{"id":11971,"date":"2017-08-14T18:39:13","date_gmt":"2017-08-14T18:39:13","guid":{"rendered":"https:\/\/baixacultura.org\/?p=11971"},"modified":"2017-08-14T18:39:13","modified_gmt":"2017-08-14T18:39:13","slug":"recife-olinda-arredores","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2017\/08\/14\/recife-olinda-arredores\/","title":{"rendered":"Recife, Olinda & arredores"},"content":{"rendered":"
Caranguejo em homenagem \u00e0 Chico Science, na Rua da Aurora<\/p><\/div>\n
Passamos duas semanas de julho em Recife, Olinda e arredores e tivemos uma programa\u00e7\u00e3o baixacultural de atividades.<\/p>\n
A come\u00e7ar por uma fala\/oficina\/charla chamda “Vis\u00f5es de Cultura Livre no Brasil<\/strong><\/a>“, no espa\u00e7o rec\u00e9m re-inaugurado CE\u00c7A<\/a>, no bairro Boa Vista em Recife. O (ou a) CE\u00c7A \u00e9 uma casa colaborativa que busca agregar diversas iniciativas relacionadas \u00e0 cultura livre e a economia colaborativa na cidade, e promete ser um ponto de encontro importante para esses temas no centro do Recife.<\/p>\n A proposta da atividade l\u00e1 foi fazer um panorama do que se identifica como cultura livre no Brasil hoje a partir de um recorrido por postagens deste BaixaCultura. A ideia de cultura livre – ou melhor, de um agrupamento de pr\u00e1ticas culturais organizadas em torno desse nome – nasce inspirada pelo movimento do software livre e pela ideia de copyleft, que mudou as regras do que se produz, distribui e se pensa sobre software na d\u00e9cada de 1980. No final dos anos 1990, a cultura livre se pauta como um movimento de resist\u00eancia aos grandes monop\u00f3lios dos direitos autorais no mundo, cuja consequ\u00eancia mais clara foi a privatiza\u00e7\u00e3o do conhecimento a partir da ideia de propriedade intelectual. Ideias e licen\u00e7as, como o Creative Commons, surgem neste momento e se tornam chaves na perspectiva de trazer mais autonomia aos autores sobre suas pr\u00f3prias obras, enfrentando o status quo do copyright e buscando uma atualiza\u00e7\u00e3o das leis em face \u00e0s mudan\u00e7as trazidas pela tecnologia digital e a internet.<\/span><\/span><\/p>\n A partir dos anos 2000, a ideia de cultura livre se torna ainda mais heterog\u00eanea, um guarda-chuva a articular uma s\u00e9rie de pr\u00e1ticas e modos de fazer que se transformam ao longo dos anos. O software livre e as licen\u00e7as livres continuam como tags centrais do movimento, mas temas como a produ\u00e7\u00e3o de conhecimento aberto, a democratiza\u00e7\u00e3o da m\u00eddia, os recursos educacionais abertos, a transpar\u00eancia via dados abertos e inspirado pela \u00e9tica hacker, as pr\u00e1ticas art\u00edsticas em torno da recria\u00e7\u00e3o e do remix, as defesas da neutralidade da rede e da seguran\u00e7a da informa\u00e7\u00e3o na internet, as pol\u00edticas p\u00fablicas culturais de Estado (em especial, a partir dos Pontos de Cultura no Brasil) e a economia colaborativa, entre outros, se tornam assuntos emergentes dentro do movimento. A partir da d\u00e9cada dos 2010, a ideia do comum (procom\u00fan, em espanhol; commons, em ingl\u00eas) ganha for\u00e7a na cultura livre como propulsora de modelos organizativos, econ\u00f4micos e sociais mais justos, num di\u00e1logo constante com a economia solid\u00e1ria e o cooperativismo, tamb\u00e9m a partir das assembl\u00e9ias e Okupas espanholas p\u00f3s 15M de 2011, at\u00e9 chegarmos aos laborat\u00f3rios de inova\u00e7\u00e3o cidad\u00e3 que se propagam na Ibero-am\u00e9rica neste 2017.<\/p>\n A fala percorreu um pouco desse hist\u00f3rico da cultura livre trazendo casos, situa\u00e7\u00f5es e coletivos para o debate, dialogando tamb\u00e9m com novas perspectivas de transforma\u00e7\u00e3o social em tempos de retrocessos no Brasil e no planeta. A chuva atrapalhou o lindo cen\u00e1rio da varanda da Casa, mas o debate seguiu noite adentro nas futuras intala\u00e7\u00f5es da oficina de marcenaria da CE\u00c7A at\u00e9 22h e tanto. Aqui um pad<\/a> com os posts mostrados no dia e algumas fotos da turma que ficou at\u00e9 o final, j\u00e1 passado das 22h (fotos do pessoal do Ce\u00e7a). Gracias a Arthur Braga, um dos quatro respons\u00e1veis pela casa, designer, produtor cultural e nosso articulador local da fun\u00e7\u00e3o. Tamb\u00e9m visitamos a Funda\u00e7\u00e3o Joaquim Nabuco (Fundaj), org\u00e3o de pesquisa ligado ao Minist\u00e9rio da Educa\u00e7\u00e3o, e especificamente a Villa Digital<\/a>, espa\u00e7o multiuso de pesquisa localizada em um casar\u00e3o do s\u00e9culo XIX e vinculada ao Centro de Documenta\u00e7\u00e3o e de Estudos da Hist\u00f3ria Brasileira Rodrigo Melo Franco de Andrade (Cehibra). A Villa Digital \u00e9 um espa\u00e7o f\u00edsico muito interessante e vers\u00e1til, embora ainda pouco ocupado pelos moradores da cidade. Como projeto, s\u00e3o respons\u00e1veis pelo processo de digitaliza\u00e7\u00e3o de uma parte do rico material da Fundaj – que, entre outras coisas, \u00e9 respons\u00e1vel pelo Museu do Homem do Nordeste<\/a>, um museu antropol\u00f3gico que organiza exposi\u00e7\u00f5es contando a hist\u00f3ria do povo a partir de artefatos do dia a dia do nordestino, do sert\u00e3o ao litoral, do catolicismo de Padre C\u00edcero aos orix\u00e1s do candombl\u00e9. Quando estivemos no espa\u00e7o, estava l\u00e1 sua exposi\u00e7\u00e3o permanente do acervo e algumas tempor\u00e1rias, como as do grande xilogravurista J. Borges e uma chamada \u201cNordeste Mix\u201d, literalmente uma curadoria remix entre tradi\u00e7\u00e3o e novidade a partir do material do espa\u00e7o. Desta \u00faltima exposi\u00e7\u00e3o vem o “Manifesto Regionalista”, texto provocador sobre a fun\u00e7\u00e3o dos museus hoje. Agradecimentos a Cristiano Borba, da Villa Digital, pelo convite \u00e0 visita e pelo tour na Fundaj e no museu.<\/p>\n Na sexta-feira 28\/7, fizemos um lan\u00e7amento (o 3\u00ba!) do zine La Remezcla, desta vez em Olinda, no espa\u00e7o Casa Azul<\/a>, junto de uma roda de conversa sobre cultura livre. Articulado por Carlos Lunna<\/a>, do coletivo Tear Audiovisual<\/a> e da Produtora Colaborativa.PE, o evento foi uma a\u00e7\u00e3o da Rede de Produtoras Colaborativas<\/a>, que une diversos coletivos Brasil afora, e do qual o Baixa faz parte na regi\u00e3o sul. O sebo-livraria Casa Azul, local do evento, rende um cap\u00edtulo a parte: criado faz poucos meses por Samarone Lima, jornalista e escritor, \u00e9 situado na regi\u00e3o do Carmo, Cidade Alta de Olinda. Tem uma sele\u00e7\u00e3o preciosa de livros de fic\u00e7\u00e3o e teoria, poucas e boas prateleiras que ocupam as duas salas da frente de um casar\u00e3o t\u00edpico daquela regi\u00e3o da cidade, com uma estreita face virada para a rua que n\u00e3o sugere os diversos c\u00f4modos e o amplo p\u00e1tio que se extendem ao longo da casa. Tem promovido alguns cursos, sediado algumas pe\u00e7as de teatro, tudo aos poucos, devagar como a vida em Olinda durante um inverno chuvoso sem (tantos) turistas. Samarone, inclusive, \u00e9 poeta e cronista dos bons, e em sua p\u00e1gina, Estuario<\/a>, \u00e9 poss\u00edvel ter uma amostra disso \u2013 das cr\u00f4nicas mais recentes, leia, em especial, \u201cAnota\u00e7\u00f5es de um dono de sebo em Olinda<\/a>\u201c, relato de coisas simples que acontecem no seu dia a dia na Casa Azul.<\/p>\n A cobertura fotogr\u00e1fica do evento est\u00e1 nesta p\u00e1gina do ITeia<\/a>, site de acervo da produ\u00e7\u00e3o multimidia cultural brasileira. A conversa teve a presen\u00e7a ilustre de Isabelita a vagar por cima dos zines e pelos colos das pessoas. E al\u00e9m de cultura livre e (re)cria\u00e7\u00e3o, versou tamb\u00e9m sobre jornalismo alternativo – muito por conta da presen\u00e7a de integrantes do coletivo de comunica\u00e7\u00e3o Marco Zero<\/a> – e futebol & pol\u00edtica, esta puxada pelo pessoal do movimento Democracia Santa Cruz Futebol Clube<\/a>. As fotos abaixo (as 2 \u00faltimas s\u00e3o de Samarone Lima, as outras nossas) ilustram um pouco de Olinda, da Casa Azul, do evento, nesta ordem.<\/p>\n Casa de Alceu Valen\u00e7a, Olinda<\/p><\/div>\n Passamos duas semanas de julho em Recife, Olinda e arredores e tivemos uma programa\u00e7\u00e3o baixacultural de atividades. A come\u00e7ar por uma fala\/oficina\/charla chamda “Vis\u00f5es de Cultura Livre no Brasil“, no espa\u00e7o rec\u00e9m re-inaugurado CE\u00c7A, no bairro Boa Vista em Recife. O (ou a) CE\u00c7A \u00e9 uma casa colaborativa que busca agregar diversas iniciativas relacionadas \u00e0 […]<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":11982,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":[],"categories":[135],"tags":[454,1942,147,1952,1953,1954,1878,1955],"post_folder":[],"jetpack_featured_media_url":"","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/11971"}],"collection":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=11971"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/11971\/revisions"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=11971"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=11971"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=11971"},{"taxonomy":"post_folder","embeddable":true,"href":"https:\/\/baixacultura.org\/wp-json\/wp\/v2\/post_folder?post=11971"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}
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