transmiss\u00e3o.<\/p>\n

O equil\u00edbrio entre dar e receber determina o \u00eaxito do acesso. Em termos de compartilhamento, algumas regras nos usos dos torrents refor\u00e7am o perfil colaborativo, ao mesmo passo em que produzem perspectivas, comportamentos e expectativas de reciprocidade.<\/p>\n

De modo geral, espera-se que o usu\u00e1rio contribua com o upload de arquivos, e que apresente uma alta taxa de compartilhamento \u2014 indicativo de que est\u00e1 colaborando para o grupo, auxiliando ao menos uma pessoa a realizar o download. A etiqueta \u00e9 importante: \u00e9 esperado que doe a mesma propor\u00e7\u00e3o que recebeu. Quem se mostra mais generoso, \u00e9 apreciado por seus pares. Em algumas ocasi\u00f5es, quem compartilha mais \u00e9 agraciado com downloads r\u00e1pidos, em outras, a expressividade do compartilhamento passa a servir como moeda de troca para a entrada em grupos de trackers prestigiados. A ratio do compartilhamento tamb\u00e9m \u00e9 medida para a manuten\u00e7\u00e3o do usu\u00e1rio em tal grupo.<\/p>\n

Quem n\u00e3o colabora para o balan\u00e7o da reciprocidade, \u00e9 chamado de leecher, sanguessuga. S\u00e3o usu\u00e1rios que participam assimetricamente das din\u00e2micas de acesso, pois atuam de modo individual, sem compromisso com a comunidade. S\u00e3o percebidos como \u00e0 margem do que \u00e9 ser pirata.<\/p>\n

Ser um pirata no cen\u00e1rio do torrent envolve mais do que acessar conte\u00fado ilegalmente. Compreende fazer parte de uma comunidade tecida e mantida por regras de coopera\u00e7\u00e3o em que a finalidade \u00e9 compartilhar e servir \u00e0 comunidade. \u00c9 uma l\u00f3gica de acesso parcialmente avessa \u00e0 racionalidade do mercado. Enquanto que na cultura torrent a individualidade e o valor monet\u00e1rio n\u00e3o encontram amparo, no mercado convencional esses aspectos s\u00e3o valorizados.<\/p>\n

N\u00e3o se trata, assim, de quest\u00e3o que se esgote em dualidades de certo\/errado. N\u00e3o se resume a \u201cpegar e tirar\u201d. O torrent \u00e9 sustentando por vis\u00f5es de mundo que dialogam constantemente com as inconsist\u00eancias do mercado.<\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n<\/section>\n

\n
\n
\n

Fonte do texto (Medium)<\/a>.
\n<\/em><\/p>\n

 <\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n<\/section>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Semana passada, uma (velha) pol\u00eamica voltou a circular no Twitter: baixar s\u00e9ries e livros em torrent traz v\u00edrus para seu computador? Para al\u00e9m do fato de que sim, traz v\u00edrus (mas quem usa GNU\/Linux sabe que n\u00e3o existe v\u00edrus), a quest\u00e3o provocou defesas apaixonadas do livre acesso ao conhecimento que o torrent, tornado s\u00edmbolo da […]<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":13213,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":[],"categories":[122],"tags":[292,786,147,159,2049,1299],"post_folder":[],"jetpack_featured_media_url":"","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/13212"}],"collection":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=13212"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/13212\/revisions"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=13212"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=13212"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=13212"},{"taxonomy":"post_folder","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/post_folder?post=13212"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}