{"id":12424,"date":"2018-05-31T00:00:29","date_gmt":"2018-05-31T00:00:29","guid":{"rendered":"https:\/\/baixacultura.org\/?p=12424"},"modified":"2018-05-31T00:00:29","modified_gmt":"2018-05-31T00:00:29","slug":"dialogos-abertos-2-a-internet-como-conhecemos-morreu-e-agora","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2018\/05\/31\/dialogos-abertos-2-a-internet-como-conhecemos-morreu-e-agora\/","title":{"rendered":"Di\u00e1logos Abertos #2: A Internet como conhecemos morreu. E agora?"},"content":{"rendered":"

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A Federal Communications Comission (a “Anatel” dos EUA) decidiu, em dezembro de 2017, acabar com a neutralidade da rede<\/a>, princ\u00edpio que obriga os provedores de internet a tratar igualmente todos os dados, sem poder discriminar ou privilegiar nada do que passa por suas redes. O Senado dos EUA, por\u00e9m, rejeitou essa decis\u00e3o, jogando agora para a C\u00e2mara de Representantes (a C\u00e2mara dos Deputados dos EUA) e o presidente Trump decidirem se a medida da FCC vai ser invalidada definitivamente e a neutralidade de rede seja efetivamente restaurada.<\/p>\n

Muitos j\u00e1 d\u00e3o como certa que Trump e os deputados v\u00e3o reverter a decis\u00e3o do Senado e p\u00f4r fim a neutralidade da rede\u00a0 – o que ocorre tamb\u00e9m devido a afirma\u00e7\u00e3o da lideran\u00e7a republicana da C\u00e2mara expressando sua oposi\u00e7\u00e3o em votar a neutralidade da rede agora<\/a>. Se de fato a neutralidade for derrubada por lei, \u00e9 a maior mudan\u00e7a da hist\u00f3ria da internet at\u00e9 aqui. Nos pr\u00f3ximos anos, \u00e9 grande a chance de n\u00f3s usu\u00e1rios termos que pagar mais para acessar certos tipos de servi\u00e7o – uma conex\u00e3o que priorize a velocidade dos v\u00eddeos ou o desempenho dos games, por exemplo, o que \u00e9 proibido por lei hoje. Sem a neutralidade da rede, as empresas de telecomunica\u00e7\u00f5es s\u00e3o donas da rede e podem definir o conte\u00fado que voc\u00ea ir\u00e1 acessar, como numa assinatura de TV a cabo.<\/p>\n

O cerceamento da internet por empresas privadas como o Google, Facebook, Amazon e Apple tamb\u00e9m tem ajudado a tornar a internet livre, descentralizada e gestionada por pessoas (ou comit\u00eas com participa\u00e7\u00e3o da sociedade civil), uma realidade cada vez mais distante. Cerca de 70% dos brasileiros acessam a rede pelo celular e, n\u00e3o raro, s\u00f3 entram em servi\u00e7os como o Facebook, WhatsAPP e Instagram quando conectados. A internet tem virado o que muitos de n\u00f3s ativistas por uma internet livre tem\u00edamos: um grande jardim murado, onde quem d\u00e1 as cartas do que e como acessar s\u00e3o grandes empresas privadas com sede nos EUA.<\/p>\n

Diante desse cen\u00e1rio, vamos, novamente junto com a CCD Porto Alegre<\/a> e o hackerspace Matehackers<\/a>, debater no segundo Di\u00e1logos Abertos<\/a> o que (e se) ainda \u00e9 poss\u00edvel ser feito para manter a internet livre e descentralizada, como ela foi pensada inicialmente e como ela funcionava at\u00e9 anos atr\u00e1s, e sobre como podemos lidar com mais essa situa\u00e7\u00e3o dist\u00f3pica. H\u00e1 gente, como Peter Sunde, um dos criadores do The Pirate Bay, que j\u00e1 desistiu<\/a>: “Ainda pensamos na internet como esse novo Velho Oeste. Nada est\u00e1 escrito em pedra ainda, ent\u00e3o n\u00e3o ligamos. De alguma forma tudo vai dar certo. Mas n\u00e3o \u00e9 por a\u00ed. Nunca vimos tanta centraliza\u00e7\u00e3o, desigualdade e capitalismo extremos. Por\u00e9m, de acordo com o marketing feito por gente como Mark Zuckerberg e empresas como o Google, tudo \u00e9 feito para ajudar a rede aberta e promover democracia, e por a\u00ed vai. Ao mesmo tempo, s\u00e3o monop\u00f3lios capitalistas. \u00c9 como confiar no vil\u00e3o pra fazer boas a\u00e7\u00f5es. \u00c9 bizarro.” Outros, como Tim Berners-Lee, criador-chefe da Web, diz que devemos nos preocupar com a regula\u00e7\u00e3o<\/a>, porque se deixarmos para o mercado regular a internet a situa\u00e7\u00e3o pode ficar ainda pior do que j\u00e1 est\u00e1.<\/p>\n

Nossa conversa tamb\u00e9m vai trazer outras perspectivas mais, digamos, otimistas, que apontem para novos caminhos de (re) constru\u00e7\u00e3o da internet, como as redes livres. Teremos como convidados Rodrigo Troian, ativista de software livre desde 2004 e que desde 2008 vem pesquisando e fazendo redes em malha por wifi utilizando roteadores de baixo custo \u2013 as chamadas redes livres, como ele comentou na BaixaCharla<\/a>. Al\u00e9m dele, v\u00e3o participar da conversa integrantes das organiza\u00e7\u00f5es participantes e quem mais quiser; a roda de conversa \u00e9 aberta a todxs que quiserem participar (falar, escutar e\/ou s\u00f3 observar)<\/p>\n

O evento ser\u00e1 novamente no Vila Flores<\/a>, \u00e0s 18h30. Como da primeira vez, vai rolar transmiss\u00e3o ao vivo no nosso canal no YouTube<\/a>.
\nUPDATE 19\/6: Tivemos um problema na conex\u00e3o de internet, ent\u00e3o o v\u00eddeo transmitido ao vivo vai at\u00e9 os 22min49s, e aos 22min53s entra a segunda parte, n\u00e3o transmitida, mas gravada – por isso uma pequena diferen\u00e7a na qualidade de imagem\/som.<\/p>\n