{"id":13149,"date":"2020-02-18T13:54:06","date_gmt":"2020-02-18T13:54:06","guid":{"rendered":"https:\/\/baixacultura.org\/?p=13149"},"modified":"2020-02-18T13:54:06","modified_gmt":"2020-02-18T13:54:06","slug":"como-compartilhar-conteudo-e-fazer-backup-por-torrent","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2020\/02\/18\/como-compartilhar-conteudo-e-fazer-backup-por-torrent\/","title":{"rendered":"Como compartilhar conte\u00fado e fazer backup por torrent"},"content":{"rendered":"
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Fonte: Oficina da Net<\/p><\/div>\n

Quando escrevemos o texto sobre como usar torrent e baixar conte\u00fado compartilhado gr\u00e1tis<\/a>, pensamos nesse t\u00edtulo como uma esp\u00e9cie de clickbait: quer\u00edamos que, em pleno 2019, o torrent fosse capaz de atrair novos usu\u00e1rios usando a velha t\u00e1tica de prometer alguma coisa gr\u00e1tis. Afinal de contas, o modus operandi da internet na \u00faltima d\u00e9cada se baseia nessa ideia, casada com um gerador de receitas oculto: eu te dou algo de gra\u00e7a e de f\u00e1cil acesso e voc\u00ea nem desconfia do que me d\u00e1 em troca – seus dados de utiliza\u00e7\u00e3o, usados para alimentar bases gigantes com diversas finalidades: aprimorar intelig\u00eancia artifial, machine learning, publicidade direcionada e todo tipo de personaliza\u00e7\u00e3o com dados, que seja capaz de aprender e prever o comportamento humano, como bem j\u00e1 foi revelado sobre o modelo de neg\u00f3cios do Rappi<\/a>, o qual usa a entrega de mercadorias (com opera\u00e7\u00e3o deficit\u00e1ria) como fachada para seu verdadeiro objetivo, coletar uma vasta quantidade de informa\u00e7\u00e3o sobre usu\u00e1rios para gerar mais com\u00e9rcio direcionado, mais segmenta\u00e7\u00e3o produtiva.<\/p>\n

Pensei: se estamos habituados a entregarmos nossas vidas de gra\u00e7a para algumas empresas de redes sociais ou servi\u00e7os, em troca de contato com amigos, familiares, flertes, \u00eddolos e rivais, por que n\u00e3o poder\u00edamos usufruir do torrent para acessar qualquer arquivo que gostamos, de gra\u00e7a, atrav\u00e9s da c\u00f3pia de arquivos entre m\u00e1quinas? De muitos j\u00e1 ouvi que a barreira \u00e9 efetivamente usar o torrent, baixar o programa e achar os arquivos, e entender por que \u00e0s vezes ele baixa e \u00e0s vezes n\u00e3o.<\/p>\n

Pois bem, agora que j\u00e1 expliquei como funciona o programa, como achar arquivos, como interpretar o cliente de torrent e por que ele baixa ou n\u00e3o<\/a>, posso explicar a segunda parte importante sobre usar torrent: como compartilhar arquivos, ou seja, como criar um arquivo torrent, hosped\u00e1-lo num reposit\u00f3rio e seme\u00e1-lo. Escrevo ent\u00e3o sobre como dividir aquilo que mais gostamos com outras pessoas, desde amigos at\u00e9 completos estranhos do outro lado do mundo, e geramos impacto real na rede, atrav\u00e9s da c\u00f3pia. De lambuja, ainda subimos pra rede nossos arquivos, e assim que eles s\u00e3o copiados, est\u00e3o dispon\u00edveis em outras m\u00e1quinas, e tornam-se acess\u00edveis em outros computadores da internet, gerando uma esp\u00e9cie de backup – desde que algu\u00e9m semeie o arquivo, claro.<\/p>\n

Antes de mergulharmos de cabe\u00e7a na a\u00e7\u00e3o pr\u00e1tica, ou seja, come\u00e7ar a criar e compartilhar arquivos torrent, gostaria de trazer uma ideia sobre o uso da tecnologia e o ponto em que estamos hoje, onde parece que nada aconteceu na internet antes dos aplicativos facilitadores. Especialmente \u00e0queles que ainda n\u00e3o se convenceram de que vale a pena usar a tecnologia p2p para navegar na rede. O bielorrusso Evgeny Morozov, no seu ensaio Por que estamos autorizados a odiar o Vale do Sil\u00edcio<\/a>, um dos textos publicados no Brasil no livro “Big Tech – A Ascens\u00e3o dos Dados e a Morte da Pol\u00edtica<\/a>“, da editora Ubu, elabora:\u00a0<\/span><\/div>\n
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“[…] O Vale do Sil\u00edcio destruiu a nossa capacidade de imaginar outros modelos de gest\u00e3o e de organiza\u00e7\u00e3o da infraestrutura da comunica\u00e7\u00e3o. Podemos esquecemos os modelos que n\u00e3o se baseiam em publicidade e que n\u00e3o contribuem para a centraliza\u00e7\u00e3o de dados em servidores particulares instalados nos Estados Unidos. Quem sugerir a necessidade de considerar outras op\u00e7\u00f5es – talvez at\u00e9 mesmo modelos j\u00e1 publicamente dispon\u00edveis – corre o risco de ser acusado de querer “quebrar a internet”. N\u00f3s sucumbimos ao que o te\u00f3rico social brasileiro Roberto Mangabeira Unger chama de “a ditadura da falta de op\u00e7\u00e3o”: espera-se que aceitemos que o Gmail seja a melhor e \u00fanica forma poss\u00edvel de usar o correio eletr\u00f4nico e que o Facebook seja a melhor e \u00fanica maneira poss\u00edvel de nos conectarmos em redes sociais.”<\/span><\/div>\n<\/blockquote>\n
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Em um pa\u00eds onde sete em cada dez brasileiros<\/a> se informam pelas redes sociais, parece quase ut\u00f3pico imaginar o uso de torrent para dividir e consumir livros, revistas, filmes, s\u00e9ries, softwares, e qualquer tipo de arquivo que o usu\u00e1rio imagine compartilhar. E parte disso \u00e9 porque estamos cegos pela ideia de que n\u00e3o h\u00e1 op\u00e7\u00e3o, como dito por Morozov. Por todos os lados, a l\u00f3gica do servi\u00e7o mais c\u00f4modo faz com que os usu\u00e1rios comuns busquem cada vez menos dificuldades, e a famos<\/span>o conceito da <\/span>inclus\u00e3o digital passa a ser <\/span>deturpado: a inclus\u00e3o \u00e9<\/span> junto as Big Techs,<\/span> e n\u00e3o ao digital.<\/span><\/div>\n
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Ent\u00e3o que viremos o jogo aprendendo a criar torrents!<\/span><\/div>\n
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Existem dois grandes passos no processo: criar o arquivo torrent e hospedar o arquivo torrent. Vamos abord\u00e1-los sob estes dois atos.<\/span><\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n

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1) Criar o arquivo torrent<\/span><\/strong><\/p>\n<\/div>\n

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Fonte: Wikihow<\/p><\/div>\n<\/div>\n

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Depois de decidir o que voc\u00ea quer dividir, seja uma pasta de m\u00fasicas ou de fotos, um filme ou uma biblioteca de livros, entre no seu cliente de torrent (uTorrent, qBitTorrent, Transmission s\u00e3o alguns dos mais comuns, mas aqui tem uma lista recente com outros tamb\u00e9m<\/a>)\u00a0entre no menu Arquivo > Criar torrent.<\/span><\/div>\n
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Selecione a pasta ou arquivo, crie um nome, aponte onde deve ser salvo, aponte trackers (os rastreadores de arquivos, que mencionamos no artigo anterior) e gere o arquivo. <\/span>Aqui uma lista de trackers<\/a> que voc\u00ea pode usar, copiando os links e colando-os no espa\u00e7o destinado a eles (como mostra a figura abaixo). Quanto mais melhor, pois mais deles v\u00e3o encontrar o seu arquivo numa busca.\u00a0<\/span><\/div>\n
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\nPois bem, a\u00ed est\u00e1 seu arquivo .tor! Voc\u00ea j\u00e1 pode envi\u00e1-lo para amigos, que podem abri-lo em seus clientes de torrent e baix\u00e1-los, desde que o seu cliente esteja aberto e copiando o arquivo para eles. Percebe: como criador do arquivo, voc\u00ea acaba sendo tamb\u00e9m o primeiro seeder, e \u00e9 importante manter o torrent aberto e copiando para outros pelo menos nos primeiros dias, para o arquivo se espalhar pela internet.<\/span><\/div>\n<\/div>\n
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2) Hospedar o arquivo torrent na internet<\/span><\/strong><\/p>\n

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Com o primeiro passo seus amigos j\u00e1 podem desfrutar do seu arquivo torrent. Mas digamos que voc\u00ea tenha uma biblioteca que quer compartilhar, como no Baixacultura, onde geramos um compilado de todos os livros que foram refer\u00eancia durante o curso “Tecnopol\u00edtica e Contracultura” e disponibilizamos online<\/a>. Nesse caso, h\u00e1 (pelo menos) duas op\u00e7\u00f5es: deixar ele em reposit\u00f3rios de torrent, como a ba\u00eda pirata mais famosa e resiliente da internet, o Pirate Bay<\/a>; ou come\u00e7ar a semear imediatamente, deixando o seu computador (e os pr\u00f3ximos que baixarem) como semeadores e guardi\u00f5es do arquivo, como mostra a figura acima,
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Para compartilhar um arquivo no Pirate Bay, ent\u00e3o:\u00a0<\/span><\/div>\n
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Crie uma conta; n<\/span>o menu de navega\u00e7\u00e3o, clique em “Upload Torrent”; p<\/span>rocure o arquivo torrent que tu queres subir no seu computador; c<\/span>rie um nome para o arquivo no site (exemplo: Biblioteca do Baixacultura) – este \u00e9 o nome que as pessoas v\u00e3o achar quando procurarem pelo arquivo no site; e<\/span>scolha uma categoria (v\u00eddeo, livro, software, m\u00fasica, etc.); m<\/span>arque a op\u00e7\u00e3o ou n\u00e3o de subir o arquivo anonimamente; s<\/span>e quiser, marque o seu arquivo em tags para ser mais f\u00e1cil de encontr\u00e1-lo; e<\/span>screva uma descri\u00e7\u00e3o amig\u00e1vel, de prefer\u00eancia dizendo quais arquivos est\u00e3o contidos no torrent, qual a qualidade e formato do arquivo, etc. <\/span><\/div>\n
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Aqui tamb\u00e9m vale de, ao enviar o arquivo, deixar seu computador “semeando” o arquivo por um tempo, pelo menos at\u00e9 que outros “leechers” j\u00e1 tenham baixado e passem a semear tamb\u00e9m; quanto mais semeadores, mais r\u00e1pido o arquivo vai ser baixado e em mais computadores ele estar\u00e1.<\/span><\/p>\n<\/div>\n

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3) Divulgar o link na internet<\/span><\/strong><\/p>\n

Agora que voc\u00ea j\u00e1 criou o torrent, subiu na rede, semeou para outros e viu que outros j\u00e1 tornaram semeadores do arquivo tamb\u00e9m, espalhe ainda mais! Divulgue para todxs que queiram acessar o arquivo, mostre tamb\u00e9m que \u00e9 importante que eles deixem seus programas de torrent um pouco para semear tamb\u00e9m para outros.<\/p>\n

F\u00e1cil, n\u00e3o?<\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n

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[Victor Wolffenb\u00fcttel]<\/em><\/div>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Quando escrevemos o texto sobre como usar torrent e baixar conte\u00fado compartilhado gr\u00e1tis, pensamos nesse t\u00edtulo como uma esp\u00e9cie de clickbait: quer\u00edamos que, em pleno 2019, o torrent fosse capaz de atrair novos usu\u00e1rios usando a velha t\u00e1tica de prometer alguma coisa gr\u00e1tis. Afinal de contas, o modus operandi da internet na \u00faltima d\u00e9cada se […]<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":13158,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":[],"categories":[122,2099],"tags":[2098,786,145,299,2058,166,1299,218,2100],"post_folder":[],"jetpack_featured_media_url":"","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/13149"}],"collection":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=13149"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/13149\/revisions"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=13149"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=13149"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=13149"},{"taxonomy":"post_folder","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/post_folder?post=13149"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}