{"id":13068,"date":"2019-11-07T15:19:06","date_gmt":"2019-11-07T15:19:06","guid":{"rendered":"https:\/\/baixacultura.org\/?p=13068"},"modified":"2019-11-07T15:19:06","modified_gmt":"2019-11-07T15:19:06","slug":"o-futuro-da-economia-sera-compartilhado","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2019\/11\/07\/o-futuro-da-economia-sera-compartilhado\/","title":{"rendered":"O futuro da economia ser\u00e1 compartilhado?"},"content":{"rendered":"<div id=\"attachment_13069\" style=\"width: 650px\" class=\"wp-caption aligncenter\"><img aria-describedby=\"caption-attachment-13069\" loading=\"lazy\" class=\"size-large wp-image-13069\" src=\"https:\/\/baixacultura.org\/wp-content\/uploads\/2019\/11\/nathan1-655x655.jpg\" alt=\"\" width=\"640\" height=\"640\" \/><p id=\"caption-attachment-13069\" class=\"wp-caption-text\">Foto: Corey Kohn<\/p><\/div>\n<p style=\"text-align: justify\">Estar a frente de uma empresa de propriedade compartilhada com xs pr\u00f3prixs usu\u00e1rixs em alguns momentos pode parecer uma ideia um tanto louca e subversiva para uma startup capitalista, mas saiba: a proposta j\u00e1 est\u00e1 em discuss\u00e3o &#8211; e em pr\u00e1tica &#8211;\u00a0 em alguns lugares do planeta.<\/p>\n<p style=\"text-align: justify\"><a href=\"https:\/\/nathanschneider.info\/\">Nathan Schneider<\/a>, jornalista e professor de novas m\u00eddias da Universidade de Boulder Colorado, nos Estados Unidos, autor do livro &#8220;<a href=\"https:\/\/nathanschneider.info\/books\/everything-for-everyone\/\">Everything for Everyone: The Radical Tradition that Is Shaping the Next Economy<\/a>&#8220;\u00e9 uma das pessoas que mais vem estudando e promovendo a ideia do <a href=\"https:\/\/baixacultura.org\/baixacharla-ao-vivo-4-cooperativismo-de-plataforma\/\">cooperativismo de plataforma<\/a> mundo afora. No final de outubro ele esteve no Brasil para um evento privado organizado pela <a href=\"http:\/\/www.kes.do\/events\/next-economy\">KES<\/a>, onde falou da ideia de \u201cuser ownership\u201d (em tradu\u00e7\u00e3o livre, compartilhar a posse da empresa) para uma plateia de empres\u00e1rios, COs e CTOs de startups e empresas como Coca-Cola e Bradesco.<\/p>\n<p style=\"text-align: justify\">Foi nessa ocasi\u00e3o (que tamb\u00e9m marcou sua primeira vinda ao Brasil) que Nathan apresentou suas ideias, partindo de uma pergunta: como seria tornar Xs usu\u00e1riXs de um dado servi\u00e7o, como por exemplo das empresas s\u00edmbolos do que se convencionou chamar de capitalismo de plataforma (como o Uber, Airbnb), tamb\u00e9m propriet\u00e1riXs da empresa para a qual prestam tal servi\u00e7o? Em outras palavras: e se Xs pr\u00f3priXs \u201ccolaboradorXs\u201d (motoristas, anunciantes de im\u00f3veis, entregadorXs) dessas plataformas tamb\u00e9m fossem s\u00f3ciXs delas, tendo uma pequena parte do neg\u00f3cio, e se organizassem em modelos cooperativos para sua administra\u00e7\u00e3o?<\/p>\n<p style=\"text-align: justify\">Foi a partir dessa ideia b\u00e1sica e que poderia remeter at\u00e9 mesmo \u00e0s teorias marxistas (algu\u00e9m falou em tomar e compartilhar os meios de produ\u00e7\u00e3o?) que Nathan trouxe tr\u00eas propostas:<\/p>\n<p style=\"text-align: justify\"><strong>1 &#8211; USER BUYOUT<\/strong><br \/>\nOp\u00e7\u00e3o na qual a abertura de capital da empresa se d\u00e1 de modo mais \u00e1gil e menos oneroso, com a oferta de a\u00e7\u00f5es para indiv\u00edduos que j\u00e1 s\u00e3o usu\u00e1rioXs-trabalhadorXs do neg\u00f3cio. Como estes j\u00e1 atuam como uma esp\u00e9cie de financiadorXs do valor gerado pela empresa, por meio de sua pr\u00f3pria dedica\u00e7\u00e3o e\/ou disponibiliza\u00e7\u00e3o de recursos a ela, Nathan argumenta que o seu n\u00edvel de comprometimento e vontade de prosperar s\u00f3 tenderia a crescer. Uber e Airbnb, talvez mais como sa\u00edda econ\u00f4mica do que democr\u00e1tica, s\u00e3o exemplos de nomes que j\u00e1 buscam, por meio de lobby, regulamentar esse tipo de rela\u00e7\u00e3o contratual.<\/p>\n<p style=\"text-align: justify\"><strong>2 &#8211; FEDERATION<\/strong><br \/>\nModelo de participa\u00e7\u00e3o no qual usu\u00e1riXs podem ganhar mobilidade de ir e vir de uma empresa para outra, desde que estas sigam um padr\u00e3o m\u00ednimo comum de protocolo de fluxo de informa\u00e7\u00e3o. Cada neg\u00f3cio define os valores sob os quais Xs usu\u00e1riXs estar\u00e3o submetidXs. Segundo Nathan, esse modelo \u00e9 algo muito pr\u00f3ximo do que ocorreu com o in\u00edcio da atual bandeira de cart\u00f5es Visa: que nasceu como um produto do Bank of America, por\u00e9m tinha tamanha imin\u00eancia de crescimento que logo teve que licenciar seu uso para outros bancos e institui\u00e7\u00f5es financeiras. Um exemplo mais conhecido e j\u00e1 utilizado s\u00e3o as redes sociais federadas, como por exemplo a <a href=\"https:\/\/mastodon.social\/\">Mastodon<\/a>, um agrupamento de \u2018n\u00f3s\u2019 independentes que pode ser plugado \u00e0 rede conforme delibera\u00e7\u00e3o das pol\u00edticas pr\u00f3prias de cada node.<\/p>\n<p><iframe loading=\"lazy\" title=\"What is Mastodon?\" width=\"1300\" height=\"731\" src=\"https:\/\/www.youtube.com\/embed\/IPSbNdBmWKE?feature=oembed\" frameborder=\"0\" allow=\"accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture\" allowfullscreen><\/iframe><\/p>\n<p style=\"text-align: justify\"><strong>3 -TOKENIZATION<\/strong><br \/>\nBaseado em um sistema de participa\u00e7\u00e3o que pode ser moderada ou n\u00e3o pela gest\u00e3o empresa. Embora j\u00e1 seja uma tecnologia largamente aplicada na minera\u00e7\u00e3o de criptomoedas para posterior resgate monet\u00e1rio, \u00e9 a menos testada no contexto de propriedade de empresas. Funciona por meio da disponibiliza\u00e7\u00e3o de <i>tokens<\/i>, que v\u00e3o sendo distribu\u00eddos e acumulados conforme Xs usu\u00e1riXs v\u00e3o usando o servi\u00e7o, e que podem ser resgatados em forma de benef\u00edcios para seus propriet\u00e1riXs. O mais recente exemplo apresentado por Nathan \u00e9 a <a href=\"https:\/\/www.theguardian.com\/technology\/2019\/jun\/18\/what-is-libra-facebook-new-cryptocurrency\">Libra<\/a>, criptomoeda assinada pelo Facebook e por mais dezenas de grandes empresas mundiais.<\/p>\n<p style=\"text-align: justify\">Ainda sobre o tema, Nathan faz um interessante paralelo entre Zebras e Unic\u00f3rnios, como provoca\u00e7\u00e3o a repensar a real aplicabilidade do conceito baseado no ser m\u00edtico, t\u00e3o cobi\u00e7ado pelas empresas que se inspiram nos modelos de neg\u00f3cio do Vale do Sil\u00edcio. Zebra, segundo Nathan, s\u00e3o animais que correm em bandos e s\u00e3o reais, em contraponto a ideia de Unic\u00f3rnio, que s\u00e3o seres fantasiosos e de exist\u00eancia isolada. Zebras ent\u00e3o seriam as startups que buscam voltar sua atua\u00e7\u00e3o para contemplar valores como diversidade \u00e9tnica, geogr\u00e1fica, cultural e outras &#8211; que ainda n\u00e3o s\u00e3o precisamente atendidas pelos grandes players do mercado.<\/p>\n<p><img loading=\"lazy\" class=\"aligncenter wp-image-13070 size-full\" src=\"https:\/\/baixacultura.org\/wp-content\/uploads\/2019\/11\/zebras.jpeg\" alt=\"\" width=\"3983\" height=\"1333\" \/><\/p>\n<p style=\"text-align: justify\">Depois da palestra Nathan ainda conversou com o BaixaCultura*, para detalhar um pouco mais de suas ideias e propostas de democratiza\u00e7\u00e3o da economia.<\/p>\n<p style=\"text-align: justify\"><strong>1) Existe um diagn\u00f3stico que as cooperativas do s\u00e9culo XX tornaram-se empreendimentos capitalistas como corpora\u00e7\u00f5es e que n\u00e3o h\u00e1, de fato, muita participa\u00e7\u00e3o dos cooperados. Esse diagn\u00f3stico tamb\u00e9m se aplica para os EUA?<br \/>\n<\/strong><br \/>\nSim. Eu j\u00e1 vi isso em todos os lugares. <b>Neg\u00f3cios cooperativos<\/b> n\u00e3o garantem democracia econ\u00f4mica, apenas criam a possibilidade para isso. Nesse sentido, estou no conselho de duas organiza\u00e7\u00f5es cooperativas que refletem minha vis\u00e3o do que \u00e9 mais necess\u00e1rio hoje: <a href=\"https:\/\/start.coop\/\">Start.coop<\/a>, um acelerador de novas cooperativas, e <a href=\"https:\/\/weown.it\/\">We Own It<\/a>, que organiza membros de cooperativas <b>j\u00e1 existentes<\/b> para fazer mudan\u00e7as positivas por meio<b> de campanhas que visam reformar essas organiza\u00e7\u00f5es<\/b>. O que descobrimos em \u201cWe Own It\u201d \u00e9 que um pouco de trabalho em ativar os seus membros pode ajudar bastante a transformar a maneira como as cooperativas operam. \u00c9 incrivelmente importante para a nova gera\u00e7\u00e3o de integrantes de cooperativa (cooperados) n\u00e3o apenas iniciar novos projetos, mas tamb\u00e9m se engajar no trabalho duro, e muitas vezes frustrante, de reenergizar o poderoso legado da coopera\u00e7\u00e3o que existe ao nosso redor.<\/p>\n<p style=\"text-align: justify\"><strong>2) O movimento do Cooperativismo de Plataforma tem cinco anos. Qual o balan\u00e7o das suas principais conquistas e principais fracassos?<\/strong><\/p>\n<p style=\"text-align: justify\">A principal conquista \u00e9 dar visibilidade e <b>criar espa\u00e7o da discuss\u00e3o\/a\u00e7\u00e3o<\/b>. <b>A ideia<\/b> do cooperativismo de plataforma criou espa\u00e7o para uma nova gera\u00e7\u00e3o entrar no movimento cooperativo tradicional sem necessariamente estarem ligadas ao modo de operar que j\u00e1 era praticado. Conseguimos chamar a aten\u00e7\u00e3o dessas cooperativas mais tradicionais e, at\u00e9 certo ponto, revigorar o entendimento de seu pr\u00f3prio potencial &#8211; at\u00e9 a n\u00edvel da <a href=\"https:\/\/www.ica.coop\/en\">Alian\u00e7a Cooperativa Internacional<\/a> [organiza\u00e7\u00e3o que une e representa cooperativas no mundo inteiro, criada em 1895 e hoje com mais de 1,2 bilh\u00e3o de cooperados].<\/p>\n<p style=\"text-align: justify\">Enquanto isso, no mundo da tecnologia, a partir do modelo de cooperativismo de plataforma estabelecemos uma nova estrat\u00e9gia para lidar com os males da economia on-line, juntamente com propostas de reforma de pol\u00edticas e mudan\u00e7a de cultura. H\u00e1 tamb\u00e9m um n\u00famero crescente de startups tentando fazer o cooperativismo de plataforma funcionar na pr\u00e1tica.<\/p>\n<p style=\"text-align: justify\">As principais limita\u00e7\u00f5es, no entanto, existem no campo da pr\u00e1tica. Construir cooperativas em tecnologia n\u00e3o \u00e9 f\u00e1cil; a cultura predominante n\u00e3o \u00e9 prop\u00edcia a isso, muito menos os modelos de neg\u00f3cios e financiamento predominantes. Temos um longo caminho a percorrer para que o tipo de coopera\u00e7\u00e3o ecossist\u00eamica empresarial possa ter uma chance real de desafiar as grandes tecnologias. Foi humilhante ver as dificuldades que muitas das startups cooperativas enfrentaram <b>para conseguir existir<\/b>. Temos que ter cuidado para garantir que, com todo o sucesso que temos alcan\u00e7ado em difundir a ideia do cooperativismo de plataforma, tamb\u00e9m devemos criar uma infraestrutura realisticamente utiliz\u00e1vel. Nestes cinco anos, meu objetivo principal foi o seguinte: como podemos tornar grandes ideias bem-sucedidas na democracia de modo (pelo menos) t\u00e3o f\u00e1cil como atrav\u00e9s do \u201ccapitalismo feudal\u201d?<\/p>\n<div id=\"attachment_13071\" style=\"width: 650px\" class=\"wp-caption aligncenter\"><img aria-describedby=\"caption-attachment-13071\" loading=\"lazy\" class=\"wp-image-13071 size-large\" src=\"https:\/\/baixacultura.org\/wp-content\/uploads\/2019\/11\/photo5053048003660720172-655x490.jpg\" alt=\"\" width=\"640\" height=\"479\" \/><p id=\"caption-attachment-13071\" class=\"wp-caption-text\">Foto: Sheila Uberti<\/p><\/div>\n<p style=\"text-align: justify\"><strong>3) Voc\u00ea tem escrito muito sobre \u201cuser ownsership\u201d desde a campanha #BuyTwitter de 2016. Algumas grandes empresas de tecnologia, como Uber e Airbnb, chegaram a se manifestar positivamente sobre empregados serem donos da empresa. Que potencial voc\u00ea v\u00ea para esses arranjos? E o que eles diferem do cooperativismo de plataforma<\/strong>?<\/p>\n<p style=\"text-align: justify\">Para deixar claro, essas empresas est\u00e3o falando em conceder pequenas quantidades de a\u00e7\u00f5es aos \u201ccolaboradores\u201d <b>(ou seja, criadores de valor da pr\u00f3pria empresa)<\/b> que se recusam a reconhecer como funcion\u00e1rios! Embora essa seja uma abertura muito limitada, considero-a ainda uma abertura. Alguns anos atr\u00e1s, a ideia de compartilhar o patrim\u00f4nio da empresa com seus usu\u00e1rios seria algo radical; agora as maiores &#8211; e piores, no sentido trabalhista &#8211; plataformas tecnol\u00f3gicas est\u00e3o explorando isso. Eu quero pegar essa abertura e abri-la muito, muito mais. Como esse compartilhamento pode criar uma &#8220;corrida ao topo&#8221; (<i>race to the top<\/i>), onde as empresas est\u00e3o competindo entre si para fornecer cada vez mais <b>condi\u00e7\u00f5es equitativas<\/b>? Como os formuladores de pol\u00edticas podem permitir esse compartilhamento e tamb\u00e9m garantir uma responsabilidade genu\u00edna por parte de quem as adote? A tecnologia est\u00e1 enfrentando uma crise de identidade agora e h\u00e1 uma oportunidade realmente interessante de resolver essa crise exigindo um novo tipo de contrato social que envolva uma expans\u00e3o maci\u00e7a da democracia econ\u00f4mica.<\/p>\n<p style=\"text-align: justify\"><strong>4) No Brasil, o tema do cooperativismo de plataforma parece ter penetrado no n\u00facleo duro do cooperativismo organizado. A OCB promoveu recentemente um hackathon somente sobre solu\u00e7\u00f5es de tecnologia para cooperativismo. Que potencial voc\u00ea v\u00ea no Brasil para esse movimento?<\/strong><\/p>\n<p style=\"text-align: justify\">Estou muito esperan\u00e7oso e emocionado. O Brasil j\u00e1 possui um setor cooperativo poderoso, e espero que a ideia do cooperativismo de plataforma possa ajudar a dar-lhe uma nova vida. O que descobri \u00e9 que muitos setores cooperativos ao redor do mundo est\u00e3o tentando descobrir como eles podem apoiar e participar desse novo conjunto de possibilidades, mas n\u00e3o sabem ao certo por onde come\u00e7ar. Meu pedido para os participantes desses esfor\u00e7os brasileiros: documentem o que voc\u00eas est\u00e3o fazendo. Compartilhem amplamente. Espalhem a palavra! Os setores cooperativos do mundo est\u00e3o ansiosos para aprender com voc\u00eas.<\/p>\n<p style=\"text-align: justify\"><strong>5) Sua fala no KES foi um \u00f3timo exemplo de como dizer coisas subversivas para pessoas de mercado que n\u00e3o est\u00e3o acostumadas a isso. Voc\u00ea poderia detalhar como explicar a ideia de \u201cuser ownership\u201d para pessoas de um mercado tradicional ou que n\u00e3o est\u00e3o acostumadas \u00e0s ideias do cooperativismo e de uma internet livre<\/strong>?<\/p>\n<p style=\"text-align: justify\">Bem, pessoas do mercado &#8211; s\u00e3o realmente apenas pessoas! Fico surpreso com o n\u00famero de pessoas interessadas em estrat\u00e9gias de coopera\u00e7\u00e3o &#8211; investidores, executivos, empreendedores e muito mais. Mas n\u00e3o deveria me surpreender, porque durante dois s\u00e9culos os modelos cooperativos provaram ser formas poderosas de fazer neg\u00f3cios com os quais outros tipos de neg\u00f3cios (inclusive os do \u201cmercado\u201d mais tradicional) podem aprender. Receio que o desafio \u00e9 garantir que essas colabora\u00e7\u00f5es se direcionem para um futuro com mais democracia econ\u00f4mica, em vez de um futuro no qual as estrat\u00e9gias democr\u00e1ticas sejam cooptadas pelo novo &#8220;capitalismo feudal&#8221;. Pense em como a Amazon adotou ideias cooperativas como a &#8220;associa\u00e7\u00e3o&#8221; (no Amazon Prime) e nas lojas de alimentos naturais (Whole Foods, agora propriedade da Amazon, foi fundada por um ex-funcion\u00e1rio de uma cooperativa de alimentos). \u00c9 um jogo perigoso. Mas em todo o mundo, as pessoas est\u00e3o ansiosas para repensar o que \u00e9 a corpora\u00e7\u00e3o e para que serve. \u00c9 um momento cr\u00edtico para aproveitar qualquer oportunidade que pudermos para enxertar brotos democr\u00e1ticos nos pomares doentes e mal concebidos do capitalismo.<\/p>\n<h5 style=\"text-align: justify\">* Com Leonardo Foletto, editor do BaixaCultura, e <a href=\"https:\/\/twitter.com\/_laquesabe_\">Sheila Uberti<\/a>, comunicadora. Colabora\u00e7\u00e3o de <a href=\"https:\/\/twitter.com\/rafa_zanatta\">Rafael Zanatta\u00a0<\/a>na elabora\u00e7\u00e3o das perguntas.<\/h5>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"<p>Estar a frente de uma empresa de propriedade compartilhada com xs pr\u00f3prixs usu\u00e1rixs em alguns momentos pode parecer uma ideia um tanto louca e subversiva para uma startup capitalista, mas saiba: a proposta j\u00e1 est\u00e1 em discuss\u00e3o &#8211; e em pr\u00e1tica &#8211;\u00a0 em alguns lugares do planeta. 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